Esta é uma das obras da lista que vos proponho de que será mais facilmente criticada a presença numa lista de 100 obras. Convirá não esquecer no entanto que esta lista não pretende estabelecer mérito artístico mas antes divulgar a música e ajudar quem não a conhece a primeiro gostar e depois aos poucos apreender as várias vertentes da mesma. Ora nitidamente faltava alguma música composta no inicio do século XX e nesse particular Gustav Holst , compositor inglês que compôs esta obra entre 1914 e 1916 merece esta menção por aquilo que pode contribuir numa primeira aproximação à música desse século.
Contrariamente ao que o nome pode parecer indicar esta suite orquestral de sete movimentos (uma execução completa demora cerca de 50 minutos) não tem nada a ver com planetas no sentido astronómico do termo. Tem isso sim a ver com o sentido astrológico de que Holst era, como dizer, partidário.
Assim cada movimento é dedicado a um planeta, ou melhor a um Deus ou se preferirem a um corpo astrológico procurando representar para cada um o seu carácter. É deste ponto de vista uma obra programática.
A obra foi estreada publicamente numa execução completa da suite apenas a 17 de Novembro de 1920 embora antes tenham existido algumas interpretações parciais e/ou privadas.
A estrutura da obra é dividida em sete andamentos com a seguinte descrição:
Marte, O Portador da Guerra (1914)
Vénus, O Portador da Paz (1914)
Mercúrio, O Mensageiro Alado (1916)
Júpiter, O Portador da Alegria (1914)
Saturno, O Portador da Velhice (1915)
Úrano, O Mágico (1915)
Neptuno, O Místico (1915)
Curiosamente o ultimo andamento termina com um fade-out o que se hoje é relativamente comum na época foi uma estreia e seguramente uma das poucas obras da música clássica a terminar com esse efeito.
Podem ouvir uma interpretação completa desta obra no video que se segue.
Uns anos mais tarde do andamento Jupiter Holst retirou uma melodia musicando um poema "I vow to thee my country", hino patriótico que viria a tornar-se facilmente a parte mais conhecida da suite orquestral.
A única música que precisa de embalagem é a música de plástico.
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
domingo, 27 de dezembro de 2015
Wagner - Der Ring des Nibelungen
E lá está, um dia teria de escrever sobre este ciclo de obras ... Não o faço propriamente a contragosto porque se está nesta lista é porque é uma daquelas obras incontornáveis. Porém para vos ser sincero não corresponde exactamente ao tipo de música de que gosto, mas obviamente este monumento tinha de estar nesta lista.
O ciclo completo é composto por quatro obras distintas que têm sido interpretadas em separado embora a intenção de Wagner fosse que fossem interpretadas como um ciclo (note-se que cada uma das obras dura entre 2:30 (Das Rheingold - A primeira das quatro) e algo entre 4:00 e 5:00 para a ultima (Gotterdammerung) para um total de mais de 15h de música ... Música com uma orquestração intrincada, verdadeiramente uma obra de arte totalmente e absolutamente romântica na sua maravilhosa complexidade tanto musical como do próprio enredo onde é fácil perder-se tantas são as personagens, traições, juramentos e palavras dadas.
Wagner compôs este ciclo entre 1848 e 1874 tendo a primeira apresentação enquanto ciclo ocorrido apenas em 1876 no festival de Bayreuth entre os dias 13 e 17 de Agosto.
O Libretto do próprio Wagner é baseado num poema épico do século XII de origem germânica ou nórdica antes do período de cristianização. Para quem conhece o Lord of the Rings (Senhor dos Anéis ) em particular a sua fundamentação pode-se dizer com alguma liberdade poética que a origem é aproximadamente a mesma - as lendas nórdicas.
Sem querer revelar demasiado do enredo - aliás se o fizesse receio que este post bateria facilmente o record de número de palavras e vos fatigaria além do imaginável - decidi fazer apenas um breve resumo do que está em causa em cada uma das obras sem grande detalhe quanto ao enredo. Um sumário da moral se quisermos ... Um aviso quanto à dita moral - é uma interpretação pessoal e portanto sujeita a ser discutida e contestada.
Das Rheingold (O Anel de Ouro)
Esta obra foi concebida originalmente para três actos tendo sido reduzida para um único e é na verdade uma espécie de introdução ao resto da história sendo por isso de todas as peças aquela que mais dificilmente pode ser interpretada isoladamente - embora isso tenha acontecido e seja possível. Conta esta obra o roubo do ouro que possibilita a manufactura de um anel com propriedades mágicas que permitem o controlo do mundo e como este anel amaldiçoada trará a desgraça a quem o possuir - incluindo os Deuses.
Die Walküre (As Valquírias)
Os Deuses nesta obra decidem o destino dos mortais ... A importância da palavra e do dever parecem sobrepor-se ao amor.
Siegfried
Uma história de amor dir-se-ia quando Siegfried depois de matar o dragão que o guardava entrega a Brunnhilde o anel que permite ser dono do mundo como prova da sua fidelidade e amor.
Götterdämmerung (O Ocaso dos Deuses)
Num ambiente de "Armageddon" esta obra descreve a consequência das escolhas feitas nas obras anteriores ... uma obra sobre amor e traição e o fim dos Deuses ...
O ciclo completo é composto por quatro obras distintas que têm sido interpretadas em separado embora a intenção de Wagner fosse que fossem interpretadas como um ciclo (note-se que cada uma das obras dura entre 2:30 (Das Rheingold - A primeira das quatro) e algo entre 4:00 e 5:00 para a ultima (Gotterdammerung) para um total de mais de 15h de música ... Música com uma orquestração intrincada, verdadeiramente uma obra de arte totalmente e absolutamente romântica na sua maravilhosa complexidade tanto musical como do próprio enredo onde é fácil perder-se tantas são as personagens, traições, juramentos e palavras dadas.
Wagner compôs este ciclo entre 1848 e 1874 tendo a primeira apresentação enquanto ciclo ocorrido apenas em 1876 no festival de Bayreuth entre os dias 13 e 17 de Agosto.
O Libretto do próprio Wagner é baseado num poema épico do século XII de origem germânica ou nórdica antes do período de cristianização. Para quem conhece o Lord of the Rings (Senhor dos Anéis ) em particular a sua fundamentação pode-se dizer com alguma liberdade poética que a origem é aproximadamente a mesma - as lendas nórdicas.
Sem querer revelar demasiado do enredo - aliás se o fizesse receio que este post bateria facilmente o record de número de palavras e vos fatigaria além do imaginável - decidi fazer apenas um breve resumo do que está em causa em cada uma das obras sem grande detalhe quanto ao enredo. Um sumário da moral se quisermos ... Um aviso quanto à dita moral - é uma interpretação pessoal e portanto sujeita a ser discutida e contestada.
Das Rheingold (O Anel de Ouro)
Esta obra foi concebida originalmente para três actos tendo sido reduzida para um único e é na verdade uma espécie de introdução ao resto da história sendo por isso de todas as peças aquela que mais dificilmente pode ser interpretada isoladamente - embora isso tenha acontecido e seja possível. Conta esta obra o roubo do ouro que possibilita a manufactura de um anel com propriedades mágicas que permitem o controlo do mundo e como este anel amaldiçoada trará a desgraça a quem o possuir - incluindo os Deuses.
Die Walküre (As Valquírias)
Os Deuses nesta obra decidem o destino dos mortais ... A importância da palavra e do dever parecem sobrepor-se ao amor.
Siegfried
Uma história de amor dir-se-ia quando Siegfried depois de matar o dragão que o guardava entrega a Brunnhilde o anel que permite ser dono do mundo como prova da sua fidelidade e amor.
Götterdämmerung (O Ocaso dos Deuses)
Num ambiente de "Armageddon" esta obra descreve a consequência das escolhas feitas nas obras anteriores ... uma obra sobre amor e traição e o fim dos Deuses ...
sexta-feira, 25 de dezembro de 2015
Verdi - La traviata
Esta ópera de Verdi em três actos dispensa qualquer apresentação. É pura e simplesmente a ópera mais vezes interpretada em todo o mundo e certamente uma das que mais paixão desperta.
O libretto (de Francesco Maria Piave) é baseado numa história de Alexander Dumas (Filho) - A Dama das Camélias e conta a história de uma prostituta (ou cortesã se quisermos utilizar uma espécie de eufemismo) e de um jovem aristocrata que acabam por se apaixonar mas que o pai separa para evitar o escândalo e prejudicar o casamento da irmã do jovem fidalgo. Violetta decide deixar o jovem quando instada pelo pai deste a ter em atenção o futuro. Violetta na verdade está doente com tuberculose e acaba por falecer não sem antes de ter esclarecido tudo com Alfredo.
Entre as muitas árias famosas que esta ópera contém teremos de destacar no primeiro acto Libiamo ne' lieti calici (um dueto fantástico) e claro o fim do mesmo com o famoso Sempre Libera .
No segundo acto destaca-se claramente a ária De' miei bollenti spiriti em que o jovem Alfredo fala alegremente da sua vida feliz com Violetta.
No terceiro acto claro o pungente "Addio, del passato bei sogni ridenti" (Adeus belos sonhos do passado).
Com excepção do extracto do segundo acto (Pavarotti) escolhi sempre Callas propositadamente porque gostava de terminar este post falando-vos ainda que resumidamente de uma das récitas mais míticas de sempre e que teve lugar no nosso país, no Teatro São Carlos.
Na verdade hoje isto seria impensável mas a verdade é que no palco do São Carlos esteve nesse longínquo dia de 27 de Março de 1958 aquela que na altura era a maior estrela da ópera. E por um daqueles milagres inexplicáveis aquela récita produziu uma das interpretações que ficará na história da música. Porque não estive lá recomendo fortemente a leitura deste post do Blog Citizen Grave.
Além disso graças ao You Tube tenho a sorte de vos poder propor ouvirem a rendição completa dessa fabulosa interpretação. Claro que como de costume se gostarem sugiro fortemente que comprem uma versão física ou digital como vos aprouver (3 libras para uma versão digital no link da Amazon Inglaterra que incluo para vossa conveniência).
O libretto (de Francesco Maria Piave) é baseado numa história de Alexander Dumas (Filho) - A Dama das Camélias e conta a história de uma prostituta (ou cortesã se quisermos utilizar uma espécie de eufemismo) e de um jovem aristocrata que acabam por se apaixonar mas que o pai separa para evitar o escândalo e prejudicar o casamento da irmã do jovem fidalgo. Violetta decide deixar o jovem quando instada pelo pai deste a ter em atenção o futuro. Violetta na verdade está doente com tuberculose e acaba por falecer não sem antes de ter esclarecido tudo com Alfredo.
Entre as muitas árias famosas que esta ópera contém teremos de destacar no primeiro acto Libiamo ne' lieti calici (um dueto fantástico) e claro o fim do mesmo com o famoso Sempre Libera .
No segundo acto destaca-se claramente a ária De' miei bollenti spiriti em que o jovem Alfredo fala alegremente da sua vida feliz com Violetta.
No terceiro acto claro o pungente "Addio, del passato bei sogni ridenti" (Adeus belos sonhos do passado).
Com excepção do extracto do segundo acto (Pavarotti) escolhi sempre Callas propositadamente porque gostava de terminar este post falando-vos ainda que resumidamente de uma das récitas mais míticas de sempre e que teve lugar no nosso país, no Teatro São Carlos.
Na verdade hoje isto seria impensável mas a verdade é que no palco do São Carlos esteve nesse longínquo dia de 27 de Março de 1958 aquela que na altura era a maior estrela da ópera. E por um daqueles milagres inexplicáveis aquela récita produziu uma das interpretações que ficará na história da música. Porque não estive lá recomendo fortemente a leitura deste post do Blog Citizen Grave.
Além disso graças ao You Tube tenho a sorte de vos poder propor ouvirem a rendição completa dessa fabulosa interpretação. Claro que como de costume se gostarem sugiro fortemente que comprem uma versão física ou digital como vos aprouver (3 libras para uma versão digital no link da Amazon Inglaterra que incluo para vossa conveniência).
quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
Natal é ? De Bach passando por Mozart sempre foi (é) a mesma coisa : Amor
As dádivas que não se podem comprar mas apenas oferecer, a partilha, os abraços sentidos, o cheiro das filhós, as memórias do trabalho que deram a fintar, o cheiro da lareira se a houver, a frescura do musgo do presépio, a não menor frescura do riso dos filhos ou dos sobrinhos; o brilho dos olhos das crianças.
Normalmente neste digo-vos que ninguém consegue exprimir isto melhor do que Bach e até já vos dei por várias vezes como presente virtual a Oratória de Natal deste compositor. Não é uma má escolha convenha-se. Aliás para aperitivo aqui fica.
Outras vezes propus Mozart e já agora vou também repetir neste caso numa interpretação de Cecilia Bartoli do KV 165 - Exsultate Jubilate (aproximadamente regozijem-se sejam felizes).
Porém hoje - hoje encontrei o melhor sinónimo do que é o Natal e em música ... a partilha entre pai e filho de uma interpretação ... e pronto se não souberem tocar piano fiquem-se pela partilha com a família que é neste caso (e apenas neste caso para que isto não sirva de desculpa para preguiças alheias) perdoado pelas altas instâncias artísticas,
Nuno Batoca e o seu filho Hugo (com a devida autorização parental).
Um Santo Natal para todos. Amanhã haverá mais música se a inspiração assim ditar :-)
Normalmente neste digo-vos que ninguém consegue exprimir isto melhor do que Bach e até já vos dei por várias vezes como presente virtual a Oratória de Natal deste compositor. Não é uma má escolha convenha-se. Aliás para aperitivo aqui fica.
Outras vezes propus Mozart e já agora vou também repetir neste caso numa interpretação de Cecilia Bartoli do KV 165 - Exsultate Jubilate (aproximadamente regozijem-se sejam felizes).
Porém hoje - hoje encontrei o melhor sinónimo do que é o Natal e em música ... a partilha entre pai e filho de uma interpretação ... e pronto se não souberem tocar piano fiquem-se pela partilha com a família que é neste caso (e apenas neste caso para que isto não sirva de desculpa para preguiças alheias) perdoado pelas altas instâncias artísticas,
Nuno Batoca e o seu filho Hugo (com a devida autorização parental).
Um Santo Natal para todos. Amanhã haverá mais música se a inspiração assim ditar :-)
sábado, 19 de dezembro de 2015
O quarteto Jerusalem e as manifestações pró Palestinas
Como tem vindo a ser infelizmente hábito o concerto deste fabuloso quarteto foi mais uma vez interrompido por manifestantes que pensam que é este o local correcto para demonstrar o seu repúdio por certas componentes da politica do estado de Israel.
Não vou neste blog argumentar sobre a bondade ou não dessas criticas (não fujo a dar uma opinião mas não creio ser este o local) mas relativamente ao local onde são feitas sobre isso sim parece-me interessante explicar o que penso.
O Quarteto Jerusalém não representa o Estado de Israel. Os seus músicos embora tenham servido no exercito - como é obrigatório - nunca entraram em combate e nunca exprimiram qualquer opinião quer individual quer colectiva sobre qualquer assunto relacionado com a politica do estado contrariamente ao que afirmam os protestantes que confundem o amor ao país à subscrição de todas ou de uma parte das suas politicas.
Concretizo, quando um músico diz que é o melhor embaixador do seu país o que está a dizer é que representa o que o seu país tem de melhor. Aliás frase que também já tinha sido utilizada por Zubin Mehta relativamente à Filarmónica de Israel infelizmente com resultados aproximadamente semelhantes. Vamos portanto ver se nos entendemos: Proclamar-se o melhor embaixador de um país significa que se considera que se representa o que o seu país tem de melhor. Por outras palavras o melhor de Israel é a música e a paz.
Aliás se alguma declaração fizeram e fazem - dois deles participam na East West Divan Orchestra , Orquestra dirigida por Barenboim que junta músicos de Israel e músicos Árabes, vai precisamente nesse sentido, no sentido da paz. O nome do quarteto é um nome de Paz ...
Não é que a música clássica ou os espectadores da mesma estejam acima de manifestações porque na verdade não estão. Um concerto de música clássica não é mais do que um concerto e não é mais do que qualquer concerto de música , seja qual for o seu género, no mundo inteiro.
Porém não é mais do que isso mas também não é menos do que isso. E isso é um local de entretenimento e de paz.
Em resumo a menos que os músicos ou a banda tenham pro activamente uma qualquer posição politica expressa e o próprio concerto também a tenha - o que justificaria obviamente o apoio ou o protesto - sugiro fortemente que os manifestantes encontrem melhores locais para se manifestarem.
A estratégia, desculpem a expressão, idiota e despropositada que têm seguido apenas contribui para que a sua causa seja vista exactamente da mesma forma.
Obviamente depois de um post como este só podemos acabar com música e com a sugestão de visitarem o canal de You Tube do respectivo quarteto. Quanto a música aqui fica o primeiro andamento de uma das obras primas de Brahms.
Não vou neste blog argumentar sobre a bondade ou não dessas criticas (não fujo a dar uma opinião mas não creio ser este o local) mas relativamente ao local onde são feitas sobre isso sim parece-me interessante explicar o que penso.
O Quarteto Jerusalém não representa o Estado de Israel. Os seus músicos embora tenham servido no exercito - como é obrigatório - nunca entraram em combate e nunca exprimiram qualquer opinião quer individual quer colectiva sobre qualquer assunto relacionado com a politica do estado contrariamente ao que afirmam os protestantes que confundem o amor ao país à subscrição de todas ou de uma parte das suas politicas.
Concretizo, quando um músico diz que é o melhor embaixador do seu país o que está a dizer é que representa o que o seu país tem de melhor. Aliás frase que também já tinha sido utilizada por Zubin Mehta relativamente à Filarmónica de Israel infelizmente com resultados aproximadamente semelhantes. Vamos portanto ver se nos entendemos: Proclamar-se o melhor embaixador de um país significa que se considera que se representa o que o seu país tem de melhor. Por outras palavras o melhor de Israel é a música e a paz.
Aliás se alguma declaração fizeram e fazem - dois deles participam na East West Divan Orchestra , Orquestra dirigida por Barenboim que junta músicos de Israel e músicos Árabes, vai precisamente nesse sentido, no sentido da paz. O nome do quarteto é um nome de Paz ...
Não é que a música clássica ou os espectadores da mesma estejam acima de manifestações porque na verdade não estão. Um concerto de música clássica não é mais do que um concerto e não é mais do que qualquer concerto de música , seja qual for o seu género, no mundo inteiro.
Porém não é mais do que isso mas também não é menos do que isso. E isso é um local de entretenimento e de paz.
Em resumo a menos que os músicos ou a banda tenham pro activamente uma qualquer posição politica expressa e o próprio concerto também a tenha - o que justificaria obviamente o apoio ou o protesto - sugiro fortemente que os manifestantes encontrem melhores locais para se manifestarem.
A estratégia, desculpem a expressão, idiota e despropositada que têm seguido apenas contribui para que a sua causa seja vista exactamente da mesma forma.
Obviamente depois de um post como este só podemos acabar com música e com a sugestão de visitarem o canal de You Tube do respectivo quarteto. Quanto a música aqui fica o primeiro andamento de uma das obras primas de Brahms.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
A Sétima de Beethoven e o ultimo concerto dirigido por Leonard Bernstein
A sétima sinfonia de Beethoven além do seu poder intrinco de uma obra verdadeiramente imortal tem ainda a característica adicional de ser a ultima obra que o maestro Leonard Bernstein dirigiu conduzindo a sinfónica de Boston a uma interpretação senão musicalmente pelo menos emocionalmente memorável.
Este concerto teve lugar a 19 de Agosto de 1990 com Bernstein já profundamente doente (aliás o maestro teve um ataque de tosse durante o terceiro andamento) tendo sido gravado e posteriormente editado em CD pela Deutsche Grammophon com o Titulo "The Last Concerto". Além de Beethoven o concerto contou com 4 peças de Britten.
Esta sétima Sinfonia tem uma característica curiosa. É de todas a que mais permaneceu como uma obra profundamente abstracta. Embora tenham tentado não tem como a Terceira uma marcha fúnebre e não perdeu como esta o epíteto de Eroica, não possui como a Quinta o som do destino, não é como a Sexta uma Pastoral e não tem como a nona uma letra para lhe atribuir um significado.
Não a sétima é o quisermos, uma dança, um hino ao ritmo, à vida ou uma meditação uma introspecção se assim desejarmos. É tudo e é nada no mesmo exacto instante.
Para Bernstein para quem Beethoven era "O" compositor (talvez acrescentando Mahler mas isso é uma outra história) este ultimo concerto deve ter soado a uma metáfora da vida; e que metáfora.
Felizmente o You Tube permite-nos ouvir o dito concerto ....
Já adquirir a dita obra é um pouco mais difícil mas podem comprar na Amazon UK com relativa facilidade (link directo na imagem em baixo).
E pronto agora façam como eu depois de ouvirem este hino ao ritmo e à dança coloquem o video anterior no minuto 16:19 - fim do primeiro andamento - e repitam o segundo até que a alma vos deixe de doer.
Este concerto teve lugar a 19 de Agosto de 1990 com Bernstein já profundamente doente (aliás o maestro teve um ataque de tosse durante o terceiro andamento) tendo sido gravado e posteriormente editado em CD pela Deutsche Grammophon com o Titulo "The Last Concerto". Além de Beethoven o concerto contou com 4 peças de Britten.
Esta sétima Sinfonia tem uma característica curiosa. É de todas a que mais permaneceu como uma obra profundamente abstracta. Embora tenham tentado não tem como a Terceira uma marcha fúnebre e não perdeu como esta o epíteto de Eroica, não possui como a Quinta o som do destino, não é como a Sexta uma Pastoral e não tem como a nona uma letra para lhe atribuir um significado.
Não a sétima é o quisermos, uma dança, um hino ao ritmo, à vida ou uma meditação uma introspecção se assim desejarmos. É tudo e é nada no mesmo exacto instante.
Para Bernstein para quem Beethoven era "O" compositor (talvez acrescentando Mahler mas isso é uma outra história) este ultimo concerto deve ter soado a uma metáfora da vida; e que metáfora.
Felizmente o You Tube permite-nos ouvir o dito concerto ....
Já adquirir a dita obra é um pouco mais difícil mas podem comprar na Amazon UK com relativa facilidade (link directo na imagem em baixo).
E pronto agora façam como eu depois de ouvirem este hino ao ritmo e à dança coloquem o video anterior no minuto 16:19 - fim do primeiro andamento - e repitam o segundo até que a alma vos deixe de doer.
Aniversário do Grande Mestre Ludwig van Beethoven
Faria hoje (ou fez ontem) anos aquele que para mim é o maior compositor de sempre: Ludwig van Beethoven. Se me pedissem o seguinte: Vais para uma ilha deserta e apenas podes levar obras de um compositor ... escolhe ... Beethoven Sempre !
O compositor de quatro ou cinco sinfonias de uma beleza e intensidade emocional difícil de explicar: Podem escolher entre a terceira, a quinta, a sétima ou a nona e em todas elas encontrarão um génio ímpar.
Dois concertos para piano pelo menos, uma boa dezena de sonatas, um concerto para violino que enfim, uma única ópera mas que ópera, um triplo concerto - para Violoncelo, Piano e Violino que é simplesmente perfeito. Isto só para vos falar assim de uma dezena de obras cujas melodias me vêm imediatamente à memória.
Foi bom o Google me ter recordado do feliz aniversário com um divertido Doodle que é também um jogo ...
O compositor de quatro ou cinco sinfonias de uma beleza e intensidade emocional difícil de explicar: Podem escolher entre a terceira, a quinta, a sétima ou a nona e em todas elas encontrarão um génio ímpar.
Dois concertos para piano pelo menos, uma boa dezena de sonatas, um concerto para violino que enfim, uma única ópera mas que ópera, um triplo concerto - para Violoncelo, Piano e Violino que é simplesmente perfeito. Isto só para vos falar assim de uma dezena de obras cujas melodias me vêm imediatamente à memória.
Foi bom o Google me ter recordado do feliz aniversário com um divertido Doodle que é também um jogo ...
E então e música ? Bom hoje acho que para não vos chatear de novo com a Nona, vos vou propor precisamente o Triplo Concerto para Violino, Violoncelo e Piano numa soberba interpretação de Perlman, Yo Yo Ma e Barenboim.
terça-feira, 7 de abril de 2015
Je suis triste
Publiquei neste blog há umas semanas um post sobre o atentado de Paris. Desde aí algumas outras atrocidades em nome de uma religião foram cometidas. Portanto sim também sou Kenia como também me chocam todas as outras formas de violência em nome de qualquer religião seja ela qual for.
Recentemente em relação ao ultimo genocídio a mensagem do primeiro-ministro Inglês tornou-se muito popular na net pela franqueza e força que transmite. Pois bem caro David Cameron tenho uma novidade para si: Sabe que o Estado Islâmico não produz armas? Sabe que as armas utilizadas são fabricadas na maioria dos casos pelo Ocidente e quem sabe pela sua Inglaterra? diz que não lhes vende directamente ... Pois mas sabe com toda a certeza que são aliados seus que financiam aquela barbárie.
A pior hipocrisia do Ocidente não é não se revoltar, não é não criar manifestações de apoio. Essas também são erradas mas pior, muito pior é o Ocidente é deixar que o capital, a economia ou uma suposta estabilidade geo-politica permitam que associações criminosas complexas se organizem utilizando o sistema financeiro para pagar armas. Quase que apostaria que deverão existir membros do estado islâmico com acções nas principais bolsas da Europa e do Mundo.
Follow the Money ! Congelem, Apropriem-se, Fechem paraísos fiscais. Deixem-se de hipocrisias. Sabem perfeitamente qual o ciclo do dinheiro que alimenta a compra de armas e sabem perfeitamente como estas lhes chegam às mão. Portanto caro David Cameron sugiro-lhe que comece ai pela sua city e faça umas perguntas indiscretas aos seus bancos ... Palpita-me que se o fizesse teria mais resultados práticos do que a sua linda mensagem de Páscoa, que diga-se é melhor que nada, mas é como se querendo acabar com uma infestação de formigas pegasse na ultima da fila e lhe dissesse : "Bad Girl", "Bad Girl".
E pronto para ficarmos com música para acalmar os espiritos e restaurar na medida do possível alguma fé na humanidade fiquemos com Bach numa interpretação diferente de Bobby McFerrin.
quinta-feira, 2 de abril de 2015
sexta-feira, 27 de março de 2015
Música no Coração - 50 anos
Já sei que este post vai merecer o devido gozo de familiares, colegas e amigos mas paciência. Alguns já saberão que o filme Música no Coração é o meu filme preferido. O titulo em inglês "The Sound of Music" é igualmente bom mas para ser sincero "Música no Coração" é mesmo o que me faz identificar com o filme, além da história, da música, da voz da Julie, da dança, do facto dos Nazis serem devidamente vilipendiados e claro ter a minha idade.
Pois é tal como o autor deste blog o filme "Música no Coração" faz hoje 50 anos, ou melhor começou a ser filmado hoje faz 50 anos.
Já sei que além do gozo haverá sempre alguém a dizer-me que isto não é música clássica e que não tem lugar neste blog ... bom nas palavras sábias de uma amiga que ouvi o passado fim de semana na rádio - o blog é meu e escrevo nele o que entender !
Mantenho é a promessa de vos deixar sempre com música neste caso uma das canções de que gosto no filme - Edelweiss , porque para mim a música está sempre no coração! (ok, ok ... admito que foi provavelmente o post mais meloso do blog até hoje e este fim poderá ter de pagar multa por excesso de açúcar :-) )
quarta-feira, 25 de março de 2015
Chegou a hora do Violino Eléctrico ?
Um estupendo artigo da revista norte-americana Strings interroga-se se terá chegado a hora do Violino Eléctrico. Sinceramente não sei responder mas considerando que duma forma geral a amplificação e até gravação dos instrumentos de corda é normalmente má só espero que a electrónica contribua para resolver alguns problemas na captura e amplificação de violinos tradicionais.
sábado, 21 de março de 2015
Dia Mundial da Poesia - Um poema do meu Avô Fernando Alípio de Vasconcelos e uma composição ...
Slogan da comemoração do Dia Mundial da Poesia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte |
Os meus pais, os meus avós são os meus grandes heróis. É a eles que devo a educação que tenho e certamente os valores que me incutiram. Hoje Dia Mundial da Poesia volto a publicar um dos poemas do meu avô dedicado aos seus Netos.
Amo as Estrelas
Amo as estrelas, sim!. . . Não as que vejo
No azul do céu, dispersas e distantes. . .
As estrelas que eu amo, mais brilhantes,
Acendem no meu peito alvores de esperanças,
Fulgindo em luz de amor, quando vos beijo,
Nos vossos puros olhos de crianças!. . .
F. Alípio de Vasconcelos
E agora para terminar este post com música ? Ontem ilustramos o nosso post com um dos primeiros poemas sinfónicos (ainda que na forma clássica de concerto). Hoje inspirados pelas estrelas e pelos contos para crianças resolvemos relembrar um clássico ... Pedro e o Lobo de Prokofiev.
sexta-feira, 20 de março de 2015
Chegou a primavera !
Primavera - Google Doodle - 2015 |
Bem no primeiro dia de primavera que me perdoem o lugar comum mas pode ser que alguém não tenha ainda ouvido isto ou não saiba que se trata de um concerto intitulado Primavera do compositor Italiano do período barroco António Vivaldi. Nós já publicamos no passado um texto mais completo sobre este concerto pelo que se tiverem curiosidade vos remeto para a sua leitura.
No post de hoje limito-me a mostrar-vos uma interpretação da Sinfonietta de Amsterdão com Janine Jansen e claro a referir-vos que se trata provavelmente de um dos casos mais conhecidos de poema sinfónico ou seja de uma obra em que um compositor procurou ilustrar uma história ou uma situação através de música recorrendo à imitação ou outras construções acrescidas neste caso de poemas que não se sabe se eram ou não lidos antes da execução do concerto; não se conhecendo também se o autor foi ou não o próprio Vivaldi. Deixo-vos uma tradução a partir do texto em Inglês.
1º andamento
A primavera chegou
Os pássaros celebram a sua chegada com canções festivas
e riachos murmurantes são docemente afagados pela brisa
Relâmpagos, esses que anunciam a Primavera,
rugem, projectando o seu negro manto no céu,
para depois se desfazerem em silêncio
e os pássaros mais uma vez retomam as suas encantadoras canções.
2º andamento
No prado cheio de flores com ramos cheios de folhas
os rebanhos de cabras dormem e o fiel cão do pastor dorme a seu lado.
3º andamento
Levados pelo som festivo de rústicas gaitas de foles,
ninfas e pastores dançam levemente sobre a brilhante festa da Primavera.
Podem ler os poemas dos três outros concertos das Quatro Estações neste outro post deste blog.
quinta-feira, 19 de março de 2015
O dia do Pai , o Google e a Música
Estava a pensar o que seria o presente que todos os filhos gostariam de dar aos seus pais quando reparei no doodle do Google sobre este dia e a resposta tornou-se fácil. A companhia e a memória dos dias.
Fica agora o outro problema : Como traduzir isto numa música ? Bom a resposta não me ocorreu de imediato mas depois de alguma reflexão ... A Sinfonia Concertante de Mozart interpretada por pai e filho e se me permitem que pai e que filho :-) ... David e Igor Oistrakh.
Na direcção da orquestra - a Filarmónica de Moscovo - vale a pena observar Yehudi Menuhin. Dificilmente teríamos um conjunto mais perfeito ...
Fica agora o outro problema : Como traduzir isto numa música ? Bom a resposta não me ocorreu de imediato mas depois de alguma reflexão ... A Sinfonia Concertante de Mozart interpretada por pai e filho e se me permitem que pai e que filho :-) ... David e Igor Oistrakh.
Na direcção da orquestra - a Filarmónica de Moscovo - vale a pena observar Yehudi Menuhin. Dificilmente teríamos um conjunto mais perfeito ...
quarta-feira, 18 de março de 2015
A música e a paz interior
Há certas obras que procuro quase inconscientemente quando preciso de restabelecer uma certa paz interior, o equilíbrio que por alguma razão se perdeu. Umas vezes procuro composições mais românticas, mais extremas na forma como ampliam o estado da alma em outras ocasiões pelo contrário a minha selecção recai sobre peças mais contemplativas.
Hoje foi um desses dias e já que existe tanta partilha de bons, maus e simplesmente ridículos conselhos de auto-ajuda aqui fica o meu remédio para um determinado tipo de baixo-astral ... A Partita para Violino Solo em Ré Menor nº2 de Bach (BWV 1004).
Uma interpretação verdadeiramente magistral de um dos violinistas mais excitantes da actual geração e que felizmente já tive a sorte de ouvir tocar ao vivo. Fiquem portanto com Hilary Hahn e deixem que assim vos invada a paz.
terça-feira, 17 de março de 2015
Resultados da 4ª Votação e outros assuntos diversos ...
Terminou a 4ª votação que nos permitiu apurar mais 7 compositores para a nossa lista (já explico porquê não 5 mas sim 7). Tivemos 23 votantes sendo que os votos se repartiram da seguinte forma:
1º Mahler 14
2º Handel 11
3º Bruckner 8
4º Britten 7
5º Fauré 6
Rossini 6
Mussorsky 6
8º Leonard Bernstein 4
9º Domingos Bontempo 3
10ºGlinka 1
Já perceberam que resolvi por agora não desempatar entre os três que ficaram empatados na 5ª posição. No final das 10 votações decidirei como proceder ao desempate.
Já agora uma nota a propósito desta votação e que curiosamente se pode ligar ao post anterior sobre capas de discos clássicos verdadeiramente inspiradas (not!) ...
Como os mais atentos repararam o nome de Handel apareceria mal escrito na votação. Infelizmente assim que existe um votante é impossível corrigir o nome sem perder o resultado da votação ... O blogger está mesmo empenhado numa verdadeira democracia.
Mas dizia que estava relacionado ? sim porque sabem qual era uma das pérolas que estavam na colecção ? Precisamente um jogo de palavras inspirado sobre o nome de Handel ... Aliás a bem dizer eram mesmo dois os discos da magnifica colecção de 24 ...
1º Mahler 14
2º Handel 11
3º Bruckner 8
4º Britten 7
5º Fauré 6
Rossini 6
Mussorsky 6
8º Leonard Bernstein 4
9º Domingos Bontempo 3
10ºGlinka 1
Já perceberam que resolvi por agora não desempatar entre os três que ficaram empatados na 5ª posição. No final das 10 votações decidirei como proceder ao desempate.
Já agora uma nota a propósito desta votação e que curiosamente se pode ligar ao post anterior sobre capas de discos clássicos verdadeiramente inspiradas (not!) ...
Como os mais atentos repararam o nome de Handel apareceria mal escrito na votação. Infelizmente assim que existe um votante é impossível corrigir o nome sem perder o resultado da votação ... O blogger está mesmo empenhado numa verdadeira democracia.
Mas dizia que estava relacionado ? sim porque sabem qual era uma das pérolas que estavam na colecção ? Precisamente um jogo de palavras inspirado sobre o nome de Handel ... Aliás a bem dizer eram mesmo dois os discos da magnifica colecção de 24 ...
Estão a perceber ? Easy to Handel ? e Handel in the Wind não é bom ? Face a isto o meu descuido ortográfico ganha contornos de crime menor ... Mantendo uma promessa sempre cumprida qual é a selecção musical do dia ?
Mantendo o tema de Handel o que vos proponho é o Dixit Dominus, HWV 232 que terei a oportunidade de ouvir na próxima sexta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian. Há alturas em que tudo nos parece apontar para um mesmo compositor ... mas também sabem o que se diz ... para um indivíduo com um martelo na mão tudo são pregos - que me perdoe a comparação Handel , que esta obra é belíssima e emocionalmente muito poderosa !
sexta-feira, 13 de março de 2015
Capas de CDs de música clássica verdadeiramente más !
Um artigo do site ClassicFM lista algumas das piores capas de CDs de música clássica. Algumas são tão más, mas tão más que até pensei que fossem brincadeira, mas não são ...
Desde um CD intitulado "Música para as suas plantas" que com toda a certeza deixaria as nossas amigas verdes corar de vergonha se pudessem ...
Até um titulo bastante, como dizer, dúbio - Derek plays with himself e um arranjo gráfico enfim com grande criatividade ...
Desde um CD intitulado "Música para as suas plantas" que com toda a certeza deixaria as nossas amigas verdes corar de vergonha se pudessem ...
Até um titulo bastante, como dizer, dúbio - Derek plays with himself e um arranjo gráfico enfim com grande criatividade ...
A nossa preferida é uma versão "draculiana" de Kachaturian. A sério, esta capa é mesmo a sério ...
E são 24 pérolas deste calibre ... um artigo a não perder mesmo !
Como prova da veracidade terminamos este post com a música precisamente deste ultimo album que sinceramente não merecia a capa que tem ...
domingo, 8 de março de 2015
Três compositoras "ignoradas" no dia internacional da mulher
Hoje no dia internacional da mulher resolvi falar-vos de três compositoras ignoradas porque ao seu tempo não era concebível que uma mulher pudesse fazer certos trabalhos. Desde aí avançamos bastante mas para ser totalmente franco estamos ainda longe de uma total igualdade face ao trabalho por exemplo.
Por essa razão este post deve ser entendido não como "estão a ver antes estávamos tão mal que agora já está tudo bem" mas antes como um "exemplos como estes ainda existem, menos visíveis mas talvez por isso bem mais perniciosos".
E quem são estas três mulheres ? Bem uma é irmã de um famoso compositor e duas esposas compositores. O que é elas compuseram ? Bem não se sabe exactamente (com excepção da Clara Schumann de que existem algumas poucas obras assinadas com o seu nome) precisamente porque não era concebível que isso pudesse acontecer ...
A primeira Anna Magdalena Bach é a mais polémica das três. Na verdade há poucas provas positivas que apontem para uma acção mais "relevante" do que ser simplesmente a copista e revisora de Bach embora alguns estudiosos tenham detectado algumas inconsistências que poderiam levar à conclusão que na verdade Anna poderia ter sido mais do que isso ...
Já relativamente a Fanny Mendelssohn irmã de Felix Mendelssohn não existe tanto mistério ... Existem obras compostas e publicadas sobre o nome do irmão (precisamente porque na altura uma mulher compositora era algo "esquisito" e até inaceitável . Existe aliás um paragrafo do próprio irmão que é revelador (e o irmão até a apoiava no seu desejo de compor) do sentimento da época:
Uma das obras mais conhecidas e interpretadas da compositora um trio para piano em Ré Menor
Por fim a mais conhecida das três Clara Schumann , esposa de Robert Schumann e a única que verdadeiramente conseguiu ainda em vida algum reconhecimento enquanto artista embora muito mais enquanto pianista (certamente um dos grandes de sempre - pese o facto da ausência de gravações tornar esta afirmação dependente das memórias escritas da época). Para ilustrar o seu talento resolvemos mostrar-vos o seu concerto para Piano e Orquestra Op. 7 de 1836. Uma obra verdadeiramente magnifica e que mereceria muito mais reconhecimento.
Por essa razão este post deve ser entendido não como "estão a ver antes estávamos tão mal que agora já está tudo bem" mas antes como um "exemplos como estes ainda existem, menos visíveis mas talvez por isso bem mais perniciosos".
E quem são estas três mulheres ? Bem uma é irmã de um famoso compositor e duas esposas compositores. O que é elas compuseram ? Bem não se sabe exactamente (com excepção da Clara Schumann de que existem algumas poucas obras assinadas com o seu nome) precisamente porque não era concebível que isso pudesse acontecer ...
A primeira Anna Magdalena Bach é a mais polémica das três. Na verdade há poucas provas positivas que apontem para uma acção mais "relevante" do que ser simplesmente a copista e revisora de Bach embora alguns estudiosos tenham detectado algumas inconsistências que poderiam levar à conclusão que na verdade Anna poderia ter sido mais do que isso ...
Já relativamente a Fanny Mendelssohn irmã de Felix Mendelssohn não existe tanto mistério ... Existem obras compostas e publicadas sobre o nome do irmão (precisamente porque na altura uma mulher compositora era algo "esquisito" e até inaceitável . Existe aliás um paragrafo do próprio irmão que é revelador (e o irmão até a apoiava no seu desejo de compor) do sentimento da época:
Uma das obras mais conhecidas e interpretadas da compositora um trio para piano em Ré Menor
Por fim a mais conhecida das três Clara Schumann , esposa de Robert Schumann e a única que verdadeiramente conseguiu ainda em vida algum reconhecimento enquanto artista embora muito mais enquanto pianista (certamente um dos grandes de sempre - pese o facto da ausência de gravações tornar esta afirmação dependente das memórias escritas da época). Para ilustrar o seu talento resolvemos mostrar-vos o seu concerto para Piano e Orquestra Op. 7 de 1836. Uma obra verdadeiramente magnifica e que mereceria muito mais reconhecimento.
sábado, 7 de março de 2015
4ª Lista a Votação
Estimados leitores
Iniciamos hoje a quarta votação para a eleição dos nossos 25 compositores preferidos, a primeira fase em que iremos passar de 100 para 50 ... Esta quarta lista é composta por uma lista em que a escolha não é nada fácil ... Já sabem que podem votar em tantos nomes quantos os que quiserem sendo que dos 10 passam os 5 primeiros. Por essa razão votar em mais do que 5 apenas desvaloriza o valor relativo de cada um dos vossos votos individuais ...
O poll para votação estará na coluna da direita dentro de momentos ... Boas votações !
sexta-feira, 6 de março de 2015
Uma lista das 50 melhores gravações de sempre !
Bom já sabem que somos maníacos das listas. Desta vez encontramos uma lista das 50 melhores gravações de sempre. Percorrendo rapidamente a lista, como se o tempo fosse acabar, como se o fôlego nos terminasse: Variações Goldberg por Glenn Gould, 7ª de Beethoven dirigida por Kleiber, Elgar por Jacqueline du Pré, as suites para Violoncelo de Bach por Casals ...
E pronto desta vez é com essa obra prima que vos deixo ... mas que grande lista ... Pablo Casals numa gravação de 1954.
segunda-feira, 2 de março de 2015
O que se pergunta sobre os músicos de uma orquestra (Parte 2)
sábado, 28 de fevereiro de 2015
Terceira Votação - Resultados Finais
Terminou a nossa terceira votação para a determinação da nossa lista dos 25 compositores preferidos. Tivemos desta vez 29 votantes menos do que na segunda votação mas mais do que na primeira. De novo o nosso "cabeça de lista" - Mozart - venceu claramente com 25 dos 29 votantes a manifestarem a sua preferência por este compositor.
Os resultados finais foram:
Mozart 25
Mendelssohn 15
Schumann 12
Villa-Lobos 8
Carl Phillipe Bach 8
Rimsky-Korsakov 6
Carlos Seixas 4
Pucinni 4
Saint-Saens 1
Kachaturian 1
De fora com estes resultados para grande tristeza minha Carlos Seixas e Rimsky Korsakov enfim terei de me consolar com a presença de Villa-Lobos.
Os resultados finais foram:
Mozart 25
Mendelssohn 15
Schumann 12
Villa-Lobos 8
Carl Phillipe Bach 8
Rimsky-Korsakov 6
Carlos Seixas 4
Pucinni 4
Saint-Saens 1
Kachaturian 1
De fora com estes resultados para grande tristeza minha Carlos Seixas e Rimsky Korsakov enfim terei de me consolar com a presença de Villa-Lobos.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
Uma aula de Lang Lang para 100 pianistas
Um amigo e colega enviou-me logo hoje pela manhã um link para um video no You Tube que mostrava uma aula que Lang Lang deu a 100 jovens pianistas em pleno auditório da Filarmónica de Berlim.
Os pianistas não tinham todos o mesmo nível o que torna a aula em conjunto ainda mais relevante. Aliás tendo em conta que é raríssimo pianistas tocarem juntos penso que o mais interessante foi mesmo esta experiência conjunta e o poder da música.
O concerto é um dos que está disponível gratuitamente no site da Filarmónica de Berlim (o Digital Concert Hall de que tanto já falamos). Podem ver cerca de 16/17 minutos da aula no referido site.
O evento já tem uns anos (Maio de 2010) mas não deixa de ser fantástico. 100 pianistas ou 1000 dedos como foi chamado na altura.
Os pianistas não tinham todos o mesmo nível o que torna a aula em conjunto ainda mais relevante. Aliás tendo em conta que é raríssimo pianistas tocarem juntos penso que o mais interessante foi mesmo esta experiência conjunta e o poder da música.
O concerto é um dos que está disponível gratuitamente no site da Filarmónica de Berlim (o Digital Concert Hall de que tanto já falamos). Podem ver cerca de 16/17 minutos da aula no referido site.
O evento já tem uns anos (Maio de 2010) mas não deixa de ser fantástico. 100 pianistas ou 1000 dedos como foi chamado na altura.
"Corazon Partido" aplicado a um violinista
O famoso violinista alemão Peter Zimmerman está inconsolável. O Banco que lhe emprestava o "seu" Stradivarius faliu ou foi adquirido e infelizmente o músico tem de devolver o instrumento com o qual interpretou ao longos dos últimos 12 anos.
Apesar de ter um direito de opção de compra o músico não conseguiu acompanhar o valor de base pedido (um pouco mais de 5 milhões de dólares). Poderão saber mais sobre esta noticia aqui.
A propósito, sim na fotografia é ele com o referido instrumento e não, não o está a tentar morder e não é por isso que o estão a retirar (morder é em outros "desportos" :-)). Ainda a propósito saibam que este magnifico instrumento foi anteriormente do não menos conhecido Fritz Kreisler (1875-1962) - violinista e compositor.
Como há pouco que possamos fazer vamos recordar um dos primeiros concertos com o referido violino numa obra que permite começarmos a ter saudade de tal junção ...
Apesar de ter um direito de opção de compra o músico não conseguiu acompanhar o valor de base pedido (um pouco mais de 5 milhões de dólares). Poderão saber mais sobre esta noticia aqui.
A propósito, sim na fotografia é ele com o referido instrumento e não, não o está a tentar morder e não é por isso que o estão a retirar (morder é em outros "desportos" :-)). Ainda a propósito saibam que este magnifico instrumento foi anteriormente do não menos conhecido Fritz Kreisler (1875-1962) - violinista e compositor.
Como há pouco que possamos fazer vamos recordar um dos primeiros concertos com o referido violino numa obra que permite começarmos a ter saudade de tal junção ...
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
O que se pergunta sobre os músicos de uma Orquestra
Se perguntar não ofende é no entanto pelo menos é revelador dos nossos receios. O site da Filarmónica de Baltimore fez uma imagem em que ilustra as perguntas mais frequentes feitas ao Google sobre os diferentes naipes de uma Orquestra. Nós já tínhamos feito uma vez esta brincadeira mas apenas para os Violinos.
Ficamos assim a saber que se teme que os Violoncelistas sejam assassinos mas bons na cama (!) que se espera que os violinistas sejam atraentes mas snobs que as Violas sejam pouco populares mas maiores que os violinos que os clarinetistas são como ninjas e melhores que as trompetes que os percussionistas não são máquinas e eventualmente também não são verdadeiramente músicos e que a generalidade das pessoas se interroga sobre se um maestro é verdadeiramente necessário ...
Bom face a estes resultados hilariantes resolvemos perceber até que ponto os receios da população de língua portuguesa seriam semelhantes ... e bem não são de todo ! Não vos fizemos uma imagem tão bonita como a da Filarmónica de Boston mas várias pequenas imagens com comentários ... e vamos dividir isto por vários posts ao longo dos próximos dias ...
Começando pelo maestro a única semelhança é mesmo a preocupação quanto à remuneração. No resto as preocupações - dominadas pelos nossos irmãos brasileiros :-) - centram na expressão um instante maestro de Flavio Cavalcanti (programa de rádio e mais tarde televisão) e num problema de física envolvendo um maestro (a sério :-)). É interessante como a presença no imaginário colectivo de um programa popular pode modificar o auto-complete do Google ...
E agora preparem-se porque hoje à noite revelamos o que nos preocupa sobre os violinos ...
Ficamos assim a saber que se teme que os Violoncelistas sejam assassinos mas bons na cama (!) que se espera que os violinistas sejam atraentes mas snobs que as Violas sejam pouco populares mas maiores que os violinos que os clarinetistas são como ninjas e melhores que as trompetes que os percussionistas não são máquinas e eventualmente também não são verdadeiramente músicos e que a generalidade das pessoas se interroga sobre se um maestro é verdadeiramente necessário ...
Bom face a estes resultados hilariantes resolvemos perceber até que ponto os receios da população de língua portuguesa seriam semelhantes ... e bem não são de todo ! Não vos fizemos uma imagem tão bonita como a da Filarmónica de Boston mas várias pequenas imagens com comentários ... e vamos dividir isto por vários posts ao longo dos próximos dias ...
Começando pelo maestro a única semelhança é mesmo a preocupação quanto à remuneração. No resto as preocupações - dominadas pelos nossos irmãos brasileiros :-) - centram na expressão um instante maestro de Flavio Cavalcanti (programa de rádio e mais tarde televisão) e num problema de física envolvendo um maestro (a sério :-)). É interessante como a presença no imaginário colectivo de um programa popular pode modificar o auto-complete do Google ...
E agora preparem-se porque hoje à noite revelamos o que nos preocupa sobre os violinos ...
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
Resultados da Terceira Votação - Faltam 4 dias !
Votaram até agora 19 pessoas o que não é mau mas ainda está longe do atingido na votação anterior por isso não se esqueçam de exercer o vosso direito e dever :-)
Quanto a resultados até ao momento são os seguintes:
Mozart 16 (84%)
Mendelssohn 11 (57%)
Schumann 9 (47%)
Villa-Lobos 6 (31%)
Carl Phillipe Bach 6 (31%)
Carlos Seixas 3 (15%)
Rimsky-Korsakov 3 (15%)
Pucinni 2 (10%)
Saint-Saens 1 (5%)
Kachaturian 1 (5%)
Por favor não me deixem Carlos Seixas e Rimsky Korsakov fora ... ambos ... ambos os dois :-) não por favor ... Pronto agora que já supliquei numa tentativa mais racional de fazer campanha por esses dois compositores ... Carlos Seixas o grande compositor português do Barroco um pouco do seu concerto em Lá Maior.
E quanto a Rimsky Korsakov não sei se estão a relembrar-se da sua inesquecível Sherezade.
Os Violinos da Esperança
Por ocasião do 70º aniversário da libertação de Auschwitz fizemos um post porque achamos mesmo importante que nunca se esqueçam os horrores que a espécie humana é capaz de perpretar e não foi há assim tanto tempo.
Aliás se repararmos bem ainda nos nossos dias temos de conviver com muitos que de uma forma ou de outra têm a audácia de defender ou minimizar as atrocidades cometidas ou defender outras de igual quilate.
Voltamos a este tema porque quero propor-vos hoje um concerto realizado por membros da Filarmónica de Berlim intitulado Violinos da Esperança . neste concerto cada um dos membros participantes tocava num instrumento pertencente a uma das vitimas do holocausto. Este facto foi tornado possível pelo luthier Ammon Weinstein que os foi restaurando aos poucos.
O programa do concerto é variado incluindo entre outras obras o Kol Nidrei de que tantas vezes já falamos e com o qual vos deixamos hoje.
Embora o concerto que referenciei não seja gratuito podem ver um trailer .
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Uma teoria da conspiração musical (texto produzido por teclas batidas a 432 Hz)
Um post de um amigo facebokiano - expressão que só por si daria para todo um universo de considerações e que abordaremos de seguida - tive conhecimento de mais uma teoria da conspiração.
Esta tem um charme particular por envolver música e em particular a afinação para 440 Hz que segundo o site "Noticias Naturais" - A fonte saudável de notícias - foi decidida em 1953 pelo ISO e provoca um efeito prejudicial à saúde e/ou um comportamento anti-social dos seres humanos. Lá está por isso é que temos amigos facebookianos voltando ao primeiro parágrafo como prometido e Sofia Macedo - tu não ficas maldisposta porque a "malta" desafina . Tu ficas maldisposta é pela afinação a 440 Hz . Coitados dos músicos que culpavas pelas tuas misérias, queixa-te aos standards do ISO e aos malandros que assim conspiram.
Da próxima vez que for ver um concerto por favor dirija-se ao maestro e transmita-lhe o seu incomodo. Sim porque se fosse em 432 Hz também conhecido pelo Lá de Vivaldi segundo o mesmo site tudo estaria melhor e mais natural ...
Nem vos refiro o que mais é dito nesse artigo mas levanto o véu ao dizer-vos que é citado Horowitz e Tesla ... caramba Horowitz e Tesla num mesmo contexto é preciso muita imaginação ou muita "ciência". E mais ainda na conspiração também entram os Nazis e Goebels ! A sério leiam o artigo porque na pior das hipóteses abre uma janela para um mundo novo, ou para uma sonora gargalhada !
Mas melhor ainda é que se pesquisarem no Google vão perceber que existem efectivamente pessoas a perder tempo com o assunto ...
Já sabem que tudo faço por uma boa teoria da conspiração. Esta ao envolver ciência e música enche-me as medidas ... E pronto fiquem com um diapasão virtual devidamente afinado para 432 Hz para estar consonante com o universo.
Esta tem um charme particular por envolver música e em particular a afinação para 440 Hz que segundo o site "Noticias Naturais" - A fonte saudável de notícias - foi decidida em 1953 pelo ISO e provoca um efeito prejudicial à saúde e/ou um comportamento anti-social dos seres humanos. Lá está por isso é que temos amigos facebookianos voltando ao primeiro parágrafo como prometido e Sofia Macedo - tu não ficas maldisposta porque a "malta" desafina . Tu ficas maldisposta é pela afinação a 440 Hz . Coitados dos músicos que culpavas pelas tuas misérias, queixa-te aos standards do ISO e aos malandros que assim conspiram.
Da próxima vez que for ver um concerto por favor dirija-se ao maestro e transmita-lhe o seu incomodo. Sim porque se fosse em 432 Hz também conhecido pelo Lá de Vivaldi segundo o mesmo site tudo estaria melhor e mais natural ...
Nem vos refiro o que mais é dito nesse artigo mas levanto o véu ao dizer-vos que é citado Horowitz e Tesla ... caramba Horowitz e Tesla num mesmo contexto é preciso muita imaginação ou muita "ciência". E mais ainda na conspiração também entram os Nazis e Goebels ! A sério leiam o artigo porque na pior das hipóteses abre uma janela para um mundo novo, ou para uma sonora gargalhada !
Mas melhor ainda é que se pesquisarem no Google vão perceber que existem efectivamente pessoas a perder tempo com o assunto ...
Já sabem que tudo faço por uma boa teoria da conspiração. Esta ao envolver ciência e música enche-me as medidas ... E pronto fiquem com um diapasão virtual devidamente afinado para 432 Hz para estar consonante com o universo.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
Terceira Lista de 10 Compositores
Ora bem terminada a segunda votação e depois de um intervalo para retemperarmos forças proponho a terceira lista. Espero que mantenhamos a tendência crescente de votantes ( 23 na primeira lista, 41 na segunda). Desta vez o nosso "cabeça de lista" para utilizarmos um termo politico ou desportivo é Mozart.
Boa votação !
A propósito, três notas adicionais ... Primeiro a imagem é puramente ilustrativa, segundo a ordem com a excepção do primeiro nome é puramente aleatória, terceiro ainda não me conformei totalmente com o sexto lugar de Richard Strauss na votação anterior. Estou a considerar a hipótese de dar a alguns compositores injustamente eliminados a possibilidade de uma segunda hipótese mas ainda não sei se o vou fazer . A democracia tem destas coisas ! Bom e agora aqui vai a terceira lista. Poll à direita dentro de uns minutos !
- Mozart
- Schumann
- Mendelssohn
- Rimsky-Korsakov
- Pucinni
- Saint-Saens
- Kachaturian
- Villa Lobos
- Carlos Seixas
- Carl Phillipe Bach
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
Segunda Votação - Resultados Finais
Em primeiro lugar quero salientar a excelente votação registada: 41 votantes contra os 23 do primeiro conjunto, um crescimento de quase 100%.
Em segundo lugar a eliminação de Richard Strauss parece-me um castigo demasiado pesado para o compositor alemão. Eventualmente iremos testar num segundo conjunto de 10 uma segunda hipótese.
- Bach 33
- Haydn 18
- Sibelius 12
- Satie 7
- Max Bruch 6
- Richard Strauss 5
- Chausson 3
- Weber 2
- Montverdi 1
- Clementi 1
Em segundo lugar a eliminação de Richard Strauss parece-me um castigo demasiado pesado para o compositor alemão. Eventualmente iremos testar num segundo conjunto de 10 uma segunda hipótese.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
Segunda Lista de 10 - Resultados actuais da votação e Richard Strauss
Salomé - Uma ópera de Richard Straus |
Neste caso já não observamos o "unanimismo" presente na primeira votação em que 23 dos 23 votantes deram um voto positivo a Beethoven.
Deixa-me um pouco triste ver Weber com apenas um voto e Clementi e Montverdi sem nenhum ... Por outro lado caros cibernautas deixar Richard Strauss de fora não pode mesmo ser ... Atenção que não estamos a falar dos outros Strauss (os das valsas). Estamos a falar do músico que deu ao mundo por exemplo Vier letzte Lieder (Quatro ultimas canções) entre as quais a fantástica in Abendrot . Uma obra que me deixa quase à beira do extase emocional - mesmo não sendo especial fã do canto lírico ... Oiçam bem esta interpretação da Renée Fleming para perceberem
Diz a canção na sua ultima estrofe (tradução minha e bastante livre sem preocupação pela métrica) :
Oh paz larga e feliz
profundo é o respirar da noite
tão exaustos que estamos de vaguear
Pode isto ser a morte?
Sexto lugar não pode ser ... meus amigos ... não pode ser mesmo ... Ah e não se esqueçam por exemplo do igualmente magnifico Also Spracht Zarathusta (Assim falava Zarathrusta) - Lembram-se do começo fantástico do filme 2001 Odisseia no Espaço ... pois é essa mesma obra.
Relativamente a Montverdi que é só e apenas um dos criadores da ópera enquanto o género que conhecemos hoje , Weber ele também um grande compositor de ópera e Clementi um dos génios do barroco, bom eles terão a campanha eleitoral que merecem nos próximos dias.
Por agora revejam lá a vossa posição relativamente a Richard Strauss de que falamos várias neste blog por exemplo nesta pequena biografia.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Segunda Lista de 10 compositores
Já conhecem as regras, são iguais às da primeira votação. Podem votar em tantos quantos desejarem. Os cinco primeiros passam a uma segunda fase em que de 50 iremos escolher 25 exactamente com o mesmo processo só que aí já será mais difícil a escolha ...
Aqui vão então os segundos 10, votação disponível do vosso lado direito !
Aqui vão então os segundos 10, votação disponível do vosso lado direito !
- Bach
- Haydn
- Sibelius
- Montverdi
- Richard Strauss
- Weber
- Chausson
- Clementi
- Max Bruch
- Satie
Resultados Primeira Votação
Aqui ficam os resultados da primeira votação . Em breve o poll para a segunda votação estará activo!
Os apurados a bold.
Os apurados a bold.
- Beethoven 23
- Wagner 13
- Verdi 10
- Edouard Lalo 6
- Gluck 5
- Telemann 3
- Clara Schumann 3
- Aaron Copland 3
- Paul Hindemith 2
- Zoltan Kodaly 2
sábado, 31 de janeiro de 2015
Falta um dia para terminar a primeira de dez votações
Quando falta um dia para terminar a nossa primeira votação (a primeira de dez) o resultado eleitoral é o seguinte:
Ou seja Beethoven recolheu até agora a unanimidade dos 18 votantes e a nossa lista de apurados seria constituída por Beethoven, Wagner, Verdi, Lalo e Gluck. Não se esqueçam que têm apenas até amanhã às 20h !
PS: Em caso de empate no quinto lugar será apurado o compositor com mais "pegada electrónica" . Ver este post para perceber o que quero dizer com isso.
- Beethoven 18
- Wagner 11
- Verdi 10
- Edouard Lalo 6
- Gluck 4
- Telemann 3
- Copland 3
- Hindemith 2
- Clara Schumann 2
- Zoltán Kodály 2
Ou seja Beethoven recolheu até agora a unanimidade dos 18 votantes e a nossa lista de apurados seria constituída por Beethoven, Wagner, Verdi, Lalo e Gluck. Não se esqueçam que têm apenas até amanhã às 20h !
PS: Em caso de empate no quinto lugar será apurado o compositor com mais "pegada electrónica" . Ver este post para perceber o que quero dizer com isso.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
Zoltán Kodály (1882 - 1967)
Zoltán Kodaly nasceu em Kecskemet a 16 de Dezembro de 1882 sendo considerado com Bela Bartok um dos dois mais relevantes compositores húngaros do século XX.
A sua primeira inclinação foi a literatura embora tivesse desde muito cedo estudado música (violino, piano, canto coral). Desde muito cedo a sua vocação para a composição se fez sentir sabendo-se que as primeiras composições datam de 1897 quando tinha apenas 15 anos portanto.
Depois de ter tentado um curso de literatura não resiste à vocação musical tendo terminado uns anos mais tarde uma tese de doutoramento sobre a musica popular húngara. Após isso participou na recolha (com o seu grande amigo Bela Bartok) de canções da música popular húngara.
A influencia de Kodaly não se limita ao campo da composição tendo-se igualmente distinguido no seu trabalho enquanto pedagogo.
Faleceu em Budapeste a 6 de Março de 1967 sendo uma das mais respeitadas figuras hungaras das artes e cultura. Para mais informações sobre o compositor consultem a página da Sociedade Kodaly, a página oficial da associação destinada a preservar a memória e a obra do compositor.
Enquanto compositor e para a votação que aqui nos interessa escolho para vos convencer a votar três obras que para mim elevam este compositor ao conjunto dos verdadeiros génios. Em primeiro lugar uma obra da juventude, uma sonata para violoncelo solo (Op. 8 de 1915).
Depois uma obra para coro e orquestra , Psalmus Hungaricus uma peça verdadeiramente poderosa.
Por fim uma composição que consiste numa série de variações sobre um tema popular húngaro normalmente conhecido por Peacock Variations uma das obras mais conhecidas do compositor húngaro.
A sua primeira inclinação foi a literatura embora tivesse desde muito cedo estudado música (violino, piano, canto coral). Desde muito cedo a sua vocação para a composição se fez sentir sabendo-se que as primeiras composições datam de 1897 quando tinha apenas 15 anos portanto.
Depois de ter tentado um curso de literatura não resiste à vocação musical tendo terminado uns anos mais tarde uma tese de doutoramento sobre a musica popular húngara. Após isso participou na recolha (com o seu grande amigo Bela Bartok) de canções da música popular húngara.
A influencia de Kodaly não se limita ao campo da composição tendo-se igualmente distinguido no seu trabalho enquanto pedagogo.
Faleceu em Budapeste a 6 de Março de 1967 sendo uma das mais respeitadas figuras hungaras das artes e cultura. Para mais informações sobre o compositor consultem a página da Sociedade Kodaly, a página oficial da associação destinada a preservar a memória e a obra do compositor.
Enquanto compositor e para a votação que aqui nos interessa escolho para vos convencer a votar três obras que para mim elevam este compositor ao conjunto dos verdadeiros génios. Em primeiro lugar uma obra da juventude, uma sonata para violoncelo solo (Op. 8 de 1915).
Depois uma obra para coro e orquestra , Psalmus Hungaricus uma peça verdadeiramente poderosa.
Por fim uma composição que consiste numa série de variações sobre um tema popular húngaro normalmente conhecido por Peacock Variations uma das obras mais conhecidas do compositor húngaro.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
Paul Hindemith (1895-1963)
O Ultimo concerto de Paul Hindemith Viena 1963 |
Começou a sua carreira profissional como violinista numa orquestra tendo a sua carreira sido suspensa em consequência da primeira guerra mundial onde chegou a combater a partir de 1917 e a que sobreviveu com a sorte que abençoa os predestinados a outras batalhas.
As primeiras composições datam de 1919 embora tenha continuado a sua carreira de interprete tendo mesmo estabelecido uma sólida reputação enquanto interprete de música contemporânea. A subida ao poder dos Nazis na Alemanha obrigou-o a fugir para os Estados Unidos onde ficou até bem depois do fim da Guerra.
Em 1953 com a sua esposa volta para a Europa onde além de desenvolver trabalho de composição também inicia uma carreira enquanto maestro com bastante sucesso. Paul Hindemith falece em Frankfourt a 28 de Dezembro de 1963 vitima de uma hemorragia no pâncreas apenas um pouco mais de um mês após o seu ultimo concerto na Igreja Piaristenkirche em Viena (12 de Novembro) onde tinha dirigido a estreia da sua Obra Missa para coro misto à capella.
Do ponto vista do compositor que é o que nos interessa mais neste momento Paul Hindemith teve uma produção cobrindo praticamente todos os géneros desde óperas e ballets a música orquestral e de camara passando por música para coros assim como algumas obras para instrumentos solistas.
Paul Hindemith é certamente um dos mais representativos e importantes compositores do século XX. A sua teoria musical privilegiando uma ligação entre a tonalidade e a atonalidade é uma referência indispensável para quem procurar compreender a música do nosso século. Para saberem mais sobre o compositor sugiro fortemente que visitem o site oficial : Paul Hindemith .
Para além da obra Ludus Tonalis (1942) de que vos falei no resumo de anteontem o que vos sugiro é a Sinfonia Mathis der Maler (Mathias, o Pintor).
Proponho igualmente uma obra coral com um titulo lindíssimo "When Lilacs Last in the Dooryard Bloom'd" (aliás um poema de Walt Whitman) - Um requiem para os que amamos ... e mais não digo, mais não posso dizer ... deixo-vos com a música.
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Auschwitz - 70 anos depois da libertação
Para os que consideram estes campos de horror "la petite histoire", para os que querem fazer esquecer o horror, para os que já esqueceram ou o negam, para os que o minimizam, para os que pensam que já não se pode repetir hoje (têm mesmo a certeza?) . Enfim para os idiotas, os ignorantes ou os que têm falta de memória nunca é demais recordar.
Ficamos hoje com música claro, duas propostas ... Kaddish de Ravel
Depois dos também dizimados mas menos vezes recordados ... Django Reinhardt
Ficamos hoje com música claro, duas propostas ... Kaddish de Ravel
Depois dos também dizimados mas menos vezes recordados ... Django Reinhardt
Os 10 compositores desta semana num teste de popularidade
Para já devo dizer que estou satisfeito com o andamento desta primeira votação. 13 votantes em apenas um dia parece-me uma boa média.
Se esta eleição desta semana fosse baseada na quantidade de informação existente na internet teríamos um ranking que me surpreendeu bastante sobretudo pela preponderância de Wagner sobre Beethoven embora por pequena margem.
Mas mais interessante fazendo agora o mesmo no You Tube temos os seguintes resultados:
Se esta eleição desta semana fosse baseada na quantidade de informação existente na internet teríamos um ranking que me surpreendeu bastante sobretudo pela preponderância de Wagner sobre Beethoven embora por pequena margem.
- Richard Wagner: 11.800.000 resultados
- Ludwig van Beethoven : 10.800.000 resultados
- Guiseppe Verdi : 10.600.000 resultados
- Aaron Copland: 528.000 resultados
- Clara Schumann: 456.000 resultados
- Paul Hindemith: 436.000 resultados
- Georg Philipp Telemann : 427.000 resultados
- Zoltan Kodaly : 400.000 resultados
- Christoph Gluck : 386.000 resultados
- Edouard Lalo: 205.000 resultados
Mas mais interessante fazendo agora o mesmo no You Tube temos os seguintes resultados:
- Ludwig van Beethoven : 302.800 resultados
- Guiseppe Verdi : 275.000 resultados
- Richard Wagner: 105.000 resultados
- Aaron Copland: 86.700 resultados
- Georg Philipp Telemann : 52.200 resultados
- Edouard Lalo: 48.800 resultados
- Paul Hindemith: 48.500 resultados
- Clara Schumann: 42.800 resultados
- Zoltan Kodaly : 40.400 resultados
- Christoph Gluck : 16.100 resultados
O que já está um pouco mais próximo da ordem que estaria à espera. Como combinado iremos nesta semana falar um pouco dos compositores menos conhecidos deste conjunto. Não abordaremos Beethoven obviamente nem Wagner nem tão pouco Verdi.
Aaron Copland seria o primeiro que talvez fosse bom apresentar-vos porém já falamos um pouco dele neste blog concretamente quando abordamos a sua Terceira Sinfonia ou o Lincoln Portrait. Desta forma por hoje a apresentação ficará por aqui.
Georg Telemann o compositor barroco também já foi alvo de uma curta biografia num dos primeiros posts deste blog assim como a romântica Clara Schumann .
Lalo foi apenas abordado quando falamos da sua Sinfonia Espanhola enquanto Gluck já teve direito a uma curta biografia.
Ficam assim totalmente incógnitos e desprotegidos Paul Hindemith e Zoltan Kodaly pelo que será deles que falaremos nos próximos dois dias começando por Paul Hindemith aqui à esquerda. Porque não temos neste blog posts sem música para começarem os treinos podem ouvir hoje Ludus Tonalis com Richter ao piano.
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