segunda-feira, 25 de abril de 2011

Hoje é dia da Liberdade

Dizia o Homem Aranha que com grandes poderes vêm grandes responsabilidades (bem não sei se é o Homem Aranha ou qualquer outro super-herói mas para o efeito este serve perfeitamente). Com a Liberdade temos efectivamente o maior poder de todos. O poder de escolher.

Com esse poder vêm associada a maior das responsabilidades: Escolher. Não só através do voto (mas também através deste) mas também no nosso dia a dia ao falar com amigos ou colegas. Não serve dizer que não nos interessa ou fingir que não é connosco. Abdicar desse dever é aceitar as trevas e aceitar que um determinado grupo de pessoas, maior ou mais pequeno pode decidir por nós para nós.

No que me diz respeito não me rendo. Nunca me cansarei de explicar que o estado das democracias ocidentais depende exclusivamente da nossa capacidade para pensarmos além dos nossos umbigos e interesses pessoais ou corporativos para pensar um pouco mais no interesse geral do país e do mundo, porque fatalmente haverá pontos de conflito. Momentos em que o nosso interesse pessoal tem de ser subjugado a um interesse maior e colectivo.

O 25 de Abril é isto mesmo. Nem mais nem menos. É não necessitar de heróis ou salvadores da pátria. É tomarmos nós próprios esse desígnio como o nosso e fazermos o que estiver ao nosso alcance por o atingir. Sem desculpas de que não vale a pena tentar. O cinismo ocidental está muito na moda mas não passa de uma boa desculpa para a preguiça.

Anda para aí uma péssima canção dos Deolinda (desculpem a franqueza mas todos os grupos têm direito a um lapso) completamente errada na mensagem que transmite. Também existem alguns grupos de pseudo-rebelião infelizmente mais concentrados em encontrar culpados "eles", "os outros", "a outra geração" do que propriamente em propor soluções, mais interessados em que o "governo" resolva os seus problemas do que utilizar as suas enormes capacidades para o fazer.

Felizmente o mesmo grupo tem uma outra canção bem melhor que ilustra na perfeição a nossa atitude ... Basta seguir a primeira das vozes a maioria do tempo que as coisas hão-de mudar ...

O 25 de Abril é isto ... através da intervenção e do trabalho mudar e melhorar o país. Não é ficar à espera de soluções que caiam do céu. Para já teremos em breve uma boa ocasião para mostrar a nossa atenção. Não a desperdicemos.

5 comentários:

  1. Apoio absolutamente "Hoje é dia da Liberdade", e o pensamento central desta sua crónica é também o meu.

    A minha cidade, o Porto, celebra memória do povo: "Música e Revolução" que é já um dos mais emblemáticos programas regulares da Casa da Música, sempre entre o 25 de abril e o 1º de maio.

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  2. Que ideia errada é que dizes que transmite a música "Parva que sou"? Tenho ouvido barbaridades quanto à interpretação da letra da canção. Não percebem a ironia nem o sentido metafórico da canção. Espero que não seja o teu caso, mas fiquei com a dúvida. "Parva que sou" é uma das canções mais geniais da música portuguesa dos últimos 30 anos, quanto a mim. Pela mensagem, pela força que transmite e pela melodia muito bem construida.

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  3. Bom sara em primeiro lugar deixa-me dizer que sou fã dos Deolinda. Acho que algumas das suas letras são realmente geniais e olha que uso esta palavra com muito cuidado. Em particular com o ultimo disco já demonstraram que são capazes de se reinventar e não eram apenas uma fórmula. Serão caso persistam um caso muito sério na música portuguesa não só do ponto de vista da intervenção como do ponto de vista musical também, por vezes brilhante. Isto dito esta canção não concordo que esteja especialmente bem pensada musicalmente mas pior do que isso não vejo na letra a ironia de que falas. Dizes que transmite força? Mas força para quê exactamente? Mas mais importante do que isso. Sentido metafórico? Sinceramente não estou a ver mas se me puderes explicar agradeço. ironia, metáfora na outra canção deles de que falo neste post sim. Canção infinitamente melhor construída e essa sim com uma mensagem no meu entender correcta. A da canção "que parvo que sou" no que me diz respeito está errada em termos de mensagem porque:
    1) Implicitamente dá a entender que quem estuda tem de ter obrigatoriamente boas condições materiais
    2) Dá a entender que o problema da juventude de hoje é um problema geracional quando na prática estamos perante uma situação que afecta a todos
    3) Ao não concluir com um qualquer chamamento à acção - seja ele qual for - implicitamente dá a entender que a solução tem de vir do céu, que não está dependente de cada um de nós.
    E é isto o que acho errado na letra da canção, mas posso ter lido mal a letra ...

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  4. Olá, Fernando
    Gostaria de convidar você e seus leitores para as comemorações dos dois anos do blog Jazz + Bossa + Baratos Outros:
    www.ericocordeiro.blogspot.com
    Um fraterno abraço!

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  5. Amigo Fernando, estou completamente de acordo contigo na análise que fazes da canção dos "Diolinda", de quem também sou fã, sobretudo pela 3ª razão que apontas (ao não "convidar" à acção, e fico à espera dos argumentos da Sara Mota.
    .
    Abraço tribal, endereçado também à Teresa.

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