A quinta sinfonia estreada a 22 de Dezembro de 1808 é composta de quatro andamentos. A descrição que se segue (como aliás das restantes sinfonias de Beethoven) é uma mistura dos meus sentimentos pessoais com as opiniões de Berlioz e de Groove (que indico sempre que são transcrições ou aliterações das mesmas).
O primeiro andamento (Allegro) é a expressão dos sentimentos desordenados, de momentos de puro desespero logo seguidos de outros do mais profundo lirismo. Mas a expressão destes profundos e contrastantes estados de espírito é construído no mais profundo respeito por uma estrutura clássica. O facto desta expressão tão dramática ser feita dentro de tão rigorosos limites realça mais o génio do compositor e paradoxalmente torna a transmissão das emoções directa e imediata. Ontem na introdução a esta obra tinha-vos mostrado uma versão de Toscanini. Hoje vou essencialmente socorrer-me de Bernstein (tenho utilizado várias vezes Karajan nas outras sinfonias) portanto agora desculpem-me mas vou mostrar-vos Bernstein em 1976 com a Sinfónica da Rádio da Baviera (para quem gosta das histórias de moda podem aqui ver Bernstein com um look diferente - de barba ... ). Oiçam aqui.
O segundo andamento (Adagio) é tão profusamente triste tão consistentemente melancólico e não obstante tão perfeitamente belo e sintetizado. Nada existe a mais, nenhuma expressão excessiva, apenas e exclusivamente a justa medida. Oiçam aqui este segundo andamento dirigido por Carlos Kelber.
Por outro lado o terceiro andamento (Sherzo) é todo ele mistério começando num tom que revela do medo mas que pouco a pouco se afasta para dar lugar ao surpreendente inicio do quarto andamento que como sabem é tocado sem interrupção. Aliás esta ligação é extraordinariamente dificil de conseguir. Oiçam aqui a primeira parte do terceiro andamento aqui dirigido por Leonard Bernstein em 1976 por ocasião de um concerto em favor da amnistia internacional. Oiçam aqui a fase final deste terceiro andamento e o inicio do quarto andamento.
Se o terceiro andamento é misterioso o quarto por seu lado é a manifestação da energia e alegria pura, é se quisermos o final feliz de uma obra absolutamente fantástica. Continuemos com Bernstein no final deste quarto andamento aqui.
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