Percorreu a net o vídeo deste violinista que respondeu a um toque de telemóvel de uma conhecida marca com uma improvisação sobre o tema. Se não comento sequer a falta de jeito e de chá do espectador já devo louvar a presença de espírito do violinista.
O improviso não é nada mau. Uma reacção optimista e bem disposta que não reparando o mal pelo menos reduz a importância relativa a dimensão do acontecimento. Grave é certo mas não de vida ou morte. Estou seguro que a vergonha sentida pelo prevaricador foi infinitamente superior daquela forma. Os restantes pelo menos ganharam com o humor, perdida que estava a magia do momento ...
A única música que precisa de embalagem é a música de plástico.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Handel Water Music e Music for the Royal Fireworks
Embora tivéssemos já falado neste blog desta suite o post não me satisfaz totalmente e por isso aproveitando o facto de estar a completar a informação referente às 100 músicas clássicas (mais uma e que não é chinesa) vamos voltar a esta obra incluindo também neste post "Music for the Royal Fireworks" que é muitas vezes considerado em conjunto pelo facto de ambos serem especialmente adequados a interpretações ao ar livre.
Estas duas obras (tanto a Water Music como o Royal Fireworks) estão também estreitamente relacionados com o objectivo deste blog e desta lista.
Na verdade na altura em que Handel compôs estes temas o acesso do povo a este tipo de música era praticamente inexistente a não ser nas versões ultra-simplificadas que os músicos de rua reproduziam pelo que ouviam dos seus colegas. A existência destas performances públicas - no sentido que era possível assistir às mesmas qualquer que fosse a sua condição social - era uma ocasião para Handel dar a conhecer a sua arte. Existem razões para acreditar que o compositor tinha efectiva consciência deste facto e que por essa razão procurou nestas obras juntar todo o seu know how. O facto de centenas de milhares de pessoas terem assistido
Começando pela Water Music trata-se de um conjunto que foi aparentemente baseado em três suites que Handel já tinha previamente composto e que adaptou à circunstância do evento. Para saberem absolutamente tudo sobre estes dois concertos incluindo a integração histórica recomendo fortemente a obra do grande maestro Christopher Hogwood especialista em interpretações de época.
Das três suites a primeira HWV 348 em Fá Maior é a mais extensa estando dividida em 11 andamentos que podem ouvir aqui numa interpretação da Orquestra da The Hague Philarmonic Orchestra dirigida por Pierre Boulez (uma gravação de 1966). A segunda e a terceira suite possuem cada uma cinco andamentos.
A segunda obra a que fazemos referência "Music for the Royal Firework" foi estreada a 27 de Abril de 1749 para celebrar o fim da Guerra de Sucessão Austríaca.
Estas duas obras (tanto a Water Music como o Royal Fireworks) estão também estreitamente relacionados com o objectivo deste blog e desta lista.
Na verdade na altura em que Handel compôs estes temas o acesso do povo a este tipo de música era praticamente inexistente a não ser nas versões ultra-simplificadas que os músicos de rua reproduziam pelo que ouviam dos seus colegas. A existência destas performances públicas - no sentido que era possível assistir às mesmas qualquer que fosse a sua condição social - era uma ocasião para Handel dar a conhecer a sua arte. Existem razões para acreditar que o compositor tinha efectiva consciência deste facto e que por essa razão procurou nestas obras juntar todo o seu know how. O facto de centenas de milhares de pessoas terem assistido
Começando pela Water Music trata-se de um conjunto que foi aparentemente baseado em três suites que Handel já tinha previamente composto e que adaptou à circunstância do evento. Para saberem absolutamente tudo sobre estes dois concertos incluindo a integração histórica recomendo fortemente a obra do grande maestro Christopher Hogwood especialista em interpretações de época.
Das três suites a primeira HWV 348 em Fá Maior é a mais extensa estando dividida em 11 andamentos que podem ouvir aqui numa interpretação da Orquestra da The Hague Philarmonic Orchestra dirigida por Pierre Boulez (uma gravação de 1966). A segunda e a terceira suite possuem cada uma cinco andamentos.
A segunda obra a que fazemos referência "Music for the Royal Firework" foi estreada a 27 de Abril de 1749 para celebrar o fim da Guerra de Sucessão Austríaca.
domingo, 29 de janeiro de 2012
Escola Superior de Música de Lisboa no São Luís
Hoje a partir das 16h no Teatro São Luís em Lisboa não percam o 10º Festival da Escola Superior de Música de Lisboa. As entradas são livres (sujeitas à apresentação de bilhete e à lotação da sala). Há concertos e recitais para quase todos os gostos desde o Jazz até ao Canto Lírico.
O ultimo concerto será às 20:30 e nesse estarei ...
O ultimo concerto será às 20:30 e nesse estarei ...
sábado, 28 de janeiro de 2012
Faz hoje seis meses
Faz hoje seis meses e não tenho mais nada para vos dizer, para me dizer. Talvez Bach e Bobby McFerrin tenham ...
Concerto no Salão Nobre da Academia das Ciências (1 de Fevereiro)
Um nosso leitor tinha-nos feito o pedido de divulgação deste concerto. Como sabem a minha resposta a estes pedidos é sempre positiva porque penso que todos os que nos oferecem música ao vivo merecem o nosso apoio incondicional.
Este Concerto de Carnaval pela Orquestra Sinfónica da Guarda Nacional Republicana dirigida por Jean-Sébastien Béreau terá lugar no dia 1 de Fevereiro pelas 19h sendo a entrada livre. O programa consiste em obras dos compositores franceses Francis Poulenc - deux Marches et un intermède e Darius Milhaud - Carnaval de Londres e Carnaval d´Aix e também do Divertissement de Jacques Ibert. Será solista a pianista Ana Telles.
Na Quarta-Feira 1 de Fevereiro às 19h já sabem ... Não se esqueçam que ao vivo é outra coisa !
Este Concerto de Carnaval pela Orquestra Sinfónica da Guarda Nacional Republicana dirigida por Jean-Sébastien Béreau terá lugar no dia 1 de Fevereiro pelas 19h sendo a entrada livre. O programa consiste em obras dos compositores franceses Francis Poulenc - deux Marches et un intermède e Darius Milhaud - Carnaval de Londres e Carnaval d´Aix e também do Divertissement de Jacques Ibert. Será solista a pianista Ana Telles.
Na Quarta-Feira 1 de Fevereiro às 19h já sabem ... Não se esqueçam que ao vivo é outra coisa !
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Noites Venezianas pelo Concerto Moderno
No passado Sábado como vos tinha dito assisti ao Concerto Moderno no São Luís no Jardim de Inverno. Casa cheia o que é sempre bom verificar e uma interpretação das Quatro Estações ao mesmo tempo fiel ao espírito do compositor e original.
A incorporação de obras de Albinoni entre cada um dos quatro concertos e na abertura e a passagem directa dessa obra para a declamação do poema criou um foco de atenção logo no inicio de cada concerto muito interessante. Gostei também das "invenções" de Otto Pereira com algumas inspiradas passagens que contribuíram para o efeito de desvulgarização (passe a expressão) da obra e não é fácil fazer isso com peças que ouvimos tantas e tantas vezes muitas vezes como música de fundo em locais pouco - digamos - relevantes.
Na altura como referi ainda há pouco tempo neste post esta obras foram uma revolução. A interpretação que ouvi no Sábado não o foi mas também não creio que o tenha pretendido. Porém conseguiu isso sim voltar a dar frescura à Primavera, calor ao Verão, angustia ao Outono e frio e calma ao Inverno e só isso não é coisa pouca. Foi muitíssimo bom, não foi de época no sentido literal da palavra mas devolveu a novidade da peça à época ...
Chamava-se este concerto Noites Venezianas e convido-vos a ver aqui algumas fotos que o Maestro César Viana colocou no Facebook. Convido-vos também aos próximos concertos que decorrerão no mesmo local à razão de um por mês. O próximo é já no próximo dia 11 de Fevereiro e tem o lindo nome de Estrela da Manhã.
A incorporação de obras de Albinoni entre cada um dos quatro concertos e na abertura e a passagem directa dessa obra para a declamação do poema criou um foco de atenção logo no inicio de cada concerto muito interessante. Gostei também das "invenções" de Otto Pereira com algumas inspiradas passagens que contribuíram para o efeito de desvulgarização (passe a expressão) da obra e não é fácil fazer isso com peças que ouvimos tantas e tantas vezes muitas vezes como música de fundo em locais pouco - digamos - relevantes.
Na altura como referi ainda há pouco tempo neste post esta obras foram uma revolução. A interpretação que ouvi no Sábado não o foi mas também não creio que o tenha pretendido. Porém conseguiu isso sim voltar a dar frescura à Primavera, calor ao Verão, angustia ao Outono e frio e calma ao Inverno e só isso não é coisa pouca. Foi muitíssimo bom, não foi de época no sentido literal da palavra mas devolveu a novidade da peça à época ...
Chamava-se este concerto Noites Venezianas e convido-vos a ver aqui algumas fotos que o Maestro César Viana colocou no Facebook. Convido-vos também aos próximos concertos que decorrerão no mesmo local à razão de um por mês. O próximo é já no próximo dia 11 de Fevereiro e tem o lindo nome de Estrela da Manhã.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
A Canção e a Ópera em Barcelos
Ultimamente temos felizmente podido fazer por aqui várias recomendações de concertos e de recitais. Desta vez através do Facebook tivemos conhecimento de um recital que terá lugar em Barcelos no Salão Nobre da Câmara Municipal e que se intitula precisamente "A Canção e a Ópera".
A Canção e a Ópera é um programa que explora repertório da criação musical erudita composta ou adaptada para canto e piano. Num misto de estilos e tendências, viaja-se através de diferentes conceitos musicais, através duma das mais bonitas formas de interpretação musical: o canto lírico. A soprano Marina Pacheco e a pianista Olga Amaro apresentam A Canção e a Ópera.
Será no próximo dia 27 de Janeiro às 21:30. Aos meus leitores do norte do país fica o desafio porque como sabem ao Vivo é outra coisa. A entrada é livre sendo o recital patrocinado por Joana Ribeiro - Joalharia, que merece a referência pelo menos por duas razões: A primeira por ter o excelso gosto de patrocinar um evento musical, a segunda porque dedicando-se a uma arte tem a capacidade para patrocinar o gosto por outras formas de expressão: não conheço forma mais pura de respeito.
Não sabemos infelizmente muito mais sobre o recital a não ser o que está escrito na página da câmara:
Será no próximo dia 27 de Janeiro às 21:30. Aos meus leitores do norte do país fica o desafio porque como sabem ao Vivo é outra coisa. A entrada é livre sendo o recital patrocinado por Joana Ribeiro - Joalharia, que merece a referência pelo menos por duas razões: A primeira por ter o excelso gosto de patrocinar um evento musical, a segunda porque dedicando-se a uma arte tem a capacidade para patrocinar o gosto por outras formas de expressão: não conheço forma mais pura de respeito.
domingo, 22 de janeiro de 2012
As Lições dos Jovens Mestres
Os leitores mais atentos poderão ter reparado no comentário no post Concerto Moderno sobre um conjunto de acontecimentos que terão lugar em Sernancelhe, Guarda e Chaves intitulados As Lições dos Jovens Mestres.
Trata-se de um evento inovador que inclui concertos, conversas com o público, Young Classes (um conceito semelhante às Master Classes mas que neste caso por serem jovens pianistas se escolheu apelidar desta forma) e ainda um concurso com a particularidade da votação ser feita pelo público.
O conjunto de iniciativas decorre entre 24 e 30 de Março pelo que voltaremos sem dúvida a falar deste conjunto de iniciativas. Para já fica aqui uma primeira nota e o aviso que esta iniciativa ficará em destaque aqui neste blog.
Trata-se de um evento inovador que inclui concertos, conversas com o público, Young Classes (um conceito semelhante às Master Classes mas que neste caso por serem jovens pianistas se escolheu apelidar desta forma) e ainda um concurso com a particularidade da votação ser feita pelo público.
O conjunto de iniciativas decorre entre 24 e 30 de Março pelo que voltaremos sem dúvida a falar deste conjunto de iniciativas. Para já fica aqui uma primeira nota e o aviso que esta iniciativa ficará em destaque aqui neste blog.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Concerto Moderno
Para quem deseje um programa para Sábado à tarde, mais precisamente ao fim da tarde sugiro que reserve o seu tempo a partir das 18:30 e se desloque até ao São Luís para ouvir o Concerto Moderno com o seu convidado o violinista Otto Pereira numa concerto que incluirá a interpretação das 4 Estações de Vivaldi.
Já sabem que ao vivo é outra coisa por isso ... não percam tempo ... Eu estarei lá!
Já sabem que ao vivo é outra coisa por isso ... não percam tempo ... Eu estarei lá!
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Gustav Leonhardt (1928-2012) - In Memorian
Faleceu ontem dia 17 de Janeiro de 2012 Gustav Leonhardt cravista e especialista em música barroca. Há quem defenda o seu mérito artístico sobretudo pela sua procura da autenticidade e de uma sonoridade mais próxima do som pretendido e usual dos compositores dessa época. Sendo essa uma dos factores que trouxe à música do século XX acredito que o seu contributo transcendeu em muito esse aspecto.
Curiosamente tínhamos falado do grande mestre num dos primeiros posts deste blog ainda em 2007. Com alguns erros à mistura salientados por um dos leitores com outros que passaram incólumes não deixávamos de salientar um dos seus grandes legados: A recuperação de uma perspectiva de época e a integral das cantatas de Bach que gravou com Hannoncourt entre 1971 e 1990.
Assim no que me diz respeito prefiro de longe salientar a sensibilidade musical ímpar que transcende a discussão académica sobre o interesse ou primazia das interpretações de época sobre as restantes. E prefiro-o, embora Gustav Leonhardt não concordasse comigo de certeza, porque acho que as suas interpretações têm valor muito para além dessa dimensão de análise. Curiosamente uma vez o maestro disse: "Se um músico parecer convincente vai parece autêntico por outro lado se procurar ser autêntico dificilmente vai convencer ..."
O estilo de Leonhardt caracterizava-se essencialmente por uma enorme sobriedade, as vezes até criticado por ser demasiado cerebral demasiado frio, pensamos que se confunde a verbalização em folclore gestual com a verdadeira emoção que decorria da forma como pressionava as teclas e nos fazia percorrer a sua musica interior.
Numa entrevista o músico explicou como tinha começado a gostar de cravo:
Initially I was not drawn to the harpsichord - I was faced with it! When I was about ten-years-old, before World War II, my parents, who were not musicians, but were great music lovers, used to play a lot of chamber music with my brother and sister. Almost every night we would play music. Extraordinarily for amateurs at that time, my parents thought that since they sometimes played Telemann and Bach, they should have a harpsichord. So they ordered one, and since I was usually the keyboard man I was put on the harpsichord and played my written-out continuo part - badly, I’m sure, although I don’t now remember much about it. Then during the last year of the War everything in Holland stopped; there was no electricity, no water and we had to hide from the Germans. School was also stopped, which was marvellous for me, the best thing about a year when unimaginable horrors were going on elsewhere in Holland. Our house was in the countryside, so although we were not eating well, we were not suffering the hunger endured by those in the cities. It was then I started to look at our harpsichord with fresh eyes. I became absolutely fascinated by it and started regulating and tuning it all day long. It was then that I developed my desire to be a musician and devote myself to Bach, albeit in a rather naive way. After the War, I told my parents of my wishes, but they wisely made me finish my schooling. My father was a businessman and expected me to go into the business as a director, but my parents were also very liberal and agreed to let me study music. That was in 1947. At that time there was only one institute in Europe where you could study seriously the kind of music I was interested in. That was the Schola Cantorum in Basel, which of course remains today one of the foremost institutes. So I went to Basel for three years, and there laid the foundations for what happened later.
A entrevista (aliás notável) pode ser lida totalmente aqui. Professor notável (penso que dos cravistas actuais haverá poucos que não tenham de alguma forma aprendido com Gustav) não podemos deixar de mencionar também a sua contribuição enquanto musicólogo no estudo de alguns compositores que tinham sido quase totalmente ignorados ou mal entendidos.
Para ilustrar com música este post deixamo-vos com o ultimo concerto deste cravista excepcional que podem ouvir e ver no You Tube no passado dia 12 de Novembro. Escrevo aliás este post ao som desse concerto ... Estou seguro que descansará em paz, a mesma paz lúcida e luminosa que transparece neste vídeo.
Gustav Leonhardt Théâtre des Bouffes du Nord em Paris a 12 de Dezembro de 2011.
Curiosamente tínhamos falado do grande mestre num dos primeiros posts deste blog ainda em 2007. Com alguns erros à mistura salientados por um dos leitores com outros que passaram incólumes não deixávamos de salientar um dos seus grandes legados: A recuperação de uma perspectiva de época e a integral das cantatas de Bach que gravou com Hannoncourt entre 1971 e 1990.
Assim no que me diz respeito prefiro de longe salientar a sensibilidade musical ímpar que transcende a discussão académica sobre o interesse ou primazia das interpretações de época sobre as restantes. E prefiro-o, embora Gustav Leonhardt não concordasse comigo de certeza, porque acho que as suas interpretações têm valor muito para além dessa dimensão de análise. Curiosamente uma vez o maestro disse: "Se um músico parecer convincente vai parece autêntico por outro lado se procurar ser autêntico dificilmente vai convencer ..."
O estilo de Leonhardt caracterizava-se essencialmente por uma enorme sobriedade, as vezes até criticado por ser demasiado cerebral demasiado frio, pensamos que se confunde a verbalização em folclore gestual com a verdadeira emoção que decorria da forma como pressionava as teclas e nos fazia percorrer a sua musica interior.
Numa entrevista o músico explicou como tinha começado a gostar de cravo:
Initially I was not drawn to the harpsichord - I was faced with it! When I was about ten-years-old, before World War II, my parents, who were not musicians, but were great music lovers, used to play a lot of chamber music with my brother and sister. Almost every night we would play music. Extraordinarily for amateurs at that time, my parents thought that since they sometimes played Telemann and Bach, they should have a harpsichord. So they ordered one, and since I was usually the keyboard man I was put on the harpsichord and played my written-out continuo part - badly, I’m sure, although I don’t now remember much about it. Then during the last year of the War everything in Holland stopped; there was no electricity, no water and we had to hide from the Germans. School was also stopped, which was marvellous for me, the best thing about a year when unimaginable horrors were going on elsewhere in Holland. Our house was in the countryside, so although we were not eating well, we were not suffering the hunger endured by those in the cities. It was then I started to look at our harpsichord with fresh eyes. I became absolutely fascinated by it and started regulating and tuning it all day long. It was then that I developed my desire to be a musician and devote myself to Bach, albeit in a rather naive way. After the War, I told my parents of my wishes, but they wisely made me finish my schooling. My father was a businessman and expected me to go into the business as a director, but my parents were also very liberal and agreed to let me study music. That was in 1947. At that time there was only one institute in Europe where you could study seriously the kind of music I was interested in. That was the Schola Cantorum in Basel, which of course remains today one of the foremost institutes. So I went to Basel for three years, and there laid the foundations for what happened later.
A entrevista (aliás notável) pode ser lida totalmente aqui. Professor notável (penso que dos cravistas actuais haverá poucos que não tenham de alguma forma aprendido com Gustav) não podemos deixar de mencionar também a sua contribuição enquanto musicólogo no estudo de alguns compositores que tinham sido quase totalmente ignorados ou mal entendidos.
Para ilustrar com música este post deixamo-vos com o ultimo concerto deste cravista excepcional que podem ouvir e ver no You Tube no passado dia 12 de Novembro. Escrevo aliás este post ao som desse concerto ... Estou seguro que descansará em paz, a mesma paz lúcida e luminosa que transparece neste vídeo.
Gustav Leonhardt Théâtre des Bouffes du Nord em Paris a 12 de Dezembro de 2011.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Wikipedia e Google em "Blackout"
Nos Estados Unidos hoje a Wikipedia e o Google estão em blackout em protesto contra os projectos de lei SOPA e PIPA. Este post vem na sequência do anterior e representa um posicionamento do autor (e sublinho o autor) deste blog contra legislação cujo objectivo é cercear a liberdade que a Internet nos proporciona sobre as mais esfarrapadas desculpas de protecção de um direito que é na sua essência legitimo.
Podem acreditar que a Internet é como é hoje porque os meios de comunicação social tradicionais e os poderes que os regulam e controlam, os mesmos que permitem que nos digam disparates o dia inteiro, os mesmos que nos tomam por idiotas, os mesmos que persistem em apresentar os factos apenas sobre o prisma que dá mais jeito aos seus donos estavam distraídos. Se não estivessem teríamos a internet subjugada e servil.
Hoje digo-vos que tenho mais e melhor informação, verdadeira informação, verdadeira opinião - de direita de esquerda, do centro - de todas as cores e feitios - na net do que nesses órgãos de comunicação. Não é por acaso que Murdoch se revolta contra o Google. É o controlo que o preocupa o facto de não o poder comprar.
O direito dos autores, o direito da propriedade intelectual deve ser defendido é verdade e como sabem também sou em absoluto contra a pirataria. Deve ser defendido mas não contra a liberdade de expressão. Leiam a página da Wikipedia que explica tudo o que há a saber.
Podem acreditar que a Internet é como é hoje porque os meios de comunicação social tradicionais e os poderes que os regulam e controlam, os mesmos que permitem que nos digam disparates o dia inteiro, os mesmos que nos tomam por idiotas, os mesmos que persistem em apresentar os factos apenas sobre o prisma que dá mais jeito aos seus donos estavam distraídos. Se não estivessem teríamos a internet subjugada e servil.
Hoje digo-vos que tenho mais e melhor informação, verdadeira informação, verdadeira opinião - de direita de esquerda, do centro - de todas as cores e feitios - na net do que nesses órgãos de comunicação. Não é por acaso que Murdoch se revolta contra o Google. É o controlo que o preocupa o facto de não o poder comprar.
O direito dos autores, o direito da propriedade intelectual deve ser defendido é verdade e como sabem também sou em absoluto contra a pirataria. Deve ser defendido mas não contra a liberdade de expressão. Leiam a página da Wikipedia que explica tudo o que há a saber.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
O Projecto Lei PL118 - A defesa do direito da industria à sobrevivência
Tinha pensado que não iria falar disto mas depois de hoje ter lido algumas das implicações deste projecto não posso deixar de comentar e de vos incitar a informarem-se sobre o que está em causa.
Em primeiro lugar, os leitores deste blog sabem que não defendo a pirataria. Sabem que defendo que se comprem os CDs e DVDs e/ou as respectivas músicas em formato digital. No que me diz respeito compro religiosamente as mesmas no ITunes ou em outras lojas virtuais. Compro também de tempos a tempos CDs e DVDs em lojas físicas embora muito menos. A razão para isso já a expus em outros locais mas fundamentalmente está relacionada com o valor que esses produtos efectivamente têm face ao seu preço. O verdadeiro problema que a industria (e sublinho industria, não a arte ou os artistas) teima em não reconhecer.
Este projecto de decreto lei como podem ler redefine uma lei já existente e procura e cito "reforçar o legítimo interesse dos diversos titulares de direitos abrangidos pelo regime normalmente designado por “cópia privada”, mediante a criação de condições que garantam a percepção de uma compensação equitativa pela reprodução de obras intelectuais, prestações e produtos legalmente protegidos". O interesse dos autores é legitimo já se a SPA os representa seria outra história embora o paragrafo anterior deixe antever o que penso do assunto.
O decreto lei no essencial fixa valores a ser pagos por discos, cartões de memória, pens, ... sobre o argumento que podem ser utilizados para copiar obras protegidas por direitos de autor. Esta presunção de utilização já por si perfeitamente descabida (é escusado dizerem-me que é feita em outras áreas, outros países ou outros contextos porque isso apenas prova que se repete o erro e nas sábias palavras de Descartes se Errar é Humano perseverar no erro é obra do diabo) é ainda agravada por erros técnicos gravíssimos que tornarão esta lei obsoleta em meia dúzia de meses - ou o que é pior - impedirão na prática a comercialização de alguns tipos de dispositivos em Portugal (o erro está relacionado com a forma de taxação da capacidade que é perfeitamente ridícula e obviamente se baseia no pressuposto que quanto mais capacidade mais obras se pode manter em cópia).
Importa pouco ao legislador perceber se o que está a ser armazenado é efectivamente sujeito a direito (o cumulo do ridículo é que um cartão de memória colocado numa máquina fotográfica pagará imposto!) porque diz-se é impossível controlar essa utilização. Pois graças a Deus que é efectivamente impossível porque senão nem sei o que inventariam mas já estou a ver que não falta vontade de uma versão digital da policia do Fahrenheit 451.
Eu que sou autor, que compro legitimamente as minhas musicas que faço backup das mesmas vou ser taxado três vezes. Diz o legislador que esse custo será suportado pelo retalho ou pelos fabricantes. Deixem-me rir. Não só em alguns produtos isso é matematicamente impossível (e pelo que expus à pouco rapidamente vai atingir o ponto da inviabilidade) como ainda por cima a taxa é aplicada ANTES do IVA pelo que o estado arrecada mais 23% do montante da taxa, habilidoso não? Esse custo é de certeza suportado pelo consumidor. Uma impressora de jacto de tinta multifunções (basta ter duas - impressão e fax por exemplo) €7 a mais? Porque posso imprimir ou fazer scans ????? Até 17 Kg apenas porque se for mais aí vai para uma categoria diferente onde obviamente será ainda mais taxada. Deixem-me ir a uma loja online só para verificar uma coisa. Multifunções começam a €40 portanto €7 são mais 18% ... Calculos idênticos em discos podem dar acréscimos de custo de 50% ou mais (e isto agora sem fazer a previsão do lógico crescimento das capacidades dos mesmos e redução do custo por TB unitário).
Por fim se a lei contribuísse em alguma coisa para a cultura em Portugal, para a defesa do legitimo direito dos autores eu ainda poderia contemplar a hipótese de dizer: Ok, são mais uns Euros que ficam como uma doação, uma espécie de mecenato, afinal de contas eu faço uma doação anual para a Wikipedia porque não também para os autores portugueses. Mas desenganem-se os que assim pensam. Esta lei não defende autores, defende industrias e essas há muito que não têm nada a ver com os mesmos e muito menos com as respectivas artes de que se outorgam o direito de defesa como se sem eles não existisse música ou músicos, cinema ou cineastas, literatura ou escritores, pintores ou pintura.
Acredito que os grandes vultos que no final do século XIX criaram estas sociedades um pouco por todo o mundo vissem o que agora andam a fazer dariam uma volta completa na tumba. Um deles tenho a certeza que reescreveria o Carnaval dos Animais para incluir outra espécie.
Recomendo-vos fortemente que leiam o Blog Jonasnut que contém a compilação de tudo o que há a saber sobre o assunto e muito democraticamente expõe em muitos casos a tese e antítese. No que me diz respeito já resolvi o que penso acerca deste projecto de lei: Simpaticamente diria que é um pouco mau demais para ser verdade.
Uma decreto lei injustificável sobre o pronto de vista da filosofia e do principio do mesmo e para acréscimo mal pensado. Como digo sempre quando me querem justificar a bondade de um caminho pela bondade do fim a que se destina fico logo com o pé atrás. É que me ensinaram que os fins nunca justificam os meios.
Em primeiro lugar, os leitores deste blog sabem que não defendo a pirataria. Sabem que defendo que se comprem os CDs e DVDs e/ou as respectivas músicas em formato digital. No que me diz respeito compro religiosamente as mesmas no ITunes ou em outras lojas virtuais. Compro também de tempos a tempos CDs e DVDs em lojas físicas embora muito menos. A razão para isso já a expus em outros locais mas fundamentalmente está relacionada com o valor que esses produtos efectivamente têm face ao seu preço. O verdadeiro problema que a industria (e sublinho industria, não a arte ou os artistas) teima em não reconhecer.
Este projecto de decreto lei como podem ler redefine uma lei já existente e procura e cito "reforçar o legítimo interesse dos diversos titulares de direitos abrangidos pelo regime normalmente designado por “cópia privada”, mediante a criação de condições que garantam a percepção de uma compensação equitativa pela reprodução de obras intelectuais, prestações e produtos legalmente protegidos". O interesse dos autores é legitimo já se a SPA os representa seria outra história embora o paragrafo anterior deixe antever o que penso do assunto.
O decreto lei no essencial fixa valores a ser pagos por discos, cartões de memória, pens, ... sobre o argumento que podem ser utilizados para copiar obras protegidas por direitos de autor. Esta presunção de utilização já por si perfeitamente descabida (é escusado dizerem-me que é feita em outras áreas, outros países ou outros contextos porque isso apenas prova que se repete o erro e nas sábias palavras de Descartes se Errar é Humano perseverar no erro é obra do diabo) é ainda agravada por erros técnicos gravíssimos que tornarão esta lei obsoleta em meia dúzia de meses - ou o que é pior - impedirão na prática a comercialização de alguns tipos de dispositivos em Portugal (o erro está relacionado com a forma de taxação da capacidade que é perfeitamente ridícula e obviamente se baseia no pressuposto que quanto mais capacidade mais obras se pode manter em cópia).
Importa pouco ao legislador perceber se o que está a ser armazenado é efectivamente sujeito a direito (o cumulo do ridículo é que um cartão de memória colocado numa máquina fotográfica pagará imposto!) porque diz-se é impossível controlar essa utilização. Pois graças a Deus que é efectivamente impossível porque senão nem sei o que inventariam mas já estou a ver que não falta vontade de uma versão digital da policia do Fahrenheit 451.
Eu que sou autor, que compro legitimamente as minhas musicas que faço backup das mesmas vou ser taxado três vezes. Diz o legislador que esse custo será suportado pelo retalho ou pelos fabricantes. Deixem-me rir. Não só em alguns produtos isso é matematicamente impossível (e pelo que expus à pouco rapidamente vai atingir o ponto da inviabilidade) como ainda por cima a taxa é aplicada ANTES do IVA pelo que o estado arrecada mais 23% do montante da taxa, habilidoso não? Esse custo é de certeza suportado pelo consumidor. Uma impressora de jacto de tinta multifunções (basta ter duas - impressão e fax por exemplo) €7 a mais? Porque posso imprimir ou fazer scans ????? Até 17 Kg apenas porque se for mais aí vai para uma categoria diferente onde obviamente será ainda mais taxada. Deixem-me ir a uma loja online só para verificar uma coisa. Multifunções começam a €40 portanto €7 são mais 18% ... Calculos idênticos em discos podem dar acréscimos de custo de 50% ou mais (e isto agora sem fazer a previsão do lógico crescimento das capacidades dos mesmos e redução do custo por TB unitário).
Por fim se a lei contribuísse em alguma coisa para a cultura em Portugal, para a defesa do legitimo direito dos autores eu ainda poderia contemplar a hipótese de dizer: Ok, são mais uns Euros que ficam como uma doação, uma espécie de mecenato, afinal de contas eu faço uma doação anual para a Wikipedia porque não também para os autores portugueses. Mas desenganem-se os que assim pensam. Esta lei não defende autores, defende industrias e essas há muito que não têm nada a ver com os mesmos e muito menos com as respectivas artes de que se outorgam o direito de defesa como se sem eles não existisse música ou músicos, cinema ou cineastas, literatura ou escritores, pintores ou pintura.
Acredito que os grandes vultos que no final do século XIX criaram estas sociedades um pouco por todo o mundo vissem o que agora andam a fazer dariam uma volta completa na tumba. Um deles tenho a certeza que reescreveria o Carnaval dos Animais para incluir outra espécie.
Recomendo-vos fortemente que leiam o Blog Jonasnut que contém a compilação de tudo o que há a saber sobre o assunto e muito democraticamente expõe em muitos casos a tese e antítese. No que me diz respeito já resolvi o que penso acerca deste projecto de lei: Simpaticamente diria que é um pouco mau demais para ser verdade.
Uma decreto lei injustificável sobre o pronto de vista da filosofia e do principio do mesmo e para acréscimo mal pensado. Como digo sempre quando me querem justificar a bondade de um caminho pela bondade do fim a que se destina fico logo com o pé atrás. É que me ensinaram que os fins nunca justificam os meios.
Diz que não gosta de música clássica a votação
Pois é caros leitores o nosso blog está a votação para blog do ano na categoria de música no concurso de Blogs promovido pelo Aventar. Como não deixamos de gostar de uma sã disputa convidamos os nossos leitores a darem uma vista de olhos à lista e a votarem em uma ou mais categorias.
Na categoria de música enfim espero que votem bem (em consciência mas bem ;-)) e mais não digo ...
Na categoria de música enfim espero que votem bem (em consciência mas bem ;-)) e mais não digo ...
domingo, 15 de janeiro de 2012
Lavoisier
Dizia Lavoisier que na natureza nada se perde tudo se transforma. Neste blog acreditamos que pelo menos nada se deve perder e como tal vamos abrir aqui uma das nossas excepções para falar de música que não é "clássica".
Fomos ontem à noite ouvir na Fábrica da Pólvora (a propósito um local que se recomenda em absoluto) um grupo composto por dois jovens músicos precisamente chamados Lavoisier e precisamente pela razão que apresentamos, o que desde logo nos encantou. Gostamos ainda mais de os ouvir falar da recolha de música popular de Fernando Lopes Graça e a partir daí o nosso coração estava conquistado.
Na verdade a recuperação que estes jovens fazem de temas populares portugueses (de cantos de trabalho e outros) é verdadeiramente notável. Notável não só pela originalidade, pela qualidade vocal e instrumental mas sobretudo (e é o mais importante) pela emoção que conseguem transmitir à audiência. Mesmo a "vulgar" Machadinha (sim é mesmo o que estão a pensar e sim tiveram a "coragem" de a interpretar) ganha uma dimensão diferente que não consigo qualificar: Que nos leva directamente para uma Portugalidade profunda mas sem ser pela porta do passado ou da saudade; é para o futuro que se dirigem.
E é para futuro porque como também nos confessaram bebem (ou comem como referiram) em outras culturas. E fazem-no bem porque ouvi uma versão de uma canção do Milton Nascimento que já ouvi centenas de vezes cantada pela Elis Regina e digo-vos que o que ouvi não ficou nada a dever a essa interpretação.
Como sempre neste blog (ou quase sempre) tem que existir música para ilustrar o que vos digo e por isso neste caso vos proponho uma das minhas preferida da noite: Senhora do Almurtão (da outra infelizmente não encontro gravação mas a versão que ouvi de Vala, Vala, Vala é simplesmente transcendental).
Apontem assim o vosso browser para aqui e oiçam logo a primeira faixa ...
Ainda a propósito destes jovens deixem-me só repetir-vos o que vem escrito no booklet do disco (ainda artesanal infelizmente - infelizmente note-se não pela produção mas porque mereciam ser editados ... ). O que vos vou repetir é o texto de Fernando Lopes Graça
"Porque amamos nós a nossa canção popular e porque entendemos que a devem amar os portugueses? Em primeiro lugar porque é bela. No entanto forçoso reconhecê-lo, a sua beleza, a sua indiscutível qualidade estética está ainda a bem dizer por descobrir, e não é nos espécimes correntemente tidos e apreciados na cidade como típicos e representativos do nosso folclore que podemos descobrir essa beleza essa qualidade estética".
Pois bem sabe bem dizer que está agora Lopes Graça "enganado", pois agora é possível descobri-lo mesmo na cidade ...
Fomos ontem à noite ouvir na Fábrica da Pólvora (a propósito um local que se recomenda em absoluto) um grupo composto por dois jovens músicos precisamente chamados Lavoisier e precisamente pela razão que apresentamos, o que desde logo nos encantou. Gostamos ainda mais de os ouvir falar da recolha de música popular de Fernando Lopes Graça e a partir daí o nosso coração estava conquistado.
Na verdade a recuperação que estes jovens fazem de temas populares portugueses (de cantos de trabalho e outros) é verdadeiramente notável. Notável não só pela originalidade, pela qualidade vocal e instrumental mas sobretudo (e é o mais importante) pela emoção que conseguem transmitir à audiência. Mesmo a "vulgar" Machadinha (sim é mesmo o que estão a pensar e sim tiveram a "coragem" de a interpretar) ganha uma dimensão diferente que não consigo qualificar: Que nos leva directamente para uma Portugalidade profunda mas sem ser pela porta do passado ou da saudade; é para o futuro que se dirigem.
E é para futuro porque como também nos confessaram bebem (ou comem como referiram) em outras culturas. E fazem-no bem porque ouvi uma versão de uma canção do Milton Nascimento que já ouvi centenas de vezes cantada pela Elis Regina e digo-vos que o que ouvi não ficou nada a dever a essa interpretação.
Como sempre neste blog (ou quase sempre) tem que existir música para ilustrar o que vos digo e por isso neste caso vos proponho uma das minhas preferida da noite: Senhora do Almurtão (da outra infelizmente não encontro gravação mas a versão que ouvi de Vala, Vala, Vala é simplesmente transcendental).
Apontem assim o vosso browser para aqui e oiçam logo a primeira faixa ...
Ainda a propósito destes jovens deixem-me só repetir-vos o que vem escrito no booklet do disco (ainda artesanal infelizmente - infelizmente note-se não pela produção mas porque mereciam ser editados ... ). O que vos vou repetir é o texto de Fernando Lopes Graça
"Porque amamos nós a nossa canção popular e porque entendemos que a devem amar os portugueses? Em primeiro lugar porque é bela. No entanto forçoso reconhecê-lo, a sua beleza, a sua indiscutível qualidade estética está ainda a bem dizer por descobrir, e não é nos espécimes correntemente tidos e apreciados na cidade como típicos e representativos do nosso folclore que podemos descobrir essa beleza essa qualidade estética".
Pois bem sabe bem dizer que está agora Lopes Graça "enganado", pois agora é possível descobri-lo mesmo na cidade ...
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
As 4 Estações de Vivaldi - Lista de 100 Obras
Temos vindo a actualizar a nossa lista das 100 composições de música clássica que recomendamos para quem quiser começar a ouvir este género de música. É bom frisar que esse tem sido sempre o objectivo deste blog e que por essa razão as nossas selecções são muitas vezes motivadas por critérios de "acessibilidade" que são obviamente subjectivos.
Já acusaram estas minhas listas de serem ridículas, banais ou outras coisas piores. Na realidade isso importa-me pouco porque respeitando o critério que me fixei acho que fazem sentido - passe a falta de modéstia.
No que diz respeito às Quatro Estações de Vivaldi já falamos abundantemente delas ao longo dos 4 anos e alguns meses deste blog.
No entanto como estes posts não estavam referenciados na respectiva lista aqui fica a indexação feita que espero ser útil para quem queira ouvir esta obra de referência do período barroco. Uma obra que de tantas vezes interpretada nos parece por vezes banal ... mas tal como o Estro Armónico de que falamos antes também aqui a inovação está presente sobre a forma da primeira música programática. Bem não será a primeira mas será sem dúvida a primeira vez que uma música abstracta foi concebida com a pretensão de representação de fenómenos ou sentimentos concretos.
Aproveitei também a ocasião para substituir alguns dos links de obras que entretanto foram retiradas do You Tube (possivelmente por restrições relativas ao copyright - um disparate mas enfim ...).
Por fim no fim deste post farei uma sugestão de algumas interpretações de referência desta obra que passarão também a estar disponíveis na caixa de sugestões da Amazon para quem as desejar adquirir.
Falamos então das várias estações nestes posts: Primavera, Verão, Outono, Inverno.
Para quem quiser ler os poemas em português também os traduzimos: Aqui .
Por fim como prometido quanto a interpretações de referência enfim nem sei como vos explicar a escolha é tanta entre interpretações de época mais ou menos "fieis" (como já explicamos não ligamos muito a isso) e outras com orquestras mais "poderosas" que ficamos bastante indecisos. Pensamos que devemos escolher uma Orquestra de Época simplesmente porque é mais provável que já tenham ouvido ou venham a ouvir uma interpretação mais "convencional". Entre essas depois de alguma consulta resolvemos propor a Orquestra Concerto Italiano dirigida por Rinaldi Allesandrini.
Já acusaram estas minhas listas de serem ridículas, banais ou outras coisas piores. Na realidade isso importa-me pouco porque respeitando o critério que me fixei acho que fazem sentido - passe a falta de modéstia.
No que diz respeito às Quatro Estações de Vivaldi já falamos abundantemente delas ao longo dos 4 anos e alguns meses deste blog.
No entanto como estes posts não estavam referenciados na respectiva lista aqui fica a indexação feita que espero ser útil para quem queira ouvir esta obra de referência do período barroco. Uma obra que de tantas vezes interpretada nos parece por vezes banal ... mas tal como o Estro Armónico de que falamos antes também aqui a inovação está presente sobre a forma da primeira música programática. Bem não será a primeira mas será sem dúvida a primeira vez que uma música abstracta foi concebida com a pretensão de representação de fenómenos ou sentimentos concretos.
Aproveitei também a ocasião para substituir alguns dos links de obras que entretanto foram retiradas do You Tube (possivelmente por restrições relativas ao copyright - um disparate mas enfim ...).
Por fim no fim deste post farei uma sugestão de algumas interpretações de referência desta obra que passarão também a estar disponíveis na caixa de sugestões da Amazon para quem as desejar adquirir.
Falamos então das várias estações nestes posts: Primavera, Verão, Outono, Inverno.
Para quem quiser ler os poemas em português também os traduzimos: Aqui .
Por fim como prometido quanto a interpretações de referência enfim nem sei como vos explicar a escolha é tanta entre interpretações de época mais ou menos "fieis" (como já explicamos não ligamos muito a isso) e outras com orquestras mais "poderosas" que ficamos bastante indecisos. Pensamos que devemos escolher uma Orquestra de Época simplesmente porque é mais provável que já tenham ouvido ou venham a ouvir uma interpretação mais "convencional". Entre essas depois de alguma consulta resolvemos propor a Orquestra Concerto Italiano dirigida por Rinaldi Allesandrini.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
L´ Estro Armonico (Vivaldi)
Embora já tivéssemos abordado esta obra aqui na verdade foi na altura um mero apontamento sem grande explicação da importância da obra.
Esta obra, a terceira obra publicada de Vivaldi (Op. 3) é considerada uma das mais relevantes publicações do século XVIII (a obra foi publicada em 1711). É relevante sabermos que dos concertos de Vivaldi que Bach transcreveu para piano seis são desta série. A tradução do titulo da obra não é fácil ficando algo entre Inspiração Harmónica ou Inspiração Harmoniosa não sei qual das duas formas será melhor
Foi uma obra que no século XVIII surpreendeu o publico pela sua inovação. Claro que hoje habituados que estamos às Quatro Estações (cronologicamente posteriores a estes concertos) esse efeito de surpresa já não se consegue registar. Convém no entanto notar e registar a inovação sobretudo num compositor como Vivaldi tantas e tantas vezes injustamente diminuído na sua importância nomeadamente relativamente a Bach. Este trabalho na altura inspirou literalmente centenas de imitações.
Os 12 concertos têm formas relativamente homogéneas a maioria deles sendo no formato que se viria a tornar canónico com três andamentos na sucessão rápido-lento-rápida (há apenas três que seguem uma forma mais tradicional e mais próxima do concerto grosso). No seu conjunto são obras curtas com cerca de 10 minutos cada uma. Procurei na lista dos concertos dar-vos várias interpretações possíveis umas mais modernas outras procurando preservar o "espírito da época". No fim recomendarei duas mas para já oiçam os vários concertos porque estes merecem.
Proponho-vos ainda antes da minha recomendação que oiçam a Filarmónica de Berlin dirigida por Karajan para perceberem como o efeito da interpretação e mesmo da dimensão da Orquestra pode mudar uma obra (mudar não significa destruir mas antes recriar, nada de errado nisso).
Confesso que para estes concertos prefiro uma orquestra mais pequena, penso que o diálogo resulta mais claro e espontâneo dessa forma. Dos vários agrupamentos que vos mostrei nesta lista há vários excelentes exemplos. Embora goste muito do Il Giardini Armonico a escolha que vos proponho para esta obra é a Academy of Ancient Music dirigida por Christopher Hogwood mas não deixem que este vos prenda a apenas essa visão, explorem porque porventura poderão encontrar uma outra que prefiram. A música de Época tem piada na sua Época ... Fora de brincadeira obviamente é interessante a reconstrução histórica e é uma das formas em que faz sentido ouvir mas não é a única, por isso reitero: Explorem !
Esta obra, a terceira obra publicada de Vivaldi (Op. 3) é considerada uma das mais relevantes publicações do século XVIII (a obra foi publicada em 1711). É relevante sabermos que dos concertos de Vivaldi que Bach transcreveu para piano seis são desta série. A tradução do titulo da obra não é fácil ficando algo entre Inspiração Harmónica ou Inspiração Harmoniosa não sei qual das duas formas será melhor
Foi uma obra que no século XVIII surpreendeu o publico pela sua inovação. Claro que hoje habituados que estamos às Quatro Estações (cronologicamente posteriores a estes concertos) esse efeito de surpresa já não se consegue registar. Convém no entanto notar e registar a inovação sobretudo num compositor como Vivaldi tantas e tantas vezes injustamente diminuído na sua importância nomeadamente relativamente a Bach. Este trabalho na altura inspirou literalmente centenas de imitações.
Os 12 concertos têm formas relativamente homogéneas a maioria deles sendo no formato que se viria a tornar canónico com três andamentos na sucessão rápido-lento-rápida (há apenas três que seguem uma forma mais tradicional e mais próxima do concerto grosso). No seu conjunto são obras curtas com cerca de 10 minutos cada uma. Procurei na lista dos concertos dar-vos várias interpretações possíveis umas mais modernas outras procurando preservar o "espírito da época". No fim recomendarei duas mas para já oiçam os vários concertos porque estes merecem.
- Concerto Nº 1 (Três Andamentos) : Concerto para 4 violinos em Ré.
- Concerto Nº 2 (Quatro Andamentos) : Concerto para 2 Violinos e Violoncelos em Sol. Interpretação de Il Concerto Italiano dirigido por Rinaldo Alessandrini
- Concerto Nº 3 (Três Andamentos): Concerto para violino em Sol. Interpretação da Academy of Ancient Music dirigida por Christopher Hogwood
- Concerto Nº 4 (Quatro Andamentos) : Concerto para 4 Violinos em Mi. Interpretação Europa Galante dirigida por Fábio Biondi
- Concerto Nº 5 (Três Andamentos) : Duplo Concerto para Violino em Lá. Interpretação da Academy of St. Martin in the Fields dirigida por Neville Marriner
- Concerto Nº 6 (Três Andamentos): Concerto para Violino em Lá. Interpretação da Tafelmusik dirigida por Jeanne Lamon. Este concerto confesso-vos que é para mim especial. Particularmente porque como todos os familiares de quem teve alguém na família que aprendeu violino devo ter ouvido este concerto mais de uma centena de vezes (pelo menos o primeiro andamento). Mais ainda na altura era capaz de seguir na pauta o dito. Escolhi esta interpretação porque pela sua diferença consegue devolver a este concerto toda a sua frescura. O problema canónico das peças que fazem parte do reportório de aprendizagem :-).
- Concerto Nº 7 (5 Andamentos) : Concerto para 4 violinos e Violoncelo em Fá. Neste caso um Ensemble de que não conheço o nome.
- Concerto Nº8 (3 Andamentos) : Duplo Concerto para Violino. Voltamos à Europa Galante e Fábio Biondi. Este também é um daqueles que já ouvi uma centena de vezes.
- Concerto Nº 9 (3 Andamentos) : Concerto para Violino em Ré. Agora a interpretação é de um grupo de música de câmara Polaco: A Orquestra de Câmara da Academia de Cracóvia.
- Concerto Nº 10 (3 Andamentos): Concerto para 4 violinos e Violoncelo. Possivelmente o meu preferido mesmo sendo também um dos tais que já quase conheço de cor. Il Giardino Armonico dirigido por Giovanni Antonini.
- Concerto Nº11 (3 Andamentos) : Concerto para dois violinos e violoncelo. Interpretação pela Accademia Bizantina dirigida por Octavio Dantone.
- Concerto Nº 12 (3 Andamentos) : Concerto para Violino em Mi. Interpretação pela Orchestra CONCERTO dirigida por Roberto Gini, solista Cinzia Barbagelata (violino).
Proponho-vos ainda antes da minha recomendação que oiçam a Filarmónica de Berlin dirigida por Karajan para perceberem como o efeito da interpretação e mesmo da dimensão da Orquestra pode mudar uma obra (mudar não significa destruir mas antes recriar, nada de errado nisso).
Confesso que para estes concertos prefiro uma orquestra mais pequena, penso que o diálogo resulta mais claro e espontâneo dessa forma. Dos vários agrupamentos que vos mostrei nesta lista há vários excelentes exemplos. Embora goste muito do Il Giardini Armonico a escolha que vos proponho para esta obra é a Academy of Ancient Music dirigida por Christopher Hogwood mas não deixem que este vos prenda a apenas essa visão, explorem porque porventura poderão encontrar uma outra que prefiram. A música de Época tem piada na sua Época ... Fora de brincadeira obviamente é interessante a reconstrução histórica e é uma das formas em que faz sentido ouvir mas não é a única, por isso reitero: Explorem !
sábado, 7 de janeiro de 2012
Faleceu Pedro Osório (1939-2012)
Pedro Osório faleceu ontem vitima de doença prolongada, não foi por isso surpresa o triste evento. Esse facto não deixa no entanto que uma notícia como esta nos provoque um enorme sentimento de perda.
Alguns de vós poderão estranhar neste blog falar-se aqui de um maestro que normalmente não é associado à música clássica.
Porém a verdade é que mesmo que o anterior facto fosse baseado em factos (que não é) Pedro Osório só pela intervenção que teve na música popular portuguesa mereceria sem dúvida esta nota.
Sucederam-se (e justamente) na net e na Blogosfera homenagens ao músico nascido na invicta cidade do Porto em 1939. Este post será assim apenas mais uma dessas inúmeras homenagens que como é costume não poderia deixar de ser com música.
Escolhi para o efeito do seu ultimo disco, Canções da Babilónia "Beijo do Sol"
De resto aprendemos que o Maestro admirava muito Bach e Carlos Seixas e que estava a transcrever as Sonatas deste ultimo compositor para cordas tendo infelizmente deixado esse trabalho incompleto. Esperemos ouvir um dia o que já estava completo, creio que seria uma das mais justas homenagens.
Para quem quer recordar o Maestro posso recomendar o site pessoal em particular (pode parecer desadequado neste momento mas pelo que sei da pessoa acredito que seria assim que gostaria de ser relembrado) a secção de anedotas que como diz "As anedotas de músicos são uma saudável demonstração de espírito de classe". Como se diz nessa compilação numa das anedotas:
Uma criança diz para a mãe: “Mamã, quando crescer quero ser músico”. Responde a mãe: “Querido, tens de escolher entre as duas coisas”.
Pedro Osório felizmente escolheu permanecer criança. Quando chegar ao céu estou certo que no diálogo com Bernstein, Karajan e Furtwangler terá alguma coisa para acrescentar (referência a uma das outras anedotas que não vou contar, quero mesmo que vão ao site).
Que descanse em paz.
Alguns de vós poderão estranhar neste blog falar-se aqui de um maestro que normalmente não é associado à música clássica.
Porém a verdade é que mesmo que o anterior facto fosse baseado em factos (que não é) Pedro Osório só pela intervenção que teve na música popular portuguesa mereceria sem dúvida esta nota.
Sucederam-se (e justamente) na net e na Blogosfera homenagens ao músico nascido na invicta cidade do Porto em 1939. Este post será assim apenas mais uma dessas inúmeras homenagens que como é costume não poderia deixar de ser com música.
Escolhi para o efeito do seu ultimo disco, Canções da Babilónia "Beijo do Sol"
De resto aprendemos que o Maestro admirava muito Bach e Carlos Seixas e que estava a transcrever as Sonatas deste ultimo compositor para cordas tendo infelizmente deixado esse trabalho incompleto. Esperemos ouvir um dia o que já estava completo, creio que seria uma das mais justas homenagens.
Para quem quer recordar o Maestro posso recomendar o site pessoal em particular (pode parecer desadequado neste momento mas pelo que sei da pessoa acredito que seria assim que gostaria de ser relembrado) a secção de anedotas que como diz "As anedotas de músicos são uma saudável demonstração de espírito de classe". Como se diz nessa compilação numa das anedotas:
Uma criança diz para a mãe: “Mamã, quando crescer quero ser músico”. Responde a mãe: “Querido, tens de escolher entre as duas coisas”.
Pedro Osório felizmente escolheu permanecer criança. Quando chegar ao céu estou certo que no diálogo com Bernstein, Karajan e Furtwangler terá alguma coisa para acrescentar (referência a uma das outras anedotas que não vou contar, quero mesmo que vão ao site).
Que descanse em paz.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Um novo blog sobre música: MusiDescobrir
No blog Secretária da Rita (que também vale uma visita a propósito) e mais precisamente no seu post O Blog da Semana permitiu-me conhecer mais um projecto de blog sobre música. É ainda um projecto dado que apenas se iniciou agora porém o post sobre Nino Rota promete que este blog vai conseguir atingir o que se propõe. Dar-nos a conhecer "outros" compositores fora do roteiro habitual.
Visitem e sigam ... provavelmente irão ficar a conhecer músicos e composições que ignoravam ... No meu caso já estou a ganhar uma ...
Visitem e sigam ... provavelmente irão ficar a conhecer músicos e composições que ignoravam ... No meu caso já estou a ganhar uma ...
Bach - Missa em Si Menor
Começo hoje a completar aos pouco uma análise mais completa à minha Lista de 100 Obras que vos propus há algum tempo. E começo por ordem com a primeira nessa lista que não possui ainda um texto que vos possa ajudar a compreender a obra: A Missa em si menor de Bach.
Esta obra (BWV 232) foi uma das ultimas completadas pelo compositor (1749) embora como era frequente na época a obra inclua partes de outras composições a mais antiga das quais datando de 1724. Aliás em boa verdade pode discutir-se se Bach realmente pensava que esta missa fosse interpretada como um todo ou se antes esta não seria uma compilação daquilo que Bach pensava ser o exponente máximo da sua arte.
Na verdade esta missa nunca foi interpretada durante a vida de Bach sendo-o apenas em 1859 mais de um século depois da morte do compositor. Mistério será também a razão que terá levado Bach, um Luterano convicto a escrever uma missa apostólica romana.
Musicalmente Bach consegue no entanto apesar de unir peças de proveniência muito diferente uma unidade notável, quanto mais não seja uma unidade proveniente do génio presente em toda a obra que está dividida em quatro partes (por sua vez divididas em vários andamentos):
I. Kyrie: Esta parte da obra foi composta em 1733 e oferecida ao eleitor da Saxónia e futuro rei da Polónia com a esperança de um lugar enquanto compositor da corte que viria a ser obtido três anos mais tarde. Musicalmente podemos apreciar as verdadeiras explosões de alegria da Gloria ou a elegância de alguns duetos do Kyrie I. Propomos que oiçam o primeiro dos Kyrie uma peça notável pela sua profundidade emotiva.
II. Credo : Nesta parte é particularmente evidente a preocupação de Bach pela simetria com o andamento Crucifixus no centro dos 9. É uma parte composta por elementos de épocas diferentes sendo por essa razão a mais heterógenea das quatro. Propomos o Credo para que se deixem fascinar pela densidade espiritual do inicio e pela explosão de alegria que se lhe segue para depois sermos mergulhados num lindíssimo dueto que no mínimo nos deixa prontos para introspecção.
III. Sanctus: O mais antigo dos elementos constituintes desta missa composto a partir de uma obra de 1724 entretanto perdida que podem ouvir aqui.
IV. Ossana, Benedictus e Agnus Dei : Proponho-vos aqui que oiçam o Agnus Dei que é verdadeiramente pungente (pelo menos eu acho). A propósito comparem com esta outra interpretação de Philippe Jarousky e depois digam-me qual preferem.
Podem ouvir esta missa na sua totalidade no You Tube nestes dois videos: Parte 1 e Parte 2.
A interpretação que utilizamos nos exemplos com que ilustramos a obra é de John Eliot Gardiner que dirige a English Baroque Soloists e o Coro Montverdi. São solistas: Nancy Argenta (soprano), Mary Nichols (mezzo-soprano) Ashley Stafford (alto) Wynford Evans (tenor) com a excepção do Sanctus em que utilizamos uma gravação de 1969 de Richter - estilo largamente contrastante como poderão ouvir pela dimensão da Orquestra e do coro. Pessoalmente prefiro a primeira que podem adquirir facilmente na Amazon tanto novo como usado (por £10) ou ainda por £11 em formato digital.
Esta obra (BWV 232) foi uma das ultimas completadas pelo compositor (1749) embora como era frequente na época a obra inclua partes de outras composições a mais antiga das quais datando de 1724. Aliás em boa verdade pode discutir-se se Bach realmente pensava que esta missa fosse interpretada como um todo ou se antes esta não seria uma compilação daquilo que Bach pensava ser o exponente máximo da sua arte.
Na verdade esta missa nunca foi interpretada durante a vida de Bach sendo-o apenas em 1859 mais de um século depois da morte do compositor. Mistério será também a razão que terá levado Bach, um Luterano convicto a escrever uma missa apostólica romana.
Musicalmente Bach consegue no entanto apesar de unir peças de proveniência muito diferente uma unidade notável, quanto mais não seja uma unidade proveniente do génio presente em toda a obra que está dividida em quatro partes (por sua vez divididas em vários andamentos):
I. Kyrie: Esta parte da obra foi composta em 1733 e oferecida ao eleitor da Saxónia e futuro rei da Polónia com a esperança de um lugar enquanto compositor da corte que viria a ser obtido três anos mais tarde. Musicalmente podemos apreciar as verdadeiras explosões de alegria da Gloria ou a elegância de alguns duetos do Kyrie I. Propomos que oiçam o primeiro dos Kyrie uma peça notável pela sua profundidade emotiva.
II. Credo : Nesta parte é particularmente evidente a preocupação de Bach pela simetria com o andamento Crucifixus no centro dos 9. É uma parte composta por elementos de épocas diferentes sendo por essa razão a mais heterógenea das quatro. Propomos o Credo para que se deixem fascinar pela densidade espiritual do inicio e pela explosão de alegria que se lhe segue para depois sermos mergulhados num lindíssimo dueto que no mínimo nos deixa prontos para introspecção.
III. Sanctus: O mais antigo dos elementos constituintes desta missa composto a partir de uma obra de 1724 entretanto perdida que podem ouvir aqui.
IV. Ossana, Benedictus e Agnus Dei : Proponho-vos aqui que oiçam o Agnus Dei que é verdadeiramente pungente (pelo menos eu acho). A propósito comparem com esta outra interpretação de Philippe Jarousky e depois digam-me qual preferem.
Podem ouvir esta missa na sua totalidade no You Tube nestes dois videos: Parte 1 e Parte 2.
A interpretação que utilizamos nos exemplos com que ilustramos a obra é de John Eliot Gardiner que dirige a English Baroque Soloists e o Coro Montverdi. São solistas: Nancy Argenta (soprano), Mary Nichols (mezzo-soprano) Ashley Stafford (alto) Wynford Evans (tenor) com a excepção do Sanctus em que utilizamos uma gravação de 1969 de Richter - estilo largamente contrastante como poderão ouvir pela dimensão da Orquestra e do coro. Pessoalmente prefiro a primeira que podem adquirir facilmente na Amazon tanto novo como usado (por £10) ou ainda por £11 em formato digital.
Os melhores momentos musicais de 2011
Segundo Alex Ross claro e começam com considerações muito interessantes sobre algumas percepções
relativas à música clássica. Algumas percepções que deveriam ser lidas com muita atenção por cá também.
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