sábado, 29 de setembro de 2012

Este fim de semana estou em Bordéus

Estou em Bordéus porque se casa a minha prima Julie. A música hoje tem de ser francesa, desculpem-me. Para a Julie de Ernest Chausson Poéme de l´Amour et la Mer.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Ravel - Ma mère l´oye

Continuando a fazer campanha por algumas obras que inclui na nossa lista a votação e que estão em maus lençóis hoje resolvi falar-vos um pouco da peça de Ravel Ma Mére l´Oye.

Composta e publicada em 1910 foi escrita originalmente para piano a 4 mãos e dedicada a duas crianças Mimi e Jean Godebeski. Nesse mesmo ano foi transcrita para piano solo embora não por Ravel que no entanto no ano seguinte orquestrou a obra tendo em 1912 criado um ballet a partir da mesma.

A obra original está dividida em cinco partes sendo que cada uma tem um nome bastante sugestivo e relacionado com contos infantis. Ravel em todas as músicas acrescentou indicações programáticas (embora não literais, isto é não existem na música elementos que pretendam imitar sonoramente a realidade ou transcrever emoções.

I. Pavane de la belle au bois dormant (Lent)
II. Petit Poucet (Très modéré)
III. Laideronnette, impératrice des pagodes (Mouvement de marche)
IV. Les entretiens de la belle et de la bête (Mouvement de valse très modéré)
V. Le jardin féerique (Lent et grave)

Escolhi uma interpretação de duas pianistas absolutamente fantásticas, Marta Argerich e Akiko Ebi. Divirtam-se!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Google faz 14 anos

Pois é meus amigos o Google faz hoje (apenas) 14 anos ... Nem parece verdade pois não? 14 anos ...
Que conte pelo menos outros tantos. Acho que dificilmente nos apercebemos da verdadeira revolução que causou e porque razão tantos o temem. Não existe maior arauto da democracia do que a relevância de uma pesquisa. Certo é manipulável. Certo é falível. Porém pelo menos é igual para todos. E logo como dizia não existe maior arauto da democracia ...

Música? Bem teria de ser a orquestra do Google, de novo algo falível, imperfeito mas pelo menos igualitário.

Google Symphony Orchestra 2011

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A Young Person's Guide to Classical Music: Sergei Prokofiev - Piano Sonata No.6

Nem de propósito ... Sendo este um dos compositores em e obras em risco de saír da lista e sendo este blog uma espécie de blog irmão em Inglês, não podia deixar de recomendar este link. Divirtam-se !

A Young Person's Guide to Classical Music: Sergei Prokofiev - Piano Sonata No.6: After two violin-centric posts it's probably about time for something else, right? So I thought it might be a good idea to post a piano son...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Obra de piano Solo preferida - Estado da Votação

A votação neste momento com 17 votantes ordena-se conforme podem ver. Se o período de votação terminasse agora eu teria de desempatar entre 15 obras com apenas um voto. entre essas teria de escolher apenas duas, que cruel injustiça. Teria nesse caso de optar por colocar pelo menos um representante do Barroco Francês escolhendo por isso as 27 Ordres de Couperin e depois bem como poderia escolher entre Rachmaninnoff, Prokofiev e Stravinsky, para só considerar compositores que estarão completamente de fora da lista de 25 ... ?  Escolho Prokofiev mas é mesmo porque não tenho alternativa senão escolher um ... Se não concordarem já sabem qual a opção ... Um voto numa das opções marcadas a laranja que neste momento sairiam da lista dos 25 é suficiente para as tirar dessa posição incomoda pelo menos por um tempo ... 
  1. Bach - Variações Goldberg ......................9 
  2. Beethoven - Patética, "Ao Luar", Appassionata ..7
  3. Mozart - Sonatas para Piano ....................6
  4. Chopin - Nocturnos .............................6 
  5. Bach - Cravo bem Temperado .....................4 
  6. Scarlatti - Sonatas para Teclas ................4
  7. Mendelssohn - Canções sem Palavras............. 4
  8. Debussy - Suite Bergamasque ....................4 
  9. Beethoven - Ultimas Sonatas.....................3
  10. Liszt - Estudos Transcendentais ................3
  11. Satié - Gnossienes, Gymnopedies ................3
  12. Brahms - Intermezzi ............................3
  13. Schostakovich - 24 Preludios e Fugas ...........3
  14. Bach - Fugas e Tocattas ........................2 
  15. Carlos Seixas - Tocattas .......................2
  16. Schubert - Sonatas para Piano ..................2
  17. Chopin - Études ................................2
  18. Schumann - Davidsbundlerdanze ..................2 
  19. Schumann - Kreisleriana ........................2 
  20. Balakariev - Islamey ...........................2 
  21. Fauré - Nocturnos ..............................2 
  22. Bartok - Danças Romenas ........................2
  23. Ligeti - Etudes ................................2
  24. Couperin - Vingt Sept ordres ...................1
  25. Prokofiev - Sonatas nº6 e nº7 ..................1
  26. Frescobaldi - Segundo Livro de tocattas ........1 
  27. Buxtehude - Obras para Órgão ...................1 
  28. Rameau - Obras para Cravo ......................1 
  29. Beethoven - Hammerklavier ......................1 
  30. Chopin - Valsas e Mazurkas .....................1 
  31. Chopin - Sonatas ...............................1 
  32. Chopin - Polonaises ............................1 
  33. Alkan - Grande Sonata ..........................1 
  34. Liszt - Sonatas ................................1 
  35. Rachmaninoff - Etudes ..........................1 
  36. Ravel - Ma Mére L´oye ..........................1 
  37. Rachmaninoff - Sonatas .........................1 
  38. Stravisnky - Petrushka .........................1 
  39. Handel - Suites para Cravo .....................0 
  40. Sweelinck - Obras para Orgão ...................0 
  41. Carl Bach - Sonatas para Teclas ................0 
  42. Haydn - Sonatas para Teclas ....................0 
  43. Schubert - Fantasia em Dó Menor ................0 
  44. Liszt - Rapsódias Húngaras .....................0 
  45. Schumann - Carnaval ............................0 
  46. Grieg - Peças Líricas ..........................0 
  47. Franck - Obras para Órgão ......................0 
  48. Scriabin - Preludios ...........................0 
  49. Brahms - Klavierstucke .........................0 
  50. Charles Ives - Sonata Concord ..................0 
  51. Szymanowski - Mazurkas .........................0 
  52. Messiaen - 20 Regards sur l´Enfant Jesus .......0 


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Um instrumento fantástico !

O meu cunhado e amigo Paulo enviou-me hoje pela manhã uma animação por computador dum instrumento fantástico (embora virtual). O instrumento lembra o Allien (nos dedos que pressionam as cordas, não me perguntem porquê lembra-me esse filme) tenho dúvidas se uma caixa de ressonância única para múltiplas cordas que se cruzam na ortogonal funcionaria mas há detalhes preciosos como por exemplo os dedos suplementares que param a vibração do "baixo".


No mesmo canal do YouTube existem outras animações como por exemplo esta que valem a pena ...

 

Alfred Cortot (1877-1962)

Da ultima revista da Diapason há pelo menos três temas de que vos vou falar (obviamente sem copiar ou transcrever o referido material). Confesso-vos que tive dúvidas hoje sobre qual deles abordar. Se me mantinha no tema do piano, se mudava para a ópera barroca ou se antes pelo contrário vos falava de uma obra de Bach. Como já perceberam pelo título decidi-me pelo piano neste caso dando a ler uma biografia de Alfred Cortot talentoso e polémico pianista (se se recordam da nossa e da Limelight Dupla Lista de 10 Pianistas Alfred Cortot é o número 6 da lista da Limelight).

Na verdade poderia ter sido adequado esperar mais três dias, até ao dia 26 de Setembro dado que Alfred Cortot nasceu precisamente a 26 de Setembro de 1877 em Nyon na Suiça de mãe Suiça e pai Francês. Não se pode dizer que o pianista tenha propriamente sido uma criança prodígio. Apesar de ter entrado no Conservatório de Paris em 1886 sendo na altura aluno de Emile Décombes e depois mais tarde (1892) de Louis Diémer. Nenhum destes professores o marcou sobretudo porque o estilo demasiado técnico em detrimento da liberdade de interpretação iam contra a sua natureza profunda. Alfred Cortot como aconteceu com muitos compositores nascidos no final do século XIX nasceu um pouco tarde demais. Como ele próprio referia citando Musset "Nasci demasiado tarde num mundo demasiado velho" .

Porém o contacto com grandes pianistas que carregavam ainda a tradição romântica como por exemplo Paderewski, Rubinstein e sobretudo Riesler que foi a sua grande fonte de inspiração nesses primeiros anos. É desta forma que já relativamente tarde vence o seu primeiro Grande Prémio em 1896.

É a partir desta data que a sua carreira enquanto músico começa estreando-se com uma interpretação do terceiro concerto de Beethoven no ano seguinte. É também em 1896 que obtém o seu primeiro contrato como maestro de coro no festival de Bayreuth que o introduz e o conduz à paixão pela música de Wagner.

Tenta então enquanto maestro e produtor fazer estrear algumas obras de Wagner entre as quais o Crespuculo dos deuses que acaba por conseguir embora com resultados financeiros desastrosos. Este facto não o impede de continuar nessa actividade até 1905 estreando várias obras de compositores alemães mas também de jovens compositores franceses pouco conhecidos. Esta tarefa de divulgação não era fácil e economicamente acabou por o levar à absoluta necessidade de recomeçar a sua carreira enquanto solista.

Aliás em boa verdade não somente de solista dado que também data de 1905 a criação de um dos mais famosos ensembles de música de câmara de sempre quando se junta a Pablo Casals e Jacques Thibaud. Este trio fará inúmeros concertos até que Casals se separa de Cortot e de Thibaud por estes não partilharem inteiramente (ou de todo mas isso é assunto para daqui a uns parágrafos) os seus sentimentos e actividades anti-fascistas (o ultimo concerto do famoso trio terá lugar em 1935). Existem felizmente várias gravações deste conjunto de instrumentistas entre as quais proponho-vos uma gravação de 1928 do Op. 97 "Trio Archiduque" de Beethoven.


É também entre 1905 e 1914 que Cortot cria uma ligação de amizade com Fauré que o levará após a primeira guerra mundial à posição de professor no Conservatório de Paris onde revelará uma das suas principais vocações: A de excelente pedagogo e professor. Note-se a titulo da verdade que se na Segunda Guerra Mundial a sua actuação enquanto cidadão deixou muitas dúvidas (já lá iremos) durante a primeira guerra Cortot multiplicou-se em actividades de suporte e mesmo de solidariedade relativamente a músicos privados das suas fontes de rendimento.

É aliás esta forte intervenção cívica que o leva após a guerra a ser contratado como autentico representante da cultura francesa em tournées que são autenticas acções de propaganda da França. Em 1919 cria a Ecole Normale de Musique de Paris que contará como professores nomes como Casals, Nadia Boulanger, Stranvisnky entre outros. Esta escola além de ser uma escola de interpretes é também uma escola de professores onde para além do mais Cortot inova pedagogicamente sendo justo atribuir-lhe a invenção do conceito de Master Class tal como é hoje entendida. Podem ouvir uma das suas famosas master classes na Ecole Normale de Musique (infelizmente a voz não é muito perceptível) não nessa época mas obviamente já nos tempos actuais.



É assim no meio de uma grande actividade enquanto pedagogo e professor e enquanto artista que chega o ponto mais polémico da sua vida que foi a sua colaboração com o Governo Francês de Vichy e com o regime Nazi. A verdade é que foi dos poucos músicos franceses (na verdade franco-suíço como gostava de referir) que aceitou tocar na Alemanha a pedido do regime Nazi. Tendo sido preso em 1944 quando da libertação do jugo Nazi Cortot foi julgado tendo sido libertado e considerado inocente. Para além do colaboracionismo com o ocupante a questão do anti-semitismo também foi analisada porém nesse ponto os dados eram no mínimo contraditórios já que se Cortot foi acusado de não querer saber de alguns dos seus alunos de descendência judia (Clara Haskil por exemplo) já outros alunos relataram terem sido ajudados por Cortot. Além disso em 1943 conseguiu a libertação de 20 músicos tendo também possivelmente salvo a vida à soprano Polaca Marya Freund ao conseguir colocá-la num hospital donde viria a escapar. Ou seja toda a actuação de Alfred Cortot nesse período é dúbia quase de jogo duplo o que possivelmente foi o que sempre pretendeu fazer nunca assumindo fazer politica.

Depois da Guerra continuou na sua actividade lectiva e pedagógica assim como numa intensa atividade artística com concertos e gravações um pouco por todo o mundo. A título de curiosidade como consequência de uma das suas tournées no Japão existe no arquipélago japonês uma ilha que lhe deve o seu nome em sua homenagem: Cortoshima.

Acaba por fazer as pazes com Casals sendo com ele que dá o seu ultimo recital em Prades em 1958 interpretando uma sonata de Beethoven. Alfred Cortot viria a falecer em Lausanne no dia 15 de Junho de 1962 quatro anos depois desse ultimo recital.

Se a sua vida foi polémica a sua forma de interpretação não o foi menos. Na verdade ele classificava-se como o ultimo dos românticos para quem a técnica apenas fazia sentido quando aplicada ao serviço da expressão. Numa época em que uma nota errada é um crime de lesa majestade (aliás Cortot é associado precisamente "às notas erradas" que mantinha nas suas gravações) o estilo de Cortot muito mais preocupado na expressão e no sentimento não encontrava sempre bom eco na critica e nas salas. Sem dúvida injusto dado que Cortot detinha uma técnica notável sendo que para ele uma nota errada não era propriamente algo impeditivo da perfeição musical. Bem sei que nos nossos dias é muito complicado sequer entender este ponto de vista mas era assim que Cortot pensava. Para vos dizer verdade estou com ele.

Cortot praticamente interpretou todos os grandes compositores sendo especialmente conhecido pelas suas interpretações de Chopin e de Schumann. No caso de Chopin escolhemos um Nocturno porque gostaria que ouvissem como uma peça tantas vezes interpretada (ao ponto de se tornar um cliché) ganha uma nova vida.




Para Schumann a escolha poderíamos escolher uma das várias obras em que Cortot ainda é considerado uma das referências: Carnaval por exemplo.



Seria de todo injusto porque na verdade Cortot fez muito pela divulgação de jovens compositores não incluir nenhum compositor francês. Escolhemos uma interpretação de dois prelúdios de Debussy.



Porém a sua grande paixão terá mesmo sido César Franck em particular a Sonata para Violino e Piano de que aliás era proprietário do manuscrito. Interpretou-a por várias vezes com Ysaÿe, enesco mas sobretudo com Jacques Thibaud de quem já falamos quando vos contamos do trio que formou com Cortot e Casals. É esta interpretação que vos propomos.

sábado, 22 de setembro de 2012

Mazurkas de Karol Szymanowski


Continuando a falar-vos de algumas das obras que estão na nossa lista de obras para piano de compositores menos conhecidos hoje vou mostrar-vos a obra de Karol Szymanowski (1882-1937) compositor polaco que tal como Chopin conseguiu transpor para o piano a alma polaca.

No nosso caso no que diz respeito a obras para piano solo o seu Op. 50 constituído por 20 Mazurkas merece sem dúvida estar na nossa lista. A linguagem como poderão ouvir é mais contemporânea que a de Chopin (estas obras foram compostas entre 1924-1925).

Propomos que oiçam uma interpretação de algumas destas vinte Mazurkas interpretadas por Marc André Hamelin.



Curiosamente Szymanowski foi também um escritor notável (aliás durante um período da sua vida trocou a música pela literatura) tendo uma paixão assinalável pela cultura grega. Conto-vos este detalhe porque é relevante para a nossa lista. Na verdade em vez deste conjunto de Mazurkas poderia perfeitamente ter incluído a obra Métopes composta em 1915 que é uma obra composta por três poemas instrumentais baseados na mitologia grega. Cada um dos poemas representa um dos personagens femininos encontrados por Ulisses na sua viagem de regresso a casa.

Se tiverem curiosidade (embora não esteja a votação :-)) podem ouvir esta obra interpreteda pelo pianista polaco Piotr Anderszewski.

Estado da Votação - Obra de piano solo preferida

Caros Leitores, uma semana 8 votantes, largamente insuficiente. Consultem a lista e votem ... Neste momento caso fizéssemos o corte nas obras que têm já pelo menos dois votos ficaríamos com a seguinte lista:

  1. Bach - Cravo bem Temperado 
  2. Bach - Variações Goldberg 
  3. Scarlatti - Sonatas para Teclas 
  4. Carlos Seixas - Tocattas
  5. Mozart - Sonatas para Piano
  6. Beethoven - Patética, "Ao Luar", Appassionata  
  7. Beethoven - Ultimas Sonatas
  8. Chopin - Nocturnos  
  9. Liszt - Estudos Transcendentais
  10. Mendelssohn - Canções sem Palavras
  11. Schumann - Davidsbundlerdanze 
  12. Schumann - Kreisleriana
  13. Balakariev - Islamey
  14. Fauré - Nocturnos 
  15. Satié - Gnossienes, Gymnopedies
  16. Brahms - Intermezzi
  17. Ravel - Mirroirs 
  18. Debussy - Suite Bergamasque
  19. Schostakovich - 24 Preludios e Fugas
Não é uma má lista mas teria de escolher entre vários que têm apenas um voto ... querem de certeza deixar essa tarefa para mim? Ou preferem votar?

Ainda têm 40 dias para se decidirem ... 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ontem foi dia de Diapason

Bom a capa da Diapason deste mês é novamente linda. Cecilia Bartoli conta-nos tudo sobre o seu novo disco. Se eventualmente podemos ter esquecido a ópera barroca já a cantora em causa é impossível esquecer ! De resto temos uma biografia do controverso pianista franco-suiço Alfred Cortot de que vos falarei aqui em breve (como aliás do referido disco de Bartoli) e ainda um guia de escuta de uma obra de Bach que também será tema de um futuro post em breve.


Excelente edição portanto, estou feliz ! Ah, o disco este mês está ao nível do que a Diapason costuma oferecer ... mas sobre o disco falaremos mais tarde.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Nos violinos também há descriminação pela cor ...

Circulou pela há uns dias uma noticia sobre uma rapariga de 11 anos que se viu impedida de participar na aula de Orquestra por causa da cor do seu violino, que era violeta (ou roxo ou o que for ... não sou perito em designações de cores portanto os leitores especializados que se pronunciem se desejarem).

Os argumentos utilizados pelo professor são curiosos e vão desde a qualidade do violino (diferença na afinação e no som) até aos pedagógicos (provocaria distracção).

Confesso-vos que não sou grande fã de violinos pintados. Confesso-vos que não gostaria de os ver numa orquestra adulta. Porém sinceramente para uma miúda de 11 anos que certamente o escolheu fruto da idade que tem (e há idades para isso) parece-me que é uma decisão no mínimo pouco inteligente e que contribuirá muito pouco para que continue a gostar de tocar e de ouvir ...

In Memoriam - Luiz Goes (1933-2012)

Como sabem de vez em quando abro as portas deste blog a outros estilos de música quer por intermédio de interpretes quer por canções ou eventos. Neste caso como o título indica não será para vos dar uma noticia até porque já viria atrasada.

É um post que pretende ser uma homenagem à canção de Coimbra, ao Fado de Coimbra de que digo já antes que façam comentários depreciativos gosto muito (e não é apenas por Coimbra ser a cidade onde nasci, gosto mesmo da forma musical).

Luiz Goes era sem dúvida uma das vozes e dos poetas mais conhecidos da canção coimbrã, um daqueles de que tinha e tenho pelo menos um disco e na memória algumas partes de algumas canções que por vezes me vêm aos lábios (não me atrevo a trautear por razões que saberão alguns).

E porque de memória deve tratar este post e porque se Luiz Goes faleceu a sua música permanece resolvi escolher algumas canções seguindo o critério pessoal e discutível da minha memória (curta) neste domínio. Fiquem com estas canções que como diz outro músico e poeta as saudades são a única coisa que é bom matar ...

Romagem à Lapa

Se um dia a vida parasse
E a gente voltasse
Ao tempo que havia
E se o Mondego passasse
E a todos levasse
A um velho dia
Talvez a Lapa cantasse
E em pedra gravasse
A nossa alegria
Talvez a Lapa sorrisse
E à pedra se ouvisse
"Olá Poesia"

Se agora o rio pudesse
Juntar quem padece
De tal nostalgia
E tanta gente viesse
Sem sonhos nem preces
E sem rebeldia
Talvez a Lapa chorasse
E em pedra gravasse
A nossa agonia
Talvez a Lapa sofresse
E à pedra dissesse
"Adeus Poesia"

 

É Preciso Acreditar




Fado da Despedida


Uma nova loja de música - AvA

De vez em quando sabe bem dar uma boa noticia. Na verdade é com prazer que vos comunicamos que abriu, na Rua Nova do Loureiro 14 (junto do conservatório) a loja de música AvA Musical Editions/Paleta dos Sons. Saúda-se sempre uma nova iniciativa. Que vendam muitas e boas partituras são os nossos desejos.

Fica também o nosso convite a todas as lojas de música do país (deveria dizer dos países dado que neste momento mais de 50% do tráfego provém do Brasil) que desejem que nos contem da vossa existência. Não só publicarei os vossos comentários como prometo que farei sempre um post e quem sabe um dia uma lista!

Fica o desafio feito ! No que diz respeito aos Lisboetas não há desculpa. Em romaria para a Rua Nova do Loureiro já!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ibéria - Albéniz

Em primeiro lugar, já me conhecem, vou reclamar da vossa falta de participação. Só 4 votantes? Bem sei que a lista ainda não tem links para todas as obras e é uma lista extensa mas ainda assim votem por eliminação se desejarem, não se esqueçam que nesta fase apenas vamos depurar, retirar alguns nomes ...

Continuando a dar-vos a conhecer algumas obras e compositores menos conhecidos que coloquei na lista hoje vamos falar da obra Ibéria de Isaac Albeniz (1860-1909) grande compositor e pianista espanhol.

A obra que colocamos a votação foi composta entre 1905 e 1909 sendo portanto uma das obras do fim da vida de Albéniz. A obra é composta por quatro livros cada um contendo três obras. Do ponto de vista do estilo a obra pode ser enquadrada no impressionismo embora como em todas as obras de Albeniz a ligação ao elemento nacional e mesmo popular seja absolutamente marcante. Podemos assim dizer que Albeniz e esta obra também é uma das ancoras da escola espanhola na ruptura que marcou o final do romantismo em que muitos compositores procuraram formas de expressão nacionais no quadro da música erudita.

Não vos vou aqui mostrar extractos de todas as partes da obra embora vos liste os quatro livros e as doze obras que a compõem.

Livro 1 - Estreado na Sala Pleyel em París a 9 de Maio de 1906 por Blanche Selva
1. Evocación.
2. El Puerto.
3. El Corpus en Sevilla.

Livro 2 - Estreado em San Jean de Luz a 11 de Setembro de 1907
4.Rondeña.
5.Almería.
6.Triana : Esta é uma das mais conhecidas a propósito. Oiçam e vejam por exemplo Lugansky ao vivo ...

Livro 3 - Estreado em París na casa da Princesa de Polignac a 2 de Janeiro de 1908.
7. El Albaicín.
8. El Polo.
9. Lavapiés.

Livro 4 - Estreado a 9 de Fevereiro de 1909 em París, na Sociedade Nacional de Música (escassos 3 meses antes do falecimento do compositor ocorrido em Maio do mesmo ano).
10.Málaga.
11.Jerez.
12.Eritaña.

Para ilustrar esta obra proponho que escutem a terceira obra do primeiro livro "El Corpus Christi en Sevilha". Como vêm o nome reflecte bem a direcção impressionista e programática da obra o som creio que não deixará dúvidas quanto ao resto também não ... Escolhi desta vez Alicia de Larrocha (1923-2009) obviamente uma das grandes pianistas espanholas de sempre e um talvez a pianista que mais vezes gravou a integral destas obras (gravou-as por três vezes).



Aliás se tiverem curiosidade podem ouvir Alicia de Larrocha no you tube precisamente numa dessas gravações integrais (o conjunto das doze peças tem uma duração de aproximadamente uma hora e meia mas juro-vos que vale a pena).


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Grande Sonate - Les Quatre Âges (Alkan)

Das obras que incluímos ontem na nossa lista não devemos estar muito enganados ao dizer que Charles Valentin Alkan estará entre os menos conhecidos e por consequência esta sua obra também. O que é lamentável porque é uma obra extraordinária quer do ponto de vista técnico de composição quer do ponto de vista do conceito.

A Sonata (Op. 33) em quatro movimentos descreve de forma abstracta a vida de um homem. Cada um dos andamentos representa uma década especifica, o primeiro os vinte anos, o segundo os trinta, o terceiro os quarenta e por fim o quarto andamento os cinquenta. Esta obra de Alkan foi publicada em 1847 e dedicada ao seu pai que viria a falecer cinco anos após.

A Sonata abstractamente descreve a vida tornando-se progressivamente mais lenta, começando com o primeiro andamento, na frescura dos 20 anos marcado como um Scherzo com algumas piadas como acordes errados que procuram retratar uma vida que se inicia cheia desses erros próprios da juventude.
Podem ouvir Marc Hamelin interpretar este andamento.

O segundo andamento é o ponto mais substancial da obra com o sub-titulo "Quasi-Faust" numa forma de sonata muito estendida numa dualidade entre passagens rápidas com outras um pouco mais lentas num andamento que implica um grande virtuosismo do executante (do compositor também já que acreditem ou não há neste andamento uma fuga ainda que breve a oito vozes).



O terceiro andamento pretende representar a vida de um homem tranquilo e feliz no casamento nos seus quarenta anos na qual a tonalidade escolhida de Sol Maior é sem dúvida um elemento importante ao mesmo nível que a simplicidade e ternura das melodias de Alkan. Pode ouvir Hamelin interpretar este andamento aqui (primeira parte) e também aqui (segunda parte).

Por fim o quarto andamento descreve o homem esperando a morte (um reflexo da esperança de vida média no tempo de Alkan) . Pode ouvir aqui Hamelin interpretando este andamento.

Uma obra extraordinariamente original no conceito e na forma de composição que merece sem dúvida uma audição atenta e claro está um voto !

Melhor Obra para Piano Solo - Votação


Como prometido vamos hoje começar a nossa votação da melhor obra para piano solo. A lista vai ser completada com a inclusão das Polonaises de Chopin uma sugestão do meu pai leitor fiel deste blog e que por ambas as razões não poderia deixar de ser considerado. Além dessa inclusão um outro leitor regular e de longuíssima data, acho mesmo que será um dos primeiros contribuintes regulares salientou a sub-representação de Brahms no que tem claramente razão. Por essa razão Mário vamos incluir mais algumas obras de Brahms obviamente nomeadamente os intermezzi e as sonatas para piano que embora sejam da sua juventude (aliás uma delas é mesmo a Op. 1) merecem não obstante a nossa atenção.

Tal como vos tinha dito dado a extensão inicial desta lista (temos agora 57 obras!) vamos fazer uma votação em duas fases. Numa primeira fase vamos apenas eliminar obras para reduzir esta lista a 25. Por isso em termos de votação se quiserem picar na lista 25 obras de que gostam essa é uma forma fácil de votar. Quem diz 25 diz 10 ou qualquer outro número ... Esta fase vai decorrer durante um mês e meio, até final de Outubro. Nessa altura iniciaremos a segunda fase com apenas 25 obras sendo que o número de votos total contará pela soma das duas fases. Esta segunda fase terminará a 30 de Dezembro a tempo do resultado da votação ser a nossa celebração do novo ano.

Pelo meio este blog fará 5 anos de existência mas isso será assunto para um outro post ... Por agora este longo post deve servir-vos como guia para a votação e quem sabe se não será também promovido a página definitiva, veremos ... 

NOTA: A Lista será completada aos poucos nos próximos dias até existir uma proposta de audição e uma curta descrição para cada obra. Na primeira publicação deverá existir pelo menos uma obra proposta para cada um dos compositores mais significativos para este instrumento.
  1. Sweelinck (1562-1621) - Obras para órgão : Sweelinck para quem não sabe foi um compositor Holandês que antes de Bach foi um dos mestres do período barroco nomeadamente inventando o conceito de fuga. No extracto que vos propomos podemos ouvir Duas Fantasias.
  2. Frescobaldi (1582-1641) - Segundo livro de Tocattas : Outro compositor anterior a Bach que devemos incluir nesta lista em particular porque esta obra publicada em 1627 é de extraordinária importância histórica por várias razões a menor das quais não será incluir a primeira Chaconne conhecida. É deste livro que escolhemos a Segunda Tocatta.
  3. Buxtehude (1637 -1707) - Obras para órgão : Outro dos compositores do período barroco que no que diz respeito a obras para teclas tem de ser mais reconhecido. Deste compositor já falamos até porque temos um disco com obras suas em destaque neste site interpretadas por Rui Paiva.  Como exemplo das suas obras recomendamos este video com mais de duas horas no You Tube que contém um bom extracto de uma grande parte das suas obras para órgão. Se não quiserem ouvir duas horas de música (eu percebo) podem ouvir a obra que começa aos 6:50 que transmite tanta calma e paz que só por si justificaria a presença nesta lista.
  4. Bach (1685-1750) - Fugas e Tocattas (órgão) : Se este compositor dispensa apresentação no que diz respeito à ilustração do extenso conjunto de obras que esta linha condensa a dificuldade é imensa. Escolhemos a mais conhecida a BWV 565 - Tocatta e Fuga em Ré Menor composta entre 1703 e 1707 (curiosamente numa altura em que Bach fez mais de 200 km a pé para visitar e aprender com Buxtehude) .
  5. Rameau (1683-1764) - Obras para Cravo : Rameau escreveu três livros de obras para cravo entre 1706 e 1727. Cada um dos livros contém uma ou duas suites na forma de uma sequência de danças estilizadas típicas do período barroco. Desse conjunto proponho-vos uma suite completa do segundo livro (uma das duas que o compõem) em Ré Maior interpretada por Grigory Sokolov.
  6. Handel (1685-1759) - Suites para Cravo : Handel foi um dos compositores mais prolíficos da história da música o que torna a escolha difícil mesmo que restringindo a nossa escolha às suites para cravo. Propomos assim a Chaconne da Suite HWV 435 publicada em 1733 (possivelmente composta entre 1705 e 1717) interpretada por Anne Quéffèllec.
  7. Bach (1685-1750)  - Cravo Bem Temperado : O que dizer deste conjunto de peças para cravo? Um dos expoentes da música ocidental, da cultura ocidental sem dúvida um dos símbolos maiores da nossa civilização. Este conjunto de obras (neste momento considera-se normalmente o Livro I e II como um único conjunto) foi escrito com um objectivo didáctico e por isso não espanta que faça parte ainda hoje das obras normalmente utilizadas para aprendizagem. Também neste caso optamos por vos propor a obra mais conhecida deste conjunto embora em duas interpretações totalmente diferentes para que possam perceber quanto a interpretação pode mudar uma obra. A primeira que vos propomos é de Glenn Gould a segunda de Héléne Grimaux. Notem que são ambos pianistas de referência cuja interpretação deste BWV 846 em Dó Maior é totalmente diversa.
  8. Bach (1625- 1750) - Variações Goldberg : Aqui está outra obra incontornável e neste caso não tenho grande dúvida de vos propor para ouvirem a interpretação de Glenn Gould na sua gravação de 1982. Conseguem ouvir o pianista no seu habitual cantarolar que não aceitável para alguns mas que sinceramente pessoalmente gosto. Este conjunto de obras (BWV 988) composto em 1741 é baseado num único tema e 30 variações sobre o mesmo devendo provavelmente o seu nome ao seu primeiro interprete Johann Gottliebe Goldberg.
  9. Scarlatti (1685-1757) - Sonatas para Piano : Este conjunto está na nossa Lista das 100 Obras de música clássica que recomendamos e por acaso até falamos recentemente dela precisamente por essa razão. Como forma rápida de entenderem o génio de Scarlatti proponho a K. 27 interpretada por Michelangeli, o poeta do piano.
  10. Carl Bach - Sonatas para teclas
  11. Carlos Seixas - Tocattas
  12. Couperin - Vingt Sept Ordres
  13. Haydn - Sonatas para teclas
  14. Mozart (1756-1791)  - Sonatas para piano : Dado o extenso número de obras de Mozart neste formato é impossível falar-vos de todas sendo também difícil escolher uma ou duas para ilustrar. Seguindo um critério um pouco populista mas procurando para cada obra dar-lhe a maior hipótese possível para seguir para a próxima fase decidi propor-vos um andamento (o terceiro) da Sonata K. 331, o famoso Rondo Alla Turca. Proponho-vos duas gravações diferentes a primeira por Rachmaninoff excelente mas com uma captação sonora que sofre da sua idade e uma segunda por Horowitz.
  15. Beethoven (1770-1827) - Patética, "Ao Luar", Appassionata : A sonata Appassionata (op. 53) de que escolhemos o terceiro andamento é uma obra composta em 1854 que marca o reconhecimento do compositor da inexorabilidade da sua surdês e talvez por isso seja uma das suas obras que acaba num tom verdadeiramente trágico a adicionar ao carácter tempestuoso da obra. Para esta obra escolhemos uma interpretação de Barenboim.
  16. Beethoven - Hammerklavier
  17. Beethonen - Ultimas sonatas op.109 a op.111
  18. Schubert (1797-1828) - Fantasia em Do Menor (D. 48) : Uma obra do inicio da curta vida de Schubert (1813) para piano a quatro mãos. Podem ouvir aqui esta peça.
  19. Schubert - sonatas para piano
  20. Chopin - Nocturnos 
  21. Chopin - Etudes
  22. Chopin - Valsas e mazurkas
  23. Chopin - Sonatas
  24. Chopin (1810-1849) - Polonaises : Estas obras nunca foram publicadas enquanto conjunto até porque a sua composição praticamente decorreu ao longo de toda a curta vida do compositor. Para ilustrar este conjunto a escolha não é fácil embora a Grande Polonaise Brillante se possa destacar. Esta é a música com que o filme "O Pianista" termina existindo como se sabe desta obra originalmente para piano e orquestra uma versão para piano solo por Rubinstein e Michelangeli é dificil melhor do que isto!
  25. Charles Valentin Alkan (1813-1888) - Grande Sonata "Les Quatre Ages" :  Uma das obras mais originais do período romântico de um dos compositores mais injustamente esquecidos provavelmente pela proximidade de Liszt e Chopin quer como compositor quer como virtuoso pianista que também era. Podem ouvir e ver Hamelin no segundo andamento desta obra.
  26. Liszt (1811-1886) - Estudos Transcendentais : Conjunto de obras editados na versão hoje conhecida em 1852 na sequência de várias revisões desde a sua concepção inicial em 1826. Nesta versão final os estudos foram dedicados a Czerny. Proponho-vos o estudo nº 10 em Fá Menor interpretado por Cziffra.
  27. Liszt - Rapsódias húngaras
  28. Liszt - Sonatas
  29. Mendelssohn (1809-1847) - Canções sem palavras : Os oito volumes que perfazem esta colectânea foram escritos em fases diferentes da vida de Mendelssohn, o primeiro volume datando de 1829 e ultimo de 1845. Como todas as obras de pequena dimensão ao alcance (pelo menos aparente de pianistas amadores) estas obras viram injustamente o seu valor diminuído ao ponto de não ser fácil encontrar interpretações das mesmas por pianistas profissionais. Proponho-vos assim uma interpretação da canção  nº 6 do Op. 30 (segundo livro) por Daniel Barenboim.
  30. Schuman - Carnaval
  31. Schumann (1810-1856)  - Davidsbundlertanze : Conjunto de 18 obras que utilizam como designação a sociedade imaginária criada por Shcumann para defesa dos artistas da modernidade contra os críticos. Compostos em 1837 a primeira edição era precedida de um curioso texto introdutório, um velho ditado popular: Em todas as idades a alegria e a tristeza estão misturadas. Permanece piedoso na alegria e mantêm-te pronto a aceitar a dor com coragem. Na verdade apesar do seu nome estas peças não são verdadeiramente danças, são antes diálogos entre duas personagens cada uma representando uma vertente da personagem de Schumann. Para esta obra propomos uma interpretação de Claudio Arrau.
  32. Schumann - Kreisleriana
  33. Grieg (1843-1907) - Peças Líricas : Conjunto de pequenas obras publicadas entre 1867 e 1901 das quais fazem parte algumas das melodias mais conhecidas do compositor. Em particular é impossível não terem pelo menos ouvido uma vez este Dia de Casamento.
  34. Franck - Obras para orgão
  35. Balakariev - Islamey
  36. Fauré - Nocturnos
  37. Satie (1866-1925)  - GnossienesGymnopedies : Duas obra de que falamos há muito pouco tempo e que por isso remetemos para os dois respectivos posts. Uma interpretação excelente das Gymnopedies por Ciccolinni ou das Gnossiennes por Alessio Nanni são uma forma rápida de reconhecer estas obras que certamente já ouviu centenas de vezes.
  38. Scriabin - Preludios
  39. Rachmaninoff - Prelúdios
  40. Brahms - Klavierstucke
  41. Brahms (1833-1897) - Intermezzi (Op. 118) - Penultima obras publicadas do compositor e dedicadas a Clara Schumann composta por seis belíssimas canções bastante introspectivas. Proponho-vos uma interpretação de Evegny Kissin que embora possa por vezes parecer um tanto exagerada no que me diz respeito revela bem o carácter intimista que acabei de vos revelar.
  42. Brahms - Sonatas para Piano
  43. Ravel - Miroirs
  44. Albeniz (1860-1909) - Iberia : Uma das obras mais significativas da escola espanhola. Por ser um dos compositores e uma das obras menos conhecidas deste grupo falamos dela em detalhe aqui. Para ouvirem esta obra na sua totalidade proponho-vos tal como nesse post Alicia de Larrocha .
  45. Schoenberg -  Klavierstucke
  46. Debussy - Preludios, Estudos
  47. Debussy - Suite Bergamasque : Claro que só poderia propor Clair de Lune neste caso interpretada por Angela Hewitt.
  48. Ravel - Ma Mere l ´oye : Proponho que oiçam uma interpretação por Marta Argerich e Lang Lang.
  49. Rachmaninoff- Sonatas
  50. Bartok - Danças romenas
  51. Charles Ives - sonata concord
  52. Stravinsky - Petrushka
  53. Szymanowski - mazurkas
  54. Prokofiev - sonata nº 6 e 7
  55. Messiaen - 20 regards sur l énfant jesus
  56. Shostakovich - 24 preludios e fugas
  57. Ligeti - Etudes

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Uma Homenagem a Clara Schumann

Hoje no Google uma justa homenagem à grande mulher e compositora Clara Schumann nascida Wieck. Esta homenagem já provocou que o nosso blog tenha batido o record absoluto de visitas e páginas vistas num dia. Este record datava de um destaque na Home-Page do Sapo há uns dois anos ...

Fica aqui a bonita imagem da homenagem com Clara e os seus oito filhos (sim leram bem foram mesmo oito)


E o convite a lerem a respectiva biografia obviamente deleitando-se também com a música de um dos maiores compositores de sempre e seguramente um dos mais desconhecidos e injustamente menosprezado.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Fanfarra para um Homem Comum - In Memorian Colectivo

Perfazem hoje 11 anos em que o horror se abateu sobre o homem comum de Nova Iorque. 11 anos desde o dia 11 de Setembro. Obviamente não poderia deixar de nesta altura relembrar esse evento e propor-vos um tema de um grande compositor americano, Aaron Copland precisamente dedicado ao homem comum ...


Para que nunca esqueçamos a inutilidade da violência, sempre gratuita e nunca justificável. Nunca. Absolutamente nunca.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O desnecessário serviço público de televisão - In Memorian prévio

Gravei a semana passada alguns documentários da RTP 2 daqueles que fazem parte do verdadeiro serviço público de televisão em breve considerado desnecessário por se confundir alhos com bugalhos. A soldo de uma má execução e concepção irá destruir-se na verdade o único acesso verdadeiro do cidadão comum à emissão televisiva que a RTP 2 ainda ia tornando possível: parece que afinal esse serviço é desnecessário, que existem modelos melhores. Confesso que tenho muitas dúvidas ...

Ainda assim in Memoriam prévio desse serviço público iremos esta semana falar dos documentários sobre Fernando Lopes Graça, Joly Braga Santos e Maria João Pires que passaram a semana passada e que gravei para depois poder comentar convosco ...

sábado, 8 de setembro de 2012

Lista de obras de piano solo

Ora bem a lista que vou colocar a votação a partir da próxima semana (Sábado 15) será a que coloco neste post. Durante esta semana aceitarei todas as adições que entenderem por bem fazer. Como temos uma lista muito extensa a exemplo do que fizemos em outras votações faremos uma votação em duas fases. Assim no próximo Sábado começara a fase 1 que vai reduzir esta lista a 20 participantes das quais retiraremos depois numa segunda votação as dez mais.

A exemplo do que fiz anteriormente vou colocar em cada obra um apontador para o You Tube para que possam ouvir directamente as obras. Como são na verdade muitas e com toda a certeza não poderão ouvir todas sugiro que peguem num qualquer bloco de 10 e entre essas escolham as que mais gostam e votem nelas. Nessas e em outras de que gostem. Não se coíbam de votar em muitas, neste caso estamos apenas a eliminar as menos votadas logo o espírito mais selectivo pode ficar para mais tarde.

Em alguns casos não estão especificadas exactamente as obras estando uma designação genérica, por exemplo Sonatas. Por vezes é porque o conjunto é que conta outras porque ainda não individualizei uma. Em todo o caso haverá sempre uma escolha na exemplificação e até Sábado pode muito bem acontecer que todos estes conjuntos estejam individualizados excepto onde não fizer mesmo sentido.

Em caso de empate para entrada no clube das 20 primeiras o autor do blog procederá ao desempate.

  1. Sweelink - obras para órgão
  2. Frescobaldi - obras para órgão e cravo
  3. Buxtehude - obras para órgão
  4. Bach - Preludios, Fugas e Tocattas
  5. Rameau - obras para cravo
  6. Handel - suites para cravo
  7. Bach - Cravo Bem Temperado
  8. Bach - Variações Goldberg
  9. Scarlatti - Sonatas para Piano
  10. Carl Bach - Sonatas para teclas
  11. Carlos Seixas - Tocattas
  12. Couperin - Vingt Sept Ordres
  13. Haydn - Sonatas para teclas
  14. Mozart - Sonatas para piano
  15. Beethoven - Patética, "Ao Luar", appassionatta
  16. Beethoven - Hammerklavier
  17. Beethonen - Ultimas sonatas op.109 a  op.111
  18. Schubert - fantasia em do menor
  19. Schubert - sonatas para piano
  20. Chopin - Nocturnos 
  21. Chopin - etudes
  22. Chopin - Valsas e mazurkas
  23. Chopin - Sonatas
  24. Alkan - Grande Sonata "Les Quatre Ages"
  25. Liszt - Estudos transcendentes
  26. Liszt - Rapsódias húngaras
  27. Liszt - Sonatas
  28. Mendelssohn - Canções sem palavras
  29. Schuman - Carnaval
  30. Schumann - davidsbundlertanze
  31. Schumann - Kreisleriana
  32. Grieg - Peças liricas
  33. Franck - Obras para orgão
  34. Balakariev - islamey
  35. Fauré - Noctrunos
  36. Satie - Gnossienes,  Gymnopedies
  37. Scriabin - Preludios
  38. Rachmaninoff - PReludios
  39. Brahms - Klavierstucke
  40. Ravel - Miroirs
  41. Albeniz - Iberia
  42. Schoenberg -  Klavierstucke
  43. Debussy - Preludios, Estudos
  44. Ravel - Ma Mere l ´oye
  45. Rachmaninoff- Sonatas
  46. Bartok - Danças romenas
  47. Charles Ives - sonata concord
  48. Stravinsky - Petrushka
  49. Szymanowski - mazurkas
  50. Prokofiev - sonata nº 6 e 7
  51. Messiaen - 20 regards sur l énfant jesus
  52. Shostakovich - 24 preludios e fugas
  53. Ligeti - Etudes

Agora comecem a preparar-se para a grande escolha ...


Toreador - Uma sentida homenagem a Passos Coelho

O post "a sério" de hoje que será a publicação da lista a votação para nossa obra de piano solo preferida virá mais tarde no dia de hoje. Por agora fica aqui uma sentida homenagem ao nosso primeiro ministro Passos Coelho, a partir do minuto 2:30 que isto das touradas também tem introdução ...


O nosso grande bandarilheiro acabou de não só colocar mais duas bandarilhas como ainda conseguiu em simultâneo com um passe de mágica dizer que não senhor não eram bandarilhas. Isso é de mestre, bandarilheiro e mágico ao mesmo tempo. Mas não contente com essa dupla arte ainda tem tempo para no seu discurso ser também professor e psicólogo.

Grande Passos Coelho aqui fica a minha sentida e justa homenagem. Estão desculpadas as bandarilhas, já nem as sinto porque sei que os meus amigos desempregados vão ter emprego, pode demorar eu sei que o sr. professor também o disse, mas vai acontecer: tenho fé.

Na língua de Bizet para terminar, Sacrebleu! il faut le faire, il faut le faire ...

To boldly go where no man has gone before ...

Hoje desculpem-me mas vou fazer uma pequena divergência na música clássica (mais uma) para vos falar de uma série que como geek que sou (ou era já não sei bem estou numa crise de identidade) continuo a adorar:  Star Trek.

Se vos disser que ainda me lembro do efeito que aquela série tinha ainda a preto e branco, aquele discurso em voz off com aquela música (ah sim vamos falar dela a seguir) ...

Space: The final frontier. These are the voyages of the Starship, Enterprise. Its 5 year mission to explore strange new worlds, to seek out new life and new civilizations,  to boldly go where no man has gone before.



A música fantástica para uma série de ficção com um budget relativamente limitado foi composta por Alexander Mair Courage Jr. (1919 – 2008) grande compositor de música para séries e filmes.

Hoje (ontem) foi 46º  aniversário da série e como sempre o Google deu-nos um presente ...




quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Violinists are ... Hot

A página do Facebook da revista Strings chamou-nos a atenção para um caso interessante na pesquisa do Google, mais precisamente no auto-preenchimento da pesquisa. Assim aparentemente há muitos que acham (na língua de Shakespeare isto é) que os violinistas são "hot"


Infelizmente tenho de avisar que a "receita" não funciona em português porque se pesquisarmos por "Violinistas são" a sugestão do Google enfim ... são Paulo? Há uma esperança em "maiores do mundo" mas ainda assim fica aquém do "hot"



Pior ainda na língua universal da paixão ou seja em Francês não obtemos melhores resultados. Ao primeiro "s" de "sont" somos presenteados com "solistas" ou "russos" ou "sérvios" ...


Conclusão e Corolário: Violinistas deste mundo desembarcai alegremente nos países anglo-saxónicos que por lá a vossa classe tem uma reputação interessante. Por terras lusas e francesas bem sempre podem optar pela carreira eclesiástica (o são Paulo é sem dúvida um sinal) e por terras francesas que tal uma mudança de nacionalidade, entre Russo e Sérvio iriam aproximar-se da vossa reputação ...

Este blog apoia o ensino de música nas escolas, OBVIAMENTE ...

Obviamente apoiamos. Obviamente não se trata de um currículo menor ou algo que apenas deva ser ensinado a quem pretenda seguir uma carreira musical da mesma maneira que não se deve apenas ensinar matemática aos engenheiros e homens de ciência ou português aos potenciais escritores. Exactamente da mesma maneira.

Quem pretende dar importância relativa diferente às disciplinas em níveis básicos e complementares do ensino pelo menos (ênfase no pelo menos voluntária) até aos 15 anos está a cometer um erro crasso. Até essa idade devem cultivar-se igualmente no meu entender todas, absolutamente todas porque digo-vos que se as competências nas línguas são fundamentais, se o domínio básico da matemática é indispensável a sensibilidade às artes (e já agora à importância da Educação Física) é igualmente importante. E repito a palavra IGUALMENTE em maiúsculas propositadamente.

Há muito tempo, muitos anos para criar especialistas e se querem que vos diga penso sinceramente que nos nossos dias exageramos nessa especialização que em ultima análise prejudica a evolução harmoniosa da nossa espécie porque nos fecha em casulos e nos limita a uma visão demasiado estreita da realidade. Passamos a olhar para o mundo por uma fresta e todos sabemos no que isso dá, literalmente, não é uma metáfora.

Sim custa dinheiro. Sim significa prescindir de horas que poderiam ser utilizadas em outras matérias. Sim, absolutamente. Mas são horas bem investidas em abrir o espírito e nada é mais importante do que isso. Nada é mais fundamental do que isso. Nada é mais educativo do que isso, no verdadeiro significado da palavra educação.

Por isso música, educação visual, educação física, ... absolutamente todas apoiados. Até porque aposto que  as horas de português e de matemática serão bem mais produtivas.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Grieg - Peer Gynt

Na nossa lista de 100 obras colocamos duas obras de Grieg. Da primeira já falamos, o famoso concerto para Piano e Orquestra. Hoje vamos falar do poema sinfónico Peer Gynt.

Esta obra tem um inicio que é muito próximo do que poderia acontecer nos nossos dias com um filme por exemplo. Na verdade a obra nasce de um pedido do escritor e encenador Henrik Ibsen que tinha alguns anos antes escrito uma obra com o mesmo nome cujo objectivo era poder ser um poema épico nacionalista.

Foi convencido a transformar esse poema numa obra teatral tarefa para a qual convidou Grieg a compor a música. A peça estreou em Christiana (hoje chamada Oslo).  a 24 de Fevereiro de 1876. As partituras desta obra (Op. 23) só foram editadas já no século XX um ano depois da morte de Grieg por Johan Halvorsen compositor, maestro e violinista Norueguês.

Grieg no entanto ainda em vida extraiu da sua obra duas suites Orquestrais sendo essas que são hoje em dia mais vezes executadas. São na verdade duas suites cada uma contendo quatro andamentos das partituras iniciais.

A Suite Nº1 (Op. 46) inclui (coloquei entre parênteses a localização na suite original)

Prelúdio - O Amanhecer (Acto IV) - No Quarto Acto Peer Gynt viaja fruto da sua expulsão da terra natal e do seu comportamento nada correcto. Não que a viagem lhe traga melhorias dado que no inicio desta acto temos conhecimento das suas actividades ilegais e moralmente repreensíveis. Uma melodia que evoca esse espírito de aventura e uma melodia que é das mais facilmente reconhecíveis e que certamente já terão ouvido.



A Morte de Ase (Acto III) - No terceiro acto a mãe de Peer Gynt morre. O filho que entretanto tinha sido obrigado a fugir fruto do rapto da sua própria noiva volta a tempo de ver a mãe falecer. É difícil nesta obra não nos emocionarmos com o profundo lamento que exala da melodia desta música.



A Dança de Anitra (Acto IV) - Mais um relato das aventuras de Peer Gynt que agora se apaixona pela filha do chefe de uma aldeia que acaba por o roubar ...



No antro do Rei da Montanha (Acto II) - Todo este segundo acto decorre provavelmente no sonho de Peer Gynt na ressaca da bebedeira contraída ao raptar a sua noiva e a encontrar dessa forma a desgraça e o exílio. A música descreve o sonho de Peer Gynt no antro do rei dos Trolls.


Notem que a ordem de execução não segue forçosamente a ordem da peça - na segunda suite isso por acaso acontece mas é provável que se trate de um acaso - dado que Grieg ao retirar as peças da sua componente de música incidental preferia que a mesma fosse considerada de forma mais livre e não forçosamente com uma interpretação tão fechada como a que tem quando incluída na peça teatral. Grieg não teria assim provavelmente gostado desta descrição mas considerem-na como uma enunciação de um estado de espirito mais do que uma expressão literal.

A Suite Nº 2 (Op. 55) - Esta parte do post seguirá amanhã por hoje deixo-vos assimilar esta música fantástica. Se a ouvirem antes de dormir cuidado com os sonhos, cuidado com os sonhos ...

O Rapto da Noiva (Acto II)
Dança Árabe (Acto IV)
O Regresso de Peer Gynt (Acto V)
A Canção de Solveig (Acto V)

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Violino Solo ... And the Winner is ...

Melhor obra de Violino Solo - Classificação Final 

Terminada a votação tivemos 79 votantes com 260 votos expressos ou seja uma média de 3,29 votos por cada votante o que é um número bastante interessante; pessoalmente dificilmente consigo escolher menos de 5 ou 6 destas obras. As dez melhores desta lista vão partir de imediato para a nossa lista das listas das 10 melhores ... Entretanto preparem-se desde já para a próxima votação das 10 melhores obras para piano solo.

1º  Bach Sonatas e Partitas para Violino......... 32
2º  Cesar Franck - Sonata em Lá Maior............ 28
3º  Beethoven - Sonata Primavera................. 19
4º  Ravel - Tzigane.............................. 18
5º  Beethoven- Sonata Kreutzer................... 17 
6º  Chausson - Poéme............................. 16 
7º  Paganini - 24 Caprichos...................... 15 
8º  Mozart - Sonatas para Violino................ 14
9º  Ysaye - Sonatas.............................. 11 
10º Locatelli Op. 6 - 12 Sonatas para Violino.... 10 
11º Schubert - Sonata em La Maior................  9 
12º Brahms - Violin Sonata Nº1 (Sonata da Chuva).  9
13º Schumann - Violin Sonata Nº 1................  8
14º Vaughan Williams : Sonata para Violino........ 8
15º Prokofiev - Sonata nº1........................ 7
16º Fauré - Sonata nº 1........................... 6
17º Bartok - Sonata nº 1.......................... 5
18º Janacek - Sonata para Violino e Piano......... 5 
19º Debussy - Sonata para Violino em Sol Menor.... 4
20º Fritz Kreisler - Caprice Viennois............. 4 

21º Elgar - Violin sonata em Mi Menor............. 4 
22º Mendelssohn - Sonata em Fá Menor.............. 4 

23º Grieg - Sonata Nº 3 em Dó Menor............... 3
24º Korngold Violin Sonata........................ 3
25º Max Reger - Violin Sonata Nº1................. 2 

domingo, 2 de setembro de 2012

Faltam apenas 10 horas

Caros leitores, têm apenas mais 10 horas para votar na vossa obra de violino "solo" preferida. Neste momento na liderança estão as sonatas e partitas de Bach com 42 votos seguidos da sonata de Cesar Franck com 38. Votaram até agora 75 leitores ...

Já percebemos que não chegaremos ao objectivo dos 100 votantes mas ainda há muita coisa por decidir no que diz respeito às obras que vão ficar no top 10 por isso se ainda não o fizeram votem! Não se esqueçam que seremos todos colectivamente responsáveis pela sua publicação nesta sinopse de listas ...

Têm 10 horas, ainda dá para ouvir uma grande parte das obras. Não se esqueçam que com este post em que coloquei um link directo para cada uma delas vos facilitei muito essa tarefa.

sábado, 1 de setembro de 2012

Saint Saens - Concerto nº 3 em Si Menor (Op. 61)

Hoje continuamos com uma obra para violino sempre no reportório romântico e na escola francesa aproximadamente na mesma época da obra de que vos falamos anteriormente - este concerto foi estreado em 1881 - aliás dedicado e estreado por Pablo de Sarasate, amigo de Saint Saens e claro ele também compositor além de violinista virtuoso.

A razão pela qual decidimos abordar esta obra prende-se com o facto de termos podido ver no You Tube o jovem Manuel Abecassis interpretar esta obra num recital de jovens talentos realizado em Andorra. A obra que vos mostro de seguida é a transcrição para violino e piano (a parte de violino pelo que sei é idêntica à original para violino e orquestra que vos mostro no fim o primeiro andamento numa interpretação de Julia Fischer). Já tínhamos falado deste jovem por várias vezes neste blog mas nunca é demais realçar um talento.

Esta obra de Saint Saens pela sua qualidade musical é uma das obras do compositor que se manteve no reportório. O concerto tem três andamentos que segue aproximadamente a forma clássica de andamento rápido - lento - rápido. E dizemos aproximadamente porque no primeiro andamento, de certo o mais francês dos três há passagens bastante líricas e lentas que contrastam com verdadeiras proezas técnicas rapidíssimas que sem serem tecnicamente tão exigentes como outras obras de Saint Saens são não obstante particularmente desafiantes pelos contrastes que exibem. Não é fácil fazer com que se destaque a natureza poética deste andamento no meio de algumas proezas técnicas ...  Depois deste primeiro andamento o segundo baseado numa melodia popular siciliana é o ponto de passagem e de equilíbrio. Este segundo andamento é quase totalmente constituído por um diálogo entre o violino e os sopros dialogo esse que termina em arpégios em harmónicos verdadeiramente feéricos. O terceiro andamento por seu lado é inspirado em temas espanhóis fazendo deste concerto um verdadeiro concerto "latino". Este andamento tem um final verdadeiramente épico

Fiquem portanto com Manuel Abecassis com os três andamentos do Concerto em Si Menor de Saint Saens.


1º Andamento (Allegro non troppo) - Até 8:49
2º Andamento (Andantino quasi allegretto) - Até 16:09
3º Andamento (Molto moderato e maestoso)

A propósito da versão que vos vou mostrar a seguir não quero que comparem os violinistas em causa, não é essa a intenção - a idade dos mesmos não é de todo a mesma - embora em termos de maturidade musical na minha opinião a diferença seja muito pequena e isto não é pequeno elogio para o mais jovem dos dois músicos porque Julia Fischer é provavelmente uma das melhores da sua geração senão mesmo a melhor - mas isto é difícil de dizer sendo como é uma questão que para mim a partir de um determinado ponto é felizmente subjectiva, mais ou menos o mesmo que dizer que Monet é superior a Manet ou vice-versa.

Mas dizia-vos, a razão pela qual vos mostro a versão original é para que comparem a versão transcrita para Violino e Piano e a versão original e que compreendam um pouco dessa forma o poder e o papel da orquestração.

 

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