domingo, 24 de fevereiro de 2013

Liszt : Études d'exécution transcendante (Segunda Parte)

A semana passada começamos a falar-vos desta obra - Liszt : Études d'exécution transcendante - hoje iremos terminar com os últimos seis estudos. Relembremos apenas que daremos sempre duas alternativas uma com imagem fixa e uma segunda com vídeo. Não porque as interpretações com video sejam piores mas porque teriamos dessa forma um reduzido número de pianistas e quisemos aproveitar para vos mostrar mais nomes.

Étude No. 7 (Eroica) em Mi bemol Maior : Este estudo adequadamente partilha a mesma tonalidade da Sinfonia Eroica de Beethoven o que pode justificar só por si o nome embora musicalmente mais do que "eroico" o tom seja nobre e digno. Este estudo não é considerado tecnicamente tão difícil como alguns dos outros sendo que alguns pianistas preferem a versão de 1837. Voltamos a começar com Cziffra para depois vos mostrar de novo Berezovsky.






Étude No. 8 (Wilde Jagd) em Dó Menor :  Um nome sem dúvida adequado para uma peça que decorre num ritmo frenético (marcado como Presto Furioso) e que pretende retratar uma caçada. A peça tem uma parte inicial rápida para no meio ter uma parte mais lírica (mas não menos difícil por isso) para de novo terminar numa série de oitavas e acordes descendentes verdadeiramente desafiantes. É um estudo que testa a capacidade de resistência de qualquer pianista. A primeira interpretação que escolhemos é de Evgeny Kissin.



Para a segunda interpretação deste mesmo estudo mantemos Boris Berezovsky. Note-se a propósito desta interpretação que consta que Liszt e os seus alunos conseguiam tocar este estudo em cerca de 4 minutos precisos. Hoje em dia conforme podem ver estamos mais na base dos 4:30 ...



Étude No. 9 (Ricordanza) em Lá Bemol Maior: É um contraste marcante com o estudo anterior. Uma melodia nostalgica com variações para tornarem a peça um verdadeiro estudo. Primeiro interprete escolhido Lazar Berman.



Para o nosso vídeo com imagem do pianista voltamos à juventude (relativa claro, este pianista nasceu em 1972) desta vez com Dmytro Sukhovienko.



Étude No. 10 (Allegro agitato molto) Fá Menor: Um dos dois estudos sem titulo. Este começa de forma bastante agitada mas vai aos poucos tornando-se mais calmo. Para a interpretação por um pianista de referência proponho-vos Richter.



Para a versão com imagem escolhemos uma pianista Lola Astanova sobretudo conhecida pelo seu gosto no que diz respeito ao estilo e à moda. Uma espécie de David Beckham feminino no mundo da música clássica.

Étude No. 11 (Harmonies du Soir) Ré Bemol Maior: Musicalmente este é um dos estudos mais exigentes (juntamente com o nº 12) embora tecnicamente seja dos mais acessíveis. É também um dos mais inovadores em termos de tonalidade já que várias experiências em harmonias cromáticas tornam a tonalidade algo ambígua. Um dos estudos mais populares pela maior acessibilidade (pelo menos aparente) tanto quanto pelo lirismo da melodia. Voltamos a Claudio Arrau para este estudo.



Na versão com imagem voltamos também a Berezovsky.



Étude No. 12 (Chasse-Neige) Si Bemol Menor :  Apesar do nome poder indicar uma peça relativamente calma na verdade se de neve se trata então estamos perante uma verdadeira tempestade. Uma peça que combina a dificuldade do toque leve em certas partes com a autêntica tempestade que se abate por vezes sobre o teclado. Para esta peça escolhemos Jorge Bolet



Para terminar teríamos de voltar a Berezovsky . Notem que a maior parte das interpretações que vos mostrei são de um mesmo concerto. Nos dias de hoje arriscar os doze estudos ao vivo e em sequência é obra. Dizemos isto porque a nossa tendência em comparar com gravações e perdoar menos os erros técnicos preferindo a perfeição à musicalidade expõe muito os pianistas (e outros músicos claro) em peças desta natureza. Um acto de coragem sem dúvida num concerto que deve ter sido memorável.

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