Como tem vindo a ser infelizmente hábito o concerto deste fabuloso quarteto foi mais uma vez interrompido por manifestantes que pensam que é este o local correcto para demonstrar o seu repúdio por certas componentes da politica do estado de Israel.
Não vou neste blog argumentar sobre a bondade ou não dessas criticas (não fujo a dar uma opinião mas não creio ser este o local) mas relativamente ao local onde são feitas sobre isso sim parece-me interessante explicar o que penso.
O Quarteto Jerusalém não representa o Estado de Israel. Os seus músicos embora tenham servido no exercito - como é obrigatório - nunca entraram em combate e nunca exprimiram qualquer opinião quer individual quer colectiva sobre qualquer assunto relacionado com a politica do estado contrariamente ao que afirmam os protestantes que confundem o amor ao país à subscrição de todas ou de uma parte das suas politicas.
Concretizo, quando um músico diz que é o melhor embaixador do seu país o que está a dizer é que representa o que o seu país tem de melhor. Aliás frase que também já tinha sido utilizada por Zubin Mehta relativamente à Filarmónica de Israel infelizmente com resultados aproximadamente semelhantes. Vamos portanto ver se nos entendemos: Proclamar-se o melhor embaixador de um país significa que se considera que se representa o que o seu país tem de melhor. Por outras palavras o melhor de Israel é a música e a paz.
Aliás se alguma declaração fizeram e fazem - dois deles participam na East West Divan Orchestra , Orquestra dirigida por Barenboim que junta músicos de Israel e músicos Árabes, vai precisamente nesse sentido, no sentido da paz. O nome do quarteto é um nome de Paz ...
Não é que a música clássica ou os espectadores da mesma estejam acima de manifestações porque na verdade não estão. Um concerto de música clássica não é mais do que um concerto e não é mais do que qualquer concerto de música , seja qual for o seu género, no mundo inteiro.
Porém não é mais do que isso mas também não é menos do que isso. E isso é um local de entretenimento e de paz.
Em resumo a menos que os músicos ou a banda tenham pro activamente uma qualquer posição politica expressa e o próprio concerto também a tenha - o que justificaria obviamente o apoio ou o protesto - sugiro fortemente que os manifestantes encontrem melhores locais para se manifestarem.
A estratégia, desculpem a expressão, idiota e despropositada que têm seguido apenas contribui para que a sua causa seja vista exactamente da mesma forma.
Obviamente depois de um post como este só podemos acabar com música e com a sugestão de visitarem o canal de You Tube do respectivo quarteto. Quanto a música aqui fica o primeiro andamento de uma das obras primas de Brahms.
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