No Blog The Rest is Noise chamam-nos a atenção para um artigo do The New Yorker em que se conta a história da querela de Hélène Grimaux e Claudio Abbado. Na verdade o artigo intitulado Her Way - A pianist of strong opinions é muito mais do que a simples descrição desse fait-divers. É um perfil excelente não só da artista como também das escolhas e do custo da independência dessas escolhas. Numa altura em que sair da norma artística é um risco Hélène Grimaux não deixa nunca de manifestar as suas interpretações. Nós apreciamos e recomendamos a leitura do longo artigo de sete páginas ao som da interpretação que se segue, repetida se preciso for (ctrl+click para abrir numa outra janela o link).
A única música que precisa de embalagem é a música de plástico.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
domingo, 30 de outubro de 2011
Yehudi Menuhin (1906-1999) - Terceira Parte
Podem ler as duas primeiras partes desta biografia nestes dois posts:
Primeira Parte : Um talento precoce
Segunda Parte. Os Anos Antes da Guerra
A segunda guerra mundial interrompe a carreira de Menuhin de forma dramática (há quem defenda que mesmo antes da guerra Menuhin já teria perdido o fulgor dos primeiros anos, supõe-se que devido a uma lesão) mas obviamente quando se fala de guerra este tipo de problemas é irrelevante.
Por outro lado a guerra veio catalisar uma faceta no instrumentista que se apercebe da dimensão humana que a música pode trazer à espécie humana. Na verdade Yehudi Menuhin não mais parará de procurar com a música trazer paz, alegria e bom senso aos homens.
O inicio da guerra é marcada pelo nascimento dos seus dois primeiros filhos em 1939 e 1940 (embora nessa altura os Estados Unidos não estivessem ainda formalmente em guerra ...). Durante esta Menuhin vai fazer mais de 500 concertos para as tropas aliadas. Neste video podemos ver um extracto de uma interpretação num hospital de uma obra de Dvorak.
Numa dessas viagens haveria de conhecer a sua segunda mulher Diana Gould dançarina talentosa de quem teria também dois filhos.
Em 1945 com Benjamin Britten desloca-se a Bergen-Belsen para um recital no recentemente libertado campo de concentração num concerto destinado aos sobreviventes. Demonstrando uma alma enorme em 1947 aceita interpretar com a Sinfónica de Berlim dirigida por Furtwangler (nessa altura muito atacado pela sua suposta conivência com o regime nazi). Menuhin relembra então ao mundo que não só Furtwangler tinha ajudado imensos músicos judeus a fugir da Alemanha. Conseguir nessa altura pensar em reconciliação requeria na verdade uma alma superior. Neste vídeo podemos ouvir Menuhin falar de Furtwangler.
Durante a guerra nos Estados Unidos encontra Bartok em grandes dificuldades financeiras e encomenda-lhe uma sonata para violino. Não consigo encontrar extractos de Menuhin a interpretar esta obra que hoje faz parte do reportório de violino mas em compensação proponho-vos para terminar este post uma interpretação já depois da guerra (1953) do Concerto para Violino e Orquestra de Bela Bartok com a Philarmonia Orchestra dirigida por Furtwangler.
Primeira Parte : Um talento precoce
Segunda Parte. Os Anos Antes da Guerra
A segunda guerra mundial interrompe a carreira de Menuhin de forma dramática (há quem defenda que mesmo antes da guerra Menuhin já teria perdido o fulgor dos primeiros anos, supõe-se que devido a uma lesão) mas obviamente quando se fala de guerra este tipo de problemas é irrelevante.
Por outro lado a guerra veio catalisar uma faceta no instrumentista que se apercebe da dimensão humana que a música pode trazer à espécie humana. Na verdade Yehudi Menuhin não mais parará de procurar com a música trazer paz, alegria e bom senso aos homens.
O inicio da guerra é marcada pelo nascimento dos seus dois primeiros filhos em 1939 e 1940 (embora nessa altura os Estados Unidos não estivessem ainda formalmente em guerra ...). Durante esta Menuhin vai fazer mais de 500 concertos para as tropas aliadas. Neste video podemos ver um extracto de uma interpretação num hospital de uma obra de Dvorak.
Numa dessas viagens haveria de conhecer a sua segunda mulher Diana Gould dançarina talentosa de quem teria também dois filhos.
Em 1945 com Benjamin Britten desloca-se a Bergen-Belsen para um recital no recentemente libertado campo de concentração num concerto destinado aos sobreviventes. Demonstrando uma alma enorme em 1947 aceita interpretar com a Sinfónica de Berlim dirigida por Furtwangler (nessa altura muito atacado pela sua suposta conivência com o regime nazi). Menuhin relembra então ao mundo que não só Furtwangler tinha ajudado imensos músicos judeus a fugir da Alemanha. Conseguir nessa altura pensar em reconciliação requeria na verdade uma alma superior. Neste vídeo podemos ouvir Menuhin falar de Furtwangler.
Durante a guerra nos Estados Unidos encontra Bartok em grandes dificuldades financeiras e encomenda-lhe uma sonata para violino. Não consigo encontrar extractos de Menuhin a interpretar esta obra que hoje faz parte do reportório de violino mas em compensação proponho-vos para terminar este post uma interpretação já depois da guerra (1953) do Concerto para Violino e Orquestra de Bela Bartok com a Philarmonia Orchestra dirigida por Furtwangler.
Música Açoriana: Encontros de Música Antiga 2011
Para os meus amigos leitores deste blog que sejam de Ponta Delgada ou que não sendo de lá estejam por alguma razão nessa belíssima terra não percam estes encontros nem tão pouco a palestra do Rui Vieira Nery.
Música Açoriana: Encontros de Música Antiga 2011:
'via Blog this'
Música Açoriana: Encontros de Música Antiga 2011:
'via Blog this'
sábado, 29 de outubro de 2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Canções e poemas de que gostávamos ...
Vinicius sempre nos acompanhou, desde o inicio, fiquem bem hoje com mais este desvio (ou não, certamente que não) à música clássica :-)
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.
Até ao grande amor ...
Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor. Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor. Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor. Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor. Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor. Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor. Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor. É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor... Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor? Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor. É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor. Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.
Até ao grande amor ...
Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor. Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor. Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor. Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor. Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor. Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor. Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor. É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor... Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor? Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor. É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor. Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Fado - Património Imaterial da Humanidade
Num post do Facebook Rui Vieira Nery chamou a atenção para o sucesso do primeiro passo no percurso de atribuição do Património Imaterial da Humanidade ao Fado. Podem ler o processo submetido ao painel de especialistas e que foi avaliado de forma favorável no site da Unesco. Recomendo mesmo a leitura para quem gosta e também para quem acha que não gosta de Fado ... O diz que não gosta de Música Clássica é por um dia (ou por um post se preferirem) renomeado Diz que não gosta de Fado?
Na tradição deste blog tinhamos de terminar com música ... Amália claro. Foi Deus ...
Na tradição deste blog tinhamos de terminar com música ... Amália claro. Foi Deus ...
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Bach também ocupa Wall Street
Bach também ocupa Wall Street, pelo menos é o que nos garante Alex Ross e como sabem nós confiamos nele !
Diz-nos nesse post:
To hang one's heart on earthly treasures
is a seduction of the foolish world.
How easily the devouring passions arise,
how the seething floods roar and tear away
until all is smashed and falls into ruin.
Diz-nos nesse post:
To hang one's heart on earthly treasures
is a seduction of the foolish world.
How easily the devouring passions arise,
how the seething floods roar and tear away
until all is smashed and falls into ruin.
Que é como quem diz numa tradução um tanto livre de minha autoria:
Apostar a nossa alma em riquezas terrenas
é uma sedução dos tolos
tão facilmente as paixões crescem
como o choro e ruptura aparecem, inevitáveis
até tudo ser esmagado e cair em ruínas!
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Anton Arensky (1861-1906) - Trio com Piano em Ré Menor -
Aron Arensky |
Esta peça em particular foi composta em 1894 sendo em simultâneo uma homenagem a Mendelssohn e dedicada a memória de Karl Davidov (aliás é por vezes denominado o Trio Davidov) violoncelista e pedagogo.
O trio é composto por quatro andamentos que vos convidamos a ouvir numa interpretação com Robert Preston no Piano, Erik Friedman no violino e James Kreger no violoncelo.
Allegro moderato Scherzo (parte 1 e parte 2) - Allegro molto - Elegia - Adagio Finale - Allegro non troppo
Gostaria de vos chamar a atenção no primeiro andamento do tema constantemente repetido em várias variações de um grande lirismo. O segundo andamento é muito ao estilo de Mendelssohn que aliás caracterizava o compositor. A Elegia, o meu andamento preferido é um belíssimo Andante ... para terminar num ultimo andamento que transborda de energia. Acreditem vale a pena ouvir este trio do principio ao fim.
Curiosamente este trio deverá ter sido uma das primeiras obras gravadas graças a Julius Block que gravou em cilindros de cera num trio que deverá ter sido fantástico dado que Arensky tocava a parte de piano (além de compositor e pedagogo Arensky era um talentoso pianista). Estas gravações podem hoje ser adquiridas em CD pelo preço de $54 dolares (3 CD) com todos os cilindros recolhidos por Julius Block que incluem além desta gravação do Trio de Arensky algumas outras pérolas como gravações de Kreutzer, Taneyev, Conus e ainda gravações das vozes de Tolstoi e Tchaikovsky entre outros.
Toda a história dos cilindros e a encomenda dos discos pode ser encontrada aqui. Nesta imagem aqui ao lado podem ver alguns dos cilindros da colecção agora compilados nos 3 CDs de que vos falei.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Homenagem a Christopher Bochmann
No próximo dia 6 de Novembro às 17h haverá no Palácio Foz um concerto de homenagem a Christopher Bochmann maestro da Orquestra Sinfónica Juvenil desde 1984 tendo dirigido mais de 400 concertos com esta Orquestra.
O programa do concerto inclui obras de Christopher Bochmann e uma orquestração de uma composição de Ravel. Será interpretado pelo Grupo de Música Contemporânea da Orquestra Sinfónica Juvenil.
A orquestra e o maestro têm desempenhado ao longo destes anos um papel fundamental na divulgação da música clássica e na criação de um espaço onde jovens músicos podem tocar em orquestra de forma regular. Só por estas duas razões, além do óbvio mérito artístico a homenagem é mais do que merecida. Por isso se puderem não faltem. Também por essa mesma razão fiz este primeiro post ainda relativamente longe do evento. Podem solicitar bilhetes aqui (esgotará com toda a certeza por isso sejam razoáveis ...)
O programa do concerto inclui obras de Christopher Bochmann e uma orquestração de uma composição de Ravel. Será interpretado pelo Grupo de Música Contemporânea da Orquestra Sinfónica Juvenil.
A orquestra e o maestro têm desempenhado ao longo destes anos um papel fundamental na divulgação da música clássica e na criação de um espaço onde jovens músicos podem tocar em orquestra de forma regular. Só por estas duas razões, além do óbvio mérito artístico a homenagem é mais do que merecida. Por isso se puderem não faltem. Também por essa mesma razão fiz este primeiro post ainda relativamente longe do evento. Podem solicitar bilhetes aqui (esgotará com toda a certeza por isso sejam razoáveis ...)
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Alex Ross - Chorar de barriga cheia :-)
Queixa-se Alex Ross que as próximas semanas em Nova Iorque estão cheias de conflitos de horários quanto a concertos que queria ouvir e ver ... Não sei porquê mas não consigo ter pena dele :-). Como nota de rodapé reparem bem no preço dos bilhetes para ir ouvir Peter Hill - 20 dólares, não digam que não dá para ter um bocado de - Deus me perdoe - inveja?
Para quem gosta podemos sempre sugerir um dos seus discos no caso uma parte das obras completas para Piano de Messaien.
Para quem gosta podemos sempre sugerir um dos seus discos no caso uma parte das obras completas para Piano de Messaien.
domingo, 16 de outubro de 2011
Yehudi Menuhin (1906-1999) - Segunda Parte
Podem ler a primeira parte desta biografia neste post : Yehudi Menuhin (1916-1999) Primeira Parte.
Entre 1930 e 1938 Menuhin vai multiplicar os concertos e gravações tornando-se uma das estrelas do mundo da música. Sim acreditem ou não nessa época os interpretes de música clássica ainda podiam aspirar à celebridade mundial. É uma distinção duvidosa tendo em consideração o padrão médio dos que hoje a conseguem. Notem que foi há pouco mais de 80 anos, há menos de um século portanto que um interprete clássico conseguia ser uma estrela mediática.
Em 1931 interpreta com a LSO dirigida por Landon Ronald o primeiro concerto para Violino e Orquestra de Max Bruch. Podem ouvir essa interpretação aqui (o primeiro movimento).
Em 1932 grava em Londres o Concerto para Violino de Elgar (com o compositor a dirigir a Orquestra) valendo aliás o comentário do compositor "A forma como este rapaz toca o meu concerto é simplesmente espantosa". Felizmente a net permite-nos hoje voltar a ouvir esse documento histórico, que podem ouvir aqui. A palavra "rapaz" pode ser facilmente explicada pelo facto de Menuhin ter nessa altura 16 anos! Já agora para perceberem melhor nada mais simples do que uma fotografia com o maestro Bruno Walter tirada em 1931.
Ainda nesse mesmo ano grava o duplo concerto de Bach com o seu professor Enescu em Paris com a Filarmónica de Paris dirigida por Pierre Monteux. Dessa gravação não encontro qualquer referência mas em compensação podem ficar aqui com a cadência do primeiro Concerto de Paganini para violino e orquestra também dirigido pelo grande maestro francês.
Em 1935 faz uma tournée mundial com mais de 100 concertos em três continentes (Africa, Europa e Oceania).
Em 1937 estreia o Concerto para Violino de Schumann nos Estados Unidos enquanto entre 1934 e 1936 fazia a primeira gravação integral das Sonatas e Partitas de Bach para Violino Solo.
Como vos referimos na primeira parte desta biografia uma parte substancial da informação para a redacção deste texto foi obtida do Site Menuhin.Org.
Entre 1930 e 1938 Menuhin vai multiplicar os concertos e gravações tornando-se uma das estrelas do mundo da música. Sim acreditem ou não nessa época os interpretes de música clássica ainda podiam aspirar à celebridade mundial. É uma distinção duvidosa tendo em consideração o padrão médio dos que hoje a conseguem. Notem que foi há pouco mais de 80 anos, há menos de um século portanto que um interprete clássico conseguia ser uma estrela mediática.
Em 1931 interpreta com a LSO dirigida por Landon Ronald o primeiro concerto para Violino e Orquestra de Max Bruch. Podem ouvir essa interpretação aqui (o primeiro movimento).
Em 1932 grava em Londres o Concerto para Violino de Elgar (com o compositor a dirigir a Orquestra) valendo aliás o comentário do compositor "A forma como este rapaz toca o meu concerto é simplesmente espantosa". Felizmente a net permite-nos hoje voltar a ouvir esse documento histórico, que podem ouvir aqui. A palavra "rapaz" pode ser facilmente explicada pelo facto de Menuhin ter nessa altura 16 anos! Já agora para perceberem melhor nada mais simples do que uma fotografia com o maestro Bruno Walter tirada em 1931.
Ainda nesse mesmo ano grava o duplo concerto de Bach com o seu professor Enescu em Paris com a Filarmónica de Paris dirigida por Pierre Monteux. Dessa gravação não encontro qualquer referência mas em compensação podem ficar aqui com a cadência do primeiro Concerto de Paganini para violino e orquestra também dirigido pelo grande maestro francês.
Em 1935 faz uma tournée mundial com mais de 100 concertos em três continentes (Africa, Europa e Oceania).
Em 1937 estreia o Concerto para Violino de Schumann nos Estados Unidos enquanto entre 1934 e 1936 fazia a primeira gravação integral das Sonatas e Partitas de Bach para Violino Solo.
Como vos referimos na primeira parte desta biografia uma parte substancial da informação para a redacção deste texto foi obtida do Site Menuhin.Org.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
O CD da Semana de Alex Ross
O CD da semana de Alex Ross é bastante interessante. Desta vez trata-se de um compositor americano contemporâneo (pronto já sei que me vão dizer que não ... ) Charles Ives (1874-1954) interpretado por Hilary Hahn (Violino) e Valentina Lisitsa (Piano).
O post do Alex Ross contém um extracto da Sonata nº2 para Violino e Piano que é muito interessante pela mistura de sonoridades contemporâneas com a música popular americana. O nome da sonata, "In the Barn" é bem adequado e não sejam marotos que eu não quis dizer nada com isto ...
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Sonata de Concerto para Violoncelo e Piano Op. 47 - Charles Alkan
Já tínhamos falado de Charles Alkan nesta curta biografia em que falamos um pouco da sua vida - que viveu sempre de forma apaixonada e intensa e apresentamos-vos algumas das suas obras. Não vos referimos no entanto uma que nos passou desapercebida até hoje (e que sinceramente apenas encontramos graças a uma oferta de aniversário, Guia da Música de Câmara da Gradiva - obrigado Gradiva, obrigado pai :-)) e que é raramente interpretada em grande parte pela grande dificuldade técnica da parte de piano, ou não fosse Charles Valentin Alkan um grande pianista e "rival" de Liszt.
A obra de que hoje vos deixamos o ultimo andamento é a Sonata para Piano e Violoncelo Op. 47 foi terminada em 1857 e como o título deixa antever é uma obra imponente quer pela duração quer pela forma que termina com um quarto andamento que só a ouvir nos deixa sem respiração (imaginem a interpretar depois de mais de 30 min. de música). Um prestissimo verdadeiramente diabólico.
Se desejarem ouvir todos os andamentos (pela ordem certa recomendo-vos :-)) aqui ficam (vale a pena):
Primeiro Andamento
Segundo Andamento
Terceiro Andamento
O quarto andamento já sabem onde está ...
A obra de que hoje vos deixamos o ultimo andamento é a Sonata para Piano e Violoncelo Op. 47 foi terminada em 1857 e como o título deixa antever é uma obra imponente quer pela duração quer pela forma que termina com um quarto andamento que só a ouvir nos deixa sem respiração (imaginem a interpretar depois de mais de 30 min. de música). Um prestissimo verdadeiramente diabólico.
Se desejarem ouvir todos os andamentos (pela ordem certa recomendo-vos :-)) aqui ficam (vale a pena):
Primeiro Andamento
Segundo Andamento
Terceiro Andamento
O quarto andamento já sabem onde está ...
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Yehudi Menuhin - Uma Gravação Histórica em plena Guerra Fria
Não foi fácil convencer as autoridades soviéticas a deixarem Oistrakh interpretar o duplo concerto de Bach com Menuhin. Oistrakh era na altura uma das figuras da representação da superioridade do estado Soviético, o Violino do Povo creio que era assim que o chegaram a apelidar. Mas com muita persuasão acabou por se realizar e ainda bem porque este concerto é um daqueles documentos musicais que não podemos perder.
Enquanto não acabo a segunda parte da biografia de Menuhin deliciem-se com o Primeiro Andamento do Duplo Concerto de Bach em Ré Menor - BWV 1043 por Menuhin e Oistrakh. A primeira parte da biografia já foi publicada e se estiveram um pouco mais distraídos podem ler aqui.
Enquanto não acabo a segunda parte da biografia de Menuhin deliciem-se com o Primeiro Andamento do Duplo Concerto de Bach em Ré Menor - BWV 1043 por Menuhin e Oistrakh. A primeira parte da biografia já foi publicada e se estiveram um pouco mais distraídos podem ler aqui.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Yehudi Menuhin (1916-1999) - Primeira Parte
Como vos tinha prometido em paralelo com a Biografia de Schostakovich vou também falar-vos do grande Homem, Músico e Violinista que foi Yehudi Menuhin. Reparei nessa falta absurda quando vos falei do Dia Mundial da Música que ele ajudou a instituir de forma definitiva. Falta absurda porque Menuhin foi um dos músicos mais marcantes do século XX além de ter sido um dos interpretes de Violino mais notáveis desse século.
Menuhin nasceu em Nova Iorque em 22 de Abril de 1916 tendo no entanto muito novo mudado para São Francisco onde passaria uma boa parte da sua infância. Menuhin começou desde cedo a mostrar um enorme talento tendo sido um autentico menino prodígio. Começou a aprender violino com 5 anos e aos sete fazia a sua estreia pública acompanhado ao piano pelo seu professor Louis Persinger (aluno de Ysaÿe e professor além de Menuhin também de Isaac Stern e Ruggiero Ricci entre outros). Tocou nessa altura Scéne de Ballet de Bleriot (não encontrando Menuhin a tocar esta peça proponho-vos outro grande violinista Itzahk Perlman).
Com apenas 10 anos estreia-se "a sério" na Manhattan Opera House interpretando a Sinfonia Espanhola de Lalo (imagem retirada do Site Oficial do Violinista www.menuhin.org).
Podem ouvir aqui Menuhin numa interpretação desta peça (não a mencionada estreia infelizmente).
Depois da auspiciosa estreia que lhe valeu louvores da critica americana parte em digressão para a europa onde faz dois concertos com a Orquestra de Lamoureux na altura uma das referências. Interpreta a sinfonia Espanhola que já ouvimos e o concerto para Violino de Tchaikovsky. Ainda nesse ano estreia-se com o concerto de Beethoven no Carnegie Hall começando também as suas aulas com Enesco. Em 1928 faz as suas primeiras gravações para a Victor e no ano seguinte (1929) estreia-se em Berlim interpretando Bach, Brahms e Beethoven com a Filarmónica de Berlim dirigida por Bruno Walter (a gravação que podem ouvir é de 1947 também com a Filarmónica de Berlim mas agora dirigida por Furtwangler).
A família de Menuhin fixa então residência em Basileia (1930). Por esta altura com 14 anos Menuhin é já apontado como uma referência no panorama musical.
Menuhin nasceu em Nova Iorque em 22 de Abril de 1916 tendo no entanto muito novo mudado para São Francisco onde passaria uma boa parte da sua infância. Menuhin começou desde cedo a mostrar um enorme talento tendo sido um autentico menino prodígio. Começou a aprender violino com 5 anos e aos sete fazia a sua estreia pública acompanhado ao piano pelo seu professor Louis Persinger (aluno de Ysaÿe e professor além de Menuhin também de Isaac Stern e Ruggiero Ricci entre outros). Tocou nessa altura Scéne de Ballet de Bleriot (não encontrando Menuhin a tocar esta peça proponho-vos outro grande violinista Itzahk Perlman).
Com apenas 10 anos estreia-se "a sério" na Manhattan Opera House interpretando a Sinfonia Espanhola de Lalo (imagem retirada do Site Oficial do Violinista www.menuhin.org).
Podem ouvir aqui Menuhin numa interpretação desta peça (não a mencionada estreia infelizmente).
Depois da auspiciosa estreia que lhe valeu louvores da critica americana parte em digressão para a europa onde faz dois concertos com a Orquestra de Lamoureux na altura uma das referências. Interpreta a sinfonia Espanhola que já ouvimos e o concerto para Violino de Tchaikovsky. Ainda nesse ano estreia-se com o concerto de Beethoven no Carnegie Hall começando também as suas aulas com Enesco. Em 1928 faz as suas primeiras gravações para a Victor e no ano seguinte (1929) estreia-se em Berlim interpretando Bach, Brahms e Beethoven com a Filarmónica de Berlim dirigida por Bruno Walter (a gravação que podem ouvir é de 1947 também com a Filarmónica de Berlim mas agora dirigida por Furtwangler).
A família de Menuhin fixa então residência em Basileia (1930). Por esta altura com 14 anos Menuhin é já apontado como uma referência no panorama musical.
domingo, 9 de outubro de 2011
Music Is The Key: ESA-PEKKA SALONEN - LA Variations - Five Images After Sappho - Mania - Gambit - Giro
Admiro imenso o maestro ... o Compositor enfim admito que menos mas achei que gostariam de saber desta novidade discográfica.
'via Blog this'
sábado, 8 de outubro de 2011
Jovens Músicos 2011 - Concerto dos Solistas Premiados
Como vos tinha dito no passado dia 6 fui ouvir o concerto dos Solistas Laureados no prémio Jovens Músicos 2011. Só hoje tenho disponibilidade para vos contar e vos mostrar o que ouvi. O auditório estava composto embora não estivesse cheio, uma pena por várias razões. Primeiro porque sendo a entrada livre nem sequer haveria a desculpa do orçamento, segundo e sobretudo porque tanto a Orquestra Gulbenkian como o maestro que a dirigiu neste concerto (Pedro Neves) como os solistas premiados mereciam uma sala cheia.
O primeiro solista na categoria piano, João Xavier interpretou o 2º e 3º andamento do 3º Concerto de Prokofiev para piano e Orquestra. Incluímos de seguida um pequeno CV do premiado retirado do programa. Gostei da interpretação de uma peça que infelizmente conhecia bastante mal ... Fiquei com vontade de ouvir mais e tenho mesmo pena certamente por razões que se prendem com a duração total do concerto não seja possível a estes jovens tocar as peças na sua totalidade.
Nasceu em 1993 e começou a estudar música no Conservatório do Vale do Sousa em 2003, com a professora Elisa Moutinho. Atualmente, com 17 anos, frequenta o 8º grau na classe da Professora Luísa Ferreira. Participou em vários concursos, nomeadamente no 4º e no 5º Concurso Ibérico de piano do Alto Minho - 2º e 3º prémios, respetivamente, em 2009 no Concurso Internacional ‘Cidade do Fundão’ - 2º prémio, no V Concurso de Piano da Póvoa de Varzim - 1º prémio, no X Concurso Florinda Santos-1º prémio e no 12º Concurso Sta. Cecília-1º prémio. Participou em master-classes lecionadas por Sequeira Costa, Constantin Sandu, Miguel Borges Coelho, Filipe Pinto-Ribeiro, Cristina Ortiz, Tania Achot e Andrei Diev. Apresentou-se no Salão Nobre do Palácio da Bolsa, nos festivais ‘Dias da música’ e ‘1001 músicos’ no CCB, no festival Musicatos, em S. João da Madeira e no Auditório do Centro Cultural de Vila Praia de Âncora. Desde Novembro de 2010, trabalha com Pedro Burmester.
Podem ouvir aqui o inicio da actuação do jovem mas infelizmente não consigo descobrir o resto da sua actuação. Por isso escolhi um outro video deste jovem artista num recital em São João da Madeira para manter o compositor numa peça de Prokofiev, a Tocatta Op.11 . Para os que ficaram curiosos com o concerto de piano de Prokofiev posso convidá-los para ouvir o concerto numa interpretação histórica pelo próprio Prokofiev (o andamento que vos propomos é o segundo exactamente onde João Xavier começou a sua interpretação na Quinta-Feira passada. Se quiserem começar no primeiro andamento podem ouvir aqui e depois é apenas seguir os links.
De seguida o segundo solista na categoria de Violoncelo foi Fernando Costa que interpretou o terceiro e quarto andamentos do Concerto para Violoncelo e Orquestra de Elgar. Também gostei da interpretação embora conheça esta peça especialmente da interpretação de Jacqueline du Pré o que para bitola de comparação torna as coisas muito difíceis. Mas gostei e deu para lamentar mais uma vez que não se tenha ouvido o primeiro andamento, de longe o meu preferido ... embora o 4º re-exponha o tema não tem a parte lírica de que tanto gosto ... Aqui fica de seguida um pequeno CV retirado do mesmo local que o anterior.
Fernando Costa, natural de V.N. Gaia, nasceu em 1991. Iniciou os seus estudos de Violoncelo em 1998 com o Professor Valter Mateus, no Conservatório Regional de Gaia. Conclui o curso complementar de violoncelo com nota máxima, no ano letivo de 08/09. Atualmente frequenta o 2º ano de Licenciatura na ESMAE na classe de Violoncelo de Jed Barahal. Participou em cursos de aperfeiçoamento com professores como José Augusto Pereira de Sousa, Jed Barahal, Paulo Gaio Lima, Dimitri Ferschtman, Romain Garioud, Márcio Carneiro, Anne Gastinel, Natalia Gutman, Pavel Gomziakov, entre outros. Obteve o 1º lugar no Concurso Interno de Cordas do Conservatório Regional de Gaia e Menção honrosa no Prémio Jovens Músicos 2009, Categoria de Violoncelo, Nível Médio. Foi laureado com o 3º Prémio do Prémio Jovens Músicos 2007 na Categoria de Música de Câmara, Nível Médio.
Tal como no caso do João Xavier também não consigo encontrar a interpretação de Fernando Costa deste concerto de Elgar na net e assim para vos mostrar este jovem a tocar recorri a um recital de 2010 no Clube Literário do Porto que podem ouvir aqui. Sinceramente não consigo identificar a obra por isso qualquer ajuda nesse sentido é bem vinda. Para o concerto de Elgar quem não conhece tem de conhecer e para isso só Jacqueline du Pré nesta interpretação com a Orquestra dirigida pelo seu marido Daniel Barenboim. Oiçam bem a intensidade dramática do inicio e a beleza transcendental da parte mais lírica ...
Por fim podemos ouvir Tamila Kharambura que interpretou o primeiro andamento do concerto para Violino de Tchaikovsky que penso dispensa mais apresentações. Foi dos três solistas o que preferi embora João Xavier também me tenha deixado muito surpreendido. Já tinha ouvido esta violinista por várias vezes por exemplo numa interpretação da Sonata de Cesar Franck de que também já havia gostado muito. Aqui fica um pequeno CV da mesma fonte dos restantes (todos copiados sem autorização e por essa razão caso desejem que sejam retirados basta contactar).
Nasceu em Lviv, Ucrânia em 1990 numa família de músicos e reside, desde 1995, em Portugal. Aos quatro anos iniciou a aprendizagem de violino com a mãe, Elena Kharambura. Recebeu o 1º prémio ex-aequo no I Concurso de Violino Tomás de Borba (2000), o grand-prix no Festival Internacional de Interpretação Musical e Pedagogia (Madeira, 2005), o 1º prémio no II Concurso de Violino Tomás de Borba, na categoria 15-18 anos (2006) e o 1º Prémio no Concurso Prémio Jovens Músicos RDP Nível Médio (2007). Concluiu o Conservatório Regional de A. do Heroísmo na classe da prof. Elena Kharambura e entrou para a Escola Superior de Música de Lisboa na classe do Prof. Gareguin Aroutiounian, terminando o curso em 2010. Atualmente frequenta o curso de Mestrado na mesma instituição e estuda, desde 2009, na Scuola di Musica di Fiesole, Itália com o Prof. Pavel Vernikov. Frequentou master-classes com G. Aroutiounian, Zahar Bron, G. Pavliy, S. Kravchenko, A. Mihlin, D. Garlitsky, P. Vernikov, I. Volochine, S. Makarova e Liana Issakadze. Apresentou-se a solo com a Orquestra Artquest e o maestro Miguel Henriques no CCB com o Concerto de Tchaikovsky e com a Orquestra da ESML e o maestro Vasco Azevedo com o Concerto nº5 em Lá Maior de Mozart.
Neste caso posso mostrar-vos a jovem interprete neste mesmo concerto embora num outro local e com outra Orquestra, mas enfim dá para ter uma ideia do que perderam se não estiveram na Gulbenkian no dia 6 (maldade minha agora :-)).
Por fim para fechar um dia já excelente (as duas ultimas peças fazem parte do conjunto de obras que considero das minhas preferidas) ainda pudemos ouvir a Orquestra Gulbenkian dirigida por Pedro Neves interpretar uma obra de Joly Braga Santos e só isso já teria sido fantástico ... e mais não digo, ou melhor digo ... apenas consegui encontrar excertos, aqui fica um exemplo. Por isso façam-me um grande favor ... dirijam-se à loja online mais próxima e comprem uma versão completa - Garanto que vale a pena.
O primeiro solista na categoria piano, João Xavier interpretou o 2º e 3º andamento do 3º Concerto de Prokofiev para piano e Orquestra. Incluímos de seguida um pequeno CV do premiado retirado do programa. Gostei da interpretação de uma peça que infelizmente conhecia bastante mal ... Fiquei com vontade de ouvir mais e tenho mesmo pena certamente por razões que se prendem com a duração total do concerto não seja possível a estes jovens tocar as peças na sua totalidade.
Nasceu em 1993 e começou a estudar música no Conservatório do Vale do Sousa em 2003, com a professora Elisa Moutinho. Atualmente, com 17 anos, frequenta o 8º grau na classe da Professora Luísa Ferreira. Participou em vários concursos, nomeadamente no 4º e no 5º Concurso Ibérico de piano do Alto Minho - 2º e 3º prémios, respetivamente, em 2009 no Concurso Internacional ‘Cidade do Fundão’ - 2º prémio, no V Concurso de Piano da Póvoa de Varzim - 1º prémio, no X Concurso Florinda Santos-1º prémio e no 12º Concurso Sta. Cecília-1º prémio. Participou em master-classes lecionadas por Sequeira Costa, Constantin Sandu, Miguel Borges Coelho, Filipe Pinto-Ribeiro, Cristina Ortiz, Tania Achot e Andrei Diev. Apresentou-se no Salão Nobre do Palácio da Bolsa, nos festivais ‘Dias da música’ e ‘1001 músicos’ no CCB, no festival Musicatos, em S. João da Madeira e no Auditório do Centro Cultural de Vila Praia de Âncora. Desde Novembro de 2010, trabalha com Pedro Burmester.
Podem ouvir aqui o inicio da actuação do jovem mas infelizmente não consigo descobrir o resto da sua actuação. Por isso escolhi um outro video deste jovem artista num recital em São João da Madeira para manter o compositor numa peça de Prokofiev, a Tocatta Op.11 . Para os que ficaram curiosos com o concerto de piano de Prokofiev posso convidá-los para ouvir o concerto numa interpretação histórica pelo próprio Prokofiev (o andamento que vos propomos é o segundo exactamente onde João Xavier começou a sua interpretação na Quinta-Feira passada. Se quiserem começar no primeiro andamento podem ouvir aqui e depois é apenas seguir os links.
De seguida o segundo solista na categoria de Violoncelo foi Fernando Costa que interpretou o terceiro e quarto andamentos do Concerto para Violoncelo e Orquestra de Elgar. Também gostei da interpretação embora conheça esta peça especialmente da interpretação de Jacqueline du Pré o que para bitola de comparação torna as coisas muito difíceis. Mas gostei e deu para lamentar mais uma vez que não se tenha ouvido o primeiro andamento, de longe o meu preferido ... embora o 4º re-exponha o tema não tem a parte lírica de que tanto gosto ... Aqui fica de seguida um pequeno CV retirado do mesmo local que o anterior.
Fernando Costa, natural de V.N. Gaia, nasceu em 1991. Iniciou os seus estudos de Violoncelo em 1998 com o Professor Valter Mateus, no Conservatório Regional de Gaia. Conclui o curso complementar de violoncelo com nota máxima, no ano letivo de 08/09. Atualmente frequenta o 2º ano de Licenciatura na ESMAE na classe de Violoncelo de Jed Barahal. Participou em cursos de aperfeiçoamento com professores como José Augusto Pereira de Sousa, Jed Barahal, Paulo Gaio Lima, Dimitri Ferschtman, Romain Garioud, Márcio Carneiro, Anne Gastinel, Natalia Gutman, Pavel Gomziakov, entre outros. Obteve o 1º lugar no Concurso Interno de Cordas do Conservatório Regional de Gaia e Menção honrosa no Prémio Jovens Músicos 2009, Categoria de Violoncelo, Nível Médio. Foi laureado com o 3º Prémio do Prémio Jovens Músicos 2007 na Categoria de Música de Câmara, Nível Médio.
Tal como no caso do João Xavier também não consigo encontrar a interpretação de Fernando Costa deste concerto de Elgar na net e assim para vos mostrar este jovem a tocar recorri a um recital de 2010 no Clube Literário do Porto que podem ouvir aqui. Sinceramente não consigo identificar a obra por isso qualquer ajuda nesse sentido é bem vinda. Para o concerto de Elgar quem não conhece tem de conhecer e para isso só Jacqueline du Pré nesta interpretação com a Orquestra dirigida pelo seu marido Daniel Barenboim. Oiçam bem a intensidade dramática do inicio e a beleza transcendental da parte mais lírica ...
Por fim podemos ouvir Tamila Kharambura que interpretou o primeiro andamento do concerto para Violino de Tchaikovsky que penso dispensa mais apresentações. Foi dos três solistas o que preferi embora João Xavier também me tenha deixado muito surpreendido. Já tinha ouvido esta violinista por várias vezes por exemplo numa interpretação da Sonata de Cesar Franck de que também já havia gostado muito. Aqui fica um pequeno CV da mesma fonte dos restantes (todos copiados sem autorização e por essa razão caso desejem que sejam retirados basta contactar).
Nasceu em Lviv, Ucrânia em 1990 numa família de músicos e reside, desde 1995, em Portugal. Aos quatro anos iniciou a aprendizagem de violino com a mãe, Elena Kharambura. Recebeu o 1º prémio ex-aequo no I Concurso de Violino Tomás de Borba (2000), o grand-prix no Festival Internacional de Interpretação Musical e Pedagogia (Madeira, 2005), o 1º prémio no II Concurso de Violino Tomás de Borba, na categoria 15-18 anos (2006) e o 1º Prémio no Concurso Prémio Jovens Músicos RDP Nível Médio (2007). Concluiu o Conservatório Regional de A. do Heroísmo na classe da prof. Elena Kharambura e entrou para a Escola Superior de Música de Lisboa na classe do Prof. Gareguin Aroutiounian, terminando o curso em 2010. Atualmente frequenta o curso de Mestrado na mesma instituição e estuda, desde 2009, na Scuola di Musica di Fiesole, Itália com o Prof. Pavel Vernikov. Frequentou master-classes com G. Aroutiounian, Zahar Bron, G. Pavliy, S. Kravchenko, A. Mihlin, D. Garlitsky, P. Vernikov, I. Volochine, S. Makarova e Liana Issakadze. Apresentou-se a solo com a Orquestra Artquest e o maestro Miguel Henriques no CCB com o Concerto de Tchaikovsky e com a Orquestra da ESML e o maestro Vasco Azevedo com o Concerto nº5 em Lá Maior de Mozart.
Neste caso posso mostrar-vos a jovem interprete neste mesmo concerto embora num outro local e com outra Orquestra, mas enfim dá para ter uma ideia do que perderam se não estiveram na Gulbenkian no dia 6 (maldade minha agora :-)).
Por fim para fechar um dia já excelente (as duas ultimas peças fazem parte do conjunto de obras que considero das minhas preferidas) ainda pudemos ouvir a Orquestra Gulbenkian dirigida por Pedro Neves interpretar uma obra de Joly Braga Santos e só isso já teria sido fantástico ... e mais não digo, ou melhor digo ... apenas consegui encontrar excertos, aqui fica um exemplo. Por isso façam-me um grande favor ... dirijam-se à loja online mais próxima e comprem uma versão completa - Garanto que vale a pena.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Este blog faz 4 anos e o seu autor 47 :-)
Este blog faz hoje 4 anos e o seu autor em simultâneo muitos mais ... na verdade são 47 se querem saber. Tem existido sempre neste blog uma celebração do aniversário possivelmente em razão da "teimosia" que foi necessária para o continuar, sobretudo nestes últimos três anos que não foram fáceis.
Este ano confesso-vos que me faltavam energias para o fazer mas como gosto de tradições tudo se recompôs e o tema desta celebração será os "Os Jovens e a Música" ou melhor que futuro pode esperar os jovens que decidem escolher a profissão de músico. A ideia veio-me como sabem pela coincidência feliz de hoje começar na Gulbenkian a celebração na Gulbenkian do 25º Aniversário dos jovens músicos.
Também como sempre esta celebração não se esgotará num único dia nem num único post. Hoje além desta declaração de intenção que terminarei com alguns números só para quem gosta de estatísticas (eu sei que existem já pertenço ao clã :-) ) falarei-vos lá para o fim do dia do concerto de hoje na Gulbenkian. Concerto esse que não há razão para não irem ouvir e ver ao vivo (bem a não ser a distância mas aí por favor Antena 2 ... ).
No que diz respeito a números nestes 4 anos foram escritos 1371 textos (já incluindo este) e publicados 2271 comentários. As páginas deste blog foram mostradas um total de 234.460 vezes (é um número que me impressiona confesso) a mais de 100.000 visitantes diferentes (mais precisamente 101.090 - outro número que me deixa absolutamente feliz). Mais ainda quando destes 100.000 cerca de 27.727 escolhem voltar.
Por países Portugal lidera com 63.124 visitantes estando em segundo lugar o Brasil com 49.186. Este segundo lugar com esta dimensão com a oferta que existe no Brasil de música e sites sobre musica deixa-me igualmente muito feliz e por isso aos nossos irmãos visitantes do outro lado do Atlântico, aquele abraço! O terceiro lugar tem sido mais renhido mas no histórico actual a França detém essa 3ª posição com 1.768 visitantes seguida dos Estados Unidos com 1.041 e da Espanha com 870. Depois para completar o top 10 de países seguem-se Alemanha com 755, Reino Unido com 629, Itália com 248, Argentina com 213 e Holanda com 173. Dos 193 países reconhecidos pelas Nações Unidas tivemos visitas de 109 mais um, sendo que esse um foi da Palestina futuro 194º estado.
Por cidades Lisboa com 24.608 visitantes lidera de forma destacada sendo que a luta pelo segundo lugar tem sido sempre renhida entre São Paulo neste momento segundo com 7.642 visitas e a Invicta Cidade do Porto com 7.330. Em quarto lugar temos o Rio de Janeiro com 3.642 e em quinto Brasília com 1.856 visitantes.
E assim começamos esta festa, não se esqueçam hoje na Gulbenkian porque ao vivo é outra coisa!
Este ano confesso-vos que me faltavam energias para o fazer mas como gosto de tradições tudo se recompôs e o tema desta celebração será os "Os Jovens e a Música" ou melhor que futuro pode esperar os jovens que decidem escolher a profissão de músico. A ideia veio-me como sabem pela coincidência feliz de hoje começar na Gulbenkian a celebração na Gulbenkian do 25º Aniversário dos jovens músicos.
Também como sempre esta celebração não se esgotará num único dia nem num único post. Hoje além desta declaração de intenção que terminarei com alguns números só para quem gosta de estatísticas (eu sei que existem já pertenço ao clã :-) ) falarei-vos lá para o fim do dia do concerto de hoje na Gulbenkian. Concerto esse que não há razão para não irem ouvir e ver ao vivo (bem a não ser a distância mas aí por favor Antena 2 ... ).
No que diz respeito a números nestes 4 anos foram escritos 1371 textos (já incluindo este) e publicados 2271 comentários. As páginas deste blog foram mostradas um total de 234.460 vezes (é um número que me impressiona confesso) a mais de 100.000 visitantes diferentes (mais precisamente 101.090 - outro número que me deixa absolutamente feliz). Mais ainda quando destes 100.000 cerca de 27.727 escolhem voltar.
Por países Portugal lidera com 63.124 visitantes estando em segundo lugar o Brasil com 49.186. Este segundo lugar com esta dimensão com a oferta que existe no Brasil de música e sites sobre musica deixa-me igualmente muito feliz e por isso aos nossos irmãos visitantes do outro lado do Atlântico, aquele abraço! O terceiro lugar tem sido mais renhido mas no histórico actual a França detém essa 3ª posição com 1.768 visitantes seguida dos Estados Unidos com 1.041 e da Espanha com 870. Depois para completar o top 10 de países seguem-se Alemanha com 755, Reino Unido com 629, Itália com 248, Argentina com 213 e Holanda com 173. Dos 193 países reconhecidos pelas Nações Unidas tivemos visitas de 109 mais um, sendo que esse um foi da Palestina futuro 194º estado.
Por cidades Lisboa com 24.608 visitantes lidera de forma destacada sendo que a luta pelo segundo lugar tem sido sempre renhida entre São Paulo neste momento segundo com 7.642 visitas e a Invicta Cidade do Porto com 7.330. Em quarto lugar temos o Rio de Janeiro com 3.642 e em quinto Brasília com 1.856 visitantes.
E assim começamos esta festa, não se esqueçam hoje na Gulbenkian porque ao vivo é outra coisa!
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Prémio Jovens Músicos - 25 Anos
O Prémio Jovens Músicos faz este ano 25 anos e como tal será devidamente comemorado na Gulbenkian durante três dias começando as comemorações no dia 6 de Outubro e terminando no dia 8.
Este blog como os leitores mais atentos saberão completa o seu 4º Aniversário precisamente no dia 6 de Outubro e por essa razão creio que a nossa celebração este ano se baseará nesta dupla festa, ainda não tenho a certeza absoluta de como será (embora tenha uma pista ... ).
O programa que podem encontrar no site da Gulbenkian ou no site do Prémio é muito aliciante iniciando-se precisamente no dia 6 com o Concerto dos Laureados com a Orquestra Gulbenkian. 19:20 e entrada livre.
Além dos concertos existirão também pelo menos dois colóquios um sobre o futuro da educação musical em Portugal (Wagner Diniz) um outro sobre o futuro que se pode perspectivar para os jovens músicos (Luís Tinoco) e com esta dica já podem adivinhar a direcção geral das celebrações deste 4º ano ...
Mas sobretudo que isso não os distraia de se deslocarem à Gulbenkian por duas razões: A primeira os jovens merecem! A segunda já sabem, Ao Vivo é mesmo Outra Coisa !
Este blog como os leitores mais atentos saberão completa o seu 4º Aniversário precisamente no dia 6 de Outubro e por essa razão creio que a nossa celebração este ano se baseará nesta dupla festa, ainda não tenho a certeza absoluta de como será (embora tenha uma pista ... ).
O programa que podem encontrar no site da Gulbenkian ou no site do Prémio é muito aliciante iniciando-se precisamente no dia 6 com o Concerto dos Laureados com a Orquestra Gulbenkian. 19:20 e entrada livre.
Além dos concertos existirão também pelo menos dois colóquios um sobre o futuro da educação musical em Portugal (Wagner Diniz) um outro sobre o futuro que se pode perspectivar para os jovens músicos (Luís Tinoco) e com esta dica já podem adivinhar a direcção geral das celebrações deste 4º ano ...
Mas sobretudo que isso não os distraia de se deslocarem à Gulbenkian por duas razões: A primeira os jovens merecem! A segunda já sabem, Ao Vivo é mesmo Outra Coisa !
Menuhin - Wieniawski Scherzo Tarantelle - YouTube
Enquanto não vos escrevo a biografia deste grande violinista e grande homem ... vão ficando com alguns videos que estou a recolher no You Tube.
'via Blog this'
sábado, 1 de outubro de 2011
Pela Paz no Dia Mundial da Música
Quando foi instituído o dia Mundial da Música em 1975 pelo International Music Council (Organização criada pela UNESCO em 1949) iniciativa proposta por Yehudi Menuhin (na altura seu presidente um dos meus violinistas preferidos quer pelas suas qualidades enquanto músico quer pelas suas qualidades humanas - parece aliás impossível que nunca tenha aqui escrito uma biografia dele, falta grave que será prontamente corrigida) e Boris Yarustowski (seu vice-presidente).
Na carta que enviaram para os membros do IMC explicaram claramente a intenção ao criarem este dia. Não creio que possa fazer melhor do que traduzir o que então escreveram (Novembro de 1974). Diziam então:
É intenção deste dia encorajar:
Das várias actividades então propostas salientamos a ultima:
A Luta contra a poluição sonora do ambiente
Propor às autoridades locais que, neste dia, deveriam ordenar alguns minutos de silêncio nas cidades; este período seria utilizado para ouvir música tocada em locais públicos tais como parques e praças.
Se a realização dos concertos então proposta parece ter vingado já o silêncio esse foi um tanto esquecido. Porém prefiro salientar a Paz enunciada no segundo pontos das intenções de Yehudi Menuhin. Porque essa linha tão típica dos anos 70 e tão esquecida nos nossos dias, afastados que estamos desses objectivos pela materialidade dos nossos tempos.
Precisamos como se dizia na altura de uma nova ordem económica mundial, uma ordem mais justa e mais promotora da paz, menos centrada no "crescimento" mais equilibrada pelo respeito dos valores individuais e colectivos intangíveis como a honra e a sustentabilidade, mais preocupada com os meios e os resultados futuros do que com os resultados imediatos e a voracidade do presente.
Paz e música para mim neste momento (para terminar com música como habitualmente) poderia significar Beethoven claro e a nona ou então o Maestro Daniel Barenboim que muito justamente nomeado para um merecido Nobel da Paz.
Felizmente conseguimos propôr-vos um video que resume as duas coisas. O Concerto pela Paz pela West-Eastern Divan Orchestra realizado no passado dia 15 de Agosto na Coreia do Sul simbolicamente o único país dividido no mundo e obviamente com a nona de Beethoven ... Podem ouvir aqui mais uma reportagem. Para quem não conseguiu ouvir música ao vivo ouvir estas palavras será a segunda melhor coisa a fazer .... mas ainda estão a tempo, deixem o sofá e vão á procura da música pelas ruas que como dizemos sempre "Ao Vivo é Outra Coisa!"
Na carta que enviaram para os membros do IMC explicaram claramente a intenção ao criarem este dia. Não creio que possa fazer melhor do que traduzir o que então escreveram (Novembro de 1974). Diziam então:
É intenção deste dia encorajar:
- A promoção da nossa arte em todas as secções da sociedade
- A aplicação dos ideais da UNESCO da paz e amizade entre os povos, a evolução das suas culturas o intercâmbio de experiências e a apreciação mutua dos seus valores estéticos
- A promoção das actividades do IMC, dos seus membros e das suas politicas
Das várias actividades então propostas salientamos a ultima:
A Luta contra a poluição sonora do ambiente
Propor às autoridades locais que, neste dia, deveriam ordenar alguns minutos de silêncio nas cidades; este período seria utilizado para ouvir música tocada em locais públicos tais como parques e praças.
Se a realização dos concertos então proposta parece ter vingado já o silêncio esse foi um tanto esquecido. Porém prefiro salientar a Paz enunciada no segundo pontos das intenções de Yehudi Menuhin. Porque essa linha tão típica dos anos 70 e tão esquecida nos nossos dias, afastados que estamos desses objectivos pela materialidade dos nossos tempos.
Precisamos como se dizia na altura de uma nova ordem económica mundial, uma ordem mais justa e mais promotora da paz, menos centrada no "crescimento" mais equilibrada pelo respeito dos valores individuais e colectivos intangíveis como a honra e a sustentabilidade, mais preocupada com os meios e os resultados futuros do que com os resultados imediatos e a voracidade do presente.
Paz e música para mim neste momento (para terminar com música como habitualmente) poderia significar Beethoven claro e a nona ou então o Maestro Daniel Barenboim que muito justamente nomeado para um merecido Nobel da Paz.
Felizmente conseguimos propôr-vos um video que resume as duas coisas. O Concerto pela Paz pela West-Eastern Divan Orchestra realizado no passado dia 15 de Agosto na Coreia do Sul simbolicamente o único país dividido no mundo e obviamente com a nona de Beethoven ... Podem ouvir aqui mais uma reportagem. Para quem não conseguiu ouvir música ao vivo ouvir estas palavras será a segunda melhor coisa a fazer .... mas ainda estão a tempo, deixem o sofá e vão á procura da música pelas ruas que como dizemos sempre "Ao Vivo é Outra Coisa!"
Subscrever:
Mensagens (Atom)