A tradução original do poema é de Eduardo Gabarra que poderão encontrar aqui. Fizemos ligeiras alterações à tradução que apontamos em azul. A ilustração é da grande voz Lotte Lehmann. Também são dela as principais indicações que damos quanto a esta canção provenientes do livro "Eightheen Song Cycles - Studies in Their Interpretation". Não deixem também de ler o artigo sobre este conjunto de canções aqui.
Chegamos com esta canção ao fim do ciclo de 24 canções. Nesta canção não existe um fim trágico conclusivo. Ou melhor talvez o mais trágico dos destinos seja precisamente a não conclusão do sofrimento. A loucura, o esvaziamento total do sentido da vida compelem-no a seguir o Homem do Realejo.
Oiçam aqui a meio-soprano Elena Gerhardt a interpretar esta canção.
O Homem do Realejo
Lá, para além da aldeia,
há um homem do realejo
que toca com dedos gelados,
o melhor que pode.
Ele se arrasta descalço no gelo
e seu pires permanece vazio.
Ninguém quer ouvi-lo,
Ninguém olha para ele
E os cães rosnam
Para o velho.
Ele deixa que tudo aconteça,
Toca e seu realejo nunca se cala.
Estranho velho,
Devo acompanhá-lo ?
Acompanharás meu canto
Com o realejo ?
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