Este concerto foi composto em 1940 em plena Segunda Guerra Mundial e dedicado ao grande violinista David Oistrakh . Tem três andamentos numa forma bastante "clássica" que na forma (rápido-lento-rápido) quer na parte melódica ou harmónica. Considerando que nesta mesma altura na ex-União Soviética existiam génios como Prokofiev ou Schostakovich é fácil perceber que Kachaturian seja visto como um compositor de segundo plano - injustamente qualificado apenas como um "homem do sistema" embora seja verdade que foi dos que mais apoiou o regime soviético - não sem ter tido a seu tempo os seus problemas.
Se é fácil de perceber essa comparação diga-se que não me parece inteiramente justificada tal como não muito explicável o facto deste concerto ser tão poucas vezes interpretado porque parece-me estar entre as grandes obras do século XX.
Se é fácil de perceber essa comparação diga-se que não me parece inteiramente justificada tal como não muito explicável o facto deste concerto ser tão poucas vezes interpretado porque parece-me estar entre as grandes obras do século XX.
No que diz respeito ao concerto propriamente dito desta vez escolhi para ilustrar o mesmo uma interpretação pela Orquestra Sinfónica da Gulbenkian sendo solista Gareguin Aroutiounian.
Kachatourian era de origem Arménia e creio que essa origem transparece de forma bastante clara quer nas melodias quer nos ritmos nitidamente orientais que percorrem a peça.
No primeiro andamento (Allegro con Fermeza) gosto especialmente da parte rítmica, repetitiva e um pouco agreste (oiçam por exemplo perto do segundo 50" ou no 1:40") e do contraste existente com as partes mais melódicas e doces (por exemplo no minuto 2:50). Escrito na forma de sonata segue o esquema clássico de exposição dos dois temas, desenvolvimento e recapitulação com uma breve coda no final. Nada de inovador desse ponto de vista, aliás esta obra deve ser apreciada pelo que transmite emocionalmente do que pela inovação.
Kachatourian era de origem Arménia e creio que essa origem transparece de forma bastante clara quer nas melodias quer nos ritmos nitidamente orientais que percorrem a peça.
No primeiro andamento (Allegro con Fermeza) gosto especialmente da parte rítmica, repetitiva e um pouco agreste (oiçam por exemplo perto do segundo 50" ou no 1:40") e do contraste existente com as partes mais melódicas e doces (por exemplo no minuto 2:50). Escrito na forma de sonata segue o esquema clássico de exposição dos dois temas, desenvolvimento e recapitulação com uma breve coda no final. Nada de inovador desse ponto de vista, aliás esta obra deve ser apreciada pelo que transmite emocionalmente do que pela inovação.
O segundo andamento (Andante Sostenuto) é o meu preferido pela belíssima melodia que constitui o tema principal. Depois de um fortissimo da orquestra o andamento acaba num maravilhoso decrescendo.
Se o segundo andamento é essencialmente uma exposição de um enorme lirismo então o terceiro andamento (Alegro Vivace) representa sem dúvida a festa (este andamento inicia cerca do minuto 12:30). O andamento começa com um fortissimo da Orquestra para depois o solista entrar com um tema que sem dúvida (não conheço a música popular da Arménia mas nem seria preciso) é inspirado num tema popular deste País. Aliás todo este andamento esta repleto de referências à música popular desse país de que aliás Kachaturian fez recolha.
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