segunda-feira, 5 de abril de 2010

Gralhas Musicais de Duarte Pimentel

Como se lembram há uns dias falei-vos do livro que continua em destaque aqui à direita. Pois bem o meu exemplar chegou no dia a seguir à encomenda efectuada, excelente serviço portanto. O livro em si lê-se com facilidade nas suas cerca de 80 páginas inteiramente constituída por recortes de jornal. Lê-se na contracapa que estes recortes foram recolhidos por Duarte Pimentel (1930-1989) engenheiro electrotécnico melómano e também pianista.

Dos recortes provenientes de jornais ou de extractos de programas, mais dos primeiros que dos segundos já vos contei alguns mas no interior do livro encontrarão outras pérolas. Estes erros provêm de simples gralhas em alguns casos mas que resultam em frases deliciosas ou erros dramáticos motivados pela ignorância ou distracção de quem escrevia essas pérolas. Revi-me num deles já que a confusão entre área e ária foi erro que também por aqui grassou em tempos :-).

Recomenda-se também na contracapa que o livro seja lido na companhia de alguém que perceba música e é verdade que algumas das gralhas apesar da explicação na margem só ganham toda a sua dimensão quando explicadas por alguém que as descodifique completamente.

Só para vos dar mais uns cheirinhos do que podem encontrar no livro podemos aprender coisas interessantes como por exemplo um solista que interpreta um quarteto, quartetos que conseguem interpretar quintetos, podemos ainda saber que houve estreias fundamentais no nosso país como por exemplo a Transmissão de Nosso Senhor Jesus Cristo em Estreia Mundial claro está (um doce para quem adivinhar ao que isto diz na verdade respeito), podemos ficar a saber da existência de novos instrumentos como por exemplo instrumentos de teclas menores e também a Viola de Samba. Há também tonalidades desconhecidas do comum dos músicos mortais como por exemplo a agora revelada "som menor" ou ainda "Dó Menos" ambas obviamente de cariz profundamente misterioso como é bom de ver pela designação.

Para o resto terão de ler o livro que se recomenda. É de leitura muito fácil e quando acaba ao fim das suas 78 páginas temos pena que não existam mais ... A única critica que se pode fazer ao livro é que seria interessante que a data e fonte dos recortes estivesse presente em todos os casos já que tornaria a leitura mais interessante.

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