No primeiro post de hoje falei-vos deste protesto mas sem explicar do que se tratava porque na verdade não tinha tido tempo de analisar o fundamento do mesmo. Depois de ler e reler o texto do Alex Ross confesso-vos que continuo sem perceber completamente. Pelo que entendi o autor da referida obra tem objecções à diferença existente entre a moral transmitida pela sua peça e os mecanismos de financiamento da máquina que a tornam possível.
Por essa razão resolveu organizar uma espécie de happening à saída da referida obra ... lendo uma passagem do texto da dita.
Confesso que fico sem saber bem o que pensar a não ser talvez que chorar com a barriga cheia é fácil? Se tem objecções porque não as expressar antes e até não permitir que a sua obra - ou pelo menos esta que tem um tipo de conteúdo especial - seja interpretada neste palco? Tenho neste caso alguma dificuldade em colocar-me do lado do artista.
Por outro lado registe-se que em Nova Iorque no mesmo dia aproximadamente à mesma hora havia pelo menos dois grandes espectáculos a decorrer perto um do outro ... a 10ª de Mahler a que Ross foi assistir e a tal representação da opera de Glass. Nesse particular sei bem o que pensar e não é nada cristão: Que inveja !
Por fim não quero terminar sem chamar a atenção para o final do texto em que se comparam os preços dos bilhetes de vários tipos de espectáculo. Não sei se por cá a proporção será bem a descrita no texto (seria engraçado fazer a comparação, vou tentar ... ) mas deixa-nos a pensar o que é efectivamente elitismo se tomarmos como base esse critério de julgamento.
Tinha-me falhado o final do artigo, ainda bem que chamou a atenção, Fernando.
ResponderEliminarTenho exactamente as mesmas questões sobre a posição de Glass neste protesto.
E sobre a inveja: já o tenho dito, há inveja má (se eu não tenho, os outros não deviam poder ter) e inveja boa (quem me dera ter também o que os outros têm) e não tenho uma dúvida sobre qual é a do Fernando :-)
Pois a minha inveja é das "boas" :-). Estou mesmo a ver a sair da Gulbenkian e a encontrar os espectadores vindos sei lá de onde. Salas até há agora o resto é que ...
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