Há alturas deste blog em que determinadas coincidências me fizeram escrever alguns posts fora da sequência cronológica em que deveriam ocorrer. Hoje é um desses casos. Num dos fins de semana passados já não sei porquê estava a falar de alguns filmes ao meu filho sendo que entre eles lhe tinha falado do histórico 2001 Odisseia no Espaço com a sua fabulosa banda sonora e em particular do seu início com a Introdução da obra de Strauss Also Sprach Zarathustra.
O facto é que uns dias depois por insondáveis razões o meu filho entrou numa febre de Richard Strauss ao ponto de levar um disco para o carro com mais umas quantas composições entre as quais Don Juan oiçam aqui uma versão conduzida por Furtwangler.
Se tivesse sido só isto possivelmente não teria bastado para este post. Foi preciso mais uma centelha. Mais um catalisador. Esse ultimo factor veio ontem quando no blog do Alex Ross soube que tinha escrito um texto sobre o compositor germânico tão injustiçado intitulado "Strauss's Place in the Twentieth Century" e incluído neste livro. Não é só a velha questão do seu suposto colaboracionismo com o estado Nazi mas muito mais importante do que isso (porque essa é uma questão que está hoje definitivamente arrumada), o seu suposto anacronismo, o compositor do século XIX preso no século XX.No que me diz respeito saúdo a sua tonalidade e prefiro de longe que assim tenha permanecido até às suas famosas 4 ultimas canções ...
É isso mesmo, Fernando, para aliviar um pouco a minha depressão, vou ouvir "Also Sprach Zaruthustra" com a Boston Symphony Orchestra.
ResponderEliminarRichard Strauss não era anti-semita, e, as suspeitas de simpatia com o nazismo são pura e simplesmente absurdas.
Ele era amigo do escritor judeu Stefan Zweig.
Defendeu sempre a sua nora, que era judia.
Nunca foi filiado no partido nazista.
Convidado a a dirigir os seus concertos em Londres em 1947, foi recebido entusiasticamente.
Não é o seu suposto colaboracionismo com os Nazi que diminuem a sua obra (outros grandes não o fizeram por acasos da história e da geografia), a verdade é que depois do seu magnífico arranque dos poemas sinfónicos, andou perdido a compor coisas menos interessantes, mas no fim voltou às grandes obras como as canções citadas.
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