segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A implantação da Républica : 99 anos

Pois é , já foi há 99 anos ! Do ponto de vista de forma de representação da nação não sei se mudamos para melhor, tenho as minhas dúvidas embora me confesse mais republicano que monárquico. Porém do ponto de vista do processo aí não tenho grande hesitação: Tendo em consideração que não se tratou propriamente de uma escolha não nos ficava nada mal colocar agora a questão aos portugueses: Preferimos uma monarquia ou uma república ?

Como neste blog tratamos de música vamos abordar este assunto do ponto de vista musical. Peço-vos antecipadamente que não vejam nas linhas que se seguem qualquer desrespeito à Republica ou a um dos símbolos da nossa pátria. É uma análise independente desses valores que seriam os mesmos qualquer que fosse a melodia e o poema que os represente.

Passando à "análise". O nosso hino, "A Portuguesa" como sabem composta por Alfredo Keil do Amaral com letra de Henrique Lopes de Mendonça. Esta obra foi composta em 1890 como penso saberão em reacção ao ultimatum inglês. Tem assim obviamente e por consequência uma letra de união e de luta contra um inimigo de força superior. Esta composição antes de ser hino de Portugal já tinha sido a marcha adoptada pela insurreição republicana de 1891. Tornou-se hino de Portugal a 19 de Junho de 1911 quando proclamado pela Assembleia Nacional Constituinte. A letra que hoje conhecemos é muito semelhante à original tendo sido apenas substituída a palavra "bretões" por "canhões". É obviamente um texto e uma letra revolucionária fortemente influenciada pela Marselhesa. Desde a sua concepção até 1956 foram surgindo várias variantes tanto melódicas como dos versos o que obrigou à uniformização que conduziu à forma estabilizada que hoje conhecemos. Penso que todos os portugueses a conhecerão mas para ilustrar aqui fica uma das vezes que foi "interpretada" no Euro 92.

O anterior hino, o ultimo hino monárquico, embora na altura esse estatuto estivesse longe de ser tão definido como agora era o "Hino da Carta" composto pelo Rei D. Pedro IV e que se tornou hino de Portugal em 1834. Podem ouvir aqui uma versão deste hino (não encontrei nenhuma versão cantada). Quanto à letra aqui fica (retirada da Wikipedia):

Ó Pátria, Ó Rei, Ó Povo,
Ama a tua Religião
Observa e guarda sempre
Divinal Constituição

(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição

Ó com quanto desafogo
Na comum agitação
Dá vigor às almas todas
Divinal Constituição

(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição

Venturosos nós seremos
Em perfeita união
Tendo sempre em vista todos
Divinal Constituição

(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição

A verdade não se ofusca
O Rei não se engana, não,
Proclamemos Portugueses
Divinal Constituição

(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição

Se tivéssemos de fazer a escolha pela música e pelo poema qual escolheríamos ? Bom nessa dimensão acho que optaria pelo Hino da Carta ... Aguardam-se fervorosos comentários !

1 comentário:

  1. Um texto propício à analise para o dia que hoje se momemora e muito oportuno também.
    Desconhecia o facto da troca dos Bretões por canhões.
    Escutei atentamente sem ideologias, partidarismoso ou perigosas convicções o «Hino da Carta».
    A música deixou-me indiferente, achei-a morna, insípida, um hino para adormcer corações e enterrar ilusões.
    Divinal Constituição?
    Alguém me ajude ou venha em meu socorro explicitar-me o que fazem juntas estas duas palavras tão distintas?
    Quanto ao hino actual, gosto dele assim como está, música por momentos forte e com carácter, por momentos suave apelando ao sentimento, e eu pergunto, não é assim que deve ser um povo? Duro e suave q.b.?
    Gostos não se discutem, dizem, mas eu gosto de uma bela discussão, mas sem sangue, ok?
    Mais uma vez, um agradecimento ao dono deste blogue pela sua perseverância e «savoir fair» em françês soa melhor.
    Bom, aqui deixo o meu fervoroso mas muito sincero comentário.
    Viva a Repúbica!
    Viva o hino Nacional!

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