Voltamos hoje à nossa série de visitas virtuais mas desta vez vamos visitar uma Orquestra Sinfónica que desenvolveu um site absolutamente fantástico que nos ajuda a compreender vários aspectos da música clássica (alguns dos quais já foram aqui abordados) de forma interactiva.
Nem sei que exemplo escolher para ilustrar o post. Se a viagem nas técnicas de composição de Mahler (um compositor que aprecio particularmente e que é um daqueles injustiçados no panorama das estrelas maiores) ou então a explicação da forma de afinação dos teclados no tempo de Beethoven ou ainda sobre Beethoven uma viagem à Eroica (a terceira sinfonia). Poderia também escolher uma fantástica viagem à Idée Fixe de Berlioz ou se preferisse tempos mais modernos uma exploração do Rito da Primavera de Stravinsky.
Tanta coisa para explorar que prefiro antes não vos estragar mais a surpresa e deixar-vos o embaraço da escolha dirigindo-vos para a Página Principal do site Keeping Score . No que me diz respeito vou explorar o universo de Mahler - até já ! Como não sou de deixar um post sem música se preferirem a música sem a parte interactiva podem deliciar-se por exemplo com a Quarta Sinfonia dirigida por Abbado com a Sinfónica de Lucerna.
A única música que precisa de embalagem é a música de plástico.
domingo, 30 de novembro de 2014
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Cante Alentejano - Património Imaterial da Humanidade
Festejamos hoje a inscrição do Cante Alentejano na lista do Património Imaterial da Humanidade. Há pouco a dizer a não ser registar o evento e claro festejar muito porque como ouvi hoje de manhã o Cante é festa.
Não se conhecem exactamente as origens. Ainda que algumas das modas falem de práticas cristãs sente-se sempre a forte influência árabe.
E como em todos os nossos posts terminamos este com música. Polifónica, uma espécie de regresso a um período antes do Barroco ... mas das profundezas do Alentejo. Fiquem com o filme que serviu de base à candidatura.
Não se conhecem exactamente as origens. Ainda que algumas das modas falem de práticas cristãs sente-se sempre a forte influência árabe.
E como em todos os nossos posts terminamos este com música. Polifónica, uma espécie de regresso a um período antes do Barroco ... mas das profundezas do Alentejo. Fiquem com o filme que serviu de base à candidatura.
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Definição : Tocar Anti-socialmente - Uma piada musical (ou social)
Uma piada musical que vi há uns dias publicada numa página que costumo ler ( Classical Music Humor). É mais para quem sabe música mas creio que mesmo iletrados desse ponto de vista poderão facilmente apreciar . Fica no entanto uma pequena nota explicativa. A mínima igual a 96 dá uma indicação da velocidade e é perfeitamente normal. A nota a seguir, a piada, é que bom nesse ponto normalmente está uma indicação do compositor sobre a forma de interpretação. Neste caso bem pouco exigente - apenas anti-socialmente sem fazer posts no Facebook :-)
sábado, 22 de novembro de 2014
Britten - O Guia de Orquestra para Jovens
Voltamos hoje à nossa lista das 100 Obras que recomendamos para começar desta vez com uma peça que está na mesma categoria do Pedro e o Lobo, Carnaval dos Animais ou mesmo os Planetas de Holst: São obras compostas para introduzir os jovens à música clássica curiosamente todas compostas no final do século XIX ou inicio do século XX.
A obra de Britten data de 1946 e foi originalmente uma encomenda para um filme (documentário) intitulado "Os instrumentos da Orquestra". Britten possivelmente porque tinha na altura muito trabalho demorou bastante tempo a iniciar a composição e inclusivamente acabou por não escrever a introdução e narração que fazem parte da versão narrada (que não é a mais frequentemente interpretada).
A obra foi composta com base no Rondeau de um compositor britânico do período barroco, Henry Purcell que vos mostro em instrumentos da época.
A obra começa pelo tema interpretado por toda a Orquestra seguido por várias variações uma por cada tipo de instrumento presente na Orquestra. Na versão narrada antes de cada uma destas variações existe um texto que explica a função daquele naipe ou secção especifica.
A obra termina com uma fuga iniciada pelas flautas a que se vão juntando todos os instrumentos. A narração como referimos é por vezes omitida sendo também por vezes substituída por outras mais curtas ou humorísticas como é o caso daquela que seleccionamos para vos mostrar esta obra. Uma interpretação da Orquestra da BBC nos proms de 2011.
E para os mais novos (lamento mas apenas em Inglês) o Weil Music Institute de Carnegie Hall desenvolveu um jogo interactivo que recomendo para quem queira mostrar a uma criança as várias secções e instrumentos de uma orquestra - baseado na obra de Britten, claro.
A obra de Britten data de 1946 e foi originalmente uma encomenda para um filme (documentário) intitulado "Os instrumentos da Orquestra". Britten possivelmente porque tinha na altura muito trabalho demorou bastante tempo a iniciar a composição e inclusivamente acabou por não escrever a introdução e narração que fazem parte da versão narrada (que não é a mais frequentemente interpretada).
A obra foi composta com base no Rondeau de um compositor britânico do período barroco, Henry Purcell que vos mostro em instrumentos da época.
A obra começa pelo tema interpretado por toda a Orquestra seguido por várias variações uma por cada tipo de instrumento presente na Orquestra. Na versão narrada antes de cada uma destas variações existe um texto que explica a função daquele naipe ou secção especifica.
A obra termina com uma fuga iniciada pelas flautas a que se vão juntando todos os instrumentos. A narração como referimos é por vezes omitida sendo também por vezes substituída por outras mais curtas ou humorísticas como é o caso daquela que seleccionamos para vos mostrar esta obra. Uma interpretação da Orquestra da BBC nos proms de 2011.
E para os mais novos (lamento mas apenas em Inglês) o Weil Music Institute de Carnegie Hall desenvolveu um jogo interactivo que recomendo para quem queira mostrar a uma criança as várias secções e instrumentos de uma orquestra - baseado na obra de Britten, claro.
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Concerto de Aranjuez de Rodrigo e Spain de Chick Corea
O post de hoje é dedicado ao meu colega Alexandre que um pouco antes da hora de almoço nos presenteou com uma versão de Spain (Chick Corea). Retorqui eu - mas isso é o Concerto de Aranjuez do Rodrigo, talvez não o primeiro andamento murmurei. Mas de repente estava o adagio a tocar e as recordações da casa da minha avó na distante Monbahus no espaço e no tempo - e na energia a tal outra dimensão Alex, a tal outra dimensão, Sim neste caso existe uma verdadeira dimensão na diferença de energia.
Algures no Lot-et-Garonne a curta distância de uma tempestade de Verão e o cheiro da terra molhada que entrava pela janela quando tocava o disco de vinil na aparelhagem, tantas vezes repetido . Um pingo de modernidade numa casa e numa farmácia do século XIX com bidons de vidro de perfume e umas torneiras em vidro que me fascinavam. O perfume a lavanda, uma campainha na porta e as notas de um teclado de um piano afagado pela minha avó, que as vezes saíam tal como Aranjuez pelas janelas. Ainda hoje a lavanda e a terra molhada me lembram a pureza do ar e do coração daquela aldeia.
Não me é verdadeiramente possível falar do Concerto de Aranjuez sobretudo deste segundo andamento de forma que não seja puramente emocional. Foi ao som dele que namorei horas sem fim - real ou imaginariamente, Foi com o seu fundo sonoro que escrevi os textos mais melosos que alguma vez foram produzidos (sim incluindo este) . Três andamentos do qual o segundo é o mais conhecido e o que foi retomado por Chick Corea na sua composição Spain onde desenvolve o tema à sua maneira e com a sua linguagem única.
O concerto - o original perdoa-me a precisão, o que ouvia em casa da minha avó nas tardes de verão - a despropósito muitas vezes depois de um pouco de Django Reinhardt ou Chopin - foi composto por Joaquin Rodrigo em 1939 inspirado ao que se diz nos jardins do palácio Real de Aranjuez . Talvez por isso aquele segundo andamento cheire tanto a melancolia. Por isso ou por ter sido completado logo após a devastadora Guerra Civil , uma procura de unidade que talvez pudesse hoje servir de inspiração para tantos. Certamente por isso, quase poeticamente, oito anos antes de morrer, Rodrigo foi nomeado pelo Rei D. Juan Carlos - Marqués de los Jardines de Aranjuez.
O concerto foi estreado uns meses depois a 9 de Novembro de 1940 em Barcelona e uns dias depois em Madrid. Desde aí para além da retoma de Corea com que começamos este texto as versões, aliterações e outras citações várias são difíceis de listar ou de citar tal a sua quantidade. O Adagio tem a qualidade da música que nos entra pelo coração, sem pedir licença e desperta em cada um de nós o desejo ardente da nossa poesia, seja ela qual for,
Porque nisso tens toda a razão Alexandre. Se a energia pode até nem ser uma dimensão a música essa tem de o ser e nessa dimensão apenas existe uma razão: a nossa emoção, o nosso sentimento. Tudo o resto reduz-se a à técnica da expressão e é de somenos importância.
E por isso para ilustrar este fabuloso concerto na forma neo-clássica de andamento rápido-lento-rápido resolvi escolher um músico andaluz que até ter tocado esta obra não tinha qualquer treino clássico. E esta interpretação digam o que disserem os puristas, para mim está perfeita ! Está aqui a dimensão da alma, 21 gramas ou 21 toneladas tudo dependerá do momento. Paco de Lucia na Guitarra solo.
E sim Alexandre não podia deixar de mostrar aqui para todos a composição Spain baseada no tema do Adágio deste concerto. Apreciem as duas porque ambas poderiam estar na lista ... Mas se me permites Alexandre vou apresentar-te este tema de Chick Corea numa versão que talvez não conheças com outro dos meus génios preferidos ... Bobby McFerrin, Um dueto absolutamente fantástico !
Algures no Lot-et-Garonne a curta distância de uma tempestade de Verão e o cheiro da terra molhada que entrava pela janela quando tocava o disco de vinil na aparelhagem, tantas vezes repetido . Um pingo de modernidade numa casa e numa farmácia do século XIX com bidons de vidro de perfume e umas torneiras em vidro que me fascinavam. O perfume a lavanda, uma campainha na porta e as notas de um teclado de um piano afagado pela minha avó, que as vezes saíam tal como Aranjuez pelas janelas. Ainda hoje a lavanda e a terra molhada me lembram a pureza do ar e do coração daquela aldeia.
Não me é verdadeiramente possível falar do Concerto de Aranjuez sobretudo deste segundo andamento de forma que não seja puramente emocional. Foi ao som dele que namorei horas sem fim - real ou imaginariamente, Foi com o seu fundo sonoro que escrevi os textos mais melosos que alguma vez foram produzidos (sim incluindo este) . Três andamentos do qual o segundo é o mais conhecido e o que foi retomado por Chick Corea na sua composição Spain onde desenvolve o tema à sua maneira e com a sua linguagem única.
O concerto - o original perdoa-me a precisão, o que ouvia em casa da minha avó nas tardes de verão - a despropósito muitas vezes depois de um pouco de Django Reinhardt ou Chopin - foi composto por Joaquin Rodrigo em 1939 inspirado ao que se diz nos jardins do palácio Real de Aranjuez . Talvez por isso aquele segundo andamento cheire tanto a melancolia. Por isso ou por ter sido completado logo após a devastadora Guerra Civil , uma procura de unidade que talvez pudesse hoje servir de inspiração para tantos. Certamente por isso, quase poeticamente, oito anos antes de morrer, Rodrigo foi nomeado pelo Rei D. Juan Carlos - Marqués de los Jardines de Aranjuez.
O concerto foi estreado uns meses depois a 9 de Novembro de 1940 em Barcelona e uns dias depois em Madrid. Desde aí para além da retoma de Corea com que começamos este texto as versões, aliterações e outras citações várias são difíceis de listar ou de citar tal a sua quantidade. O Adagio tem a qualidade da música que nos entra pelo coração, sem pedir licença e desperta em cada um de nós o desejo ardente da nossa poesia, seja ela qual for,
Porque nisso tens toda a razão Alexandre. Se a energia pode até nem ser uma dimensão a música essa tem de o ser e nessa dimensão apenas existe uma razão: a nossa emoção, o nosso sentimento. Tudo o resto reduz-se a à técnica da expressão e é de somenos importância.
E por isso para ilustrar este fabuloso concerto na forma neo-clássica de andamento rápido-lento-rápido resolvi escolher um músico andaluz que até ter tocado esta obra não tinha qualquer treino clássico. E esta interpretação digam o que disserem os puristas, para mim está perfeita ! Está aqui a dimensão da alma, 21 gramas ou 21 toneladas tudo dependerá do momento. Paco de Lucia na Guitarra solo.
E sim Alexandre não podia deixar de mostrar aqui para todos a composição Spain baseada no tema do Adágio deste concerto. Apreciem as duas porque ambas poderiam estar na lista ... Mas se me permites Alexandre vou apresentar-te este tema de Chick Corea numa versão que talvez não conheças com outro dos meus génios preferidos ... Bobby McFerrin, Um dueto absolutamente fantástico !
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
O Emmy de Carlos do Carmo
Carlos do Carmo venceu o Latin Grammy Awards sendo a primeira vez que um artista português vence este prémio. Um prémio merecido. Certo não é música clássica mas já no passado nos permitimos algumas interrupções no âmbito deste blog sempre que achamos importante. Permite-me Carlos do Carmo dar-te os parabéns utilizando uma versão modificada de um poema que ajudaste a imortalizar: Na tua voz existe, sem medida, um céu aberto, uma janela para a vida.
Neste caso não só é importante como também se trata de uma das minhas vozes preferidas especialmente porque canta uma canção que me marcou tanto que não vos consigo sequer explicar. É precisamente por essa canção com música de Fernando Tordo e um dos mais belos poemas de José Carlos Ary dos Santos que começo esta homenagem a Carlos do Carmo, o homem que hoje dedicou o seu prémio ao Povo Português.
Mas não é só por causa desta canção que Carlos do Carmo para mim é um dos génios da música popular portuguesa no que diz respeito à interpretação. Alguns outros exemplos de que me lembro sem nenhuma ordem em particular ... agora com a música de Tozé Brito e letra sempre de Ary dos Santos numa das melhores séries produzidas pela televisão portuguesa ...
No Teu Poema (também daquele festival da canção sui-generis mas absolutamente fabuloso em termos de qualidade) música e letra de José Luís Tinoco.
E agora que tal ouvirmos a mesma canção mas numa versão com Bernardo Sassetti ao piano.
E por fim como dizia sem qualquer ordem em especial apenas algumas das canções de que gosto particularmente , Um Homem na Cidade música e letra de José Luís Tinoco e arranjos de Bernardo Sassetti (não é das melhores capturas de som mas ... )
Parabéns Carlos do Carmo e permite-me acabar como comecei numa aliteração totalmente não autorizada de uma das canções que te imortalizam ... Na tua voz existe sem medida um céu aberto uma janela para a vida.
Neste caso não só é importante como também se trata de uma das minhas vozes preferidas especialmente porque canta uma canção que me marcou tanto que não vos consigo sequer explicar. É precisamente por essa canção com música de Fernando Tordo e um dos mais belos poemas de José Carlos Ary dos Santos que começo esta homenagem a Carlos do Carmo, o homem que hoje dedicou o seu prémio ao Povo Português.
Mas não é só por causa desta canção que Carlos do Carmo para mim é um dos génios da música popular portuguesa no que diz respeito à interpretação. Alguns outros exemplos de que me lembro sem nenhuma ordem em particular ... agora com a música de Tozé Brito e letra sempre de Ary dos Santos numa das melhores séries produzidas pela televisão portuguesa ...
No Teu Poema (também daquele festival da canção sui-generis mas absolutamente fabuloso em termos de qualidade) música e letra de José Luís Tinoco.
E agora que tal ouvirmos a mesma canção mas numa versão com Bernardo Sassetti ao piano.
E por fim como dizia sem qualquer ordem em especial apenas algumas das canções de que gosto particularmente , Um Homem na Cidade música e letra de José Luís Tinoco e arranjos de Bernardo Sassetti (não é das melhores capturas de som mas ... )
Parabéns Carlos do Carmo e permite-me acabar como comecei numa aliteração totalmente não autorizada de uma das canções que te imortalizam ... Na tua voz existe sem medida um céu aberto uma janela para a vida.
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Jogos engraçados no Facebook da Deutsche Grammophon
Desta vez sou eu a espiar a Deutsche Grammophon resultando dessa actividade não um passaporte dourado mas antes um desafio para jogarem dois jogos que, aparentemente simples (as mecânicas são de facto tradicionais e já conhecidas) têm alguns twists engraçados.
Fica aqui o desafio para colocarem aqui os resultados nos jogos nos comentários ... Não prometo prémios além da glória de figurarem no nosso ranking :-) ! Ah e claro Beethoven all the way ...
Links para os dois jogos.
Fica aqui o desafio para colocarem aqui os resultados nos jogos nos comentários ... Não prometo prémios além da glória de figurarem no nosso ranking :-) ! Ah e claro Beethoven all the way ...
Links para os dois jogos.
O coração e a alma de Chopin
Tem circulado na net neste ultimo dia a noticia da exumação do coração de Chopin que seguindo um desejo do compositor se encontra na Polónia onde é tratado como uma verdadeira relíquia.
A exumação feita em segredo foi necessária para verificar se as condições nas quais o coração tinha sido guardado ainda estavam perfeitas.
O mais importante para nós nessa noticia é o facto de Chopin merecer tal veneração. Bem sabemos que como ninguém capturou a essência da alma Polaca. Talvez seja por isso os polacos não queiram ver evaporar-se o que acreditam estar associado ao coração do génio.
Não discutindo crenças de uma coisa estou certo. A alma que procuram também está na música e talvez preservando-a conseguissem um resultado, como dizer sem fazer um jogo de palavras muito feio, ...
Fiquem com a Polonaise Heroïque por Martha Argerich como prova.
A exumação feita em segredo foi necessária para verificar se as condições nas quais o coração tinha sido guardado ainda estavam perfeitas.
O mais importante para nós nessa noticia é o facto de Chopin merecer tal veneração. Bem sabemos que como ninguém capturou a essência da alma Polaca. Talvez seja por isso os polacos não queiram ver evaporar-se o que acreditam estar associado ao coração do génio.
Não discutindo crenças de uma coisa estou certo. A alma que procuram também está na música e talvez preservando-a conseguissem um resultado, como dizer sem fazer um jogo de palavras muito feio, ...
Fiquem com a Polonaise Heroïque por Martha Argerich como prova.
Pedro e o Lobo contado por Jacques Brel - Mais uma das minhas 100 obras preferidas
Retomo de novo o tema das 100 obras que recomendo para quem quer começar a ouvir música clássica. Por vezes chamo a este tema as "100 obras preferidas" - pequena liberdade poética que não deixa de estar correcta dado que sem dúvida todas as obras de que vos falo fazem parte daquelas que prefiro.
Hoje vou falar-vos de uma história que certamente conhecem - O Pedro e o Lobo . A obra musical foi composta por Prokofiev em 1936 sob encomenda de Natalya Stats e o Teatro de Crianças de Moscovo. O objectivo era introduzir nas crianças o gosto pela música. Intrigado pelo desafio Prokofiev levou menos de uma semana a completar tanto a música como o texto ambos de sua autoria.
A estreia teve lugar uns dias depois a 2 de Maio de 1936 e esteve muito longe de ser um sucesso. Felizmente desde aí a peça tornou-se prevalecente precisamente para o fim a que se destinava - a introdução à música para os mais pequenos e não só diríamos nós, não só !
Não vos vou fazer perder muito tempo procurando explicar que cada instrumento representa uma personagem, nem tão pouco vos vou procurar demonstrar a genialidade desta composição aparente simples.
A narração da história é uma prova do inegável sucesso da obra. Percorrendo rapidamente a lista de narradores que tenham gravado , excluindo as actuações ao vivo não gravadas que tornariam esta lista ainda mais impressionante, vemos nomes como Eleonor Roosevelt, David Attenborough, António Banderas e Sophia Loren , Bill Clinton e Gorbachev, David Bowie, Sting entre muitos outros ...
Hoje e para começar recomendo-vos uma narração em Francês pelo enorme Jacques Brel - não é a melhor orquestra possível e o inicio com a apresentação dos instrumentos pelo maestro poderia ser muito melhor mas a narração de Jaques Brel é simplesmente fantástica ...
Agora outras das versões que vos dei na lista de personalidades celebres. Primeiro Sting (com uma orquestra francamente melhor) dirigida por Claudio Abbado.
E por fim a versão com David Bowie (orquestra filarmónica de Filadélfia dirigida por Eugene Ormandy).
Hoje vou falar-vos de uma história que certamente conhecem - O Pedro e o Lobo . A obra musical foi composta por Prokofiev em 1936 sob encomenda de Natalya Stats e o Teatro de Crianças de Moscovo. O objectivo era introduzir nas crianças o gosto pela música. Intrigado pelo desafio Prokofiev levou menos de uma semana a completar tanto a música como o texto ambos de sua autoria.
A estreia teve lugar uns dias depois a 2 de Maio de 1936 e esteve muito longe de ser um sucesso. Felizmente desde aí a peça tornou-se prevalecente precisamente para o fim a que se destinava - a introdução à música para os mais pequenos e não só diríamos nós, não só !
Não vos vou fazer perder muito tempo procurando explicar que cada instrumento representa uma personagem, nem tão pouco vos vou procurar demonstrar a genialidade desta composição aparente simples.
A narração da história é uma prova do inegável sucesso da obra. Percorrendo rapidamente a lista de narradores que tenham gravado , excluindo as actuações ao vivo não gravadas que tornariam esta lista ainda mais impressionante, vemos nomes como Eleonor Roosevelt, David Attenborough, António Banderas e Sophia Loren , Bill Clinton e Gorbachev, David Bowie, Sting entre muitos outros ...
Hoje e para começar recomendo-vos uma narração em Francês pelo enorme Jacques Brel - não é a melhor orquestra possível e o inicio com a apresentação dos instrumentos pelo maestro poderia ser muito melhor mas a narração de Jaques Brel é simplesmente fantástica ...
Agora outras das versões que vos dei na lista de personalidades celebres. Primeiro Sting (com uma orquestra francamente melhor) dirigida por Claudio Abbado.
E por fim a versão com David Bowie (orquestra filarmónica de Filadélfia dirigida por Eugene Ormandy).
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Ernest Chausson - Poéme
Continuamos hoje a nossa epopeia pelas 100 obras que recomendamos com uma composição de um músico quase desconhecido mas de que gosto particularmente. Esta obra é uma das peças fundamentais no reportório de violino tendo sido composta em 1896 por Ernest Chausson por encomenda - ou melhor por influencia - do grande violinista e compositor Ysaÿe que lhe tinha solicitado um concerto para violino.
Ora Ernest Chausson que não era particularmente conhecido pela sua auto-confiança sentido-se incapaz de tal tarefa resolveu escrever uma obra menos complexa - uma espécie de fantasia. A obra foi estreada formalmente em Paris em 1897 por Ysaÿe tendo desde logo conhecido um grande sucesso.
A obra contida num único andamento não possui nenhuma forma composicional especifica desenvolvendo-se livremente inspirado numa história do romancista Russo Ivan Turgenev intitulada "Canto do Amor Triunfante". Note-se porém que apesar dessa inspiração Chausson quis desde sempre negar qualquer desígnio programático referindo "não existe qualquer descrição. Apenas sensações."
Para ilustrar esta obra escolhemos uma gravação da violinista francesa Ginette Neveu de 1946 com a Orquestra Philarmonia de Londres sobre a direcção de Dobroven.
Ora Ernest Chausson que não era particularmente conhecido pela sua auto-confiança sentido-se incapaz de tal tarefa resolveu escrever uma obra menos complexa - uma espécie de fantasia. A obra foi estreada formalmente em Paris em 1897 por Ysaÿe tendo desde logo conhecido um grande sucesso.
A obra contida num único andamento não possui nenhuma forma composicional especifica desenvolvendo-se livremente inspirado numa história do romancista Russo Ivan Turgenev intitulada "Canto do Amor Triunfante". Note-se porém que apesar dessa inspiração Chausson quis desde sempre negar qualquer desígnio programático referindo "não existe qualquer descrição. Apenas sensações."
Para ilustrar esta obra escolhemos uma gravação da violinista francesa Ginette Neveu de 1946 com a Orquestra Philarmonia de Londres sobre a direcção de Dobroven.
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
E agora algo totalmente diferente - Uma versão hilariante do Hino da Alegria
Já que o outro dia falamos da Nona Sinfonia e da versão modificada de Bernstein - de Hino à Alegria para Hino à Liberdade por ocasião da queda do Muro de Berlim, hoje vamos para outro registo, neste caso a tonalidade cómica.
Estamos a falar precisamente da versão magistral do Hino da Alegria, o Hino Oficial da Europa na percepção de Rowan Atkinson conhecido pela sua personagem Mr. Bean. Neste caso com uma versão que até estava a correr bem do hino ... até que ...
Já agora na imagem que escolhi um dos papeis mais brilhantes do actor britânico na brilhante série série Blackadder. Se nunca viu não sabe o que perdeu: um dos humores mais inteligentes e ácidos que a epoca da história onde se desenrola a série não só não apaga como catalisa ... a ver - claro depois do hino como que vos deixo isto porque a seguir à música nada como uma boa gargalhada.
Estamos a falar precisamente da versão magistral do Hino da Alegria, o Hino Oficial da Europa na percepção de Rowan Atkinson conhecido pela sua personagem Mr. Bean. Neste caso com uma versão que até estava a correr bem do hino ... até que ...
Já agora na imagem que escolhi um dos papeis mais brilhantes do actor britânico na brilhante série série Blackadder. Se nunca viu não sabe o que perdeu: um dos humores mais inteligentes e ácidos que a epoca da história onde se desenrola a série não só não apaga como catalisa ... a ver - claro depois do hino como que vos deixo isto porque a seguir à música nada como uma boa gargalhada.
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Uma recomendação musical - O ciclo de concertos no São Carlos dedicado ao Centenário da 1ª Guerra
Pois é, parece incrível para alguns mas faz já um século que se iniciou o primeiro grande flagelo moderno da humanidade.
O Teatro Nacional de São Carlos a exemplo de várias outras salas de espectáculo por essa Europa criou um ciclo de concertos entre 15 a 29 de Novembro especialmente concebido pelo seu conteúdo para recordar esse triste evento da nossa história.
Para mais informação e compra de bilhetes basta apontar o seu browser para este link:
Se non ora, quando ?
A música perante a tragédia das duas guerras
Como (quase) sempre não queria terminar este post sem um pouco de música. E para isso resolvi seleccionar três obras que fazem parte dos programas (uma para cada dia) com uma pequena explicação sobre a razão da sua ligação com o tema.
The Spirit of England (Elgar) : Composto entre 1915 e 1917 e dedicado aos ingleses que combateram na 1ª Guerra em especial (segundo o compositor) os de Worcester.
Le Tombeau de Couperin (Ravel) : Composição de Ravel dedicada a um seu amigo que faleceu na 1ª Guerra. A versão que vos mostramos é a Orquestra composta em 1919 uns anos após a original composta entre 1915 e 1917.
Canto do Livre (Fernando Lopes Graça) : Uma canção contra a guerra de 1946 sobre um poema de António Augusto Passos.
O Teatro Nacional de São Carlos a exemplo de várias outras salas de espectáculo por essa Europa criou um ciclo de concertos entre 15 a 29 de Novembro especialmente concebido pelo seu conteúdo para recordar esse triste evento da nossa história.
Para mais informação e compra de bilhetes basta apontar o seu browser para este link:
Se non ora, quando ?
A música perante a tragédia das duas guerras
Como (quase) sempre não queria terminar este post sem um pouco de música. E para isso resolvi seleccionar três obras que fazem parte dos programas (uma para cada dia) com uma pequena explicação sobre a razão da sua ligação com o tema.
The Spirit of England (Elgar) : Composto entre 1915 e 1917 e dedicado aos ingleses que combateram na 1ª Guerra em especial (segundo o compositor) os de Worcester.
Le Tombeau de Couperin (Ravel) : Composição de Ravel dedicada a um seu amigo que faleceu na 1ª Guerra. A versão que vos mostramos é a Orquestra composta em 1919 uns anos após a original composta entre 1915 e 1917.
Canto do Livre (Fernando Lopes Graça) : Uma canção contra a guerra de 1946 sobre um poema de António Augusto Passos.
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Wish you Where Here numa versão com Grappelli
Num post de um amigo músico tive conhecimento da existência desta versão que ou desconhecia ou de que me tinha esquecido totalmente. E logo uma combinação fabulosa, uma das minhas canções preferidas com um dos violinistas que conheço com o som mais naturalmente fabuloso.
Se ontem vos pedi uma hora e meia hoje como é segunda bastarão pouco mais de 6 minutos. Não é que como o pai de Gershwin meça o valor das obras pela sua duração mas tenho em consideração os tempos modernos e a menor disponibilidade de tempo e de atenção :-)
Wish you were here ... hum sim ... desejaria.
Se ontem vos pedi uma hora e meia hoje como é segunda bastarão pouco mais de 6 minutos. Não é que como o pai de Gershwin meça o valor das obras pela sua duração mas tenho em consideração os tempos modernos e a menor disponibilidade de tempo e de atenção :-)
Wish you were here ... hum sim ... desejaria.
domingo, 9 de novembro de 2014
O 25º Aniversário da Queda do Muro e a História da Música
Hoje falamos de um evento também ele relacionado com o regime soviético e com a privação de liberdade de que o Muro de Berlim era o mais óbvio dos sinais. E quando o muro caiu de novo a música de Beethoven agora pelas mãos de um outro grande compositor voltou a estar relacionada com este evento através de um concerto histórico numa orquestra com músicos das duas Alemanhas e das quatro potencias que haviam dividido Berlim.
E voltou transmutada de Ode à Alegria para uma Ode à Liberdade sem dúvida uma liberdade poética que o romântico, humanista e convicto apoiante da amizade entre humanos, Schiller teria certamente aplaudido de pé a ideia. O que vos posso dizer mais? Já por várias vezes vos falei desta obra e em particular deste concerto. Se tiverem cerca de uma hora e meia recomendo que o oiçam e vejam na sua totalidade já aqui em baixo ... - Não é todos os dias que podemos assistir a um concerto com esta relevância histórica.
Além da substituição da palavra "Freude" (Alegria) por "Freiheit" (Liberdade) esta interpretação contém a participação de um coro de crianças algo bastante invulgar e certamente não previsto por Beethoven.
sábado, 8 de novembro de 2014
10 Coisas que deveriam mudar nas salas de concerto
Este post é totalmente inspirado na opinião do maestro Baldur Brönnimann e previnem-se desde já os estimados leitores que o mesmo contém opiniões polémicas. Em alguns casos - em particular aqueles que não subscrevo - introduzi alguns comentários pessoais que estão devidamente identificados como tal (a azul). Aceitam-se obviamente criticas e opiniões polémicas desde que devidamente respeitosas dos restantes leitores (ou seja não serão admitidos comentários inflamatórios ou insultuosos dirigidos a outros leitores). E agora sem mais apresentações aqui ficam as 10 coisas.
- O publico deveria poder aplaudir entre andamentos : Diz o maestro que esta é uma expressão natural de contentamento. Muitos não sabem mas este é uma proibição do inicio do século XX. Antes era perfeitamente aceite o aplauso entre andamentos. Aliás na ópera por exemplo continua a ser aceite após uma ária particularmente bem cantada por exemplo. A teoria é que o aplauso rompe a estrutura e o ambiente da obra. Por mim há andamentos a seguir aos quais custa tanto não aplaudir. Subscreve-se a opinião do maestro.
- As Orquestras deveriam afinar nos bastidores : O maestro diz que certas obras apenas resultam devidamente após o silêncio e que o impacto da surpresa perde-se pelo conhecimento prévio de alguns acordes da mesma.
- Deveria ser permitida a utilização de telemóveis em modo silencioso : Não para falar diz o maestro claro mas para tweetar , gravar. Diz o maestro que se as pessoas pagam o bilhete têm o direito de falar acerca do concerto e mesmo partilhar com outros a experiência que estamos a viver. Espero que esta incendeie a audiência deste blog. No que me diz respeito desde que seja em silencio não me incomoda e numa sociedade com o curto tempo de atenção que temos a aceitação dos telemóveis desde que não incomodem os vizinhos parece-me apenas uma má (péssima) ideia.
- Os programas deveriam ser menos previsíveis : Diz o maestro que os programas não deveriam ser completos para salvaguardar o efeito surpresa. Se a surpresa vem do programa incluir ou não todas as obras a serem interpretadas e não a surpresa intrínseca a cada interpretação individual então estamos mesmo mal.
- Deveria ser permitido levar as bebidas para a sala de concerto : Diz o maestro que isto acontece nos concertos de pop e o maestro não vê razão para que não aconteça o mesmo nos concertos de música clássica. E talvez pipocas não? Também são permitidas nos cinemas. Sinceramente até estou de acordo que se deve tornar menos formal o acesso à música clássica porém como em todas as coisas existe um limite. Neste caso o limite é fixado pela medida em que estes elementos exógenos perturbam o acesso à música.
- Os músicos deveriam falar com o publico quer no bar quer mesmo nos bastidores : Diz o maestro que os músicos deveriam sentir a obrigação de falar com quem gosta de música pelo menos tanto como eles. Aqui concordo em absoluto. Seria uma forma interessante de precisamente aproximar a música do espectadores sem perturbar o essencial.
- As orquestras não deveriam actuar com fraques: É demasiado desactualizado diz o maestro. Cria uma barreira artificial. Sim também concordo. Uma forma de vestir menos formal ajudaria a reduzir a distância.
- Os concertos deveriam ser mais fáceis para as famílias: Além de lugares especiais o maestro pensa que devem existir locais onde podem ser deixados bebés além de regras mais permissivas sobre entradas e saídas da sala. Um ponto onde me parece que junto a boas ideias outras parecem-me quase tão absurdas como dificilmente realizáveis.
- As salas de concerto deveriam utilizar tecnologia de ponta : Para proporcionar uma experiência diferente incluindo conteúdo extra, ecrãs para melhorar a visibilidade e mesmo amplificação em salas Nada contra excepto relativamente à amplificação.
- Cada programa deveria conter pelo menos uma obra contemporânea : Pensa o maestro que devemos interpretar a música do nosso tempo. Não me parece uma boa ideia. Tudo o que sejam soluções por quotas.
terça-feira, 4 de novembro de 2014
London Symphony Orchestra e uma forma muito diferente de ouvir
Se há uns dias vos falei de umas aplicações que apenas funcionam em IPad hoje tenho para compensar uma experiência universal e totalmente gratuita que a London Symphony Orchestra disponibiliza.
É muito simples, basta ir ao site e depois escolher uma das duas obras à escolha (pode depois mudar se desejar). Qualquer uma das duas obras - Bolero de Ravel e a Sinfonia Fantástica de Berlioz está na nossa lista das 100 Mais pelo que não posso propriamente recomendar uma ou outra.
Uma vez escolhida a obra além de poder escolher as câmaras (até um máximo de 4 em simultâneo) tem também acesso a informação bastante detalhada sobre os vários naipes da Orquestra com possibilidade de acesso a Master Classes que vos darão informação sobre aspectos específicos do papel do naipe na peça. Recomendo mesmo que oiçam por exemplo todos da obra de Ravel porque juro-vos que nunca mais irão ouvir a obra da mesma forma.
É muito simples, basta ir ao site e depois escolher uma das duas obras à escolha (pode depois mudar se desejar). Qualquer uma das duas obras - Bolero de Ravel e a Sinfonia Fantástica de Berlioz está na nossa lista das 100 Mais pelo que não posso propriamente recomendar uma ou outra.
Uma vez escolhida a obra além de poder escolher as câmaras (até um máximo de 4 em simultâneo) tem também acesso a informação bastante detalhada sobre os vários naipes da Orquestra com possibilidade de acesso a Master Classes que vos darão informação sobre aspectos específicos do papel do naipe na peça. Recomendo mesmo que oiçam por exemplo todos da obra de Ravel porque juro-vos que nunca mais irão ouvir a obra da mesma forma.
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