Estava a percorrer alguns canais entre os quais o Mezzo para ver se teria alguma companhia enquanto escrevia as linhas do post de hoje quando vejo em rodapé: Faleceu Maurice Béjart.
Um dos grandes coreógrafos de sempre, o pai da dança contemporânea. Podemos dizer que trabalhou até morrer mantendo sempre o mesmo espírito de inovação que o caracterizou. Está o mundo mais pobre. Tive a ilusão que o seu desaparecimento iria provocar uma onda no Google Trends mas infelizmente estamos perto do Thanksgiving e os temas relacionados com a temperatura ideal do peru são mais relevantes para a maioria.
Confesso que nem sei muito bem por onde começar por falar de Maurice Béjart, eu que até nem gosto especialmente de bailado.
Talvez tenha de começar pela coreografia que Maurice Béjart fez para a canção de Jacques Brel Quand on a que L´amour. Se não lerem mais nada, se quiserem ficar por aqui, vejam esta coreografia .... A propósito um destes dias quando chegarmos à data de aniversário de Jacques Brel acho que não vou resistir a falar deste poeta e cantor.
De seguida de que me lembro mais ... claro que do Bolero de Ravel. Este bailado (aliás todo o filme) marcou a minha adolescência. Lembro-me que o fui ver ao Star - cinema que havia na rua que vai da Praça de Londres para a Alameda. Esta coreografia é de cortar a respiração. Este filme confesso é também um dos meus preferidos. Um daqueles que não pus no meu perfil mas pronto hoje aqui fica a confissão.
Apesar de não ser um fã de bailado é impossível resistir à beleza plástica destes momentos. E a verdade é que não sendo eu grande seguidor desta forma de arte lembrar-me de tantas e tantas coisas que vi de Béjart é certamente a prova que foi um Homem que soube viver sempre à frente, muito à frente do seu tempo.
Para além disto há três bailados de que vi coreografias de Béjart de que não me consigo esquecer. Em primeiro lugar o Quebra Nozes ...
Depois Romeu e Julieta um belíssimo bailado sobre música de Berlioz.
Finalmente a Sagração da Primavera de Stravinsky ...
Para terminar esta pequena homenagem pensei que o mais apropriado seria sem dúvida o bailado que compôs em homenagem a Fred Mercury e Jorge Donn. The Show Must Go On do bailado Dança para a Vida. Béjart pela sua arte estará sempre vivo dentro de nós. Ainda o outro dia estava a comentar um texto do blog portalivros com um texto do Eça de Queiróz sobre o tema. Béjart ficará sem dúvida na nossa memória.
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