A quarta parte da sinfonia fantástica intitula-se "Marche au Suplice". Retomando como de costume a folha de programa original escrita pelo próprio Berlioz ficamos a saber que:
"Tendo adquirido a certeza que não somente que aquela que ele adora não corresponde ao seu amor mas que ainda por cima é incapaz de o compreender e como se isso não fosse suficiente é indigna do seu amor o artista resolve envenenar-se com ópio. Porém a dose é demasiado fraca para lhe dar a morte ao invés fazendo-o mergulhar num sono acompanhado de visões horríveis. Sonha que matou a mulher que ama e que é condenado e conduzido ao cadafalso assistindo à sua própria execução. O cortejo avança ao som de uma marcha às vezes sombria e cruel outras vezes brilhante e solene e na qual aos ruídos surdos de passos graves sucedem-se sem transição passos fortíssimos. No fim da marcha os quatro primeiros compassos que representam a ideia fixa reaparecem como um derradeiro pensamento de amor interrompido pelo golpe fatal".
Interpretado num allegretto non troppo este andamento é simultaneamente o mais curto e o mais assustador desta sinfonia. Oiça aqui a Orquestra Filarmónica de Israel dirigida por Noam Zur.
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