Jascha Heifetz nasceu na Lituânia (Vilnius) em 1901 então parte do império russo.
Alguns historiadores pensam que Heifetz terá na verdade nascido ainda no século XIX e que a sua mãe atrasou voluntariamente a data de nascimento para incrementar o factor de menino prodígio. Na verdade Heifetz ensinado pelo pai também ele violinista começou a tocar com apenas três anos tendo tocado pela primeira vez em público com apenas sete anos em Kaunas tocando apenas o concerto em Mi Menor de Mendelssohn. Não temos obviamente registo desse evento mas encontramos aqui um extracto de um filme (They Shall Have Music - 1939) em que Heifetz entra "as himself" e salva uma escola de música de ser fechada tocando Mendelssohn (os jovens que estão na orquestra são os alunos dessa escola).
Em 1910 ou seja com 9 anos entrou no conservatório de São Petersburgo para estudar com Leopold Auer . Com apenas 12 anos numa tournée na Alemanha teve a oportunidade de tocar para Fritz Kreisler (o grande violinista) que disse "Bem podemos partir já os nossos violinos".
A 27 de Outubro de 1917 estreou-se no Carnegie Hall sendo desde esse instante e absolutamente do dia para a noite uma autêntica estrela nos Estados Unidos. A história de amor foi felizmente reciproca tendo Heifetz rapidamente assumido a cultura norte americana e tornado-se cidadão americano em 1925. Este facto valeu-lhe ser considerado como traidor na União Soviética durante a guerra fria só tendo por uma vez deslocado-se ao seu país Natal.
Em 1930 transcreve a toca a peça "Hora Staccatto" de Grigoras Dinicu de quem Heifetz disse ser o melhor violinista que ouviu. Oiçam aqui Heifetz numa interpretação dessa peça.
Durante a guerra Heifetz participou no esforço de guerra dando inúmeros concertos nomeadamente nas frentes africanas sendo que logo a seguir à guerra e sob pseudónimo escreve "When You Make Love To Me - Don't Make Believe." canção gravada tanto por Bing Crosby como por Margaret Whiting.
Em 1958 torna-se professor na UCLA tendo posteriormente (1960) mudado para a University of Southern California onde ensinou durante largos anos e onde ficaram famosas as suas master classes. Vejam por exemplo aqui um aluno interpretar uma canção brasileira "Ao pé da Fogueira" do compositor Valle num arranjo do próprio Heifetz (penso).
Heifetz foi aos poucos deixando de tocar em público devido a uma lesão no ombro tendo o seu ultimo concerto decorrido em Los Angeles em 1972. A gravação deste concerto é também a sua ultima edição discográfica.
Em 1983 terminou a sua longa associação com a USC embora tenha continuado a ensinar em privado.
Heifetz é ainda hoje considerado por muitos o maior violinista de sempre pela qualidade do seu som e afinação impecável. Dizia-se que era incapaz de falhar uma nota. Foi muitas vezes criticado por ser demasiado mecânico e pouco emotivo. Tinha um feitio difícil e terá abandonado a carreira como interprete de obras orquestrais por não conseguir conviver com visões diferentes da sua.
Do ponto de vista pessoal era também uma pessoa de extremos dando muita importância ao dinheiro mas sendo também capaz de participar em actividades altruístas como campanhas para a criação do número de emergência na Califórnia.
Uma personagem sem dúvida complexa que provavelmente se exprimia no seu melhor pela música. Por isso fiquem aqui com um trio de Mendelssohn com o seu amigo Violoncelista Piatigorsky e o pianista Arthur Rubinstein.
Heifetz faleceu em Los Angeles a 10 de Dezembro de 1987.
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