Este concerto Op. 103 foi composto em 1896 para uma ocasião especifica e festiva na vida de Saint Saens. na verdade o compositor escreveu este concerto para ser interpretado por ele próprio na Sala Pleyel por ocasião da celebração do quinquagésimo aniversário da sua estreia em 1846.
O concerto é popularmente conhecido pelo "Concerto Egipcio" não só por Saint Saens o ter composto no templo egípcio de Luxor mas também pelo forte colorido exótico transmitido pela música com influências não só egípcias mas também espanholas e de Java. Note-se que embora o compositor tenha explicitamente referido as influências de uma canção popular egípcia num dos temas do segundo andamento este cognome não foi proposto por Saint Saens.
Saint Saens foi efectivamente o solista na estreia tendo o concerto recebido criticas muito favoráveis sendo que nos dias de hoje após o Concerto Nº 2 de que já falamos é uma das obras mais populares do compositor. A obra publicada em 1896 foi dedicada ao pianista Louis Diémer que o interpretou por várias vezes.
Não obstante a sua cor exótica ao bom estilo de saint Saens a obra não deixa de ser clássica na forma embora com uma composição que muitas vezes se torna livre das limitações formais do período clássico.
É por exemplo o caso do primeiro andamento (Alegro Animato) em que a forma de Sonata aparentemente clara no inicio acaba por se dissolver numa forma muito mais livre.
O segundo andamento (andante) é o mais exótico dos três e aquele que contém o tema inspirado da melodia egípcia, uma canção de amor Núbia a que já fizemos referência.
No terceiro andamento (Molto allegro) que Saint Saens descreveu como a alegria de atravessar o mar o compositor utiliza vários elementos de composição que fazem desta obra uma das mais "programáticas" ou descritivas se preferirmos do conjunto da sua obra. A tensão criada pela justaposição de temas e a formidável parte de piano fazem deste andamento uns minutos de música que não podem mesmo deixar de ouvir com atenção.
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