Compacto porquê, podem legitimamente perguntar-se. Bem porque neste post vamos em simultâneo festejar a sexta-feira santa e o Domingo de Páscoa; claro que isto só poderia ser feito com Bach. Em primeiro lugar uma das obras de que já falamos e que Bach compôs especificamente para a Sexta-Feira santa, a Paixão de São Mateus de que vos proponho o sublime final.
Depois relativamente a este dia uma outra obra de Bach eventualmente (certamente) menos conhecida mas não menos merecedora de ser ouvida. Uma obra obviamente com um carácter totalmente diferente, festivo como é próprio deste dia, aliás uma das obras mais "felizes" de Bach. O Oratório de Páscoa - BWV 249.
Este compacto dura cerca de uma hora se ouvirem as duas obras em sequência. Vale a pena garanto!
A única música que precisa de embalagem é a música de plástico.
domingo, 31 de março de 2013
sábado, 30 de março de 2013
Liszt Concerto nº2 para Piano e Orquestra
Depois de ontem termos falado do Concerto nº1 para Piano e Orquestra continuando a completar a lista de posts destinados a ilustrar as 100 obras que recomendo para começarem a ouvir música clássica (com bastante batota já que devido a entradas com múltiplas sugestões são algo mais do que 100 :-)) hoje iremos falar-vos do Concerto nº2 para Piano e Orquestra de Liszt.
Este concerto foi composto em 1839 uma década depois dos primeiros esboços do primeiro mas foi guardado sem que tenha sido publicado ou interpretado durante mais de uma década como aliás também aconteceu com o primeiro concerto como vimos ontem. Esta obra foi estreada a 7 de Janeiro de 1857 sendo solista o aluno de Liszt Hans von Bronsart a quem o concerto aliás é dedicado e a orquestra dirigida pelo próprio Liszt.
Se o primeiro concerto já demonstrava o carácter inovador de Liszt e profundamente romântico na forma este segundo leva essa característica ao extremo. Na verdade esta obra, claramente menos virtuosa na sua exigência técnica é composta por um único andamento dividido em seis partes (nem sempre são assim indicadas, sendo estas divisões na verdade bastante subtis podem existir diferentes interpretações). Mais ainda Liszt que como vos dissemos ontem foi o inventor do conceito de poema sinfónico inicialmente apelidou este concerto de "concerto sinfónico" um termo que o seu amigo Henry Litolff utilizou para definir um novo conceito em que o concerto deixava de ser apenas uma forma de exposição dos dotes de virtuoso do solista para ser um verdadeiro diálogo entre o instrumento solista e a orquestra.
Liszt acabou no entanto por abandonar essa intenção embora seja verdade que este concerto equilibra bastante o papel do solista e da orquestra. Tão importante quanto isso é a forma de composição em que Liszt leva ao expoente máximo a técnica de desenvolvimento temático e transformação de um único tema ao longo literalmente de toda a obra dando-lhe uma maravilhosa sensação de unidade.
O concerto começa com a exposição do tema que nos vai acompanhar durante 20 minutos nas suas várias metamorfoses, algumas dificilmente identificáveis, uma maravilhosa e tranquila primeira exposição pelos sopros que o piano começa por simplesmente acompanhar enquanto as cordas retomam a sua exposição. Estes primeiros minutos do concerto estão entre os meus preferidos. O ambiente quase melancólico é cortado pelo piano com um tema com um ritmo muito marcado que vai levar a orquestra a um picos emocionais da obra. A outra passagem de que gosto particularmente é aquela que corresponde à terceira parte em que um violoncelo solo introduz de novo o tema literalmente acompanhado pelo piano.
Escolhi para ilustrar esta obra uma gravação que não tendo grande qualidade sonora é uma interpretação histórica. Podemos nesta gravação ouvir Claudio Arrau com Filarmónica de Nova Iorque dirigida por Szell. Uma gravação de Dezembro de 1946.
Este concerto foi composto em 1839 uma década depois dos primeiros esboços do primeiro mas foi guardado sem que tenha sido publicado ou interpretado durante mais de uma década como aliás também aconteceu com o primeiro concerto como vimos ontem. Esta obra foi estreada a 7 de Janeiro de 1857 sendo solista o aluno de Liszt Hans von Bronsart a quem o concerto aliás é dedicado e a orquestra dirigida pelo próprio Liszt.
Se o primeiro concerto já demonstrava o carácter inovador de Liszt e profundamente romântico na forma este segundo leva essa característica ao extremo. Na verdade esta obra, claramente menos virtuosa na sua exigência técnica é composta por um único andamento dividido em seis partes (nem sempre são assim indicadas, sendo estas divisões na verdade bastante subtis podem existir diferentes interpretações). Mais ainda Liszt que como vos dissemos ontem foi o inventor do conceito de poema sinfónico inicialmente apelidou este concerto de "concerto sinfónico" um termo que o seu amigo Henry Litolff utilizou para definir um novo conceito em que o concerto deixava de ser apenas uma forma de exposição dos dotes de virtuoso do solista para ser um verdadeiro diálogo entre o instrumento solista e a orquestra.
Liszt acabou no entanto por abandonar essa intenção embora seja verdade que este concerto equilibra bastante o papel do solista e da orquestra. Tão importante quanto isso é a forma de composição em que Liszt leva ao expoente máximo a técnica de desenvolvimento temático e transformação de um único tema ao longo literalmente de toda a obra dando-lhe uma maravilhosa sensação de unidade.
O concerto começa com a exposição do tema que nos vai acompanhar durante 20 minutos nas suas várias metamorfoses, algumas dificilmente identificáveis, uma maravilhosa e tranquila primeira exposição pelos sopros que o piano começa por simplesmente acompanhar enquanto as cordas retomam a sua exposição. Estes primeiros minutos do concerto estão entre os meus preferidos. O ambiente quase melancólico é cortado pelo piano com um tema com um ritmo muito marcado que vai levar a orquestra a um picos emocionais da obra. A outra passagem de que gosto particularmente é aquela que corresponde à terceira parte em que um violoncelo solo introduz de novo o tema literalmente acompanhado pelo piano.
Escolhi para ilustrar esta obra uma gravação que não tendo grande qualidade sonora é uma interpretação histórica. Podemos nesta gravação ouvir Claudio Arrau com Filarmónica de Nova Iorque dirigida por Szell. Uma gravação de Dezembro de 1946.
sexta-feira, 29 de março de 2013
Liszt - Concerto nº 1 para Piano e Orquestra
Hoje voltamos à nossa lista de 100 obras completando a primeira parte de uma das entradas que dedicamos a Liszt. Falaremos hoje do seu primeiro concerto para Piano e Orquestra.
Antes disso deixem só referir que este compositor é um daqueles cujo papel na história da música é muitas vezes ignorado ou diminuído quando na realidade Liszt foi um homem absolutamente brilhante sendo a sua influência na segunda metade do século XIX absolutamente fundamental.
Este concerto começou a ser concebido em 1830 (os primeiros temas são desta data) tendo decorrido portanto mais de 25 anos até à sua estreia em Weimar a 17 de Fevereiro de 1855 sendo a orquestra dirigida por Berlioz e o solista o próprio Liszt. Imaginem o privilégio daqueles que estiveram nessa sala.
O concerto tem uma preocupação de unidade própria de Liszt sendo constituído por 4 andamentos que são interpretados sem interrupção entre eles (apesar disso não ser explicitamente referido por Liszt entre o primeiro e o segundo andamento essa é claramente a intenção compositor) . O concerto é relativamente curto (um pouco menos de 20 minutos) mas não deixa por isso de transmitir uma dimensão artística notável não só pelo virtuosismo pianistico necessário para a sua execução mas sobretudo pela forma do concerto que ao incluir um ultimo andamento que resume o material anteriormente exposto transmite precisamente aquele sentimento de unidade e integralidade que aprecio especialmente.
O facto do concerto conter 4 andamentos aproxima a sua forma mais de uma sinfonia do que do tradicional concerto o que não nos deve surpreender no inventor do poema sinfónico. Na verdade quase que podemos dizer que este concerto conta uma história, com um inicio e um fim.
O primeiro andamento (Allegro Maestoso) inclui um tema que é recorrente ao longo do concerto. neste primeiro perto do minuto 2 podem ouvir uma das passagens que prefiro, um dialogo sublime entre o piano e um clarinete "infelizmente" cortado pelo reaparecimento do tema agora num modo quase furioso como se quisesse terminar este momento de poesia. O segundo andamento (Quasi adagio) - minuto 6" na interpretação que escolhemos - começa com os violoncelos e os contrabaixos em surdina a exporem o tema que é de seguida retomado pelo piano numa forma suave que aos poucos vai crescendo. O terceiro andamento (Allegretto vivace - Allegro animato) é introduzido por um triângulo. O que hoje pode parecer perfeitamente normal foi na altura severamente criticado ao ponto do nosso amigo, o critico Hanslick o ter apelidado "O Concerto do Triângulo". O quarto andamento (Allegro marziale animato)
como o tempo indica tem quase um carácter de marcha militar. Dizemos quase porque se é verdade que existe aquele ritmo forte que marca uma marcha este andamento não deixa também de como dizia Liszt efectuar o resumo dos restantes andamentos trazendo-os a uma conclusão.
Para a poesia de Liszt pensamos que é adequado escolhermos o "poeta" dos interpretes, Arturo Benedetti Michelangeli com a NHK dirigida por Alexander Rumpf numa gravação ao vivo de 1965.
Antes disso deixem só referir que este compositor é um daqueles cujo papel na história da música é muitas vezes ignorado ou diminuído quando na realidade Liszt foi um homem absolutamente brilhante sendo a sua influência na segunda metade do século XIX absolutamente fundamental.
Este concerto começou a ser concebido em 1830 (os primeiros temas são desta data) tendo decorrido portanto mais de 25 anos até à sua estreia em Weimar a 17 de Fevereiro de 1855 sendo a orquestra dirigida por Berlioz e o solista o próprio Liszt. Imaginem o privilégio daqueles que estiveram nessa sala.
O concerto tem uma preocupação de unidade própria de Liszt sendo constituído por 4 andamentos que são interpretados sem interrupção entre eles (apesar disso não ser explicitamente referido por Liszt entre o primeiro e o segundo andamento essa é claramente a intenção compositor) . O concerto é relativamente curto (um pouco menos de 20 minutos) mas não deixa por isso de transmitir uma dimensão artística notável não só pelo virtuosismo pianistico necessário para a sua execução mas sobretudo pela forma do concerto que ao incluir um ultimo andamento que resume o material anteriormente exposto transmite precisamente aquele sentimento de unidade e integralidade que aprecio especialmente.
O facto do concerto conter 4 andamentos aproxima a sua forma mais de uma sinfonia do que do tradicional concerto o que não nos deve surpreender no inventor do poema sinfónico. Na verdade quase que podemos dizer que este concerto conta uma história, com um inicio e um fim.
O primeiro andamento (Allegro Maestoso) inclui um tema que é recorrente ao longo do concerto. neste primeiro perto do minuto 2 podem ouvir uma das passagens que prefiro, um dialogo sublime entre o piano e um clarinete "infelizmente" cortado pelo reaparecimento do tema agora num modo quase furioso como se quisesse terminar este momento de poesia. O segundo andamento (Quasi adagio) - minuto 6" na interpretação que escolhemos - começa com os violoncelos e os contrabaixos em surdina a exporem o tema que é de seguida retomado pelo piano numa forma suave que aos poucos vai crescendo. O terceiro andamento (Allegretto vivace - Allegro animato) é introduzido por um triângulo. O que hoje pode parecer perfeitamente normal foi na altura severamente criticado ao ponto do nosso amigo, o critico Hanslick o ter apelidado "O Concerto do Triângulo". O quarto andamento (Allegro marziale animato)
como o tempo indica tem quase um carácter de marcha militar. Dizemos quase porque se é verdade que existe aquele ritmo forte que marca uma marcha este andamento não deixa também de como dizia Liszt efectuar o resumo dos restantes andamentos trazendo-os a uma conclusão.
Para a poesia de Liszt pensamos que é adequado escolhermos o "poeta" dos interpretes, Arturo Benedetti Michelangeli com a NHK dirigida por Alexander Rumpf numa gravação ao vivo de 1965.
sábado, 23 de março de 2013
A minha outra paixão e Shostakovich
Sabem os meus amigos mais próximos (e outros menos próximos também) que para além da música clássica o Sporting Clube de Portugal é a minha paixão. Escrevi assim mesmo Sporting Clube de Portugal porque é por ser este clube de Portugal e não de Lisboa ou de qualquer outra terra, com o devido respeito a todas elas, uma das razões pelas quais sou do Sporting Clube de Portugal.
Estou a escrever este post porque depois de votar, algo contrariado devo confessar face às escolhas existentes, fiquei a pensar que post poderia fazer hoje tendo chegado à triste conclusão que a contrariedade me tinha retirado a inspiração e a vontade. Estejam descansados poupo-vos a Marcha do Sporting.
Que outra alma dilacerada poderá melhor representar o dilema com que me confrontei hoje pela manhã? Bem que me perdoe Shostakovich que as suas razões eram bem mais graves do que as minhas mas é mais ou menos como me senti. Por isso por hoje fiquem com Shostakovich no seu Concerto para Violoncelo sem mais comentários. Interpretação de Rostropovich a quem o concerto foi dedicado e para quem foi escrito. Direcção de Eugene Ormandy da Orquestra de Filadelfia numa gravação de 1959.
Estou a escrever este post porque depois de votar, algo contrariado devo confessar face às escolhas existentes, fiquei a pensar que post poderia fazer hoje tendo chegado à triste conclusão que a contrariedade me tinha retirado a inspiração e a vontade. Estejam descansados poupo-vos a Marcha do Sporting.
Que outra alma dilacerada poderá melhor representar o dilema com que me confrontei hoje pela manhã? Bem que me perdoe Shostakovich que as suas razões eram bem mais graves do que as minhas mas é mais ou menos como me senti. Por isso por hoje fiquem com Shostakovich no seu Concerto para Violoncelo sem mais comentários. Interpretação de Rostropovich a quem o concerto foi dedicado e para quem foi escrito. Direcção de Eugene Ormandy da Orquestra de Filadelfia numa gravação de 1959.
sexta-feira, 22 de março de 2013
Reforço no pedido - Crowd Founding - CD com Música Coral Infantil
Caros amigos estou a reforçar o pedido que já vos fiz porque continuam a faltar €420 de um total de €1500. Basta oferecerem €1 ! Qualquer oferta é bem vinda! Os métodos de pagamento são cómodos Paypal ou referência multibanco por exemplo.
Vá não tenham preguiça poupem num café ou em qualquer outra extravagância equivalente e façam o donativo.
Ler mais neste post: Gravação de um CD com Música Coral Infantil de Compositores Portugueses
Vá não tenham preguiça poupem num café ou em qualquer outra extravagância equivalente e façam o donativo.
Ler mais neste post: Gravação de um CD com Música Coral Infantil de Compositores Portugueses
Adenda ao ultimo post
O ultimo post neste blog já foi há uns dias. As minhas desculpas mas não tenho conseguido ter disponibilidade mental para escrever. Em relação ao ultimo post sobre o recital de uma jovem violinista conforme infelizmente previra não me foi possível ir. No entanto para quem não foi como eu, sugiro que oiçam e vejam duas das peças que faziam parte do recital interpretadas pela própria num concurso em Namur na Bélgica.
Primeiro a peça de Vieuxtemps.
Depois Beriot e as Czardas de Monti.
E agora tal como eu ficarão com pena de não ter ido ao Palácio Foz. Fica para a próxima -porque estou certo que haverá uma próxima vez.
Primeiro a peça de Vieuxtemps.
Depois Beriot e as Czardas de Monti.
E agora tal como eu ficarão com pena de não ter ido ao Palácio Foz. Fica para a próxima -porque estou certo que haverá uma próxima vez.
segunda-feira, 11 de março de 2013
Recital no Palácio Foz de Cristina Alexandra Dimitrova
Tinha neste blog falado desta jovem artista nascida em 2000 (na altura ainda mais jovem :-)) a propósito do Concurso Capela. Passaram-se uns anos (ainda não 3 anos) e é com prazer que vos faço parte do recital desta jovem no Palácio Foz na próxima Sexta-Feira às 18:30 integrado na festa da Francofonia que decorre entre 11 e 24 de Março em várias cidades e locais do país. Caso estejam interessados o programa completo pode ser encontrado aqui.
Voltando ao nosso recital a jovem será acompanhada ao piano por Tatiana Balyuk. Não sei se conseguirei estar presente mas recomendo vivamente a quem possa. A entrada é livre até à lotação da sala se encontrar esgotada.
O programa é variado incluindo alguns clássicos como as Czardas de Vittorio Monti, ou o nº2 do Op. 24 de Vieuxtemps - "Le rossignol" um divertimento sobre o tema de Alex Alabieff (uma das seis canções russas que compõem esta obra), o primeiro andamento do concerto nº9 de Beriot ou ainda a belíssima Méditation de Massenet. Podem ler o programa completo do recital aqui.
Já sabem que música ao vivo é outra coisa por isso deixem a preguiça em casa e aproveitem para conhecer ou voltar a ver o extraordinário palácio Foz ao som do violino e do piano. Uma boa forma de começarem o vosso fim de semana. Volto a repetir: Sexta-Feira às 18:30 no Palácio Foz.
Voltando ao nosso recital a jovem será acompanhada ao piano por Tatiana Balyuk. Não sei se conseguirei estar presente mas recomendo vivamente a quem possa. A entrada é livre até à lotação da sala se encontrar esgotada.
O programa é variado incluindo alguns clássicos como as Czardas de Vittorio Monti, ou o nº2 do Op. 24 de Vieuxtemps - "Le rossignol" um divertimento sobre o tema de Alex Alabieff (uma das seis canções russas que compõem esta obra), o primeiro andamento do concerto nº9 de Beriot ou ainda a belíssima Méditation de Massenet. Podem ler o programa completo do recital aqui.
Já sabem que música ao vivo é outra coisa por isso deixem a preguiça em casa e aproveitem para conhecer ou voltar a ver o extraordinário palácio Foz ao som do violino e do piano. Uma boa forma de começarem o vosso fim de semana. Volto a repetir: Sexta-Feira às 18:30 no Palácio Foz.
domingo, 10 de março de 2013
Crowd Funding de um projecto musical de mérito
Oh meus amigos, como vos hei-de dizer isto?
Há uns dias atrás publiquei esta noticia, o post tem estado aqui em destaque no canto superior esquerdo e ainda não conseguimos chegar ao objectivo fixado? Qualquer donativo de qualquer valor é bom e é aceite com um grande obrigado. Neste momento os nossos amigos estão com 46 apoiantes e 62% do investimento solicitado correspondente ao total de €930 angariados de um total de €1.500.
Não vou discutir o valor em falta mas o número de apoiantes é que me parece reduzido para o mérito da iniciativa. Prescindam de um bolo e de um café e vamos todos ajudar. Têm ainda 25 dias para se decidirem. Espero voltar aqui dentro de uns dias para vos dizer que conseguimos chegar ao objectivo!
Há uns dias atrás publiquei esta noticia, o post tem estado aqui em destaque no canto superior esquerdo e ainda não conseguimos chegar ao objectivo fixado? Qualquer donativo de qualquer valor é bom e é aceite com um grande obrigado. Neste momento os nossos amigos estão com 46 apoiantes e 62% do investimento solicitado correspondente ao total de €930 angariados de um total de €1.500.
Não vou discutir o valor em falta mas o número de apoiantes é que me parece reduzido para o mérito da iniciativa. Prescindam de um bolo e de um café e vamos todos ajudar. Têm ainda 25 dias para se decidirem. Espero voltar aqui dentro de uns dias para vos dizer que conseguimos chegar ao objectivo!
Trios de Dvorak e Schostakovich
No passado dia 23 de Fevereiro fui ouvir na ESML um recital com um trio de excelentes músicos portugueses que interpretaram uma obra que conheço relativamente bem e uma outra que sinceramente foi uma excelente surpresa. Infelizmente apenas hoje consegui terminar este post.
O trio era constituído por Alexandra Mendes (Violino), Clélia Vital (Violoncelo), Paulo Pacheco (Piano). Uma primeira nota para referir a pena que me dá ouvir tão bons músicos, numa sala perfeita e com tão pouco público, ainda por cima tratando-se de um concerto com entrada gratuita. Não há desculpa meus caros amigos, não há desculpa. Na verdade ficou a perder quem não foi porque como sempre vos digo a música ao vivo é sempre outra coisa.
Começando pela obra mais conhecida (a segunda a ser interpretada no recital), o Trio Dumky Op. 90 de Dvorak uma das suas composições mais interpretadas e sem dúvida um bom exemplo de música de câmara que não é baseada na forma de Sonata. Na verdade nesta obra Dvorak optou por uma forma bastante livre inspirada numa forma eslava de canção chamada "dumka" e simplesmente juntou seis destas canções. Numa altura em que a forma quase unânime de música de câmara se baseava na forma de 4 andamentos, rápido-lento-scherzo-final esta obra só pela forma foi uma pequena revolução. Dissemos seis canções mas então como evitar a monotonia? Bem simplesmente porque embora todas partilhando um mesmo carácter cada uma contém elementos contrastantes quer na tonalidade quer no ritmo. Esta obra foi estreada em Praga a 11 de Abril de 1891. Para vos ilustrar o que ouvi escolhi uma interpretação de um trio fabuloso com Oistrackh no violino, Lev Oborin no Piano e Knushetvski no Violoncelo uma gravação de 1951.
A segunda obra que ouvi e que sinceramente foi uma estreia para mim foi o trio nº 1 Op. 8 de Schostakovich. Uma obra de 1923 quando Schostakovich tinha apenas 17 anos e estava então a recuperar da tuberculose no Mar Cáspio. Dedicada a uma paixão do momento (e que se manteve por mais alguns anos), uma obra totalmente neo-romântica e que embora aparentemente desconexa apresenta uma unidade em termos de composição que surpreendeu os professores do compositor. Para ilustrar esta obra escolhi uma interpretação com Lily Maisky (piano) Alissa Margulis (violino) e Mischa Maisky (violoncelo). Uma obra que não conhecia, uma excelente surpresa.
O trio era constituído por Alexandra Mendes (Violino), Clélia Vital (Violoncelo), Paulo Pacheco (Piano). Uma primeira nota para referir a pena que me dá ouvir tão bons músicos, numa sala perfeita e com tão pouco público, ainda por cima tratando-se de um concerto com entrada gratuita. Não há desculpa meus caros amigos, não há desculpa. Na verdade ficou a perder quem não foi porque como sempre vos digo a música ao vivo é sempre outra coisa.
Começando pela obra mais conhecida (a segunda a ser interpretada no recital), o Trio Dumky Op. 90 de Dvorak uma das suas composições mais interpretadas e sem dúvida um bom exemplo de música de câmara que não é baseada na forma de Sonata. Na verdade nesta obra Dvorak optou por uma forma bastante livre inspirada numa forma eslava de canção chamada "dumka" e simplesmente juntou seis destas canções. Numa altura em que a forma quase unânime de música de câmara se baseava na forma de 4 andamentos, rápido-lento-scherzo-final esta obra só pela forma foi uma pequena revolução. Dissemos seis canções mas então como evitar a monotonia? Bem simplesmente porque embora todas partilhando um mesmo carácter cada uma contém elementos contrastantes quer na tonalidade quer no ritmo. Esta obra foi estreada em Praga a 11 de Abril de 1891. Para vos ilustrar o que ouvi escolhi uma interpretação de um trio fabuloso com Oistrackh no violino, Lev Oborin no Piano e Knushetvski no Violoncelo uma gravação de 1951.
A segunda obra que ouvi e que sinceramente foi uma estreia para mim foi o trio nº 1 Op. 8 de Schostakovich. Uma obra de 1923 quando Schostakovich tinha apenas 17 anos e estava então a recuperar da tuberculose no Mar Cáspio. Dedicada a uma paixão do momento (e que se manteve por mais alguns anos), uma obra totalmente neo-romântica e que embora aparentemente desconexa apresenta uma unidade em termos de composição que surpreendeu os professores do compositor. Para ilustrar esta obra escolhi uma interpretação com Lily Maisky (piano) Alissa Margulis (violino) e Mischa Maisky (violoncelo). Uma obra que não conhecia, uma excelente surpresa.
terça-feira, 5 de março de 2013
Diapason de Março 2013
Na Diapason do mês de Março 2013 temos de salientar uma entrevista com Sir Simon Rattle que anunciou que não continuará na Filarmónica de Berlim depois de 2018. A entrevista é muito interessante dado que são colocadas algumas questões relacionadas com o tradicionalismo da Orquestra face a uma série de inovações que o Maestro introduziu.
No resto o CD com os indispensáveis da Diapason é constituído por uma gravação integral de Winterreise com Fischer-Dieskau, uma gravação de um programa de rádio emitido a partir de Prades em 1955, um registo absolutamente histórico portanto.
Por fim e voltando à revista a obra do mês o concerto "A memória de um anjo" de Berg é um texto que merece ser lido.
No resto o CD com os indispensáveis da Diapason é constituído por uma gravação integral de Winterreise com Fischer-Dieskau, uma gravação de um programa de rádio emitido a partir de Prades em 1955, um registo absolutamente histórico portanto.
Por fim e voltando à revista a obra do mês o concerto "A memória de um anjo" de Berg é um texto que merece ser lido.
sábado, 2 de março de 2013
Recital de Violino no Palácio Foz - Para memória futura
Na passada Segunda-Feira fiz-vos uma recomendação de no fim da tarde irem ver um recital de violino no Palácio Foz. Durante a semana não tive tempo de vos falar sobre o recital e portanto ficou adiada essa conversa até agora.
O recital ... Já agora permitam-me um parênteses relativamente a este termo. Na introdução ao mesmo foi-nos referido pela apresentadora que na verdade se deveria chamar concerto dado que as peças a executar eram todas Concertos, mais precisamente os primeiros andamentos de cinco dos concertos mais conhecidos do reportório violinistico. Bom é verdade que a natureza original das obras interpretadas é essa, porem as versões que ouvimos embora a parte do solista seja praticamente a mesma da versão da orquestra e a noção clássica e romântica de concerto tenha uma predominância tal no solista que esta é a parte mais relevante do "concerto" (existem excepções claro sobretudo no período romântico) a verdade é que quando se retira a orquestra para a substituir por uma transcrição de piano para mim estamos mais perto de um recital do que de um concerto, mas é uma opinião pessoal.
Ouvimos portanto cinco primeiros andamentos de cinco concertos dos mais relevantes do reportório. Começamos com Mozart, o concerto nº4 em Ré Maior que vos deixo aqui com uma interpretação de Henryk Szeryng com a New Philarmonia Orchetra dirigida por Sir Alexander Gibson e que no nosso recital foi interpretado por David Duarte.
Depois avançamos para o coração do período romântico com Mendelssohn e o seu Concerto em Mi Menor de que vos proponho uma interpretação de Hilary Hahn com a orquestra da Rádio de Frankfourt dirigida por Paavo Jarvi . No recital este concerto foi interpretado por Francisco Henriques.
O terceiro concerto para os mais distraídos era o menos conhecido do conjunto. Podemos ouvir o concerto nº2 em Ré Maior de Wieniawski. Escolhi uma interpretação de Shlomo Mintz com a Orquestra do Sudoeste da Alemanha dirigida por Myung-Whun Chung . No recital foi excelentemente interpretado por Filipe Abreu.
O quarto concerto que ouvimos já tem de ser classificado como pós-romântico. Este é o único concerto que gravei (por razões que espero sejam óbvias) e de forma bastante amadora (as minhas desculpas) mas que ainda assim partilho convosco. Concerto em Ré Maior de Aram Kachaturian (e não Khachatryan como estava no programa - erro que é compreensível dado que este outro nome também é arménio e por acaso nome de um violinista arménio da actualidade bastante conhecido) por Miguel Vasconcelos.
Por fim o quinto concerto de Sibelius em Ré Menor (e não em Ré Maior como está no programa) de que vos proponho uma interpretação de Maxim Vengerov com a Orquestra Sinfónica de Chicago dirigida por Daniel Barenboim. No recital foi magnificamente interpretado por Manuel de Almeida Ferrer.
O recital ... Já agora permitam-me um parênteses relativamente a este termo. Na introdução ao mesmo foi-nos referido pela apresentadora que na verdade se deveria chamar concerto dado que as peças a executar eram todas Concertos, mais precisamente os primeiros andamentos de cinco dos concertos mais conhecidos do reportório violinistico. Bom é verdade que a natureza original das obras interpretadas é essa, porem as versões que ouvimos embora a parte do solista seja praticamente a mesma da versão da orquestra e a noção clássica e romântica de concerto tenha uma predominância tal no solista que esta é a parte mais relevante do "concerto" (existem excepções claro sobretudo no período romântico) a verdade é que quando se retira a orquestra para a substituir por uma transcrição de piano para mim estamos mais perto de um recital do que de um concerto, mas é uma opinião pessoal.
Ouvimos portanto cinco primeiros andamentos de cinco concertos dos mais relevantes do reportório. Começamos com Mozart, o concerto nº4 em Ré Maior que vos deixo aqui com uma interpretação de Henryk Szeryng com a New Philarmonia Orchetra dirigida por Sir Alexander Gibson e que no nosso recital foi interpretado por David Duarte.
Depois avançamos para o coração do período romântico com Mendelssohn e o seu Concerto em Mi Menor de que vos proponho uma interpretação de Hilary Hahn com a orquestra da Rádio de Frankfourt dirigida por Paavo Jarvi . No recital este concerto foi interpretado por Francisco Henriques.
O terceiro concerto para os mais distraídos era o menos conhecido do conjunto. Podemos ouvir o concerto nº2 em Ré Maior de Wieniawski. Escolhi uma interpretação de Shlomo Mintz com a Orquestra do Sudoeste da Alemanha dirigida por Myung-Whun Chung . No recital foi excelentemente interpretado por Filipe Abreu.
O quarto concerto que ouvimos já tem de ser classificado como pós-romântico. Este é o único concerto que gravei (por razões que espero sejam óbvias) e de forma bastante amadora (as minhas desculpas) mas que ainda assim partilho convosco. Concerto em Ré Maior de Aram Kachaturian (e não Khachatryan como estava no programa - erro que é compreensível dado que este outro nome também é arménio e por acaso nome de um violinista arménio da actualidade bastante conhecido) por Miguel Vasconcelos.
Por fim o quinto concerto de Sibelius em Ré Menor (e não em Ré Maior como está no programa) de que vos proponho uma interpretação de Maxim Vengerov com a Orquestra Sinfónica de Chicago dirigida por Daniel Barenboim. No recital foi magnificamente interpretado por Manuel de Almeida Ferrer.
Violinhos no CCB com Carlos do Carmo
Ok, eu sei que hoje há manifestação. De qualquer forma não estaria na mesma e para quem como eu também não estaria aqui fica uma recomendação rápida. Ás 16h no CCB os Violinhos no CCB no seu habitual concerto desta vez com Carlos do Carmo. Eu vou lá estar.
A propósito não é que não ache a manifestação legitima ou importante. É legitima e é importante. Não estaria porque continuo sem concordar com uma grande parte dos pressupostos da mesma. Espero que tal como a anterior se paute pelo civismo, porque nesse caso, concorde-se ou não a verdade é que é uma lição de democracia.
Já agora para quem critica a manifestação dizendo que a democracia é na urnas também tenho de vos dizer uma coisa. A democracia não se esgota no voto. A democracia exige uma cidadania avançada e a participação e atenção de todos. Esta manifestação concorde-se ou não é uma demonstração dessa cidadania. Recusa-la, diminui-la, fazer de conta que não existe ou questionar a sua bondade é questionar a essência da democracia: a participação.
A propósito não é que não ache a manifestação legitima ou importante. É legitima e é importante. Não estaria porque continuo sem concordar com uma grande parte dos pressupostos da mesma. Espero que tal como a anterior se paute pelo civismo, porque nesse caso, concorde-se ou não a verdade é que é uma lição de democracia.
Já agora para quem critica a manifestação dizendo que a democracia é na urnas também tenho de vos dizer uma coisa. A democracia não se esgota no voto. A democracia exige uma cidadania avançada e a participação e atenção de todos. Esta manifestação concorde-se ou não é uma demonstração dessa cidadania. Recusa-la, diminui-la, fazer de conta que não existe ou questionar a sua bondade é questionar a essência da democracia: a participação.
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