Por razões que importam pouco acabei por ainda não ter publicado a pesquisa da semana passada. Essa pesquisa já agora para vos aguçar o apetite é sobre "grandes bailados" um género pouco abordado neste blog e que por isso merece alguma consideração. Vamos ver se consigo fazer esse post ainda hoje.
Da lista das pesquisas engraçadas encontrei uma que à imagem de um antigo secretário de estado da cultura me fez sorrir, quase tanto como a sua desculpa à posteriori (por acaso haveria melhor desculpa se soubesse um pouco mais de música mas isso é outra história).
A pesquisa que me fez sorrir foi "chopin 5th sinfonia, historia". Pois meus caros leitores nem quinta nem primeira. Aliás obras para orquestra foram muito poucas e dessas as únicas de significado musical são os seus dois concertos de piano.
Deixa-me esta pesquisa perplexo pela precisão no número. Ou seja a razão porque alguém procura sequer uma Sinfonia de Chopin já seria interessante, agora a quinta? Será que confundiu Chopin com Beethoven e na realidade queria a 5ta de Beethoven? Ou terá o número certo o nosso leitor e estava à procura do Nocturno nº 5, não sabendo que isso não é uma Sinfonia?
Como existe uma promessa quase sempre cumprida de nunca deixar um post sem música e porque todas as desculpas são boas para ouvir Chopin, vamos ficar com esta ultima hipótese. Nocturno Nº 5 de Chopin para todos vós, interpretado por Claudio Arrau.
A única música que precisa de embalagem é a música de plástico.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
domingo, 27 de janeiro de 2013
Blog do Ano - Categoria Música - Resultados Finais
Caros leitores terminou a votação tendo este blog ficado em quarto lugar na categoria com mais de 100 votos expressos. A todos os que participaram votando neste blog ou em outros o meu agradecimento.
Parabéns ao vencedor Songs for the Deaf Radio excelente blog que se recomenda. Outro tipo de música mas não deixa por isso de ser sobre música e músicos e fazendo no meu entender um trabalho espectacular na divulgação de novos talentos. Para quem gosta de música um blog a não perder goste-se ou não do género.
Aqui ficam os resultados finais para memória futura. Ainda hoje faremos o nosso habitual post com a pesquisa da Semana e talvez um adicional sobre Wagner (ou não, logo veremos).
Parabéns ao vencedor Songs for the Deaf Radio excelente blog que se recomenda. Outro tipo de música mas não deixa por isso de ser sobre música e músicos e fazendo no meu entender um trabalho espectacular na divulgação de novos talentos. Para quem gosta de música um blog a não perder goste-se ou não do género.
Aqui ficam os resultados finais para memória futura. Ainda hoje faremos o nosso habitual post com a pesquisa da Semana e talvez um adicional sobre Wagner (ou não, logo veremos).
O Som no Cinema
Hoje de manhã visitei o ANIM (Arquivo Nacional das Imagens em Movimento) nas visitas organizadas que foram organizadas para entre outras razões chamar a atenção para a situação em que se encontra o Arquivo pela ausência de algumas verbas fundamentais para assegurar o seu correcto funcionamento.
A esse propósito e antes que me comecem a dizer que é o mercado, que não há dinheiro, que essas despesas não são absolutamente necessárias digo-vos duas coisas: Em primeiro lugar que pelo pude julgar certamente não são despesas inúteis e faustosas que encarecem uma obra fundamental na preservação da nossa herança cultural porque a gestão da cinemateca é feita de uma forma frugal e com uma sã perspectiva económica. Inclusivamente os serviços com maior risco de sobrevivência são precisamente os que até são rentáveis do ponto de vista económico estando apenas em risco não por medidas politicas razoáveis mas apenas pela aplicação cega de critérios burocráticos. Em segundo lugar sem obstar ao ponto anterior que me perdoem mas o dinheiro existe sempre. É uma questão de nós querermos enquanto sociedade que ele exista.
Fechando o longo parênteses de tudo o que vi o que me fascinou particularmente e que é o titulo deste post é a forma como o som é codificado visualmente na própria fita. Nunca me tinha passado pela cabeça que fosse feito assim. Fui investigar e descobri um filme que explica o processo. Nunca tinha pensado neste problema ... é que na fita não existe banda magnética normal e embora nos primórdios a banda sonora fosse feita em separado estão a ver o que é que isso significava em termos de sincronização?
A propósito a imagem que mostro é o edifício que no ANIM contém armazenadas as peliculas em Nitrato de Celulose conhecidos pela sua capacidade de combustão.
Ainda a propósito do parênteses e antes de terminar se quiserem ajudar a cinemateca podem fazê-lo tornando-se Amigos da Cinemateca Portuguesa. Podem aceder ao Formulário de Adesão e conhecer as vantagens de que usufruem.
A esse propósito e antes que me comecem a dizer que é o mercado, que não há dinheiro, que essas despesas não são absolutamente necessárias digo-vos duas coisas: Em primeiro lugar que pelo pude julgar certamente não são despesas inúteis e faustosas que encarecem uma obra fundamental na preservação da nossa herança cultural porque a gestão da cinemateca é feita de uma forma frugal e com uma sã perspectiva económica. Inclusivamente os serviços com maior risco de sobrevivência são precisamente os que até são rentáveis do ponto de vista económico estando apenas em risco não por medidas politicas razoáveis mas apenas pela aplicação cega de critérios burocráticos. Em segundo lugar sem obstar ao ponto anterior que me perdoem mas o dinheiro existe sempre. É uma questão de nós querermos enquanto sociedade que ele exista.
Fechando o longo parênteses de tudo o que vi o que me fascinou particularmente e que é o titulo deste post é a forma como o som é codificado visualmente na própria fita. Nunca me tinha passado pela cabeça que fosse feito assim. Fui investigar e descobri um filme que explica o processo. Nunca tinha pensado neste problema ... é que na fita não existe banda magnética normal e embora nos primórdios a banda sonora fosse feita em separado estão a ver o que é que isso significava em termos de sincronização?
A propósito a imagem que mostro é o edifício que no ANIM contém armazenadas as peliculas em Nitrato de Celulose conhecidos pela sua capacidade de combustão.
Ainda a propósito do parênteses e antes de terminar se quiserem ajudar a cinemateca podem fazê-lo tornando-se Amigos da Cinemateca Portuguesa. Podem aceder ao Formulário de Adesão e conhecer as vantagens de que usufruem.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
We Will Survive numa versão ... Diferente :-)
Já tínhamos no passado falado destes dois humoristas ambos excelentes instrumentistas também - não pensem que isto que eles estão a fazer é fácil. A propósito o violinista mais idoso Gidon Kremer é um dos violinistas de topo em actividade e a orquestra de câmara que podem ouvir é uma orquestra por ele criada composta por músicos dos países bálticos e que já venceu pelo menos um Emmy.
Obrigado Paulo por esta outra pérola que me fez rir mais um bom bocado. Se gostaram deste bocado bom para fechar o dia por aqui vou propor-vos mais alguns sketches destes dois comediantes que brincam com a música. Primeiro um extracto do seu espectáculo "Little Nightmare Music"
Ou um outro extracto chamado Mozart-Bond (vão perceber porquê rapidamente)
E por fim o meu preferido, as mãos grandes de Rachmaninoff
Obrigado Paulo por esta outra pérola que me fez rir mais um bom bocado. Se gostaram deste bocado bom para fechar o dia por aqui vou propor-vos mais alguns sketches destes dois comediantes que brincam com a música. Primeiro um extracto do seu espectáculo "Little Nightmare Music"
Ou um outro extracto chamado Mozart-Bond (vão perceber porquê rapidamente)
E por fim o meu preferido, as mãos grandes de Rachmaninoff
Uma animação diferente
Não é propriamente uma ideia totalmente original mas não deixa de ter piada e de ter momentos muito bons. Uma forma muito diferente de ouvir o Bolero de Ravel com um agradecimento ao meu cunhado Paulo que me enviou o link por email juntamente com um outro de que já vos falarei porque também adiciona humor e música clássica numa combinação que quando é feita por bons artistas resulta sempre hilariante.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Blog do Ano - Passamos à Segunda Fase !
O objectivo principal foi conseguido, passamos à segunda fase onde estamos agora numa lista de cinco blogs (apenas cinco) na categoria de Música.
Se quiserem continuar no esforço de votação mais uma semana podem fazê-lo aqui !
Podem votar tal como na fase anterior uma vez por dia.
Se quiserem continuar no esforço de votação mais uma semana podem fazê-lo aqui !
Podem votar tal como na fase anterior uma vez por dia.
domingo, 20 de janeiro de 2013
Pesquisa da semana (#03 - 2013) - O aplauso entre andamentos
Esta semana escolhemos uma pesquisa diferente sobre um assunto que de certa forma já foi abordado neste blog mas sem a profundidade que o tema pode eventualmente exigir. Obviamente não nos vamos restringir à questão do aplauso entre andamentos um pormenor quando enquadrado na questão mais geral do comportamento do público em concertos de música clássica especialmente quando confrontado com o que acontece em outros tipos de música. Uma grande parte do que vos vou dizer é largamente inspirado do livro "Listen to This" de Alex Ross, livro que aliás recomendo fortemente, como também o blog do mesmo autor The Rest is Noise e que os leitores mais frequentes deste blog sabem que cito frequentemente.
Como dizia a minha resposta a esta questão vai transcender largamente o detalhe do aplauso embora o iremos considerar também não vamos fugir à questão, aliás para ser preciso vamos começar exactamente por esse ponto. Como poderão ter lido em alguns posts deste blog até ao inicio do século XX era normal existirem aplausos entre andamentos. Aliás não só era normal como era considerado sinal que a obra tinha agradado. Mais ainda eram solicitados "encores" dos mesmos a que por vezes os maestros (muitas vezes os próprios compositores) acediam, radiantes. Aliás mesmo durante os andamentos por vezes isso acontecia quando uma melodia em particular agradava. É celebre a frase da carta de Mozart ao pai dizendo que o tinha feito de propósito numa das suas obras. Não estaria ele preocupado com a "integridade" da obra?
Antes de tentar responder à questão anterior deixem-me explicar quando e porquê o protocolo e as regras mudaram. Podemos dizer que tudo começou quando no inicio do século XIX se começou a considerar música "antiga" como algo que se deveria ter em consideração. Até aí o que se ouvia e tocava era a música da época tudo o resto sendo considerado "antiquado" e logo sem interesse. Obviamente uma música que é de outras eras, um clássico considerada digna de ser interpretada por ser intemporal tem de ser ouvida com "respeito" e isso foi um primeiro passo no sentido de tornar as salas de concertos de música clássica autênticos templos onde se ouve com veneração a voz dos mestres do passado.
Depois houve Wagner e o seu festival de Bayreuth. É curioso como um único festival e um único compositor poderá ter tido tanta influência numa mudança comportamental que acabou por exacerbar a postura relativamente à música clássica ao ponto de a tornar peça de museu com os problemas daí adjacentes, mas já lá vamos. O que fez Wagner então? Bem Wagner limitou-se a pedir que não houvessem chamadas aos interpretes para aplausos após o final dos actos por forma a preservar a "atmosfera sagrada da sua obra". O público interpretou isto como uma proibição total de aplauso e começou a reprimir com excesso de zelo toda e qualquer manifestação de agrado por parte do público. Estávamos nesta altura no final do século XIX (Bayreuth começou em 1876).
De certa forma esta tendência de se tomar demasiado "a sério" de colocar a obra de arte num pedestal catalisou a já existente tendência de sacralização das obras do passado que como disse "têm de ser ouvidas com respeito". Mais ainda não só isso mas como também os próprios compositores passaram a escrever obras que pressupõem esse tipo de comportamento (ao invés do nosso Mozart que escrevia também para o prazer do público actual) mas não só, começaram a escrever e a compor pressupondo um público restrito capaz de compreender uma linguagem tão sofisticada que quase é compreensível pelos seus pares. Claramente este nosso blog tenta modestamente "remar" contra esta maré encontrando o justo equilíbrio.
Já agora curiosamente e como nota de rodapé na Opera ainda são "permitidos" aplausos não só entre andamentos (ou actos de preferirmos) mas inclusivamente no fim de árias particularmente bem interpretadas, um resquício doutros tempos. Digo que é curioso porque foi na ópera que como vimos os comportamentos mais "rígidos" se iniciaram. Mas não só na ópera já que como salienta Alex Ross no seu livro também nos Estados Unidos no inicio do século XX se pode encontrar em Stokowski a prática do silêncio entre andamentos para os Estados Unidos.
O que é importante compreendermos é que esta prática do silêncio e dos aplausos não era comum para compositores até quase ao fim do romantismo e o esperado era exactamente o contrário. É importante compreender não forçosamente para mudar a prática corrente mas para não assumirmos erradamente que é a única forma de comportamento possível. Em minha opinião possivelmente a prática corrente acaba por resultar em maior dano para a música do que o aplauso em si. Vamos ser honestos. As composições até ao final do romantismo estão concebidas para ser aplaudidas no final dos respectivos andamentos. Mais ainda até ao final do período clássico e mesmo em boa parte do romantismo a "unidade" das obras era algo que não existia ponto final paragrafo. Muitas vezes as obras resultavam de bocados compostos para outras ocasiões e isso não preocupava nem as audiências nem os compositores.
Acho que é mais do que tempo de pensarmos se esta excessiva sacralização da música clássica não acaba por a tornar uma coisa que não é compatível com a música: uma forma de nos proporcionar emoção. Não vou ao ponto de sugerir que se volte ao tempo de Mozart com aplausos no meio das peças mas entre andamentos meus amigos eu sei que não devo mas muitas vezes que me apetece, apetece. E que deveríamos poder gritar bravo e pedir "da capo" também. Sabem o que mudou? É que não sentimos essa necessidade. Não se esqueçam que no tempo de Beethoven ou de Mozart a música ao vivo era a única forma de a ouvir. Agora temos gravações, mas isso é tópico para outro post mas pensem bem no que isso alterou. Imaginem por um momento que a única forma de ouvirem música fosse ao vivo e que influência isso teria na importância desse momento, no número de vezes que ouviriam determinada obra e no que isso significaria para a forma de arte e os seus interpretes.
Para manter uma promessa e fazer o contraponto (ou não) ao que acabei de dizer estou a escrever isto ao som da Heróica de Beethoven (aliás recomendado por Alex Ross) agora no fim do segundo andamento e digo-vos o seguinte. Aplausos aqui? Talvez mas apenas após uns largos segundos de silêncio ...
Como dizia a minha resposta a esta questão vai transcender largamente o detalhe do aplauso embora o iremos considerar também não vamos fugir à questão, aliás para ser preciso vamos começar exactamente por esse ponto. Como poderão ter lido em alguns posts deste blog até ao inicio do século XX era normal existirem aplausos entre andamentos. Aliás não só era normal como era considerado sinal que a obra tinha agradado. Mais ainda eram solicitados "encores" dos mesmos a que por vezes os maestros (muitas vezes os próprios compositores) acediam, radiantes. Aliás mesmo durante os andamentos por vezes isso acontecia quando uma melodia em particular agradava. É celebre a frase da carta de Mozart ao pai dizendo que o tinha feito de propósito numa das suas obras. Não estaria ele preocupado com a "integridade" da obra?
Antes de tentar responder à questão anterior deixem-me explicar quando e porquê o protocolo e as regras mudaram. Podemos dizer que tudo começou quando no inicio do século XIX se começou a considerar música "antiga" como algo que se deveria ter em consideração. Até aí o que se ouvia e tocava era a música da época tudo o resto sendo considerado "antiquado" e logo sem interesse. Obviamente uma música que é de outras eras, um clássico considerada digna de ser interpretada por ser intemporal tem de ser ouvida com "respeito" e isso foi um primeiro passo no sentido de tornar as salas de concertos de música clássica autênticos templos onde se ouve com veneração a voz dos mestres do passado.
Depois houve Wagner e o seu festival de Bayreuth. É curioso como um único festival e um único compositor poderá ter tido tanta influência numa mudança comportamental que acabou por exacerbar a postura relativamente à música clássica ao ponto de a tornar peça de museu com os problemas daí adjacentes, mas já lá vamos. O que fez Wagner então? Bem Wagner limitou-se a pedir que não houvessem chamadas aos interpretes para aplausos após o final dos actos por forma a preservar a "atmosfera sagrada da sua obra". O público interpretou isto como uma proibição total de aplauso e começou a reprimir com excesso de zelo toda e qualquer manifestação de agrado por parte do público. Estávamos nesta altura no final do século XIX (Bayreuth começou em 1876).
De certa forma esta tendência de se tomar demasiado "a sério" de colocar a obra de arte num pedestal catalisou a já existente tendência de sacralização das obras do passado que como disse "têm de ser ouvidas com respeito". Mais ainda não só isso mas como também os próprios compositores passaram a escrever obras que pressupõem esse tipo de comportamento (ao invés do nosso Mozart que escrevia também para o prazer do público actual) mas não só, começaram a escrever e a compor pressupondo um público restrito capaz de compreender uma linguagem tão sofisticada que quase é compreensível pelos seus pares. Claramente este nosso blog tenta modestamente "remar" contra esta maré encontrando o justo equilíbrio.
Já agora curiosamente e como nota de rodapé na Opera ainda são "permitidos" aplausos não só entre andamentos (ou actos de preferirmos) mas inclusivamente no fim de árias particularmente bem interpretadas, um resquício doutros tempos. Digo que é curioso porque foi na ópera que como vimos os comportamentos mais "rígidos" se iniciaram. Mas não só na ópera já que como salienta Alex Ross no seu livro também nos Estados Unidos no inicio do século XX se pode encontrar em Stokowski a prática do silêncio entre andamentos para os Estados Unidos.
O que é importante compreendermos é que esta prática do silêncio e dos aplausos não era comum para compositores até quase ao fim do romantismo e o esperado era exactamente o contrário. É importante compreender não forçosamente para mudar a prática corrente mas para não assumirmos erradamente que é a única forma de comportamento possível. Em minha opinião possivelmente a prática corrente acaba por resultar em maior dano para a música do que o aplauso em si. Vamos ser honestos. As composições até ao final do romantismo estão concebidas para ser aplaudidas no final dos respectivos andamentos. Mais ainda até ao final do período clássico e mesmo em boa parte do romantismo a "unidade" das obras era algo que não existia ponto final paragrafo. Muitas vezes as obras resultavam de bocados compostos para outras ocasiões e isso não preocupava nem as audiências nem os compositores.
Acho que é mais do que tempo de pensarmos se esta excessiva sacralização da música clássica não acaba por a tornar uma coisa que não é compatível com a música: uma forma de nos proporcionar emoção. Não vou ao ponto de sugerir que se volte ao tempo de Mozart com aplausos no meio das peças mas entre andamentos meus amigos eu sei que não devo mas muitas vezes que me apetece, apetece. E que deveríamos poder gritar bravo e pedir "da capo" também. Sabem o que mudou? É que não sentimos essa necessidade. Não se esqueçam que no tempo de Beethoven ou de Mozart a música ao vivo era a única forma de a ouvir. Agora temos gravações, mas isso é tópico para outro post mas pensem bem no que isso alterou. Imaginem por um momento que a única forma de ouvirem música fosse ao vivo e que influência isso teria na importância desse momento, no número de vezes que ouviriam determinada obra e no que isso significaria para a forma de arte e os seus interpretes.
Para manter uma promessa e fazer o contraponto (ou não) ao que acabei de dizer estou a escrever isto ao som da Heróica de Beethoven (aliás recomendado por Alex Ross) agora no fim do segundo andamento e digo-vos o seguinte. Aplausos aqui? Talvez mas apenas após uns largos segundos de silêncio ...
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Blog do Ano - Ultimas horas de votação ...
Caros Leitores,
Vamos votar! O nosso objectivo é passar à segunda fase o que ainda é possível mas temos de nos esforçar!
Por favor votem, instruções AQUI .
Vamos votar! O nosso objectivo é passar à segunda fase o que ainda é possível mas temos de nos esforçar!
Por favor votem, instruções AQUI .
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Liebestreu - Johannes Brahms
Ando absolutamente obcecado por esta canção de Brahms. Oiço-a pelo menos quatro vezes por dia e é porque no carro não tenho tempo para muito mais do que isso. Assim sendo e porque tem dois minutos resolvi partilhar convosco, uma espécie de tentativa de exorcismo da obsessão.
Para que possam apreciar totalmente fica aqui uma tradução (feita a partir de uma versão em francês não do original alemão)
Oh, afoga, afoga a tua tristeza,
meu filho, no mar, no mar profundo!
Uma pedra fica sempre bem no fundo do oceano
A minha tristeza volta sempre à superfície
E o amor que tens no teu coração
destrói-o, destrói-o, meu filho
Se a flor também morre quando a cortamos,
O amor verdadeiro não é assim tão fácil
E tua fidelidade, a tua fidelidade
É apenas uma palavra que o vento leva
Oh, mãe, mesmo se a rocha se quebra na tempestade,
O meu amor fiel, resiste!
Para que possam apreciar totalmente fica aqui uma tradução (feita a partir de uma versão em francês não do original alemão)
Oh, afoga, afoga a tua tristeza,
meu filho, no mar, no mar profundo!
Uma pedra fica sempre bem no fundo do oceano
A minha tristeza volta sempre à superfície
E o amor que tens no teu coração
destrói-o, destrói-o, meu filho
Se a flor também morre quando a cortamos,
O amor verdadeiro não é assim tão fácil
E tua fidelidade, a tua fidelidade
É apenas uma palavra que o vento leva
Oh, mãe, mesmo se a rocha se quebra na tempestade,
O meu amor fiel, resiste!
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Mais pesquisas interessantes (Semana #02 - 2013)
Na semana passada além da pesquisa de que já falamos houve outras quatro que despertaram a minha vontade de responder por razões totalmente diversas. Aqui ficam essas outras quatro pesquisas (sem promessas que nas próximas semanas se repita este episódio ...)
Pesquisa Extra nº1 : música clássica por onde começar
Razão da vontade de responder: Um momento de falta de modéstia
Resposta: Por este blog obviamente em particular por esta lista.
Pesquisa Extra nº2: quero descobrir o nome de uma musica erudita no lagoa azul
Razão da vontade de responder: Lembrou-me a minha adolescência e a Brooke Shields e os seus olhos azuis como a lagoa ...
Resposta: A banda sonora não tem que eu saiba qualquer música clássica porém há uma caixa de música que quando é aberta toca um dos nocturnos de Chopin mais concretamente o nº 9.
Pesquisa Extra nº3: qual o nome atribuído à nona sinfonia de dvorak
Razão da vontade de responder: Ser uma resposta curta!
Resposta: Sinfonia do Novo Mundo de que falamos já neste blog.
Pesquisa Extra nº 4: melhor interpretação da 6ª sinfonia de g.mahler
Razão da vontade de responder: Adoro Mahler e estou em modo de espírito equivalente ...
Resposta: Aviso prévio. É uma resposta puramente pessoal. Para mim quando me falam de Mahler só concebo falar na direcção de Leonard Bernstein. Em particular vem-me sempre a memória um dos programas que Bernstein fez na sua famosa série sobre este compositor. Esse programa (esse episódio em particular, mas outros também não fariam mal) deveria ser mostrado em todas as escolas de música (para já não dizer em todas as escolas mesmo). Aqui ficam em baixo os apontadores para os DVDs com a série de programas de Bernstein e a gravação de Bernstein com a Filarmónica de Viena dessa 6ª Sinfonia.
Por fim dessa mesma 6ª sinfonia sempre com Bernstein mas agora com Filarmónica de Nova Iorque fiquem com música como sempre.
Pesquisa Extra nº1 : música clássica por onde começar
Razão da vontade de responder: Um momento de falta de modéstia
Resposta: Por este blog obviamente em particular por esta lista.
Pesquisa Extra nº2: quero descobrir o nome de uma musica erudita no lagoa azul
Razão da vontade de responder: Lembrou-me a minha adolescência e a Brooke Shields e os seus olhos azuis como a lagoa ...
Resposta: A banda sonora não tem que eu saiba qualquer música clássica porém há uma caixa de música que quando é aberta toca um dos nocturnos de Chopin mais concretamente o nº 9.
Pesquisa Extra nº3: qual o nome atribuído à nona sinfonia de dvorak
Razão da vontade de responder: Ser uma resposta curta!
Resposta: Sinfonia do Novo Mundo de que falamos já neste blog.
Pesquisa Extra nº 4: melhor interpretação da 6ª sinfonia de g.mahler
Razão da vontade de responder: Adoro Mahler e estou em modo de espírito equivalente ...
Resposta: Aviso prévio. É uma resposta puramente pessoal. Para mim quando me falam de Mahler só concebo falar na direcção de Leonard Bernstein. Em particular vem-me sempre a memória um dos programas que Bernstein fez na sua famosa série sobre este compositor. Esse programa (esse episódio em particular, mas outros também não fariam mal) deveria ser mostrado em todas as escolas de música (para já não dizer em todas as escolas mesmo). Aqui ficam em baixo os apontadores para os DVDs com a série de programas de Bernstein e a gravação de Bernstein com a Filarmónica de Viena dessa 6ª Sinfonia.
Por fim dessa mesma 6ª sinfonia sempre com Bernstein mas agora com Filarmónica de Nova Iorque fiquem com música como sempre.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Blog do Ano - Categoria Música
Estimados Leitores
A Votação recomeçou !
Tal como o ano passado este blog participa na excelente iniciativa do Aventar para a eleição do Blog do Ano. Estamos na categoria Música obviamente onde contamos com excelente companhia. Espero que votem no Diz que não gosta de música clássica.
Votação nesta página (fazer scroll até à categoria Música).
Podem (devem) votar uma vez por dia !
A Pesquisa da Semana (#02 - 2013) - Quais as melhores gravações das sinfonias de Beethoven
Ora aqui está uma pergunta que com certeza irá gerar alguma polémica. Fica o aviso que se trata de uma escolha pessoal e não consensual.
Em primeiro lugar quero dividir esta questão em duas partes. Primeiro maestros ou Orquestras que tenham realizado gravações integrais das Nove Sinfonias e neste caso avaliamos essas gravações como um todo. Há sempre umas melhores, outras piores até porque no caso de Beethoven temos nitidamente dois períodos totalmente diferentes que se misturam e que tornam esta resposta particularmente difícil.
Nas gravações integrais pessoalmente conheço razoavelmente bem duas e ouvi partes de algumas outras (também vos vou falar delas caso as prefiram não as vou comparar porque não as conheço suficientemente bem). As duas que conheço bem são as de Karajan (com a Filarmónica de Berlim) e de Bernstein (com a Filarmónica de Viena). entre as duas há certamente uma guerra de partidários tão forte como uma espécie de Sporting/Benfica (leitores brasileiros adaptem para Fla/Flu ou qualquer outra rivalidade, leitores americanos vamos para os Lakers/Celtics). Apesar disso vou tomar partido por uma delas: A de Bernstein. Não porque considere qualquer um dos maestros superior mas porque penso que a leitura de Bernstein é um pouco mais equilibrada, Karajan é muito mais romântico e isso nas primeiras três/quatro sinfonias não está certo.
A beleza do mundo moderno é que podem adquirir qualquer uma destas integrais facilmente e por um preço bastante razoável (tratando-se de 9 obras completas) na Amazon. Aqui ficam os dois:
No que diz respeito às integrais que não conheço tão bem existe uma que antecede as duas de que vos falei e que para além do valor musical tem também um valor histórico. Trata-se da gravação de Toscanini com a Orquestra Sinfónica da NBC (neste caso o formato é download digital apenas).
No que diz respeito às integrais mais recentes e que posso recomendar como sendo de qualidade gostaria de vos propor várias alternativas. Sem ordem de preferência temos as seguintes alternativas: Bernard Haitink com a London Symphony Orchestra (apenas em formato digital), Simon Rattle com a Filarmónica de Viena (de novo) e por fim Robert Chailly com a Gewandaus de Leipzig.
No que diz respeito às gravações obra a obra vejamos então por ordem.
Sinfonia nº 1 : Propomos uma gravação de 1964 por George Szell com a Orquestra Sinfónica de Cleveland.
Aliás a este propósito convém referir que esta também não seria uma má opção para a alternativa das integrais mas dentro das gravações com menos qualidade sonora preferi destacar a de Toscanini.
Sinfonia nº 2: Para esta Sinfonia recomendamos uma gravação que está no nosso conjunto de integrais precisamente aquela que acabamos de referir, a gravação que faz parte da Integral de Toscanini.
Sinfonia nº 3: A terceira sinfonia é um caso muito especial. É uma obra charneira nas sinfonias de Beethoven ao mesmo tempo clássica mas contendo já os primeiros pingos de um romantismo nascente. Por esta razão uma boa interpretação desta obra não pode ceder à tentação de cair numa efervescência total de sentimentos mas também não pode interpretar esta obra como se de uma Sinfonia Clássica se tratasse. Esse equilíbrio difícil parece-me conseguido com a gravação de Gardiner e a Orquestra Revolucionária e Romântica. Interpretada em instrumentos de época e com um nome quase perfeito para esta sinfonia ...
A propósito esta mesma orquestra com este maestro gravou também a integral das sinfonias de Beethoven só que para as sinfonias mais românticas do conjunto sinceramente este agrupamento sabe-me a pouco.
Sinfonia nº 4: Se a Sinfonia nº3 é complicada de interpretar pela dicotomia que apresenta a nº 4, a perfeição da forma não poderia ser mais clássica na sua aparência. Aqui vou optar apesar de tudo o que disse pela interpretação de Karajan na sua integral.
Sinfonia nº 5: Se o destino batesse à porta seria assim a sua batida diz-se. Para muitos esta é a obra que mais influência teve no desenvolvimento da música. A escolha de uma interpretação para uma obra deste calibre e literalmente gravada milhares de vezes não é uma tarefa fácil. Para já poderia dizer-vos que qualquer uma das integrais que vos propus poderia estar aqui. Karajan, Bernstein ou Toscanini só para exemplificar poderiam estar aqui. Resolvi no entanto fazer-vos duas outras sugestões. Em primeiro lugar Furwangler nas gravações realizadas entre 1942 e 1944 com a Filarmónica de Berlim. Depois numa gravação mais recente Carlos Kleiber em 1974 com a Filarmónica de Viena.
Sinfonia nº 6: Depois do destino a "Pastoral", uma obra que se diria o produto de um homem feliz (embora curiosamente esta sinfonia possa ter sido composta em simultâneo com a nº 5. Uma obra ideal para a introspecção não para as grandes manifestações de emoção. Vou propor-vos um maestro que ainda não tinha mencionado nestas nossas recomendações, Karl Bohm com a Filarmónica de Viena de novo.
Sinfonia nº 7: Conhecida sobretudo pelo segundo andamento, aquele andante de partir autenticamente o coração mais insensível não deixa de ter também um quarto andamento que já foi apelidado a "apoteose da dança". Confesso-vos que hesitei bastante antes de vos recomendar uma gravação. Porém após alguma reflexão aqui fica a sugestão: Optem pela versão de Karajan com a Filarmónica de Berlim.
Sinfonia nº 8: Para esta sinfonia uma das menos consideradas e interpretadas (curiosamente Beethoven pensava que a oitava era melhor que a sétima) escolhemos um outro maestro de quem poderiamos também ter proposto a integral como o exemplo de uma interpretação moderna. Trata-se de Daniel Barenboim com Staatkapelle de Berlim.
Sinfonia nº 9: Se todas as escolhas que fiz até aqui são escolhas pessoais esta ultima é a mais pessoal de todas elas. Para mim não existe Nona Sinfonia de Beethoven sem Bernstein. E qual gravação? A de Berlim já sem muro com músicos de várias orquestras alemãs pelo seu significado histórico. Poderão dizer-me que tecnicamente e artisticamente haverá melhores gravações e interpretações. Eventualmente sim. Acontece que para mim o local e a circunstância também contam ...
Em primeiro lugar quero dividir esta questão em duas partes. Primeiro maestros ou Orquestras que tenham realizado gravações integrais das Nove Sinfonias e neste caso avaliamos essas gravações como um todo. Há sempre umas melhores, outras piores até porque no caso de Beethoven temos nitidamente dois períodos totalmente diferentes que se misturam e que tornam esta resposta particularmente difícil.
Nas gravações integrais pessoalmente conheço razoavelmente bem duas e ouvi partes de algumas outras (também vos vou falar delas caso as prefiram não as vou comparar porque não as conheço suficientemente bem). As duas que conheço bem são as de Karajan (com a Filarmónica de Berlim) e de Bernstein (com a Filarmónica de Viena). entre as duas há certamente uma guerra de partidários tão forte como uma espécie de Sporting/Benfica (leitores brasileiros adaptem para Fla/Flu ou qualquer outra rivalidade, leitores americanos vamos para os Lakers/Celtics). Apesar disso vou tomar partido por uma delas: A de Bernstein. Não porque considere qualquer um dos maestros superior mas porque penso que a leitura de Bernstein é um pouco mais equilibrada, Karajan é muito mais romântico e isso nas primeiras três/quatro sinfonias não está certo.
A beleza do mundo moderno é que podem adquirir qualquer uma destas integrais facilmente e por um preço bastante razoável (tratando-se de 9 obras completas) na Amazon. Aqui ficam os dois:
No que diz respeito às integrais que não conheço tão bem existe uma que antecede as duas de que vos falei e que para além do valor musical tem também um valor histórico. Trata-se da gravação de Toscanini com a Orquestra Sinfónica da NBC (neste caso o formato é download digital apenas).
No que diz respeito às integrais mais recentes e que posso recomendar como sendo de qualidade gostaria de vos propor várias alternativas. Sem ordem de preferência temos as seguintes alternativas: Bernard Haitink com a London Symphony Orchestra (apenas em formato digital), Simon Rattle com a Filarmónica de Viena (de novo) e por fim Robert Chailly com a Gewandaus de Leipzig.
No que diz respeito às gravações obra a obra vejamos então por ordem.
Sinfonia nº 1 : Propomos uma gravação de 1964 por George Szell com a Orquestra Sinfónica de Cleveland.
Aliás a este propósito convém referir que esta também não seria uma má opção para a alternativa das integrais mas dentro das gravações com menos qualidade sonora preferi destacar a de Toscanini.
Sinfonia nº 2: Para esta Sinfonia recomendamos uma gravação que está no nosso conjunto de integrais precisamente aquela que acabamos de referir, a gravação que faz parte da Integral de Toscanini.
Sinfonia nº 3: A terceira sinfonia é um caso muito especial. É uma obra charneira nas sinfonias de Beethoven ao mesmo tempo clássica mas contendo já os primeiros pingos de um romantismo nascente. Por esta razão uma boa interpretação desta obra não pode ceder à tentação de cair numa efervescência total de sentimentos mas também não pode interpretar esta obra como se de uma Sinfonia Clássica se tratasse. Esse equilíbrio difícil parece-me conseguido com a gravação de Gardiner e a Orquestra Revolucionária e Romântica. Interpretada em instrumentos de época e com um nome quase perfeito para esta sinfonia ...
A propósito esta mesma orquestra com este maestro gravou também a integral das sinfonias de Beethoven só que para as sinfonias mais românticas do conjunto sinceramente este agrupamento sabe-me a pouco.
Sinfonia nº 4: Se a Sinfonia nº3 é complicada de interpretar pela dicotomia que apresenta a nº 4, a perfeição da forma não poderia ser mais clássica na sua aparência. Aqui vou optar apesar de tudo o que disse pela interpretação de Karajan na sua integral.
Sinfonia nº 5: Se o destino batesse à porta seria assim a sua batida diz-se. Para muitos esta é a obra que mais influência teve no desenvolvimento da música. A escolha de uma interpretação para uma obra deste calibre e literalmente gravada milhares de vezes não é uma tarefa fácil. Para já poderia dizer-vos que qualquer uma das integrais que vos propus poderia estar aqui. Karajan, Bernstein ou Toscanini só para exemplificar poderiam estar aqui. Resolvi no entanto fazer-vos duas outras sugestões. Em primeiro lugar Furwangler nas gravações realizadas entre 1942 e 1944 com a Filarmónica de Berlim. Depois numa gravação mais recente Carlos Kleiber em 1974 com a Filarmónica de Viena.
Sinfonia nº 6: Depois do destino a "Pastoral", uma obra que se diria o produto de um homem feliz (embora curiosamente esta sinfonia possa ter sido composta em simultâneo com a nº 5. Uma obra ideal para a introspecção não para as grandes manifestações de emoção. Vou propor-vos um maestro que ainda não tinha mencionado nestas nossas recomendações, Karl Bohm com a Filarmónica de Viena de novo.
Sinfonia nº 7: Conhecida sobretudo pelo segundo andamento, aquele andante de partir autenticamente o coração mais insensível não deixa de ter também um quarto andamento que já foi apelidado a "apoteose da dança". Confesso-vos que hesitei bastante antes de vos recomendar uma gravação. Porém após alguma reflexão aqui fica a sugestão: Optem pela versão de Karajan com a Filarmónica de Berlim.
Sinfonia nº 8: Para esta sinfonia uma das menos consideradas e interpretadas (curiosamente Beethoven pensava que a oitava era melhor que a sétima) escolhemos um outro maestro de quem poderiamos também ter proposto a integral como o exemplo de uma interpretação moderna. Trata-se de Daniel Barenboim com Staatkapelle de Berlim.
Sinfonia nº 9: Se todas as escolhas que fiz até aqui são escolhas pessoais esta ultima é a mais pessoal de todas elas. Para mim não existe Nona Sinfonia de Beethoven sem Bernstein. E qual gravação? A de Berlim já sem muro com músicos de várias orquestras alemãs pelo seu significado histórico. Poderão dizer-me que tecnicamente e artisticamente haverá melhores gravações e interpretações. Eventualmente sim. Acontece que para mim o local e a circunstância também contam ...
domingo, 13 de janeiro de 2013
Mozart - As obras de música sacra
Na nossa lista das melhores 100 obras de música clássica tínhamos incluído uma única obra de música sacra de Mozart e escolhemos para essa representação o Requiem em Ré Menor (K. 626) deixado incompleto sem dúvida a ultima obra em que trabalhou. Já abordamos também recentemente a versão do musicólogo Robert Levin pelo que não temos muito mais a dizer sobre esta obra em particular.
Fazendo um pouco de batota resolvemos no entanto juntar à nossa lista outras três obras de música sacra compostas por Mozart e que também já mereceram a nossa atenção em tempos idos. Em primeiro lugar a Missa em Dó Menor (K. 427) ela também uma obra infelizmente incompleta.Composta entre 1782 e 1783 e estreada em Salzburgo a 26 de Outubro de 1783 faltam-lhe várias partes sendo que outras carecem de reconstrução editorial. Para perceberem porque razão esta obra tem de estar na nossa lista basta ouvir uma parte do Credo "Et Incarnatus Est" que neste caso proponho interpretado por Barbara Hendricks
Uma das outras obras de música sacra de Mozart que pensamos deverão mesmo ouvir sobre pena de estarem a perder algo de definitivamente sublime é o Ave Verum Corpus (K. 618) uma obra composta escassos seis meses antes de falecer para o seu amigo Anton Stoll neste caso proponho uma interpretação dirigida por Leonard Bernstein coro e Orquestra da Rádio da Baviera.
Por fim a terceira obra para além do requiem que poderia estar na nossa lista das 100 melhores músicas clássicas seria a Missa Breve em Dó Maior (K. 317) composta em 1779. Interpretação com o Coro e Orquestra Gulbenkian.
Fazendo um pouco de batota resolvemos no entanto juntar à nossa lista outras três obras de música sacra compostas por Mozart e que também já mereceram a nossa atenção em tempos idos. Em primeiro lugar a Missa em Dó Menor (K. 427) ela também uma obra infelizmente incompleta.Composta entre 1782 e 1783 e estreada em Salzburgo a 26 de Outubro de 1783 faltam-lhe várias partes sendo que outras carecem de reconstrução editorial. Para perceberem porque razão esta obra tem de estar na nossa lista basta ouvir uma parte do Credo "Et Incarnatus Est" que neste caso proponho interpretado por Barbara Hendricks
Uma das outras obras de música sacra de Mozart que pensamos deverão mesmo ouvir sobre pena de estarem a perder algo de definitivamente sublime é o Ave Verum Corpus (K. 618) uma obra composta escassos seis meses antes de falecer para o seu amigo Anton Stoll neste caso proponho uma interpretação dirigida por Leonard Bernstein coro e Orquestra da Rádio da Baviera.
Por fim a terceira obra para além do requiem que poderia estar na nossa lista das 100 melhores músicas clássicas seria a Missa Breve em Dó Maior (K. 317) composta em 1779. Interpretação com o Coro e Orquestra Gulbenkian.
sábado, 12 de janeiro de 2013
Votações - Uma suspensa e uma que continua
Estimados leitores, como eventualmente poderão ter constatado a votação para blog do ano encontra-se suspensa até dia 14. Depois dessa data voltaremos a lembrar-vos da absoluta necessidade de votar.
Temos no entanto uma outra votação que continua e que é a escolha da vossa Sinfonia de Mozart preferida. Relembro que vos dei 4 alternativas sendo que neste momento a Sinfonia Concertante com 7 votos em 14 segue relativamente isolada. Não se esqueçam de consultar o Guia de Votação e sobretudo de ouvirem estas sinfonias porque a vossa recompensa auditiva será imediata !
O post sobre a melhor sinfonia de Mozart resulta da "Melhor Pesquisa da Semana" que irá voltar amanhã com um novo tema (ainda não o seleccionei). Hoje posso já anunciar-vos que nos iremos debruçar sobre as obras de música sacra de Mozart pelo que teremos um belo final de dia.
Temos no entanto uma outra votação que continua e que é a escolha da vossa Sinfonia de Mozart preferida. Relembro que vos dei 4 alternativas sendo que neste momento a Sinfonia Concertante com 7 votos em 14 segue relativamente isolada. Não se esqueçam de consultar o Guia de Votação e sobretudo de ouvirem estas sinfonias porque a vossa recompensa auditiva será imediata !
O post sobre a melhor sinfonia de Mozart resulta da "Melhor Pesquisa da Semana" que irá voltar amanhã com um novo tema (ainda não o seleccionei). Hoje posso já anunciar-vos que nos iremos debruçar sobre as obras de música sacra de Mozart pelo que teremos um belo final de dia.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Hoje foi dia de Diapason
Hoje foi dia de compra da Diapason. Neste mês de Janeiro o tema de capa é Verdi materializado com um magnifico artigo sobre as 30 óperas do compositor numa cronologia enriquecida com elementos históricos e musicais relevantes. Além disso uma discografia recomendada tornam este artigo verdadeiramente interessante para quem queira conhecer melhor o compositor Italiano.
Devo dizer-vos que além do tema de capa a revista contém ainda outros dois artigos de fundo que gostaria de salientar. O primeiro um resumo de várias propostas de discos de música clássica para crianças e uma homenagem a Elliot Carter o compositor americano recentemente falecido (com mais de 100 anos note-se e em plena actividade).
Por uma vez vou ainda destacar a contra-capa, publicidade claro está. E destaco-a porque nessa contracapa ficamos a saber que teremos em 2013 uma edição pela Onyx das Sonatas para violino e piano de Mozart por Maria João Pires e Augustin Dumay, final de 2013 para ser preciso. Ficamos impacientemente à espera.
Devo dizer-vos que além do tema de capa a revista contém ainda outros dois artigos de fundo que gostaria de salientar. O primeiro um resumo de várias propostas de discos de música clássica para crianças e uma homenagem a Elliot Carter o compositor americano recentemente falecido (com mais de 100 anos note-se e em plena actividade).
Por uma vez vou ainda destacar a contra-capa, publicidade claro está. E destaco-a porque nessa contracapa ficamos a saber que teremos em 2013 uma edição pela Onyx das Sonatas para violino e piano de Mozart por Maria João Pires e Augustin Dumay, final de 2013 para ser preciso. Ficamos impacientemente à espera.
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Mozart - Concertos para Piano nº 20, nº 21 e nº 23
Em aproximadamente dois anos (entre 1784 e 1786) Mozart então em Viena escreveu 12 dos seus 27 concertos para Piano entre os quais se encontram algumas das suas obras primas. Escolher entre estes concertos um (ou mais) para figurar na nossa lista de 100 obras não é uma tarefa fácil. Ainda assim consegui limitar a escolha a 3 exemplos o que é uma pequena liberdade poética que nos permite estender um pouco a nossa lista além das 100 !
O primeiro que escolho é o No. 20 em Ré Menor (K. 466) composto em 1785 estreado a 11 de Fevereiro de 1785 com o próprio Mozart no papel de solista. Trata-se de um concerto em três andamentos obviamente embora o contraste andamento rápido-lneto-rápido do formato tradicional do concerto seja neste caso um pouco menos marcado pois o segundo andamento marcado como "Romanze" tem ele próprio uma natureza relativamente contrastante começando calmo mas depois tornando-se agitado e rápido para depois voltar à calma inicial. Esta melodia do segundo andamento é uma das mais conhecidas de Mozart (podem ouvir no exemplo que escolhi a partir daqui)
Escolhendo o nº 20 dificilmente poderia não seleccionar também o nº 21 aliás aquele que tinha sugerido na minha listagem inicial das 100 obras. Este concerto em Dó Maior foi composto um mês após o nº 20 contrastando pela natureza expansiva e alegre da tonalidade escolhida, pelas melodias encantadoras do primeiro andamento e pelo famoso segundo andamento (que podem ouvir a partir daqui), certamente um dos extractos mais conhecidos de Mozart. Infelizmente o terceiro andamento não atinge o nível dos dois primeiros porque caso contrário teríamos aqui uma obra perfeita.
Por fim para não ficarmos em apenas dois exemplos teria ainda de escolher o nº 23 em Lá Maior (K. 488) terminado em Março de 1786. Neste caso a razão da nossa escolha prende-se essencialmente com o segundo andamento verdadeiramente pungente. Podem ouvir este segundo andamento a partir daqui.
O primeiro que escolho é o No. 20 em Ré Menor (K. 466) composto em 1785 estreado a 11 de Fevereiro de 1785 com o próprio Mozart no papel de solista. Trata-se de um concerto em três andamentos obviamente embora o contraste andamento rápido-lneto-rápido do formato tradicional do concerto seja neste caso um pouco menos marcado pois o segundo andamento marcado como "Romanze" tem ele próprio uma natureza relativamente contrastante começando calmo mas depois tornando-se agitado e rápido para depois voltar à calma inicial. Esta melodia do segundo andamento é uma das mais conhecidas de Mozart (podem ouvir no exemplo que escolhi a partir daqui)
Escolhendo o nº 20 dificilmente poderia não seleccionar também o nº 21 aliás aquele que tinha sugerido na minha listagem inicial das 100 obras. Este concerto em Dó Maior foi composto um mês após o nº 20 contrastando pela natureza expansiva e alegre da tonalidade escolhida, pelas melodias encantadoras do primeiro andamento e pelo famoso segundo andamento (que podem ouvir a partir daqui), certamente um dos extractos mais conhecidos de Mozart. Infelizmente o terceiro andamento não atinge o nível dos dois primeiros porque caso contrário teríamos aqui uma obra perfeita.
Por fim para não ficarmos em apenas dois exemplos teria ainda de escolher o nº 23 em Lá Maior (K. 488) terminado em Março de 1786. Neste caso a razão da nossa escolha prende-se essencialmente com o segundo andamento verdadeiramente pungente. Podem ouvir este segundo andamento a partir daqui.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Blog do Ano
Estimados Leitores
Tal como o ano passado este blog participa na excelente iniciativa do Aventar para a eleição do Blog do Ano. Estamos na categoria Música obviamente onde contamos com excelente companhia. Espero que votem no Diz que não gosta de música clássica.
Votação nesta página (fazer scroll até à categoria Música).
Podem votar uma vez por dia !
NOTA: VOTAÇÃO SUSPENSA ATÉ DIA 14 . VOLTAREMOS A AVISAR QUANDO FOR POSSÌVEL VOTAR.
Tal como o ano passado este blog participa na excelente iniciativa do Aventar para a eleição do Blog do Ano. Estamos na categoria Música obviamente onde contamos com excelente companhia. Espero que votem no Diz que não gosta de música clássica.
Votação nesta página (fazer scroll até à categoria Música).
Podem votar uma vez por dia !
NOTA: VOTAÇÃO SUSPENSA ATÉ DIA 14 . VOLTAREMOS A AVISAR QUANDO FOR POSSÌVEL VOTAR.
domingo, 6 de janeiro de 2013
Afinal a ignorância também não conhece fronteiras
No seu blog The Rest is Noise que citamos frequentemente Alex Ross escandaliza-se pelo facto de numa review anual de músicos que faleceram no presente ano feita pelo New York Times Magazine, edição que consiste numa colagem das músicas que estes protagonizaram, não constar nenhum músico de música clássica sobretudo diz ele num ano em que perdemos vultos como Fischer-Dieskau só para dar um exemplo.
Porque Alex Ross é um critico influente os editores responderam-lhe mas as emendas e as justificações foram piores que o soneto. Vale a pena ler para constatar que afinal a ignorância e a vil cedência às aparências da relevância mediática como se não houvesse lugar para mais nada não se passa só por aqui.
Por isso é que a crise que vivemos não é apenas nossa é global. É uma crise que resulta da falta de outro critério que não seja o do sucesso imediato e de pacotilha. E falo da música mas não só porque como no filme, além de chapéus também há muitas embalagens bonitas e plásticos que escondem a falta de substância em muitas outras áreas.
Como no subtítulo deste blog, a única música que precisa de embalagem é a de plástico, diria filosoficamente que a única politica que precisa do mesmo é também ela a de plástico. O problema meus amigos é que distinguir a embalagem do resto dá trabalho e valha a verdade infelizmente na música como na politica nos deixamos iludir demasiadas vezes com o bonito laço colorido.
Porque Alex Ross é um critico influente os editores responderam-lhe mas as emendas e as justificações foram piores que o soneto. Vale a pena ler para constatar que afinal a ignorância e a vil cedência às aparências da relevância mediática como se não houvesse lugar para mais nada não se passa só por aqui.
Por isso é que a crise que vivemos não é apenas nossa é global. É uma crise que resulta da falta de outro critério que não seja o do sucesso imediato e de pacotilha. E falo da música mas não só porque como no filme, além de chapéus também há muitas embalagens bonitas e plásticos que escondem a falta de substância em muitas outras áreas.
Como no subtítulo deste blog, a única música que precisa de embalagem é a de plástico, diria filosoficamente que a única politica que precisa do mesmo é também ela a de plástico. O problema meus amigos é que distinguir a embalagem do resto dá trabalho e valha a verdade infelizmente na música como na politica nos deixamos iludir demasiadas vezes com o bonito laço colorido.
A pesquisa da Semana (#01 de 2013) -. Qual a melhor Sinfonia de Mozart?
Bom de todas as pesquisas que foram feitas no site no total de 192 eleger uma não é fácil. Muitas houve que tiveram a sua resposta imediata porque foram sobre listas de músicos ou de maestros ou de obras, tudo coisas que já estão publicadas e que por isso esperamos que tenham sido apreciadas.
Das que não obtiveram resposta porque simplesmente nunca abordei esse assunto a que chamou a minha atenção foi: Qual a melhor sinfonia de Mozart ?
Em primeiro lugar convirá referir que Mozart compôs um número indeterminado de sinfonias. Este número é indeterminado por duas razões: Em primeiro lugar algumas sinfonias que lhe são ainda atribuídas são de origem discutível. Em segundo lugar existem alguma sinfonias que se crê terem sido efectivamente compostas mas cujas partituras estão perdidas. Em terceiro lugar e por fim existem alguma obras incompletas.
Feitas as contas Mozart não chega a Haydn e as suas 106 Sinfonias mas ultrapassa largamente Beethoven e as suas nove. Diremos prudentemente que Mozart terá composto entre 40 a 50 Sinfonias. Mozart compôs a sua primeira Sinfonia K. 16 com apenas 8 anos. Não é um erro tipográfico eu escrevi mesmo OITO anos. Em três andamentos apenas (portanto ainda sem a forma que viria a caracterizar definitivamente o género) mas já uma obra notável. São apenas cerca de 12 minutos de música, portanto longe ainda da duração "normal" deste tipo de obra mas ainda assim, ainda assim ...
A ultima que Mozart compôs data de 1788 mas desta obra iremos falar daqui a pouco porque faz parte da nossa lista de 4 recomendações sinfónicas de Mozart.
Estabelecidos os limites com a primeira e da ultima obra concebidas voltemos então à questão que nos atormenta, qual a melhor? Na verdade não conseguimos responder com uma única obra mas antes com um conjunto de 4 que são todas dignas de figurar num top de Sinfonias. Notem ainda que iremos nesta lista considerar uma obra que tecnicamente não é uma Sinfonia mas também não é propriamente um concerto e logo ...
Na nossa lista de Sinfonias de Mozart a não perder a primeira a merecer esse epíteto seria a Sinfonia nº 38 (K. 504) denominada normalmente como a Sinfonia de Praga dado ter sido composta em 1786 e estreada em 1787 em Praga umas semanas após a estreia da ópera bufa Le Nozze de Figaro. É uma sinfonia em três andamentos num esquema semelhante á forma de "concerto" com um primeiro andamento rápido (embora com uma introdução lenta) seguido de um andamento lento para terminar com um presto. Tal como acontecia na época a obra não possui grande consistência em termos de conjunto sendo claro que algumas ideias foram importadas de outras obras.
A segunda sinfonia que proporíamos para as melhores Sinfonias de Mozart seria a Sinfonia Nº 40 ou a Grande Sinfonia em Sol Menor (K. 550) assim chamada para a distinguir da única outra sinfonia também numa tonalidade menor (Sinfonia nº 25 - K. 183). O inicio desta sinfonia é tão conhecido que dificilmente não o terão ouvido pelo menos uma vez ainda que não sabendo tratar-se desta obra. Por isso antes de continuarem a ler oiçam a melodia que estabelece desde logo o seu carácter; nas palavras do recém falecido Charles Rosen : "Uma obra de paixão, violência e dor". A obra foi composta em 1788 e embora exista o mito que poderia nunca ter sido ouvida pelo compositor na verdade o facto de existirem revisões à mesma demonstra quase que inequivocamente que o compositor teve na verdade oportunidade de ouvir a sua obra interpretada. É uma sinfonia em quatro andamentos no formato canónico para uma sonata do período clássico. Um primeiro andamento rápido em forma de Sonata, um segundo andamento lento, o terceiro andamento um minueto com trio para terminar quarto andamento rápido neste caso marcado Allegro Assai. Sem prejuízo do resto da Sinfonia mesmo eu que não sou propriamente um fã de Mozart devo dizer-vos que o primeiro andamento desta Sinfonia está entre os meus preferidos. A intensidade dramática conseguida pela repetição do tema com pequenas variações cada uma delas mais triste que a anterior é simplesmente genial. Gozem agora a Sinfonia completa, são cerca de 30 minutos de perfeição.
A terceira Sinfonia que vos diria que colocaria na lista das melhores de Mozart é a Sinfonia imediatamente seguinte Sinfonia nº 41 (Júpiter) nome que não é de Mozart mas do editor o famoso Johann Salomon de que falamos a propósito de Haydn. Embora o inicio não seja tão facilmente identificável como no caso anterior estou seguro que se trata de uma obra que também conhecem porque continua a ser tal como a anterior muito frequentemente interpretada. A K. 551 é composta também por 4 andamentos na mesma disposição clássica. Um dos temas do primeiro andamento é daquelas melodias que não nos sai da cabeça uma vez que os ouvimos. Estreada também em 1788 esta obra é a ultima Sinfonia escrita por Mozart antecendendo em menos de 2 anos a sua morte. Vale a pena ouvi-la na sua totalidade.
A quarta obra que coloco nesta lista é uma pequena liberdade poética dado que se trata de um género misto entre o concerto para um instrumento solista e a sinfonia em que não existe instrumento solista. Trata-se da Sinfonia Concertante para Violino, Viola e Orquestra (K. 364) composta em 1779 em três andamentos no formato canónico de um concerto do período clássico. Embora existam dois instrumentos solistas a verdade é que a sua predominância não é tão grande como nos Concertos normais daí esta ser considerada uma forma híbrida entre a Sinfonia e o Concerto. Deixo-vos com uma versão completa desta Sinfonia.
E agora qual destas quatro será a melhor? Pois não sei ... Se tivesse de escolher apenas uma se fosse pelo conjunto escolheria a Sinfonia Concertante. Se pudesse escolher um andamento apenas escolheria o primeiro da Nº 40. Estando à espera que termine a preparação da próxima grande votação vamos colocar este tópico à vossa consideração. Destas quatro Sinfonias de Mozart qual consideram a melhor? Ou a vossa escolha seria outra? A votação vai ser colocada de imediato ...
Das que não obtiveram resposta porque simplesmente nunca abordei esse assunto a que chamou a minha atenção foi: Qual a melhor sinfonia de Mozart ?
Em primeiro lugar convirá referir que Mozart compôs um número indeterminado de sinfonias. Este número é indeterminado por duas razões: Em primeiro lugar algumas sinfonias que lhe são ainda atribuídas são de origem discutível. Em segundo lugar existem alguma sinfonias que se crê terem sido efectivamente compostas mas cujas partituras estão perdidas. Em terceiro lugar e por fim existem alguma obras incompletas.
Feitas as contas Mozart não chega a Haydn e as suas 106 Sinfonias mas ultrapassa largamente Beethoven e as suas nove. Diremos prudentemente que Mozart terá composto entre 40 a 50 Sinfonias. Mozart compôs a sua primeira Sinfonia K. 16 com apenas 8 anos. Não é um erro tipográfico eu escrevi mesmo OITO anos. Em três andamentos apenas (portanto ainda sem a forma que viria a caracterizar definitivamente o género) mas já uma obra notável. São apenas cerca de 12 minutos de música, portanto longe ainda da duração "normal" deste tipo de obra mas ainda assim, ainda assim ...
A ultima que Mozart compôs data de 1788 mas desta obra iremos falar daqui a pouco porque faz parte da nossa lista de 4 recomendações sinfónicas de Mozart.
Estabelecidos os limites com a primeira e da ultima obra concebidas voltemos então à questão que nos atormenta, qual a melhor? Na verdade não conseguimos responder com uma única obra mas antes com um conjunto de 4 que são todas dignas de figurar num top de Sinfonias. Notem ainda que iremos nesta lista considerar uma obra que tecnicamente não é uma Sinfonia mas também não é propriamente um concerto e logo ...
Na nossa lista de Sinfonias de Mozart a não perder a primeira a merecer esse epíteto seria a Sinfonia nº 38 (K. 504) denominada normalmente como a Sinfonia de Praga dado ter sido composta em 1786 e estreada em 1787 em Praga umas semanas após a estreia da ópera bufa Le Nozze de Figaro. É uma sinfonia em três andamentos num esquema semelhante á forma de "concerto" com um primeiro andamento rápido (embora com uma introdução lenta) seguido de um andamento lento para terminar com um presto. Tal como acontecia na época a obra não possui grande consistência em termos de conjunto sendo claro que algumas ideias foram importadas de outras obras.
A segunda sinfonia que proporíamos para as melhores Sinfonias de Mozart seria a Sinfonia Nº 40 ou a Grande Sinfonia em Sol Menor (K. 550) assim chamada para a distinguir da única outra sinfonia também numa tonalidade menor (Sinfonia nº 25 - K. 183). O inicio desta sinfonia é tão conhecido que dificilmente não o terão ouvido pelo menos uma vez ainda que não sabendo tratar-se desta obra. Por isso antes de continuarem a ler oiçam a melodia que estabelece desde logo o seu carácter; nas palavras do recém falecido Charles Rosen : "Uma obra de paixão, violência e dor". A obra foi composta em 1788 e embora exista o mito que poderia nunca ter sido ouvida pelo compositor na verdade o facto de existirem revisões à mesma demonstra quase que inequivocamente que o compositor teve na verdade oportunidade de ouvir a sua obra interpretada. É uma sinfonia em quatro andamentos no formato canónico para uma sonata do período clássico. Um primeiro andamento rápido em forma de Sonata, um segundo andamento lento, o terceiro andamento um minueto com trio para terminar quarto andamento rápido neste caso marcado Allegro Assai. Sem prejuízo do resto da Sinfonia mesmo eu que não sou propriamente um fã de Mozart devo dizer-vos que o primeiro andamento desta Sinfonia está entre os meus preferidos. A intensidade dramática conseguida pela repetição do tema com pequenas variações cada uma delas mais triste que a anterior é simplesmente genial. Gozem agora a Sinfonia completa, são cerca de 30 minutos de perfeição.
A terceira Sinfonia que vos diria que colocaria na lista das melhores de Mozart é a Sinfonia imediatamente seguinte Sinfonia nº 41 (Júpiter) nome que não é de Mozart mas do editor o famoso Johann Salomon de que falamos a propósito de Haydn. Embora o inicio não seja tão facilmente identificável como no caso anterior estou seguro que se trata de uma obra que também conhecem porque continua a ser tal como a anterior muito frequentemente interpretada. A K. 551 é composta também por 4 andamentos na mesma disposição clássica. Um dos temas do primeiro andamento é daquelas melodias que não nos sai da cabeça uma vez que os ouvimos. Estreada também em 1788 esta obra é a ultima Sinfonia escrita por Mozart antecendendo em menos de 2 anos a sua morte. Vale a pena ouvi-la na sua totalidade.
A quarta obra que coloco nesta lista é uma pequena liberdade poética dado que se trata de um género misto entre o concerto para um instrumento solista e a sinfonia em que não existe instrumento solista. Trata-se da Sinfonia Concertante para Violino, Viola e Orquestra (K. 364) composta em 1779 em três andamentos no formato canónico de um concerto do período clássico. Embora existam dois instrumentos solistas a verdade é que a sua predominância não é tão grande como nos Concertos normais daí esta ser considerada uma forma híbrida entre a Sinfonia e o Concerto. Deixo-vos com uma versão completa desta Sinfonia.
E agora qual destas quatro será a melhor? Pois não sei ... Se tivesse de escolher apenas uma se fosse pelo conjunto escolheria a Sinfonia Concertante. Se pudesse escolher um andamento apenas escolheria o primeiro da Nº 40. Estando à espera que termine a preparação da próxima grande votação vamos colocar este tópico à vossa consideração. Destas quatro Sinfonias de Mozart qual consideram a melhor? Ou a vossa escolha seria outra? A votação vai ser colocada de imediato ...
sábado, 5 de janeiro de 2013
Obra de Piano Solo Preferida - Resultado Final
Chegamos ao fim desta votação e por isso os 10 primeiros vão passar a fazer parte da nossa lista dos 10 mais preferidos. Tivemos um total de 466 votos o que me deixa bastante feliz. Apenas consigo estimar o número de votantes que deverá ter sido certamente superior a 100.
Dos resultados apenas direi que tenho pena que Mendelssohn e Brahms e sobretudo Mozart tenham ficado fora do Top 10 mas a democracia é assim. Nos casos em que existiu empate exerci o direito de voto de qualidade do editor :-)
Espero que continuem a consultar o nosso Guia de Votação para conhecerem melhor estas obras.
- Chopin - Nocturnos ..........................46 (+4)
- Beethoven - Patética, Appassionata, Ao Luar. 32 (+2)
- Bach - Variações Goldberg ...................30 (+5)
- Beethoven - Ultimas Sonatas .................27 (+4)
- Satié - Gnossienes, Gymnopédies .............26 (+2)
- Debussy - Suite Bergamasque .................25 (+1)
- Chopin - Polonaises .........................22 (+2)
- Rachmaninoff - Sonatas ......................21 (+1)
- Albeniz - Ibéria ............................21 (+2)
- Schumann - Carnaval .........................21 (+2)
- Mendelssohn - Canções sem palavras ..........19 (+2)
- Mozart - Sonatas para Piano .................18 (+1)
- Brahms - Intermezzi .........................17 (+1)
- Bach - Fugas e Tocattas .....................14 (+1)
- Scarlatti - Sonatas para Teclas .............14 (0)
- Liszt - Rapsódias Húngaras ..................14 (+2)
- Liszt - Sonatas .............................12 (+1)
- Bach - Cravo bem Temperado ..................12 (+3)
- Chopin - Valsas e Mazurkas ..................12 (+2)
- Schubert - Sonatas para Piano ................9 (+2)
- Schostakovich - 24 Prelúdios e Fugas .........8 (+1)
- Prokofiev - Sonatas nº 6 e nº 7 ..............7 (+1)
- Chopin - Études ..............................7 (+1)
- Chopin - Sonatas .............................7 (+1)
- Beethoven - Hammerklavier ....................5 (+1)
Mozart - Flauta Mágica (Segunda Parte)
A primeira parte deste post pode ser lida em Mozart - Flauta Mágica.
No segundo acto os membros da ordem de Osiris dizem a Sarastro que Tamino está pronto para prestar prova de que é digno de Pamina. Sarastro revela que raptou Pamina para que esta possa casa com Tamino.
Na segunda cena Tamino e Papageno apresentam-se para prestar provas e os membros da ordem perguntam-lhe "O que procuram", Tamino responde Luz, Conhecimento e Amor. Resistem depois a primeira tentação
Na terceira cena Pamina estando a dormir Monostatos tenta força-la. A rainha da noite aparece e revela as suas verdadeiras intenções dando um punhal a Pamina para que esta mate Sarastro. Monostatos tenta então chantegear Pamina ameaçando contar a Sarastro as intenções da Raínha da Noite.
Na quarta cena continuam as provas de Tamino e Papageno que sabem que devem manter o silêncio. Papageno não resiste e fala com Papagena, Tamino porém apesar da presença de Pamina mantém-se sem falar o que a leva ao desespero.
Os sacerdotes da Ordem de Osiris revelam o seu contentamento por Tamino ter passado as provas com distinção. Pamina no entanto contempla o suicídio por pensar que Tamino já não a ama. Três crianças-dissuadem-na e levam-na até Pamino com quem é autorizada a passar a ultima prova: Não temer a morte. Protegidos pela música da Flauta Mágica passam com distinção.
Monostatos, a Rainha da Noite e as suas três aias tentam incendiar o palácio de Sarastro mas são derrotadas e lançadas para as escuridão eterna.
Podem ver aqui o Segundo Acto .
No segundo acto os membros da ordem de Osiris dizem a Sarastro que Tamino está pronto para prestar prova de que é digno de Pamina. Sarastro revela que raptou Pamina para que esta possa casa com Tamino.
Na segunda cena Tamino e Papageno apresentam-se para prestar provas e os membros da ordem perguntam-lhe "O que procuram", Tamino responde Luz, Conhecimento e Amor. Resistem depois a primeira tentação
Na terceira cena Pamina estando a dormir Monostatos tenta força-la. A rainha da noite aparece e revela as suas verdadeiras intenções dando um punhal a Pamina para que esta mate Sarastro. Monostatos tenta então chantegear Pamina ameaçando contar a Sarastro as intenções da Raínha da Noite.
Na quarta cena continuam as provas de Tamino e Papageno que sabem que devem manter o silêncio. Papageno não resiste e fala com Papagena, Tamino porém apesar da presença de Pamina mantém-se sem falar o que a leva ao desespero.
Os sacerdotes da Ordem de Osiris revelam o seu contentamento por Tamino ter passado as provas com distinção. Pamina no entanto contempla o suicídio por pensar que Tamino já não a ama. Três crianças-dissuadem-na e levam-na até Pamino com quem é autorizada a passar a ultima prova: Não temer a morte. Protegidos pela música da Flauta Mágica passam com distinção.
Monostatos, a Rainha da Noite e as suas três aias tentam incendiar o palácio de Sarastro mas são derrotadas e lançadas para as escuridão eterna.
Podem ver aqui o Segundo Acto .
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Mozart - Flauta Mágica
Este post deveria ter sido o do primeiro dia de 2013 e tinha decidido falar-vos da Flauta Mágica precisamente por causa do poder da referida Flauta de transformar a tristeza em alegria e que segundo o libretto seria capaz de trazer Paz ao Mundo.
A Flauta Mágica é uma opereta em dois actos composta por Mozart em 1791 e estreada a 30 de Setembro de 1791 em Viena sendo actualmente uma das peças deste género mais vezes interpretadas no mundo inteiro, sucesso que aliás se declarou desde a sua estreia.
O libretto escrito por Emanuel Schikaneder (1751–1812) é inspirado no poema Oberon de Christoph Martin Wieland (1733-1813) e conta-nos uma história de forte influência maçónica e que pode ser descrita como a procura do conhecimento e da luz.
Note-se que durante muito tempo se considerou que Mozart apenas teria aceite esta encomenda por não ter conseguido "nada de melhor". Isto porém é ignorar o profundo amor que Mozart tinha pelo teatro em particular pelo teatro popular de origem alemã, dificilmente aliás se teria encontrado um melhor casamento desse ponto de vista.
A obra foi composta por Mozart à medida das capacidade vocais dos executantes da estreia (os elementos da companhia de Emanuel Schikaneder) que Mozart conhecia bem o que explica que existam papeis de dificuldade consideravelmente diferente.
Na primeira cena Tamino, um principe está em perigo perseguido por uma serpente e pede ajuda aos Deuses para o salvarem o que acontece às mãos de três ajudantes da Raínha da Noite. No entanto Tamino desmaia e quando acorda pensa que foi Papageno que entretanto aparece que o salvou. A falsa impressão é rapidamente desfeita pelas três serviçais da Raínha da Noite que reaparecem mostrando a Tamino uma fotografia de Pamina a desaparecida filha da Raínha da Noite e por quem Tamino imediatamente se apaixona. Tamino promete que irá libertar Pamina das garras de Sarastro o feiticeiro de quem Pamina está prisioneira. Tamino recebe a Flauta Mágica que tem o poder de transformar tristeza em alegria.
Na segunda cena já no Palácio de Sarastro Papageno que se juntou à missão do príncipe anuncia a boa noticia a Pamina. Entretanto Pamina e Tamino vêm-se pela primeira vez e beijando-se causando a indignação da corte de Sarastro que diz a Tamino que terá de provar que é digno de Pamina.
Amanhã falar-vos-ei do segundo acto.
A Flauta Mágica é uma opereta em dois actos composta por Mozart em 1791 e estreada a 30 de Setembro de 1791 em Viena sendo actualmente uma das peças deste género mais vezes interpretadas no mundo inteiro, sucesso que aliás se declarou desde a sua estreia.
O libretto escrito por Emanuel Schikaneder (1751–1812) é inspirado no poema Oberon de Christoph Martin Wieland (1733-1813) e conta-nos uma história de forte influência maçónica e que pode ser descrita como a procura do conhecimento e da luz.
Note-se que durante muito tempo se considerou que Mozart apenas teria aceite esta encomenda por não ter conseguido "nada de melhor". Isto porém é ignorar o profundo amor que Mozart tinha pelo teatro em particular pelo teatro popular de origem alemã, dificilmente aliás se teria encontrado um melhor casamento desse ponto de vista.
A obra foi composta por Mozart à medida das capacidade vocais dos executantes da estreia (os elementos da companhia de Emanuel Schikaneder) que Mozart conhecia bem o que explica que existam papeis de dificuldade consideravelmente diferente.
Na primeira cena Tamino, um principe está em perigo perseguido por uma serpente e pede ajuda aos Deuses para o salvarem o que acontece às mãos de três ajudantes da Raínha da Noite. No entanto Tamino desmaia e quando acorda pensa que foi Papageno que entretanto aparece que o salvou. A falsa impressão é rapidamente desfeita pelas três serviçais da Raínha da Noite que reaparecem mostrando a Tamino uma fotografia de Pamina a desaparecida filha da Raínha da Noite e por quem Tamino imediatamente se apaixona. Tamino promete que irá libertar Pamina das garras de Sarastro o feiticeiro de quem Pamina está prisioneira. Tamino recebe a Flauta Mágica que tem o poder de transformar tristeza em alegria.
Na segunda cena já no Palácio de Sarastro Papageno que se juntou à missão do príncipe anuncia a boa noticia a Pamina. Entretanto Pamina e Tamino vêm-se pela primeira vez e beijando-se causando a indignação da corte de Sarastro que diz a Tamino que terá de provar que é digno de Pamina.
Amanhã falar-vos-ei do segundo acto.
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