sábado, 18 de outubro de 2008

Brahms - As sonatas para Violino - Terceira Parte

Embora tenha sido começada a ser composta quase a seguir à Sonata nº 2 Brahms acabou por por de lado este trabalho para apenas o retomar em 1888 o que explica de certa forma a profunda diferença entre as duas obras. Enquanto que o Op. 100 é uma obra que radia emoção de uma forma calma quase pacifica a Op. 108 em Ré Menor é precisamente o inverso. Também ela é extraordinariamente emotiva mas aqui estamos a falar de uma forma de expressão muito mais épica e atlética.

Também na estrutura esta obra é diferente dado que Brahms voltou aos quatro andamentos clássicos na forma de Sonata.

O carácter forte da obra, nervoso, é marcado logo no primeiro andamento ou melhor logo destas as primeiras notas que são quase preocupantes pela energia que transmitem que não deixa de ter um certo tom sinistro transmitido pelo ritmo quebrado. Podem ouvir aqui este andamento por uma dupla de luxo que aliás vamos acompanhar ao longo desta obra - com a excepção do ultimo andamento onde serão substituídos por uma outra dupla de igual peso - Perlman no Violino e Daniel Barenboim ao piano.

O segundo andamento é sem exagero um autentico "Lied" sem palavras. Uma composição de que Schubert não desdenharia com certeza a melodia. Uma melodia quase inteiramente exposta pelo Violino tendo aqui o piano um papel secundário. Podem ouvir aqui este andamento.

O terceiro andamento "Um Poco presto e com sentimento" foi descrito de formas muito diferentes. A mais curiosa de todas terá sido a de Clara Schumann que disse deste andamento ser "a imagem de uma bela jovem brincando com o seu amante". Outros viram neste andamento melancolia ou tristeza. Neste andamento o piano ganha o protagonismo cedido ao violino no segundo andamento. Podem ouvir aqui este andamento.

Retomando a forma clássica da Sonata o grande dramatismo, as grandes explosões de emoções estão reservadas para o quarto andamento (Presto Agitato) que é também o mais virtuoso dos quatro como é normal nesta forma musical. Podem ouvir aqui este andamento por David Oistrack e Karl Richter como vêem outra dupla de peso.

A obra foi interpretada em publico pela primeira vez em Budapeste no dia 22 de Dezembro de 1888. Brahms estava nessa altura ao piano sendo Jenö Hubay o violinista escolhido.

As duas restantes partes deste conjunto de posts sobre as sonatas de Brahms para Violino (e piano) podem ser lidas aqui (primeira parte) e aqui (segunda parte).

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