segunda-feira, 20 de abril de 2009

Concerto pela Orquestra de Sopros do Conservatório Nacional

Palácio Nacional da Ajuda.Image via Wikipedia

Estive hoje à tarde no Palácio da Ajuda onde fui assistir a um concerto da Orquestra de Sopros do Conservatório Nacional. Devo dizer que para mim, que estou mais habituado a ouvir Orquestras de Cordas ou solistas também em cordas, foi sem dúvida uma experiência diferente a começar pela potência sonora sem dúvida exponencialmente maior.

Na verdade acompanhavam a orquestra três violoncelos e parece-me um contra-baixo que raramente se conseguiram ouvir perdendo no confronto sonoro numa luta desigual !

Confesso que não conhecia uma grande parte do reportório que foi interpretado: Windy City Overture de Johan de Meij , Deep Harmony de Handel e Parker e arranjos de Willem Flisijn, Dance Suite de Joseph Horovitz, Madrigal de Philip Sparke, Pangeae de Carlos Amarelinho e Yiddish Dances de Adam Gord. Foram também interpretadas variações sobre temas de Paganini que essas soaram familiares.

A dirigir a Orquestra estiveram vários alunos de mestrado em Direcção de Orquestra de Sopros do Instituto Piaget (tenho pena de não vos dar aqui os nomes mas não estavam infelizmente na folha de programa). O concerto integrou-se numa espécie de Master Class dada pelo maestro Jo Conjaerts (pelo menos foi o que entendi) e resultante de uma parceria entre o Conservatório Nacional e o Instituto Piaget iniciativa que pelo que ouvi se saúda claramente.

Sinceramente gostei do concerto embora me parecesse que a potencia sonora era excessiva para aquele espaço, ao ponto de nos momentos mais fortes a melodia já não ser perceptível tal o volume gerado. Achei igualmente que em certas passagens alguns naipes poderiam estar mais juntos mas como comecei por vos dizer no conjunto foi uma tarde muito bem passada e mais uma certificação de que a máxima que vos deixo todas as Quinta-Feiras é válida ! Deixem os chinelos em casa e vão ouvir música ao vivo!

Os meus parabéns a todos os jovens (e menos jovens) que tocaram ou dirigiram no concerto de ontem. Merecem !
Reblog this post [with Zemanta]

3 comentários:

  1. Conheço razoavelmente Johann de Meij e Philip Sparke e inclusive já toquei obras deles. São compositores de Bandas Filarmónicas/Sinfónicas. Estes compositores ditos "para bandas" têm uma linguagem musical algo diferente da "dita clássica". Acredito que não seja fácil e imediato a um ouvido rotinado na audição de repertório "clássico" conseguir "entrar" neste universo. Estes compositores jogam muito com a textura e timbre assim como harmonias pouco usuais. Tudo isto serve para criar diversos ambientes sem tornar a obra "aborrecida". O Johann de Meij tem uma "pérola", a Sinfonia "The Lord of the Rings".

    ResponderEliminar
  2. Olá Luis. Eu gostei muito. A única coisa que realmente me pareceu foi que a sala era demasiado pequena para uma tal potência sonora mas como disse talvez seja do hábito. Como disse gostei e é certamente experiência a repetir.

    ResponderEliminar
  3. As condições acústicas são também importantes e como desconheço as circunstâncias do concerto, não me pronuncio. O problema maior das bandas é "domar" os metais. Ou se tem 300 clarinetes (madeiras) ou então os metais (tubas, trompetes, trompas e sobretudo trombones) têm que sacrificar algum "entusiasmo" para bem do equilíbrio sonoro do conjunto.

    ResponderEliminar

Oportunidades na Amazon