Ora bem hoje resolvi não escapar à polémica e tentar responder a esta questão que é repetida quase invariavelmente todas as semanas de uma forma ou doutra. Por vezes pedem-me 3 outras vezes 5 e outras 10. Hoje porém não me quero furtar à dificuldade e vou mesmo escolher três sabendo desde já que isso significa conquistar vários "inimigos" ou pelo menos detractores que discordarão da minha escolha.
Vou desde já dizer-vos que não exercerei censura nos vossos comentários (caso existam) desde que mantenham a linguagem moderada sobretudo entre vós. Relativamente ao autor do post aceitarei linguagem mais vernácula. Isto dito passemos às três escolhas, sem ordem de preferência por simples ordem cronológica.
Bach obviamente terá de ser um dos três. Condensou, cristalizou, aperfeiçoou todo um período sem ainda assim perder a originalidade. Neste blog tento que não exista post sem música e se escolher três compositores é difícil escolher uma obra de cada um destes três afigura-se uma tarefa homérica. Há pelo menos uma dezena de obras que gostaria de colocar aqui como exemplo. Tendo absolutamente que escolher proponho-vos a Segunda Partita para Violino Solo que inclui a sublime Chaconne numa sublime interpretação por Itzhak Perlman.
A seguir a Bach cronologicamente teria de escolher Mozart. Não existe possibilidade de escapar a considerá-lo nesta escolha de apenas três. Tal como Bach o fez para o Barroco Mozart condensa o período clássico em obras perfeitas na forma sem perder a frescura do conteúdo. Não é um revolucionário mas não deixa por isso de inovar levando o período clássico ao ponto onde para inovar se teriam de abrir novos caminhos na forma, mas esse papel que se pode entrever em algumas das suas ultimas obras seria para um outro. Escolher apenas uma obra de Mozart é uma tarefe igualmente impossível. Porém tentando equilibrar os géneros nestas três escolhas um pouco de música com o instrumento da voz humana pareceu-me adequado. Mesmo sabendo que esta obra não foi totalmente escrita por Mozart a minha proposta é que oiçam o Requiem (se quiserem podem ficar apenas pela parte que é de Mozart).
Por fim o terceiro esse sim foi um verdadeiro revolucionário musical. Foi um instrumento na maior relevância na afirmação do papel do compositor e na sua independência (para o bem e para o mal). Estamos obviamente a falar de Beethoven . Também neste caso a escolha de uma única obra é dificílima mas no sentido de vos propor variedade neste post teria que escolher agora uma Sinfonia e nesse domínio já sabem que a minha preferência absoluta iria para a nona. Porém como marco histórico de uma revolução anunciada não posso deixar de vos sugerir a Terceira Sinfonia, a obra que coloca o compositor, a expressão dos seus sentimentos e percepções, no centro da composição. Escolhi uma interpretação de Bernstein e sugiro o segundo andamento porque este é aquele que possivelmente melhor exprime o que acabo de vos dizer. Têm de entender que estes 17 minutos na sua expansividade emocional eram tudo menos a norma.
Claro que esta escolha de apenas três deixa de fora tantos compositores que nem vale a pena apontarem-me a lista. Talvez dessa lista o que mais falta fará será o primeiro que terá dado o passo na passagem entre uma forma de escrita tonal para uma atonal característica da maioria das correntes contemporâneas de composição, mas enfim em três não dá mesmo na minha opinião para escapar a estas escolhas por muito óbvias que possam parecer.
Aqui fica feita a escolha de três: Bach, Mozart e Beethoven. Escolha óbvia talvez mas fundamentada. Agora digam de vossa justiça.
Sem comentários:
Enviar um comentário