Celebra-se amanhã o Dia Mundial da Música. Este dia é sempre festejado com vários concertos e recitais por isso não terão com toda a certeza dificuldade em encontrar perto de vós um desses eventos. Aqui pela zona de Lisboa há tantos que me é impossível listar todos.
Aqui ficam algumas sugestões no entanto espalhadas um pouco por todo o país. Assim no Porto no Coliseu do Porto teremos Sansão e Dalila de Saint Saens às 21h a ópera considerada uma das obra prima do compositor. No CCB em Lisboa teremos o Ensemble Schostakovich às 21h na sala Luís de Freitas Branco. Ainda em Lisboa mas no São Carlos teremos no Teatro São Carlos às 18h no Salão Nobre a Orquestra Sinfónica Portuguesa com obras de Mendelssohn, Joly Braga Santos, Mozart e Schostakovich. Além disso nessa zona do chiado no largo do Teatro, nas Ruínas do Carmo, ... haverão uma série de pequenos concertos para festejar este dia (a partir das 15h).
Mas há eventos em muitas outras localidades. Em Santarém por exemplo o conservatório leva a cabo um concerto de comemoração do dia e também de abertura do ano lectivo. Será às 21:30 na Igreja da Graça, a entrada é livre.
Também há comemorações em Almeirim, no Redondo, em Évora (com o Requiem de Fauré às 18:30 na Igreja de São Francisco), ...
O nosso conselho é o seguinte ... consulte os jornais da sua localidade e certamente poderá usufruír de música ao vivo. Não se esqueça do nosso lema: Ao vivo é outra coisa !
A única música que precisa de embalagem é a música de plástico.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
terça-feira, 27 de setembro de 2011
1º concerto do ciclo “Musicália” - Sugestão para Quarta-Feira 28 Setembro 2011
Vamos hoje retomar a boa tradição de algumas sugestões musicais. Assim começo por vos propor para Quarta-Feira às 19h o 1º Concerto Musicália de que soube através deste post no Facebook.
O programa é constituído por música contemporânea de autores portugueses (só por isso vale a pena irem ouvir). Aqui fica o elenco dos artistas e programa para os mais preguiçosos que não queiram ir ao Facebook (embora convenha para verificarem se não há novidades!).
1º concerto do ciclo “Musicália”
Academia de Amadores de Música
Rua Nova do Trindade, Lisboa
4ª feira - 28 Setembro 2011 19:00
Ana Cristina Bernardo, piano
João Pereira Coutinho, flauta
Paulo Gaspar, clarinete
Luís Pacheco Cunha, violino
Ricardo Mateus, viola
Catarina Távora, violoncelo
Fátima Juvandes e João Paulo Monteiro, percussão
Programa:
Carlos Marecos
Um sino contra o tempo
Eurico Carrapatoso
Espelho da Alma
Sérgio Azevedo
V mhlách... 1912
Eu vou tentar lá estar embora 19h naquele local não seja para mim muito simples !
1º concerto do ciclo “Musicália”
Academia de Amadores de Música
Rua Nova do Trindade, Lisboa
4ª feira - 28 Setembro 2011 19:00
Ana Cristina Bernardo, piano
João Pereira Coutinho, flauta
Paulo Gaspar, clarinete
Luís Pacheco Cunha, violino
Ricardo Mateus, viola
Catarina Távora, violoncelo
Fátima Juvandes e João Paulo Monteiro, percussão
Programa:
Carlos Marecos
Um sino contra o tempo
Eurico Carrapatoso
Espelho da Alma
Sérgio Azevedo
V mhlách... 1912
Eu vou tentar lá estar embora 19h naquele local não seja para mim muito simples !
sábado, 24 de setembro de 2011
José Niza (1938-2011)
José Niza compositor, poeta, médico e produtor musical faleceu ontem 23 de Setembro de 2011 em Lisboa. José Niza além de ter tido um papel de destaque enquanto compositor foi como produtor musical responsável pela edição de vários discos de Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira entre muitos outros. Deputado pelo partido socialista durante várias legislaturas José Niza foi autor ou participou na concepção de legislação relevante como o código dos direitos de autor e direitos conexos por exemplo.
Das suas várias canções E Depois do Adeus, a senha do 25 de Abril é certamente a mais conhecida (autor neste caso da Letra) embora seria justo que muitas outras fossem recordadas como por exemplo Fala do Homem Nascido ou Alegre se fez triste (em ambos os casos autor da música sobre poemas de António Gedeão e Manuel Alegre respectivamente) ou ainda Cantar de Emigração.
Podem ler mais sobre o compositor neste artigo do Público ou nesta biografia nos quais esta pequena homenagem se baseia.
Foi decretado luto municipal de 3 dias em Santarém cidade onde residia.
Das suas várias canções E Depois do Adeus, a senha do 25 de Abril é certamente a mais conhecida (autor neste caso da Letra) embora seria justo que muitas outras fossem recordadas como por exemplo Fala do Homem Nascido ou Alegre se fez triste (em ambos os casos autor da música sobre poemas de António Gedeão e Manuel Alegre respectivamente) ou ainda Cantar de Emigração.
Podem ler mais sobre o compositor neste artigo do Público ou nesta biografia nos quais esta pequena homenagem se baseia.
Foi decretado luto municipal de 3 dias em Santarém cidade onde residia.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Kurt Sanderling (1912 - 2011)
Faleceu no passado dia 17 de Setembro Kurt Sanderling. Conhecido por ter sido bastante próximo de Schostakovich de quem temos falado ultimamente mas também pelo seus inegáveis dotes de direcção de orquestra, certamente entre os melhores do século XX.
Mahler e Beethoven talvez fossem os compositores em que exprimia melhor o seu talento tendo sido aliás um dos primeiros a interpretar a 10ª Sinfonia de Mahler na versão completada por Deryck Cooke. As suas interpretações da 9ª de Mahler ou das obras de Schostakovich são uma referência.
Nascido a 19 de Setembro de 1912 faltavam apenas 2 dias para completar 99 anos ... Dizia meio em jeito de anedota meio em jeito de homenagem que tinha sobrevivido aos três ditadores mais duros da Europa. Uma referência à sua origem germano-judaica que o levou a saír da Alemanha de Hitler para a Russia de Estaline e que mais tarde o fez retornar à então Republica Democrática Alemã de Honecker.
Dirigiu no Ocidente a Orquestra Philarmonia, a Royal Concert Concertgebouw tendo sido convidado para dirigir a Filarmónica de Los Angeles que recusou devido a compromissos anteriores. Tinha-se retirado em 2002.
Como sempre deixo-vos com música dirigida neste caso pelo Maestro Kurt Sanderling. Creio que gostaria que este post se terminasse com Das Lied von der Erde.
Mahler e Beethoven talvez fossem os compositores em que exprimia melhor o seu talento tendo sido aliás um dos primeiros a interpretar a 10ª Sinfonia de Mahler na versão completada por Deryck Cooke. As suas interpretações da 9ª de Mahler ou das obras de Schostakovich são uma referência.
Nascido a 19 de Setembro de 1912 faltavam apenas 2 dias para completar 99 anos ... Dizia meio em jeito de anedota meio em jeito de homenagem que tinha sobrevivido aos três ditadores mais duros da Europa. Uma referência à sua origem germano-judaica que o levou a saír da Alemanha de Hitler para a Russia de Estaline e que mais tarde o fez retornar à então Republica Democrática Alemã de Honecker.
Dirigiu no Ocidente a Orquestra Philarmonia, a Royal Concert Concertgebouw tendo sido convidado para dirigir a Filarmónica de Los Angeles que recusou devido a compromissos anteriores. Tinha-se retirado em 2002.
Como sempre deixo-vos com música dirigida neste caso pelo Maestro Kurt Sanderling. Creio que gostaria que este post se terminasse com Das Lied von der Erde.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Wikileaks, music, and power - Alex Ross: The Rest Is Noise:
Escolhemos para post de hoje uma relação curiosa entre a música clássica, o poder e as Wikileaks. Um blog nunca estaria completo sem pelo menos uma referência a essas "fugas" (não no sentido musical do termo bem entendido :-))
'via Blog this'
sábado, 17 de setembro de 2011
Dimitri Shostakovich (1906-1975) - A primeira crise
Passaram-se dois anos entre a estreia da ópera Lady Macbeth of the Mtsensk District em 1934 (aliás com considerável sucesso) até ao ano de 1936 em que surgem vários ataques a Schostakovich em particular um artigo intitulado "caos em vez de música".
Quando o Politburo vem ver a estreia da obra no Bolschoi (incluindo o próprio Stalin) Schostakovich também está na assistência tendo sido avisado por amigos de que o deveria fazer. Horrorizado o compositor percebe que Stalin detesta a obra. Note-se que estes dois factos correspondiam na altura a uma pena de morte (e isto não é uma metáfora artística, estamos a falar da efectiva eliminação física do compositor). Não admira assim que Schostakovich receie a partir desse momento Stalin e recear será certamente um eufemismo, pavor ou terror seria possivelmente mais adequado.
Facto é que os críticos que tinham aplaudido a ópera rapidamente se retractaram dizendo que não tinham reparado nas óbvias falhas da ópera sendo igualmente facto que o rendimento de Schostakovich desceu consideravelmente. As poucas oportunidades que apareciam eram para obras de propaganda ...
Schostakovich aplicava-se a sério nestas obras e de certa forma isso poderá ter-lhe literalmente salvo a vida. A resposta oficial do compositor deu-se com a Quinta Sinfonia que por isso é por vezes também apelidada "A Resposta Criativa de um artista soviético justamente criticado". A sinceridade como que Schostakovich se terá retractado e respectiva polémica associado merecerá obviamente um post. Por agora ficamos apenas com a música.
A Quinta Sinfonia representou uma reabilitação parcial e permitiu a Schostakovich respirar um pouco mais tranquilamente tendo igualmente iniciado a compor música de câmara de forma mais sistemática forma que também lhe permitia explorar outras ideias, como dizer mais "formalistas" ... Um bom exemplo desse trabalho é o Quarteto nº1 em Dó Maior (Op. 49 de 1938).
Outro bom exemplo é o Op. 57 - Quinteto para Piano em Sol Menor (1940) (este extracto vale a pena ser ouvido dado que no Piano está Marta Argerich, no primeiro violino Joshua Bell e no violoncelo Maisky). Aliás este quinteto vale-lhe o seu primeiro prémio Lenine consolidando de certa forma a reabilitação. Dizemos de certa forma porque pelo meio houve uma Sexta Sinfonia recebida friamente.
Pouco depois a então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas vê-se envolvida na segunda guerra mundial apesar do pacto Germano-Soviético. Começa então em Leninegrado a composição da Sétima Sinfonia e o próximo post desta série ...
Quando o Politburo vem ver a estreia da obra no Bolschoi (incluindo o próprio Stalin) Schostakovich também está na assistência tendo sido avisado por amigos de que o deveria fazer. Horrorizado o compositor percebe que Stalin detesta a obra. Note-se que estes dois factos correspondiam na altura a uma pena de morte (e isto não é uma metáfora artística, estamos a falar da efectiva eliminação física do compositor). Não admira assim que Schostakovich receie a partir desse momento Stalin e recear será certamente um eufemismo, pavor ou terror seria possivelmente mais adequado.
Facto é que os críticos que tinham aplaudido a ópera rapidamente se retractaram dizendo que não tinham reparado nas óbvias falhas da ópera sendo igualmente facto que o rendimento de Schostakovich desceu consideravelmente. As poucas oportunidades que apareciam eram para obras de propaganda ...
Schostakovich aplicava-se a sério nestas obras e de certa forma isso poderá ter-lhe literalmente salvo a vida. A resposta oficial do compositor deu-se com a Quinta Sinfonia que por isso é por vezes também apelidada "A Resposta Criativa de um artista soviético justamente criticado". A sinceridade como que Schostakovich se terá retractado e respectiva polémica associado merecerá obviamente um post. Por agora ficamos apenas com a música.
A Quinta Sinfonia representou uma reabilitação parcial e permitiu a Schostakovich respirar um pouco mais tranquilamente tendo igualmente iniciado a compor música de câmara de forma mais sistemática forma que também lhe permitia explorar outras ideias, como dizer mais "formalistas" ... Um bom exemplo desse trabalho é o Quarteto nº1 em Dó Maior (Op. 49 de 1938).
Outro bom exemplo é o Op. 57 - Quinteto para Piano em Sol Menor (1940) (este extracto vale a pena ser ouvido dado que no Piano está Marta Argerich, no primeiro violino Joshua Bell e no violoncelo Maisky). Aliás este quinteto vale-lhe o seu primeiro prémio Lenine consolidando de certa forma a reabilitação. Dizemos de certa forma porque pelo meio houve uma Sexta Sinfonia recebida friamente.
Pouco depois a então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas vê-se envolvida na segunda guerra mundial apesar do pacto Germano-Soviético. Começa então em Leninegrado a composição da Sétima Sinfonia e o próximo post desta série ...
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Tiago Cabrita - Duas Peças
Os que conhecem este blog sabem que a música contemporânea não é de forma geral "my cup of tea" mas ultimamente tenho estado aos poucos a mudar de percepção embora existam coisas que continuo sem conseguir ouvir ...
Serve este preâmbulo para vos propor (porque gostei) duas obras de um jovem compositor português, Tiago Cabrita, ambas interpretadas por músicos portugueses. Não consigo definir com total certeza qual das duas prefiro embora caso tivesse mesmo que escolher talvez me inclinasse para AntiClockwise interpretada por Artur Mouradian na Eliminatória do Prémio Jovens Músicos, Violino Nível Superior (aliás sobre este prémio voltaremos a falar em breve com uma proposta de uns dias bem passados).
A outra obra Rasgo de Melodia que vos proponho é interpretada por um quarteto composto por Isa Antunes (Piano), Mariana Pinto (Violino), Bárbara Pires (Viola) e Mariana Lobo Fernandes (Violoncelo).
Fiquem portanto com música portuguesa, feita por músicos portugueses neste regresso do vosso escriba que se pretende regular daqui em diante.
Serve este preâmbulo para vos propor (porque gostei) duas obras de um jovem compositor português, Tiago Cabrita, ambas interpretadas por músicos portugueses. Não consigo definir com total certeza qual das duas prefiro embora caso tivesse mesmo que escolher talvez me inclinasse para AntiClockwise interpretada por Artur Mouradian na Eliminatória do Prémio Jovens Músicos, Violino Nível Superior (aliás sobre este prémio voltaremos a falar em breve com uma proposta de uns dias bem passados).
A outra obra Rasgo de Melodia que vos proponho é interpretada por um quarteto composto por Isa Antunes (Piano), Mariana Pinto (Violino), Bárbara Pires (Viola) e Mariana Lobo Fernandes (Violoncelo).
Fiquem portanto com música portuguesa, feita por músicos portugueses neste regresso do vosso escriba que se pretende regular daqui em diante.
domingo, 4 de setembro de 2011
Protestos no Concerto da Filarmónica de Israel nas Proms
O concerto da Orquestra Filarmónica de Israel nas Proms que teve lugar no passado dia 1 de Setembro foi interrompido por protestos de membros da audiência simpatizantes da causa Palestiniana. Podem ver um extracto desses protestos aqui.
Embora considere perfeitamente legitimo que essas pessoas protestem fora da sala - a Orquestra Filarmónica de Israel podendo ser tomada como uma bandeira, um símbolo do referido estado - já a manifestação dentro da sala me parece ir contra o principio democrático de que a nossa liberdade termina onde começa a dos outros, e todos os outros escolheram ouvir a Orquestra ...
Não se trata de defender uma espécie de "santidade" da música apenas o simples respeito pela escolha individual dos milhares de pessoas que tinham adquirido um bilhete para ouvir aquele concerto.
A este propósito não posso obviamente deixar de lembrar Barenboim e o seu discurso no Knesset que vos repetirei sem dúvida mais vezes e que subscrevo inteiramente. Apenas a paz e a não violência podem ser respostas válidas às tentativas de solução pela força.
É verdade que a história também nos ensinou que quando alguém diz que nos quer eliminar é bom que acreditemos no que diz, mas a mesma história também nos ensina que a força deve ser dirigida apenas e unicamente contra quem verdadeiramente nos ameaça e não contra moinhos de vento e inocentes ... sobre o risco de gerar ainda mais violência ...
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