domingo, 7 de março de 2010

A ópera romântica - Referências de excelentes blogs e Exemplos de Fantásticas Óperas

No nosso calendário de temas este é um ponto que temos vindo a adiar sistematicamente. Não porque não goste do género (embora admita que não é dos meus favoritos) mas precisamente por temer - por causa deste ultimo ponto - não vos conseguir transmitir entusiasmo suficiente.

Acresce que para este género existem outros blogs cujos autores sabem mais deste assunto de olhos fechados (ou melhor de ouvidos e olhos fechados) do que eu com eles completamente abertos e atentos. Estou por exemplo a falar de Valkirio ou de Ópera e Demais Interesses de João Galamba de Almeida ou ainda Opera per Tutti de José Quintela Soares isto só para referir os nacionais. Porque do país dos nossos irmãos brasileiros poderia ainda referir De Opera e Concertos ou ainda De Opera e Lagartos.

Tentarei assim nesta abordagem manter o espírito inicial deste blog isto é ser iniciático ... Procurarei não obstante manter o interesse dos "mais avançados :-)" recorrendo a todos os truques de que me lembrar :-)

Uma vez esta confissão feita não vou claramente tentar definir Ópera e muito menos Ópera Romântica. Vou fazer o que em matemática se chamava uma demonstração por exemplo. E vou ser exaustivo nos exemplos porque vou listar todos os compositores e todas as obras de que falaremos ... e sim estou disposto a rever a lista função de pedidos específicos ...
  • Carl Weber ( 1786 - 1826)
Weber foi o fundador da ópera romântica alemã. Entre as suas várias obras vamos falar de Oberon (1826) a ultima obra publicada em vida e possivelmente a responsável pela sua morte física. Impossível ser mais ao gosto do romantismo. Como exemplificação do que iremos ouvir podem ouvir Lotte Lehmann numa gravação de 1927.

  • Rossini (1792 -1868)
Tivemos alguma dificuldade em escolher entre as 39 óperas de Rossini. Claro que em relação à primeira O Barbeiro de Sevilha (1816) não houve grande dúvida (oiçam aqui uma das árias que irão com toda a certeza reconhecer). Para os fãs do Pica-Pau propomos também este magnifico desenho animado (eu avisei que ia recorrer a todos os truques possíveis :-))  Mas quanto às restantes haveria uma boa meia-dúzia que mereceriam referência e foi nesse capítulo que tivemos algumas dúvidas. Acabamos por escolher La Cenerenterola (1817) ou Cinderela , La Gazza Ladra (1817) e Guilherme Tell (1829)
  • Donizetti (1797-1848)
Se com Rossini a primeira escolha era fácil aqui ficamos divididos entre as duas obras de Donizetti de que vamos falar. Porque se é aproximadamente consensual que Lucia di Lammermoor (1835) foi a sua obra prima vou vos confessar que L´Elisir d´Amore (1832) contém uma das minhas árias de ópera preferidas.
  • Bellini (1801 - 1835)
Na sua curta existência Bellini escreveu algumas das mais belas melodias que se podem encontrar na Ópera. Iremos falar de duas obras deste compositor: Norma (1831) e I Puritani (1835) a sua ultima obra.
  • Berlioz (1803 - 1869)
De Berlioz já falamos neste blog embora não tenhamos abordado as suas Óperas. Vamos assim neste novo capitulo falar de Les Troyens até porque temos de ter algum representante francês nesta lista além de Bizet e Offenbach. A vitória italiana é inevitável (creio) mas há que reduzir a dimensão da derrota a uma dimensão aceitável - noblesse oblige :-)
  • Glinka (1804-1857) 
O pai da ópera russa grande inspirador da corrente nacionalista russa (os famosos cinco de que já falamos aqui). Rusland e Ludmila (1820) foi a obra que escolhemos. Por acaso ouvimos ontem a abertura desta obra interpretada pela Orquestra Sinfónica Juvenil ... só a abertura é absolutamente fantástica. Não sei se cabe nesta secção de Ópera Romântica dado o seu carácter profundamente nacionalista como explicou ontem Christopher Bauckman mas enfim como não sei se haverá neste blog um tema de Ópera Nacionalista Russa na dúvida fala-se já ... não deixa de ser uma composição romântica ...

  • Wagner (1813-1883)
Em relação a este compositor vamos ter efectivamente um problema. Vai ser relativamente dificil dissociar-me do facto que gosto pouco da obra dele e ainda menos daqueles que dela gostaram. Difícil confesso mas não impossível porque o génio do compositor está acima de qualquer outra consideração. Na verdade Wagner pela sua noção do género reinventou-o dando-lhe uma unidade dramática e cénica, a total correspondência entre música e poesia e efeitos cénicos desconhecida até esse momento. A selecção é dificil mas obviamente o ciclo "Der Ring des Nibelungen" teria de estar assim como "Tristan und Isolda". Das restantes obras hesitamos um pouco mas acabamos por nos decidir por Tannhauser, Lohengrin e Parsifal.
  • Verdi (1813-1901)
Se a escolha em Wagner foi dificil então o que dizer neste caso. É que neste caso há logo três obras que são indiscutivelmente presença nesta lista mesmo que introdutória: Rigoletto (1851), Il Trovatore (1853), La Traviatta (1853). Depois a escolha entre as restantes não é de todo fácil ... Enfim resolvi-me um pouco pelo facto das restantes obras que vou citar conterem árias famosas facilmente identificáveis o que pode ajudar ao objectivo de introdução que pretendemos. Assim para além das referidas três óperas falaremos de Nabucco (1842), Macbeth (1847), Aida (1871) e Otello (1887).
  • Offenbach (1819-1990)
Falaremos de Orfée aux Enfers e Les Contes de Hoffman (obra incompleta).
  • Leo Delibes (1836 -1891)
No que diz respeito a este compositor também famoso pelos seus bailados falaremos da Ópera Lakmé (1883).

  • Bizet (1838-1875)
De Bizet escolhemos falar apenas de Carmen (1875) embora tenhamos hesitado em incluir Les Pecheurs de Perles (1863).
  • Massenet (1842-1912)
Manon. Temos pena de não poder falar de Thaïs mas na realidade enquanto ópera é hoje em dia raramente interpretada.

  • Puccini (1858-1924)
No que diz respeito a Puccini também temos imediatamente três obras incontornáveis: Tosca, La Bohéme e Madame Buterffly. Hesitamos quanto a incluir uma quarta ópera mas dado o aspecto trágico que envolve o facto de ser uma obra incompleta não podemos deixar de incluir Turandot.

  • Gounod (1818-1893)
De Gounod de que já falamos neste blog vamos apenas falar da sua obra Faust (1859).
  • Richard Strauss (1864-1949) 
A qualificação de romântico é duvidosa mas também aqui se aplica a lógica utilizada para Glinka: Como não sei se haverá outra categoria para incluir as suas obras vamos falar já delas aqui. Serão duas: Salomé (que já vi e ouvi ao vivo) e Der Rosen Kavalier.


  • Ruggero Leocavallo (1857-1919)
Conhecido por apenas uma obra Pagliacci muitas vezes colocada em programas conjuntos com a Cavalleria Rusticana de Pietro Mascagni (outro compositor conhecido por apenas uma obra) esta ópera faz parte do reportório tradicional de ópera


  • Pietro Mascagni (1863-1945)
Pietro Mascagni é conhecido pela obra Cavallaria Rusticana (1890) a única das suas obras que continua a ser interpretada nos nossos dias. Resultou de um concurso, uma espécie de "Ídolos" do tempo ...



Por fim dentro de duas escolas nacionalistas - a Checa e a Russa - há algumas outras obras de que vamos falar porque embora estivessem melhor catalogadas dentro das respectivas linhas nacionais não deixam de fazer parte de um conjunto de obras que marcam um género. Estamos a falar concretamente de Smetana e a sua Noiva Vendida (passe a expressão), Rimsky Korsakov com "Snow Maiden", "The Tsars Bride" - obra relativamente pouco conhecida no Ocidente mas frequentemente interpretada na Russia (e uma reacção a Wagner que é a razão da sua inclusão nesta lista) e "The Tale of Tsar Saltan".

Nesta lista de obras de compositores menos relacionados com este género vamos ainda falar de Johann Strauss Filho com as suas duas óperas "Morcego" e o "Barão Cigano" e para termos uma visão relativamente completa das várias escolas nacionais abordaremos ainda obras de compositores ingleses Edward German  e Arthur Sullivan. Do primeiro falaremos de Merrie England e do segundo de Ivanhoe.



2 comentários:

  1. Lamento que não seja fã de Wagner (a obra), eu sou, mas eu também tenho o tal problema com Brahms... relativamente às escolhas, compreendo que o ciclo do anel seja incontornável, mas para quem quer apresentar este génio numa obra simpática deve pôr Os Mestres Cantores de Nuremberga (não é a minha favorita, mas para o apresentar é a mais fácil), embora a maioria das suas obras sejam de facto muito mais densas e pesadas.

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  2. Fantástico! Irei explorar em breve...
    Cumprimentos,

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