domingo, 9 de novembro de 2014

O 25º Aniversário da Queda do Muro e a História da Música


A história da Europa Ocidental e a história da música cruzaram-se por várias vezes. Desde a Heróica de Beethoven primeiro dedicada a um suposto libertador que se tornou Imperador passando pela Water Music de Handel - talvez a primeira obra pensada para o povo quase tanto como para os soberanos que a podiam ouvir nas barcaças ao longo do Tamisa, para não falar das por exemplo das sinfonias de Shostakovich algumas tão dilaceradas como o cerco que relatavam - tanto o cerco físico dos alemães como o cerco não menos real e perigoso das autoridades soviéticas à sua música.

Hoje falamos de um evento também ele relacionado com o regime soviético e com a privação de liberdade de que o Muro de Berlim era o mais óbvio dos sinais. E quando o muro caiu de novo a música de Beethoven agora pelas mãos de um outro grande compositor voltou a estar relacionada com este evento através de um concerto histórico numa orquestra com músicos das duas Alemanhas e das quatro potencias que haviam dividido Berlim.

E voltou transmutada de Ode à Alegria para uma Ode à Liberdade sem dúvida uma liberdade poética que o romântico, humanista e convicto apoiante da amizade entre humanos, Schiller teria certamente aplaudido de pé a ideia. O que vos posso dizer mais? Já por várias vezes vos falei desta obra e em particular deste concerto. Se tiverem cerca de uma hora e meia recomendo que o oiçam e vejam na sua totalidade já aqui em baixo ... - Não é todos os dias que podemos assistir a um concerto com esta relevância histórica.




Além da substituição da palavra "Freude" (Alegria) por "Freiheit" (Liberdade) esta interpretação contém a participação de um coro de crianças algo bastante invulgar e certamente não previsto por Beethoven.

1 comentário:

  1. Emocionante, sem dúvida um dos grandes momentos da História. Viver 28 anos num regime de leste deve ter sido a mais deprimente experiência do pós-guerra, a alegria desses dias comove-me sempre.

    Pena que o Oeste não tenha estado à altura da responsabilidade de ser o novo modelo, levando os desesperados de agora, sem "amanhãs que cantam", matar e morrer pela Jihad. A minha Europa está de novo doente e já não há muros para derrubar.

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