Desculpem-me mas não resisto a fazer campanha por este concerto, o primeiro dos grandes concertos românticos.
Embora este concerto pareça bastante tradicional na forma sendo composto por três andamentos na sequência rápido-lento-rápido na verdade é profundamente inovador numa série de detalhes que viriam a ser utilizados em muitos dos concertos de violino da época romântica.
O concerto estava pensado desde 1838 mas apenas foi concluído em 1844/1845 uns meros três anos antes da sua morte. Como já vos disse Mendelssohn é provavelmente um dos génios musicais mais sub-apreciados da história da música. Talvez porque a sua vida não tenha tido especiais dificuldades, a sua família era abastada, talvez porque era sobredotado (e não só na música onde inclusivamente era mais precoce do que o próprio Mozart), Mendelssohn nunca sentiu dificuldades existenciais: tudo para ele sempre parecia simples ...
Bem voltando ao concerto este foi estreado a 13 de Março de 1845 em Leipzig pelo violinista Ferdinand David, ilustre violinista e amigo do compositor e para quem efectivamente o concerto foi escrito.
1º Andamento (Allegro molto appassionato) : Este andamento começa praticamente com a primeira novidade introduzida por Mendelssohn. Enquanto na tradição clássica havia uma introdução orquestral no caso deste concerto começa-se quase de imediato com o solista. A segunda caracteristica deste concerto que na época foi bastante original diz respeito à cadenza que foi explicitamente escrita por Mendelssohn e colocada de forma bastante original. A terceira originalidade está relacionada com o facto do segundo andamento ser tocado sem paragem (como aliás vai acontecer do segundo para o terceiro). Oiçam aqui (primeira parte) e aqui (segunda parte).
2º Andamento (Andante) : Este andamento tem uma das minhas melodias preferidas. Dir-se-ia que literalmente o violino está a cantar. Oiçam aqui a interpretação deste andamento.
3º Andamento (Allegretto non troppo – Allegro molto vivace) : Se no segundo andamento era a melodia neste terceiro andamento é todo o ambiente feérico (não nos admiraria muito se um elfo saísse do meio da orquestra) até ao fecho num crescendo de orquestra frenético. Oiçam aqui este andamento.
O conjunto dos três andamentos são normalmente interpretados em cerca de meia-hora mas é das meias-horas musicalmente mais intensas que conheço. Não se esqueçam de votar neste concerto, ele merece !
Sim gosto muito deste concerto de Mendelssohn, por coincidência tenho-o no mesmo disco do concerto de Beethoven, no qual votei. sem dúvida que são duas obras entre as quais hesitei, apenas optei pelo meu compositor favorito, afinal tinha de haver um critério.
ResponderEliminarA campanha pelo concerto de Mendelssohn é justa. Eu hesitei entre ele e Beethoven. Mas parece que já ouvi mais o de Mendelssohn e, certamente, por boas razões.
ResponderEliminarMas votem em mais do que um, votem em mais do que um :-) Aqui fazer isso não é batota :-)
ResponderEliminarE, já agora, embora mero conhecedor, o concerto de Shumann (D minor) também ia bem na lista.
ResponderEliminarConheço-o, juntamente com o de Mendelssohn, tocado por Henry Szering... e se gosto.
E, como não é batota, votei de novo.
Gosto de música, não entendo de partitura, de alegros moderados ou no troppo. Tenho apenas ouvido. E essa peça musical me toca de maneira muito especial. Quem compôs ele tem parte com deus ou satanaz. Definitivamente não é deste mundo.
ResponderEliminar