segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Hélène Grimaud e a querela com Abbado

No Blog The Rest is Noise chamam-nos a atenção para um artigo do The New Yorker em que se conta a história da querela de Hélène Grimaux e Claudio Abbado. Na verdade o artigo intitulado Her Way - A pianist of strong opinions é muito mais do que a simples descrição desse fait-divers. É um perfil excelente não só da artista como também das escolhas e do custo da independência dessas escolhas. Numa altura em que sair da norma artística é um risco Hélène Grimaux não deixa nunca de manifestar as suas interpretações. Nós apreciamos e recomendamos a leitura do longo artigo de sete páginas ao som da interpretação que se segue, repetida se preciso for (ctrl+click para abrir numa outra janela o link).


4 comentários:

  1. Li o artigo, Fernando. Mas tenho dificuldade em tomar partido. Heléne Grimaud é uma grande pianista, mas grande é também Radu Lupu ou Mitsuko Uchida que a substituiram com Abbado. Custa-me a acreditar que o maestro não tivesse razão, às vezes há caprichos... Claro que estamos aqui perante duas perspectivas que há muito se opõem: a de respeitar a "época" e o "espírito" do compositor, tanto quanto podemos aproximar-nos; e a de tomar liberdades "modernas". Curiosamente, há muitas contradições em tudo isto, e às vezes é menos autêntica, do ponto de vista musical,a versão mais obsessivamente respeitosa.

    Obrigado pela chamada de atenção, o artigo vale a leitura.

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  2. Ah mas não é forçosamente para tomar partido, esta é uma questão aliás polémica e velha tanto quanto o "realismo" de época. Por mim quando o partido por uma forma ou outra é feito com seriedade artística ambos têm razão. Não há para mim uma forma única de ver esta questão desde que seja feita com qualidade e não para disfarçar limitações técnicas ou interpretativas. Neste caso acho que ambas as partes estavam de boa fé, é muito mais um choque de personalidades do que um choque artístico mas isto é o meu ponto de vista, o que acho interessante mesmo além deste choque é a posição da Hélène em procurar visões diferentes. Numa época em que fruto das gravações e outros meios muitas vezes se assiste a uma uniformização que acho um tanto redutora artistas como esta pianista sempre nos asseguram uma certa diversidade.

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  3. Concordo absolutamente. E estou muito contente em tê-lo de volta "em força", Fernando. Aleluia, O Diz que não gosta de música clássica ? renasceu !

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  4. Obrigado Mário. Tem vindo a renascer aos poucos ...

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