Não se preocupem com o titulo, estou a tentar imitar os Jornais das 20 - ia dizer o Correio da Manhã mas creio que o estilo já passou para os telejornais e outros meios ditos sérios ("some pun really intended").
Este post foi inspirado em dois posts do Facebook , o primeiro de uma amiga minha Sofia que nos falava da Joana Carneiro (Sofia neste outro post já antigo revelo quem é o outro admirador :-)). Já sabem que sou fã e portanto apenas isso já seria razão suficiente para este post. Porém hoje um outro nosso amigo, o Daniel Bolito postou no Facebook um outro artigo sobre vários casos de mulheres que atingiram o sucesso numa carreira onde até há uns anos era muito difícil a uma mulher singrar. É um artigo muito interessante do Guardian e que recomendo.
O artigo que o Daniel nos mostra começa por nos chamar a atenção para utilização do sexo como forma de vender a música clássica. Nós marketeers sabemos que o sexo vende tudo e a música clássica infelizmente não resistiu à tentação da exploração do erotismo. Algumas vezes de forma apropriada outras menos, como em tudo.
Porém o importante do artigo é a vaga de fundo que descreve numa das áreas mais conservadores que existia. Note-se que não há muito tempo atrás havia orquestras apenas de homens e maestros conhecidos por se recusarem a terem membros femininos, ao ponto de em provas cegas (provas em que a selecção é feita sem que o júri possa ver os candidatos) em que eram escolhidas mulheres estes serem rejeitadas à posteriori - isto infelizmente não é anedota e está documentado.
Hoje em dia a situação é um pouco melhor e felizmente podemos colocar-nos a questão: Irão as mulheres um dia dominar a música clássica? No que me diz respeito nada contra, nada contra - sejam a maioria como a Joana Carneiro e ficamos bem ! Fora de brincadeira obviamente o talento não reconhece sexo (jogo de palavras intencional).
A propósito da maestrina e de talento e porque este ano falamos muito de Stravinsky leiam este meu outro post também de 2010 ... e depois oiçam o Pássaro de Fogo.
Como intérpretes, houve sempre muitas mulheres que se salientaram na música - pianistas, violoncelistas, harpistas, violinistas, sopranos e mezzos... a "discriminação" nas orquestras é um episódio localizado, pois como solistas conseguiam sucesso.
ResponderEliminarOnde há de facto algo de novo é ao nível de composição. Escassos exemplos antigos - Hildegarde, Chaminade, Clara Schumann... - mostravam uma segregação que hoje em dia não faz sentido. Esperemos, mais que maestras ou instrumentistas, pelas compositoras que tardam a chegar.
Mário, não é assim tão localizado. Há orquestras famosas por essa descriminação, por exemplo a Filarmónica de Viena sendo que há maestros conhecidos também por essa característica. Solistas é outra coisa curiosamente. Aliás nas orquestras que praticavam essa descriminação os argumentos eram de se torcer a rir ... mas existiam, existiam e não eram tão pouco frequentes assim.
ResponderEliminarPaíses centro-europeus.
ResponderEliminarHá muito essa discriminação estava praticamente ausente nos EUA, Reino Unido, Itália, França, Holanda, Escandinávia...
Claro que havia a malvadez de se dizer que as orquestras germânicas eram de excelência superior por só terem homens. Provavelmente teriam, isso sim, instrumentos de superior qualidade.