Continuando a nossa análise de compositores do período romântico hoje vamos falar de Bruckner que nasceu na Áustria a 4 de Setembro de 1824 na cidade de Ansfelden. O pai era organista e professor tendo sido o seu primeiro professor. Bruckner desde muito cedo revelou tendências musicais tendo por essa razão ido estudar após o falecimento do pai (1837) para o monastério de St. Florian onde fazia parte do coro. Infelizmente (felizmente para nós) a voz mudou e Bruckner decidiu então seguir a profissão do pai tendo estudado composição e órgão com em Linz com Dürrnberger.
Sendo a família de origem humilde e os salários enquanto organista e professor parcos Bruckner nunca teve uma vida fácil do ponto de vista financeiro. Nesses primeiros anos da sua vida profissional já como organista em St. Florian e em Linz as suas composições foram todas de tipo religioso destinando-se portanto a fazerem parte da liturgia. Nesse tipo de composição Bruckner encontrou sempre grande aceitação.
Porém no que diz respeito as suas sinfonias, as composições pelas quais é hoje mais conhecido foram sempre bastante mal recebidas pela sociedade vienense para onde entretanto se tinha mudado.Para este facto talvez tenha ajudado o facto de se ter tornado entretanto admirador e amigo de Wagner o que obviamente atraiu o ódio dos apoiantes de Brahms.
Nos últimos anos da sua vida à medida que a popularidade de Wagner crescia e que as audiências se iam habituando aos poucos á natureza contemplativa das suas obras o sucesso de Bruckner foi crescendo. Em 1886 o Imperador condecora-o com a ordem Franz-Joseph.
Bruckner faleceu em Viena a 11 de Outubro de 1896. A sua ultima sinfonia (a nona) dedicada a Deus ("dem lieben Gott") demonstra que tinha atingido a paz interior não obstante uma vida dificil e com pouco reconhecimento do seu enorme talento.
Para ilustra o seu estilo e antes de falarmos em maior detalhes de algumas das suas sinfonias, proponho que oiçam o segundo andamento da sétima sinfonia composta num período coincidente com o falecimento do amigo e inspirador Wagner. Poderia escolher um dos muitos maestros que foram responsáveis pela popularidade actual da obra de Bruckner. Como há muito tempo não ouvimos Furtwangler e porque esta versão é sublime aqui fica o adagio da sétima sinfonia de Bruckner em Mi Maior com a sinfónica de Berlim dirigida por Furtwangler numa gravação de 1942.
Parte 1, Parte 2, Parte 3 (já sabem que as sinfonias de Brukner são longas ... ).
Fernando,
ResponderEliminarAgora, com a distância de um século, podemos rir um pouco da rivalidade entre Bruckner e Brahms; e reconhecendo o talento de Bruckner, em abono da verdade, reconhecer também razão aos conservadores vienenses - as sinfonias de Brahms são um bocadinho superiores...
Cá está um compositor que desconheço na totalidade e a descobrir... também é verdade que, por isto, não o posso comparar com Brahms, aquele compositor contemporâneo de que não gosto. Ao contrário de Wagner que admiro.
ResponderEliminarNo que se refere ao adagio gosto.
Um compositor que desconheço...Ãpenas sei que é um pos- wagneriano. Vou tentar conhecer melhor algumas das suas obras mais significativas.
ResponderEliminarJoão Maduro
Como bruckneriano incorrigível, só podia saudar sua referência no seu blog. E é curioso que sou também profundamente apreciador de Brahms. Mais uma prova que os dois não são musicalmente incompatíveis. Aceito todavia que a música de Brucker possa ser demasiado "teológica" e longa !! para ser facilmente apreciada. Não me lembro já onde li que é impossível apreciar uma sinfonia de Brucker sem a ouvir na totalidade... Eu cá talvez tenha tido a sorte de ter ouvido pela primeira vez a sua quarta sinfonia (a mais acessível) e também a maravilhosa gravação da sétima interpretada Eugen Jochum que recomendo.
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