Este concerto foi composto por Brahms entre 1878 e 1881 tendo sido dedicado ao seu professor Eduard Marxsen.
Podem notar que mais de 20 anos decorrem entre o primeiro e o segundo concerto para Piano de Brahms. Isto não aconteceu por acaso e obviamente está relacionado com a péssima recepção do seu primeiro concerto para piano. Brahms terá dito aos seus amigos "O próximo vai soar diferente".
E é sem dúvida diferente ! O concerto foi estreado a 9 de Novembro de 1881 em Budapeste com Brahms no papel de solista tendo tido uma recepção muito favorável estabelecendo-se rapidamente como uma peça do reportório pianistico.
É um concerto diferente até na forma que opta pelos quatro andamentos típicos de uma sinfonia ao invés dos três do concerto clássico.
O primeiro andamento - Allegro non troppo (Si Bemol Maior) - utiliza a forma de sonata. Podem ouvir este andamento aqui e aqui por Von Cliburn.
Do segundo andamento - Allegro appassionato (Ré Menor) - Brahms disse que se tratava de "uma pequena amostra de um Scherzo". Mais uma das provas da ironia que este compositor gostava tanto de utilizar. Na verdade este andamento é profundamente agitado emocionalmente tumultuoso mesmo. Por outras palavras, para amostra não está nada mal ! Para este andamento e para os restantes optamos por vos mostrar Daniel Barenboim com a Orquestra Filármonica de Berlim sobre a direcção do Maestro Sergiu Celibidache. Pode ouvir este andamento aqui.
O terceiro andamento - Andante (Si Bemol Maior/Fá Sustenido Maior) o andamento lento deste concerto tem como principal originalidade incluir um solo de violoncelo que aliás mais tarde Brahms viria a re-utilizar para construir uma canção de que viremos a falar. Pode ouvir este andamento aqui e aqui.
O quarto andamento - Andante (Si Bemol Maior/Fá Sustenido Maior) está construído no que poderiamos chamar um misto de forma sonata e rondó. Pode ouvir este andamento aqui e aqui.
Cá está outra obra de Brahms que fiquei a admirar e que resisti a ouvir na totalidade, algo longa é certo, mas o primeiro andamento, apesar da forma sonata, soa moderno para o que conheço de brahms, o terceiro andamento gostei mesmo e de facto a combinação com o violoncelo ainda hoje soa a inovador o último andamento nem me parecia brahms (vindo de mim é um elogio). Depois do requiem esta foi a segunda obra que gostei.
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