Os concertos nº27 e nº 20 de Mozart
Quanto ao outro concerto, o nº 20 em Ré Menor já falamos dele brevemente aqui quando votamos o nosso concerto de piano preferido. Composto e estreado em 1785 por Mozart foi escrito como sempre rapidamente devido as necessidades financeiras que se acumulavam fruto do rompimento do contrato com o arcebispo de Salzburgo. Note-se que este concerto conseguiu nessa votação um muito honroso 4º lugar.
A Interpretação de Maria João Pires
Mozart é sem dúvida uma das praias preferidas de Maria João Pires se me permitem a expressão. Nota-se aqui claramente que a pianista está perfeitamente consciente do que pretende transmitir que o diálogo entre o piano e a orquestra é não só perfeito como também revela-se de uma naturalidade transcendente. Só por essa razão este disco recomenda-se sem margem para dúvida.
A propósito esta semana através de um post no Facebook de um amigo relembrei uma história curiosa envolvendo precisamente Maria João Pires e o segundo destes dois concertos o nº 20. Como sabem este concerto começa com uma introdução bastante longa ... O que aconteceu foi que em Amsterdão com o Maestro Riccardo Chailly o maestro começa a interpretar o inicio do concerto ... e Maria João Pires esperava um outro concerto (isto durante um ensaio aberto ao público com a sala cheia) o maestro tenta persuadir e consegue persuadir Maria João Pires a interpretar precisamente este concerto nº 20 ... isto apenas para vos tentar transmitir através de uma anedota verídica o quanto este concerto e Mozart estão presentes no "adn" da pianista.
A condução de orquestra
O que vos posso dizer? Claudio Abbado no seu melhor possivelmente fazendo deste disco um exemplar que não atingindo a perfeição de outras gravações de referência destes concertos não deixa de ser uma excelente aquisição sobretudo para quem como eu gosta tanto deste maestro como da solista.
A técnica de gravação
Sinceramente como acontece algumas vezes nestas gravações ao vivo não gosto muito da sonoridade das cordas, demasiado metálicas para meu gosto, com um som que não tem nada a ver com o que podemos constatar ao vivo. Isto dito o piano e a orquestra estão magnificamente equilibrados.
Resumo
A não perder pela interpretação de Maria João Pires e pela Direcção de Orquestra tentando desculpar uma gravação dos instrumentos de cordas que poderia ser mais natural em meu entender.
Não nesta gravação que vos recomendo adquirirem quer nos locais habituais quer se preferirem através da Deutsche Grammophon Online mas em outras deixo-vos no entanto a única Maria João Pires na sua interpretação destes dois concertos.
Orquestra de Câmara de Lausanne dirigida por Armin Jordan numa gravação de 1977.
Os dois concertos por Maria João Pires
Concerto Nº 27 (K. 595) por Maria João Pires
Orquestra de Câmara da Europa dirigida por Trevor Pinnock gravado em 2010. Este video é do concerto realizado na Cité de la Musique em Paris.
Concordo com tudo o que diz sobre a interpretação de Maria J. Pires, além dela só Brendel toca Mozart a este nível. Já sobre Abbado, excelente maestro que é, não está nas minhas preferências com Mozart. Muito inexpressivo , insoso. A orquestra parece que nem tem sopros.
ResponderEliminarA gravação também, como o Fernando diz, não é das melhores.
Já tentou comparar esta gravação com outras de Maria J. Pires , anteriores ? Acho que já esteve melhor acompanhada.
Maria João Pires, para mim é uma das melhores interpretes de Mozart, mas estou de acordo com o Mário acerca do Abbado, ele é mais expressivo na música de Tchaikovky,Chopin e outros compositores.
ResponderEliminarMário: Com orquestra só comparei com uma outra em que também está com Abbado também em dois concertos de Mozart.
ResponderEliminarAni: Eu gosto da forma de direcção dele mesmo em Mozart. O que me parece mais fraco é a qualidade da gravação especialmente das cordas que me parece muito metálica, pouco natural. Enfim o disco para mim vale pela interpretação da Maria João Pires tendo de me abstrair do resto ...