sábado, 13 de setembro de 2008

Jacques Brel - As canções, a Poesia

Este tema estava também prometido. Conforme perceberam estamos hoje a cumprir algumas promessas antigas, muitas têm a ver com temas que não estando directamente dentro do tópico deste blog, fazem parte das minhas referências culturais e por isso faço aqui um parênteses para eles (elas).

Jacques Brel é para mim um dos maiores poetas de sempre. O que ele escreveu, como escreveu e como cantou, a forma como interpretava fazem dele uma figura única na história da literatura e da música. Dirão alguns que estou a exagerar, que manifestem e fundamentem a sua opinião ...

É dificil escolher apenas algumas canções de Brel por isso vou tentar fazer isto de uma outra forma ...

A minha infância passou como a do Poeta, embora com poucos nevoeiros e muitas batalhas. Era sempre indío e sempre certo que os meus tios me haviam roubado o far west (Mon Enfance). E se contrariamente a Brel o meu país tem montanhas não deixa de ser verdade que também nós sofremos com o vento Norte (Le Plat Pays) como rapidamente aprendemos na escola e em comum o amor da terra que nos viu nascer. Do tango da Rosa tive uma breve introdução, um ano de Latim chegou para perceber que essa não era a minha vocação (Rosa).

Do amor diria que se nunca conheci nenhuma Marieke conheci com toda a certeza a mesma estúpida (e adorável) esperança de conquistar uma Madeleine e de sofrer com o regresso de uma tal de Mathilde. Porém como todos em algum momento da nossa vida pedimos ou desejamos pedir que não nos deixem (Ne me quitte pas).

E se no amor somos irmãos na contestação somos soldados no mesmo exército sem armas (Quand on n´a que l´amour). Dificilmente pode haver canção mais subversiva que Au Suivant .

Posso nunca ter estado em Bruxelas nem agora nem no inicio do século mas é como se lá estivesse estado Au temps ou Bruxelles Bruxellait. Tão pouco estive em Amsterdão mas não é dificil imaginar o porto e os marinheiros, mesmo sem imagens (Amsterdam) e também não nos é difícil imaginar assim o gosto da aventura, da liberdade.

Se Brel exprimiu de forma brilhante a aventura também o fez relativamente à amizade. Quem não gostaria de ter um amigo como Brel em Jeff , quem não sentiu que na verdade haverá poucas coisas piores que ver um amigo chorar (Voir un ami pleurer).

6 comentários:

  1. Dessas e doutras, tenho as memórias da minha mãe, uma herança adoptada em vida.

    E o Ne me quitte pas?

    Desde miúda, semore me impressionou o desespero do Ne me quitte pas.

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  2. Estava lá o texto. Esqueci-me de por o link tem toda a razão. Brel, Piaf, Brassens, Aznavour, Moustaki, Ferrat, Ferré, Barbara, Montand, Greco, ... fazem parte também da minha herança cultural.
    Abreijos para si, Maria João.

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  3. Gosto gosto gosto gosto gosto!
    Ainda hoje me comovo muito.
    Obrigada, obrigada, obrigada.

    :)))))))))))

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  4. Volto para dizer que coloquei lá no meu canto o "ne me quitte pas". Não referi que ia daqui... faz mal?
    :))

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  5. mdsol: Nada que agradecer, e não não faz mal. Brel é universal ... é de todos donde vem importa muito pouco, ou melhor importa muito mas vem sempre de dentro de nós! Por isso esteja absolutamente à vontade.

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  6. É que esta versão é... soberba!
    Muito obrigada mais uma vez!
    :))

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