Das peças que seriam hoje eliminadas da nossa lista de 25 obras vou hoje fazer campanha por uma obra de um compositor pouco conhecido em grande parte porque teve o "azar" de nascer numa época em que na Russia sem exagero nasceram uma dúzia de compositores que mereceriam todos uma página de grande glória na história da música. Assim a maioria deles teve de se contentar com um mitigado e dividido sucesso. Deveriam racionar e espalhar os génios ...
Esta peça foi composta em 1869 de forma bastante rápida contrariamente aos hábitos do compositor. Inspirou-se fortemente na música oriental que ouviu durante uma viagem ao Cáucaso. Balakirev faz parte da escola nacionalista russa e por isso não nos devemos admirar que toda a sua música incluindo esta obra esteja repleta de referências à música popular russa - o mesmo se aplica a esta obra.
A peça está dividida em três partes distintas a primeira Allegro Agitato em que o tema principal é introduzido, uma segunda parte calma, lírica em que o compositor utiliza um segundo tema (por acaso a minha parte preferida da obra) para depois terminar num Allegro furioso - que não o é apenas no nome.
Trata-se de uma peça que exige um elevado virtuosismo e muito arriscada em termos de execução técnica pelo que hoje em dia há poucos pianistas que se atrevem a interpretá-la em público sobretudo com a fanática exigência dos nossos dias de nos preocuparmos mais com uma nota falhada do que com a musicalidade ...
Para vos mostrar esta peça estreada por Rubinstein escolhi uma interpretação de Boris Berezovsky.
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