Agostino Steffani é um daqueles personagens cuja história facilmente daria um livro ou um filme sem grande necessidade de adição de elementos dramáticos. Tendo nascido em Itália a 25 de Julho de 1654 foi admitido no coro da Igreja de São Marcos em Veneza. Foi nesse coro que a beleza da sua voz o levou a ser notado por um conde alemão que o levou para a sua corte para que completasse a sua educação musical o que acabou por acontecer nas mãos capazes de Johann Kaspar Kell (1627-1693).
Voltou a Itália para estudar em Roma com Ercole Bernabei onde no entanto apenas ficou um ano. Volta para a Alemanha onde é nomeado organista da corte. Uns largos anos mais tarde em 1681, relativamente tarde para um compositor nessa altura, publica a sua primeira ópera, Marco Aurélio a que se seguirão várias outras até à sua obra mais conhecida neste género, Niobe de 1688.
Aceita então o cargo de director artístico na corte de Hanover onde conhece várias personagens e figuras importantes da época entre as quais Leibniz. É também desse período o seu encontro com Handel então a começar o seu percurso pessoa em relação à qual demonstrou grande bondade tendo tido sem dúvida um papel importante em possibilitar que este músico chegasse a ser o vulto que acabou por se tornar na história da música.
Compõe em Hanover mais uma dezena de óperas algumas das quais lhe valem uma grande reputação e sucesso mas o Padre não se limita a esse papel já que enquanto membro do clero desempenha alguns papeis diplomáticos difíceis sendo recompensado pelo papa Inocencio XI com o titulo de Bispo nas Antilhas Espanhola sendo depois em 1698 nomeado embaixador da Santa Sé em Bruxelas.
Em 1724 a Academia de Música Antiga de Londres nomeia presidente vitalício facto que poderia permanecer mais ou menos desconhecido não fosse o facto de como forma de agradecimento o compositor ter enviado à Academia provavelmente a sua obra mais notável, um magnifico Stabat Mater, uma obra verdadeiramente notável para a época.
A sua vida enquanto compositor e diplomata é tanto mais interessante quanto conseguiu apesar de tudo manter uma boa reputação muito possivelmente por ser hábil em esconder os seus verdadeiros sentimentos e opiniões numa época em que tanto teve de trabalhar em cortes católicas como protestantes. A sua música nomeadamente a que compunha em homenagem a quem pretendia aceder fazia maravilhas. O seu raciocínio lógico e claro também deverá ter tido a sua quota parte numa vida que não terá sido de forma nenhuma aborrecida.
Agostino Steffani faleceu em Frankfourt (julga-se) a 12 de Fevereiro de 1728 (pensa-se) ...
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