Hoje celebra-se o Dia Mundial da Música. Pessoalmente penso que este dia se deveria celebrar no dia 1 de Janeiro, o dia Mundial da Paz, porque para mim a música é o caminho para a dita. Digo com Pablo Casals que a música afasta a violência daqueles que odeiam, oferece a paz aqueles que não têm repouso, consola os que choram.
Posso também dizer com o Maestro Otto Klemperer que a música é infinita, que ela é a linguagem da alma ou ainda com Nietsche que a vida sem música é um erro, apenas cansaço e fadiga ou mesmo com Beethoven que a música é uma revelação maior que toda a sabedoria e toda a filosofia.
Poderia concordar com os filósofos gregos Platão e Sócrates que valorizavam a música como meio para educar os jovens, que a consideravam digna e útil de ser ensinada a todos.
Não deixando de concordar com Bach que definia música como uma harmonia agradável celebrando Deus e os prazeres da alma e não podendo deixar de apreciar Richter que afirmava que a música era a "poesia do ar" ou mesmo Vitor Hugo que se referia à música como a única capaz de dizer o indizível.
Concordando com todos eles dizia, creio que, como não poderia deixar de ser, as melhores definições e bênçãos estão mesmo nos poetas, da prosa ou da poesia. Assim neste post de hoje só com palavras e silêncio terminamos com Albert Camus: "A única música que nos emociona, que apreciamos verdadeiramente é aquela que nos conduz ao sonho que elimina o racional e a análise. Não devemos primeiro perceber e depois sentir. A arte não tolera a razão". Ou num maravilhoso golpe de asa, como apenas um outro poeta dos sons da melodia pelas palavras soube dizer: A música escava o céu, dizia-nos Charles Baudelaire.
Também concordaria com todos...menos Camus! Então "A arte não tolera a razão" ? Profundamente em desacordo. A razão, aliás, ajuda a perceber e sentir mais intensamente a arte.
ResponderEliminarSe assim não fosse, o músico (instrumentista, maestro) estaria proibido de ter conhecimento, teria de eliminar o racional e a análise sobre o seu trabalho, sob pena de não fazer música que conduza ao sonho...
É isso que eu ponho em causa também no ensaio de Steiner, que rejeita um discurso racional e analítico sobre a música. Parece-me estéril e pedante a assumpção de que a música é tão transcendente e sublime que não há linguagem nem conhecimento que a alcancem. Esse endeusamento em nada serve a música, só a torna indiscutível, o que é sempre mau.
Mário, muito obrigado pelo seu comentário. Acho que enriquece imenso o nosso site. Tendo a concordar consigo. Só não sei se não será verdade que não existe linguagem que a descreva - a música. Não sei se isso é sinónimo de "alcance" ou não. Em todo o caso a música é certamente discutível - como a arte. Aliás se não o fosse seria arte?
ResponderEliminarPois eu fico-me pelo sonho em detrimento da análise e da razão pois essa deixo aos estudiosos para análise.
ResponderEliminarPara sentir o Adagio de Albinoni, Serenade ou Avé-Maria de Schubert necessito apenas da alma.
Parece-me incorrecto adjectivar de esteréis e pedantes as opiniões de outros em detrimento da dos outros.
Ao poeta o que é do poeta!
Volto cá novamente para pedir desculpa pelo modo intempestivo como entrei e saí do seo espaço sem ter-lhe dirigido uma palavra de apreço pelo trabalho e dedicação constantes que dedica ao memso.
ResponderEliminarEspero que continue em força na divulagação desta maravilhosa linguagem universal, que é a música.
Ora caro anónimo está desculpado, se é que havia qualquer coisa a desculpar. A conversa sobre arte sobre as várias formas de a sentirmos ou analisarmos só podem enriquecer-nos.
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