Este compositor americano (nascido a 9 de Março de 1910) é praticamente ignorado nos nossos dias embora muito possivelmente muitos de nós conheçamos pelo menos uma das suas obras, o Quarteto para Cordas Op. 11 composto em 1938. Esta obra deve a sua fama inicial ao facto do seu andamento lento (o Adagio) ter sido orquestrada por Toscanini (1938) e utilizada numa emissão de rádio como homenagem ao Presidente Roosevelt após o seu falecimento (1945).
Mais recentemente esta obra foi utilizada em filmes como Platoon ou O Homem Elefante embora pessoalmente possa apostar que a maioria das pessoas que viu estes filmes desconhecia a proveniência da música.
Samuel Barber não foi um homem feliz com a sua arte. Na altura em que nasceu ser neo-romântico equivalia já a ser considerado um dinossauro irrelevante. Injusto certamente. Espero que a versão que vos propus dirigida por Leonard Bernstein vos agrade (podem também ouvir a interpretação de 1938 de Toscanini) ou podem também gostar de uma outra dirigida pelo grande violoncelista e maestro Rostropovich interpretada em 1990 em Moscovo.
Samuel Barber não compôs no entanto apenas este quarteto. Entre as suas outras obras recomendo-vos o Concerto para Violino e Orquestra (ele próprio um capitulo dramático na vida de um compositor) de que gosto muito, composto em 1939, o Concerto para Violoncelo (1945) e o Concerto para Piano (1962)
Samuel Barber foi também um notável compositor de Ópera apesar de ter apenas completado três obras e uma delas ter sido um fracasso responsável aliás pela profunda depressão do compositor que após 1966 ainda assim continuou a compor ... No que diz respeito à parte vocal Barber não só era excelente na Ópera como também fruto do seu gosto pela poesia musicou vários poemas de autores como por exemplo James Joyce ou ainda Rainer Maria Rilke ou mesmo Neruda.
Samuel Barber foi membro da Academia Americana de Artes, duas vezes vencedor de um prémio Pullitzer e membro activo de vários agrupamentos que procuraram defender a música e os músicos.
E numa forma de rondo ou se preferirmos na busca romântica da unidade da obra proponho-vos que voltemos ao inicio com o Adagio do Quarteto para Cordas com a versão cantada também ela adaptada pelo próprio Samuel Barber que faleceu a 23 de Janeiro de 1981 em Nova Iorque vitima de cancro. Desta vez a obra tantas vezes utilizada para outros soará em sua própria homenagem e memória ...
Uma belíssima escolha para hoje, Fernando, obrigada.
ResponderEliminarE contemporâneo Gi, contemporâneo embora provavelmente por causa disto vá ter alguns comentários a chamar-me retrógrado :-) :-) ...
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