Esta serenata é uma das obras mais populares de Mozart senão mesmo a mais popular. É interpretada vezes sem conta pelos mais variados agrupamentos desde quartetos (a formação para a qual foi originalmente concebida) até orquestras de cordas ou de música de câmara.
Esta obra (K. 525) foi composta em 1787 (um ano particularmente fértil para Mozart) sendo desconhecida a ocasião embora seja provável que dada a natureza da obra se tratasse de uma encomenda para um qualquer evento social (praticamente todas as obras de Mozart deste género o foram logo é natural assumir que este também tenha sido o caso para esta peça).
A obra curiosamente foi apenas publicada muitos anos após o falecimento de Mozart já em pleno século XIX (em 1827) quando a viúva do compositor vendeu um conjunto de manuscritos entre os quais se encontrava esta serenata. Abordamos embora de forma muito superficial esta obra neste post de 2009, numa outra era do mundo, deste blog e da vida do seu autor ...
Uma serenata não tem como outras formas de composição uma estrutura bem definida existindo grandes variações dentro do género embora seja normalmente composta de forma semelhante a uma sinfonia embora em dimensão reduzida, se quisermos pode ser vista como um esboço ou resumo de sinfonia. É este facto (de ser menos trabalhada e menos desenvolvida) e também o de ser normalmente destinada a servir de música de fundo a eventos que nos leva por vezes a considera-la como um género "menor", uma injustiça já que na verdade esta é uma pequena pérola, mas uma pérola não obstante.
A obra está dividida em quatro andamentos embora nos registos de Mozart esta obra apareça com cinco andamentos existindo um minueto e trio (que seria o segundo andamento) que terá sido removido ou perdido.
O primeiro andamento (Allegro) é daquelas melodias que sofrem do facto de serem tantas vezes tocadas nos locais e nas formas mais comuns que é difícil abstrairmos-nos disso para conseguir dar-lhe o seu verdadeiro valor musical. Pior do que essa aparentemente ubiquidade só consigo lembrar-me mesmo dos nocturnos de Chopin e das meninas prendadas do inicio do século XX (no presente século as prendas infelizmente eram bem piores :-)). Uma forma de sonata simples mas eficaz de que ressalta uma impressão global de plenitude muito difícil de atingir.
O segundo andamento (Romanze - Andante) , que corresponde ao andamento lento numa sinfonia (lá está temos aqui uma forma perfeitamente decalcada embora condensada). Composto na forma de rondo, ou seja um tema recorrente que aparece modificado intercalado por partes não relacionadas destaca-se não só pela calma que resulta do andamento ser lento mas também pela repetição sempre renovada do tema que induz uma grande familiaridade.
O terceiro andamento (Minueto- Allegretto) apresenta a tradicional forma ternária A-B-A com o trio contrastante na parte central.
O quarto movimento (Rondo-Allegro) é quase tão conhecido como o primeiro. Composto numa forma que combina elementos da Sonata e do Rondo é também um andamento que transborda de energia.
Gosto muito especialmente do segundo andamento.É uma peça muito bonita esta de Mozart. Concordo com o ponto de vista que diz que de ser tão tocada em tantas situações nos cria uma certa «indiferença» em relação
ResponderEliminarao a sua real beleza. Não me estou a lembrar de mais nenhuma neste momento, mas esta situação acontece com mais algumas melodias, atraves de anuncios publicitarios e outras situações. O lado bom disso é que tambem ja me aconteceu descobrir uma bonita obra por a ter ouvido numa destas situações. Suponho que afinal de contas isso não seja assim tão mau...