Esta é a terceira parte da sequência sobre a vida de Tchaikovsky. Pode ler a segunda parte aqui.
Em 1867 Tchaikovsky viria a conhecer Balakirev o líder da escola nacionalista que até aí lhe tinha sido bastante hostil. Porém um acaso viria a ligar os dois homens e desta forma tornar Tchaikovsky bastante mais aceite no ciclo de músicos russos.
Nessa altura Balakirev foi nomeado director do conservatório em S. Petersburgo e maestro da Sociedade de Música de S. Petersburgo cargo que porém devido à orientação nacionalista que pretendeu imprimir não conseguiu manter esse cargo por muito tempo. Ora Tchaikovsky resolveu escrever uma carta à administração protestando indignado com a injustiça.
Este facto viria a cimentar uma amizade que se consolidou com a sugestão de Balakirev para uma abertura inspirada na peça de Romeo e Julieta que Tchaikovsky acabou por seguir e por lhe dedicar. Ganhou-se assim uma das grandes obras do compositor, um verdadeiro poema sinfónico numa forma de quase Sonata. Podem ouvir aqui esta peça.
A partir desta obra Tchaikovsky obteve o respeito deste conjunto de compositores embora a sua relação fosse sempre ambivalente. Na verdade pese embora o respeito existente por um lado Tchaikovsky era esteticamente muito mais Ocidental que Russo e por outro lado o grupo dos cinco desconfiava de uma formação musical conservadora e temia que esta se sobrepusesse ao carácter russo que pretendiam introduzir.
Por outro lado Balakirev era um homem com uma grande força de vontade, capacidade de persuasão e ideias musicais muito definidas. Assim a relação entre os dois foi sempre bastante tensa. Porém a verdade é que a obra Romeu e Julieta foi revista várias vezes sempre com base nas criticas de Balakirev e é muito graças a isso que ganhou o seu caracter único.
Sem comentários:
Enviar um comentário