sábado, 19 de fevereiro de 2011

Antonín Dvorák (1841-1904)

Este é um dos compositores de que me tardava mais falar porque está naquela categoria de músicos que tem pelo uma obra que me faz literalmente viajar à volta do mundo. Além de que como muitos outros é um compositor muitas vezes subestimado. Uma das obras que me serve de referência considera-o por exemplo inferior a Smetana ...

Dvorak nasceu a 8 de Setembro de 1841 em Nelahozeves perto de Praga. O pai era músico (embora não profissional)  desejava que ele seguisse a sua profissão (talhante) embora lhe permitisse seguir estudos musicais que cedo revelaram uma aptidão fora do comum.

Dvorak vai então estudar para Praga para a escola de órgão a única que para além do instrumento também tinha aulas de composição que Dvorak segue (esta terá sido talvez a única formação formal do compositor o que apenas torna mais notável a sua obra). Com 18 anos Dvorak é já um músico a tempo inteiro compondo essencialmente música de câmara e ganhando a vida tocando Viola de Arco e Violino em Orquestras ligeiras. Tem no entanto dificuldade em sobreviver com o parco salário. Por essa razão acaba também por dar aulas de piano actividade em que acaba por conhecer a irmã daquela que viria a ser sua mulher e com quem teria nove filhos.

Entre 1892 e 1895 Dvorak viveu nos estados Unidos mais precisamente em Nova Iorque onde foi director do Conservatório Nacional de Música (uma ideia dum filantropo que acabaria por não ter grande sucesso em termos de duração embora tenha desempenhado um papel interessante na criação de uma identidade americana na música).

De volta à Europa Dvorak concentra-se na música de câmara e sobretudo na Ópera e direcção do conservatório de Praga a partir de 1901. Dvorak faleceu em Praga a 1 de Maio de 1904 de falha cardíaca.

No que diz respeito à sua obra musical claramente a sua obra Sinfónica está entre a mais conhecida quer pelas sinfonias propriamente ditas em particular a Nº9 "From the New World" quer pelos seus poemas sinfónicos de que podemos destacar Water Goblin inspirado no poema Vodnik do poeta checo Karel Erben (1853). Dvorak notabilizou-se também na produção de música de câmara da qual podemos destacar o Op. 90 o famoso Trio Dumky de que propomos uma interpretação por um notável trio consistindo de Yo-Yo Ma no violoncelo, Perlman no violino e Rudolf Firkusny no Piano (se preferirem podem ouvir não menos notável o Beaux Arts Trio - constituido por Menahem Pressler (Piano), Hope (Violino) e António Meneses (Violoncelo)).

Embora fosse crente e muito possivelmente uma grande parte da sua "formação" musical se desse nas igrejas da sua boémia natal Dvorak compôs relativamente pouca música sacra. Porém a bem da verdade o seu Stabat Matter foi possivelmente a razão da sua enorme popularidade em Inglaterra onde rivaliza nesse aspecto com Haydn.

Guardamos para o fim deste post sobre Dvorak os seus três concertos. Se o de piano é geralmente considerado uma das suas obras menores tanto o Concerto para Violino e Orquestra em Lá Menor Op. 53 como o Concerto para Violoncelo e Orquestra em Si Menor Op. 104 são absolutamente notáveis. Para o primeiro escolhemos uma interpretação de Josef Suk neto do compositor de mesmo nome que se casou com a filha mais velha de Dvorak e um dos seus discípulos. Este violinista é portanto bisneto de Dvorak. Acreditamos que a escolha não poderia ser mais apropriada. Para o concerto de violoncelo escolhemos uma interpretação de Jacqueline de Pré.

9 comentários:

  1. Não vou comparar a qualidade de Dvorák com Smetana, mas gosto mais de Dvorák, preenche-me muito mais a sua música e isso basta-me.
    Contudo chocou-me que na Praga turística Smetana me tivesse sido apresentado como um expoente máximo da música e Dvorák tenha ficado despercebido... penso que deveria haver qualquer coisa de nacionalista que valorizava um e esquecia o outro.

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  2. Caro Fernando,

    A 8ª , e não a 9ª, é uma das grandes sinfonias que revisito com frequência. Ouça (se calhar já conhece...) a gravação pela New York Phil dirigida por Kurt Masur, electrizante.

    obrigado pelo merecido post.

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  3. @Geocrusoe: eu também gosto bastante de ambos. Prefiro dvorak embora Smetana tenha também momentos geniais.
    @Mário: A contabilidade das sinfonias de dvorak domo sabe é uma "guerra". António Vitorino d´Almeida por exemplo diz que não se mete nessa guerra ... eu por mim por agora vou seguir a numeração mais comum mantendo a designação de nona mas em breve farei um post sobre o assunto porque é historicamente interessante.

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  4. Meu caro, fui sem dúvida confuso, porque queria mesmo dizer a 8ª ANTES DA 9ª, antes da Novo Mundo.

    Abraço,
    Mário

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  5. @Mário: Não é que tenha sido confuso mas é que realmente a numeração das sinfonias de Dvorak é um caso de estudo.Pelo que percebi até agora por várias razões: 1) A ordem de edição que muitas vezes é a utilizada colocaria a Sinfonia nº6 como a primeira e actual nona como a Oitava (e esta numeração é utilizada por alguns). 2) A ordenação também seria possível pelas notas de Dvorak e nesse caso a actual nona seria aparentemente a Quinta 3) ainda se poderia utilizar a ordem de estreia e então a numeração seria mais uma vez diferente ... 4) a ordem cronológica de composição é outra das hipóteses, aquela que utilizei ... e que dá o número nove à novo Mundo e o oito aquela que o Mário prefere :-)

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  6. Eu, que não sou profundo conhecedor de música erudita, posso dizer que a mim agrada muito a música de Dvorak.. Do Novo Mundo e Danças Eslavas tenho aqui comigo, trazidos de Praga.. é um grande prazer ouvi-lo num domingo de manhã!

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  7. Muito bom!! Danças Eslavas é minha preferida dele.Tenho um blog de piano,e fico surpreso em ver que você coloca muito conteudo em tão pouco tempo ,quase toda semana ..Parabens .O meu blog na qual você talvez deve ter visto alguma vez ,precisa de ajuda de pessoas como você que sabe muito sobre o assunto ,então se tiver dicas aqui está o endereço: http://pianodetodos.blogspot.com/
    Agradeço desde já ..Abraço Willian

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  8. que tonos noobs burros daaaas

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  9. Caro Anónimo, confesso que não consigo alcançar a pertinência de tão sábio comentário. Será certamente limitação minha, perdoe ... talvez não fosse má ideia exprimir-se de forma que nós comuns mortais conseguíssemos alcançar.

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