sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Biografia Domenico Scarlatti

Hoje iremos falar de Domenico Scarlatti, o compositor Italiano convidado para vir para a corte de Portugal conforme vimos no post que escrevemos sobre Carlos Seixas.

VIDA

Domenico Scarlatti nasceu em Nápoles a 26 de Outubro de 1685. Em 1709 foi para Roma ao serviço da princesa Polaca Marie Casimire exilada nessa cidade . Em 1719 veio para Lisboa para ser professor da princesa Maria Barbara tendo ficado na nossa cidade até 1727 voltando a Roma onde se casou pela primeira vez com Catarina Gentilli. Um ando depois mudou-se para Sevilha onde permaneceu quatro anos e onde se diz teve contacto com o flamenco que na opinião de alguns especialistas marca a sua obra.

Muda-se de seguida para Madrid para a corte de Maria Barbara que entretanto se tinha mudado para Madrid em virtude do seu casamento.

Scarlatti fixa residência em Madrid onde acaba por falecer 25 anos depois a 23 de Julho de 1757. Durante este intervalo de tempo Scarlatti acabaria por compôr mais de 500 sonatas e embeber no tecido do barroco Italiano a influência ibérica.

OBRA

Embora Scarlatti tenha composto algumas obras para voz nomeadamente algumas óperas é sem dúvida o seu trabalho para teclas (as tais mais de 500 sonatas) que são mais sigificativas. Na verdade apesar de serem obras nitidamente barrocas e italianas a sua construção e sonoridade é única por ser fortemente influenciada pela musica tradicional ibérica.

Estas sonatas foram fonte de grandes elogios de vários compositores e muitos grandes pianistas. É de um destes pianistas que esolhemos uma interpretação para demonstrar o estilo de Scarlatti. Oiçam Horowitz a interpretar a Sonata L224.

Mais uma recomendação para o fim de semana

Ontem esquecemo-nos nas nossas recomendações de Quinta-Feira (são à quinta para não haver desculpas que não tiveram tempo de preparar o fim de semana e não, em relação ao frio não posso fazer nada, mas de acordo com a previsão do tempo não vai chover ...) deste concerto em Torres Vedras.

Diz-se no blog do Coro Ricercare

O Coro Ricercare tem o prazer de integrar em conjunto com o Coro da Escola Superior de Música de Lisboa, o Coral Odyssea e a Orquestra Filarmónica das Beiras, um concerto a realizar já no próximo dia 2 de Dezembro, Domingo na bonita cidade de Torres Vedras. O programa integra obras de Bach, de Bernstein e de Nuno Corte-Real.

Um concerto a não perder!
Convento de Nossa Senhora da Graça

Praça 25 de Abril - Torres Vedras
Domingo, 2 de Dezembro
15:30


E nós sublinhamos se estiverem na região de Torres Vedras não percam !

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Música ao vivo - As recomendações de quinta-feira

Continuando a tradição vamos começar esta quinta-feira por vos sugerir algumas recomendações músicais para o fim de semana. Continuaremos a cobrir sempre que nos for possível o país inteiro. Se souber de alguma sugestão que queira divulgar não hesite, email para fernando.vasconcelos@gmail.com

Em Leiria no Domingo às 17h com a participação dos alunos de Violino da Escola de Música do Orfeão de Leiria e com a Orquestra os Violinhos não perca um concerto no centro da cidade - "Aldeia de Natal". Sim é uma recomendação de um pai babado, mas garanto alguma imparcialidade ao dizer que vale mesmo a pena ir ver.

Em Lisboa recomendamos a OCCO que tocará Beethoven.

Dados retirados do site cultura.sapo.pt onde poderão obter mais sugestões e informações.
«Ludvig Van Beethoven» - OCCO e Jeong-Won Suh - Alfred Sorichetti dirige
Auditório Municipal Ruy de Carvalho (Carnaxide) 01-12-2007 18h30 Entrada: Preços N/D Reservas: 214408583

Em Espinho onde precisamente poderão ver no Sábado à noite (21:30) a ópera Dido e Eneias de que falamos na passada terça-feira.

Dados retirados do site cultura.sapo.pt onde poderão obter mais sugestões e informações.
«Dido e Eneias» - La Nave Va
Auditório de Espinho 01-12-2007 21h30 Entrada: EUR 5,00 / EUR 3,00 (>65 e <25>


Na Madeira no Forúm cultural do Machico teremos no Domingo a Camarata da Madeira numa noite de Bach.

Dados retirados do site cultura.sapo.pt onde poderão obter mais sugestões e informações.
«Noite de Bach» - pela Madeira Camerata - OCM
Fórum Cultural Machico 02-12-2007 21h00 Entrada: Entrada Livre Reservas: 291969370

Em Évora no Sábado continuam os concertos no Convento dos Remédios. Desta vez propomos um recital de Canto e Piano.

Dados retirados do site cultura.sapo.pt onde poderão obter mais sugestões e informações.
Ana Madalena Moreira e Ian Mikirtoumov - Recital de Canto e Piano
Convento dos Remédios 01-12-2007 18h00 Entrada: Preços N/D

Biografia de Pietro Locatelli

Depois de dois dias com compositores franceses e um inglês voltamos a Itália para falar de Pietro Locatelli.

VIDA

Pietro Locatelli nasceu em Bergamo em 1695. Sabe-se relativamente pouco da sua vida embora seja claro que desde cedo mostrou dotes para tocar Violino. Na verdade sabe-se que aos 16 anos viajou para Roma (e aqui surgem as primeiras dúvidas- há quem afirme que para estudar com Corelli enquanto outros preferem referir Valentini).

Sabe-se que depois dessa estadia tocou em várias cidades e regiões da Europa Veneza (1725), Baviera (1727), Berlim e Kassel (1728).

Em 1729 estabeleceu-se em Amesterdão onde viria a falecer em 1764. Nessa cidade publicou o opus 3 que é provavelmente a sua obra mais mediática tendo antecedido Paganinni nas peças escritas pela simples razão ou justificação da apresentação dos dotes técnicos do violinista.

OBRA

Para ilustrar este compositor escolhemos duas actuações históricas. Vamos poder ouvir e comprar dois dos melhores violinistas de sempre: Oistrack e que vão tocar exactamente a mesma peça para que possam comparar mais uma vez como embora se estejam a tocar exactamente as mesmas notas o sentimento transmitido pode ser diferente. Vamos começar por Oistrack.



Agora continuamos com Henryk Szeryng . A peça que estes dois magnificos interpretes estão a tocar é um dos capricios a que fizemos referência à pouco.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Biografia de Henry Purcell

VIDA

Henry Purcell é possivelmente o compositor nativamente inglês mais significativo do período barroco. Nasceu a 10 de Setembro de 1659. O pai de Purcell era também músico (na corte de Charles II). Orfão muito cedo foi educado pelo tio.

Começa por cantar no coro mas cedo os seus dotes de compositor e organista revelam-se. Durante muito tempo compoe apenas música sacra para em 1689 compor aquela que se julga ser a primeira opera inglesa que aliás nunca foi exibida ao público durante a vida do compositor.

Henry Purcell morreu muito novo (com apenas 36 anos) mas compôs suficiente para ser considerado um dos maiores compositores ingleses de todos os tempos.

OBRA

Purcell compôs uma única ópera Dido & Aeneas baseada no poema Eneida. Para ilustrar esta obra magnifica escolhemos uma interpretação não menos sublime da meio-soprano inglesa Janet Baker. Verdadeiramente de arrepiar.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Biografia de Jean-Philippe Rameau

Com este post de hoje terminamos com os compositores franceses do período barroco. Veja os nossos posts sobre Lully e Couperin para ficar com uma visão ainda que incompleta deste período da música no que diz respeito à produção dos compositores franceses.

VIDA

Jean-Philippe Rameau nasceu a 25 de Setembro de 1683. Embora a sua familia gostasse que ele viesse a exercer a carreira de jurista na verdade Rameau não mostrava grande predisposição para esse tipo de estudos.

O seu pai era organista na irgeeja de Dijon tendo-lhe ensinado a tocar esse instrumento. Anos mais tarde quando Rameau decidiu ser músico este saber foi-lhe muito útil para conseguir o s primeiros empregos como organista.

Em 1706 publica o primeiro livro da arte de tocar cravo tendo começado aí um conjunto de obras práticas e teóricas que embora sejam hoje na sua grande parte um pouco datadas fazem de Rameau um dos primeiros a preocupar-se com a teoria músical.

Faleceu a 12 de Setembro de 1764.

OBRA

Rameau escreveu ele também praticamente todos os tipos de música. Mantendo o nosso propósito de ilustrar a obra dos compositores com peças especialmente fáceis de ouvir vamos começar pelas óperas. Ouçam esta área da composição "Indes Galantes". Grande "swing" não vos parece ?



No que diz respeito à arte sacra a sua produção foi mais modesta em quantidade mas não em qualidade. Podemos destacar os motets que compôs essencialmente durante a sua estadia em Lyon entre 1710 e 1715/1720.

No que diz respeito às obras instrumentais sem dúvida as obras para cravo são as mais significativas. Para ilustrar isto deixo-vos com duas interpretações diferentes das obras de Rameau. Uma fiel ao espírito da época outra tocada em instrumentos recentes (a tocada num cravo moderno é aliás uma emissão histórica de televisão).



domingo, 25 de novembro de 2007

François Couperin

Depois de durante uma semana termos falado dos Concertos de Brandenburgo voltamos hoje ao barroco françês e em particular a um compositor que infelizmente é pouco conhecido: François Couperin.

VIDA

François Couperin nasceu em Paris a 10 de Novembro de 1668. Era membro de uma familia de músicos com bastante talento. François Couperin é muitas vezes apelidado Couperin O Grande para o distinguir dos restantes membros da familia em particular o seu tio Louis Couperin (c. 1626-1661) e do seu primo Armand-Louis Couperin (25 Fevereiro 1727 - 2 de Fevereiro de 1789).

Couperin foi ensinado pelo Pai que morreu quando tinha apenas 10 anos e também por Jacques Thomelin. Foi compositor da corte a partir de 1717 reconhendo desde sempre a influência de Corelli.

É autor de uma das obras mais relevantes na arte de tocar cravo (e de certa forma o piano) tendo influenciado fortemente Bach que adoptou por exemplo a utilização do polegar proposta por Couperin.

As suas peças para Piano possuem muitas vezes títulos bastante evocativos (por exemplo Reveille Matin) o que levou Richard Strauss a orquestrar alguns deles.

Ravel escreveu uma peça de homenagem ao compositor que será possivelmente responsável por uma parte considerável do reconhecimento da sua obra intitulada "Le Tombeau de Couperin". Podem ouvir aqui uma parte desta sentida homenagem.



Couperin morreu em Paris em 1733.

OBRA

Podemos dividir a obra de Couperin em três grandes tipos. A música sacra da qual podemos destacar as "Leçons de Ténèbres". Podem aqui ouvir uma gravação da terceira lição.



A música de camera em que podemos destacar a homenagem a Lully ou a homenagem a Corelli ou ainda os Concertos Reais.

Mas é sem dúvida na música para Cravo que Couperin realiza de forma mais completa o seu génio. É dificil encontrar nestas pequenas obras uma que se destaque. Escolhemos para ilustrar esta biografia duas peças tocadas pelo grande pianista russo Grigory Sokolov. O primeiro destes temas chama-se "Soeur Monique".



O segundo exemplo "Les Maillotins" é para mim interessante porque demonstra que esta peça pode ser interpretada num piano (embora obviamente tenha sido escrita para um instrumento com caracteristicas completamente diversas). Não é a mesma coisa claro. Transforma-se numa peça diferente mas não deixa por isso de ser notável e sobretudo capaz de nos transmitir emoção.

Organum: Jogos musicais...

Antes do post "normal" do dia acabei de ler este post que embora fale de uma forma músical que está cronológicamente um pouco avançada em relação ao período de que temos vindo a falar (lá chegaremos um dia :-)) não posso deixar de recomendar que leiam com atenção.

Vão adiantando trabalho para quando lá chegarmos. Leiam assim com atenção o seguinte post: Organum: Jogos musicais...

PS: No fim do mesmo há uma frase com a qual não concordamos a 100%, quem descobrir ganha um doce virtual :-) :-) Divirtam-se ....

sábado, 24 de novembro de 2007

Bach - Sexto Concerto de Brandenburgo

Com este concerto chegamos ao fim desta série. Este concerto tem obviamente três andamentos sendo caracterizado pela ausência de violino, o que é pouco habitual.

Os três andamentos seguem a estrutura que já conhecemos (eu sei que estou a repetir, mas a minha esperança é que isto funcione como as tabuadas ... estou a falar meio a sério, meio a brincar claro). Temos assim um primeiro andamento Allegro, um segundo Adagio ma non troppo e o terceiro de novo Allegro.

Escolhemos para ilustrar este concerto de novo a Orquestra Barroca de Friburgo porque vamos aproveitar a ocasião para explicar um detalhe que por vezes confunde os menos habituados a ouvir música clássica. Vejam um pouco do video e façam pausa.



Como disse não há violinos ... diz-se nas partituras de "due Viole da Braccio, due Viole da Gamba, Violoncello, Violone e Cembalo". Os dois músicos que estão de pé estão a tocar Viola (na prática é um violino um pouco maior e logo com um som um pouco mais grave). Porque se trata de música barroca e na altura havia outro tipo de viola Bach especifica "Viole da Braccio" ou de Braço por oposição a Viole da Gamba - Literalmente Viola de Perna (desculpem a liberdade na tradução) - que estão a ser tocadas pelos dois músicos do lado direito. Ao fundo o violoncelo e o "Violone" - confesso que este ultimo não tenho a certeza de que se trata.

Como veêm este agrupamento respeita integralmente as especificações de Bach quanto à formação da orquestra.

Concerto com peças electroacústicas - selecção

No blog Arte no Tempo anuncia-se um concerto com peças electroacusticas para o qual está a decorrer o período de selecção de peças de jovens compositores até ao dia 30 de Novembro.
Caso esta notícia vos diga alguma coisa não deixem de visitar o referido blog.

Aqui fica um extracto do primeiro parágrafo da notícia:

"No âmbito de um fim-de-semana comemorativo do 1oº aniversário das Jornadas Nova Música, que decorrerá a 14 e 15 de Dezembro e cujo programa divulgaremos muito brevemente, aqui fica o anúncio de que estamos a aceitar peças de jovens compositores (preferencialmente estudantes) para selecção, com vista a constituir um programa para apresentação no referido fim-de-semana."

Gustav Leonhardt

Gustav Leonhardt nasceu na Holanda a 30 de Maio de 1928. É um dos lideres na re-introdução da execução das peças barrocas com instrumentos de época.

Para nós portugueses poderá ter interesse referir que participou como músico num filme de João César Monteiro À Flor do Mar (1986). Interpreta BWV 1016 — Sonata em E major para violino and harpsichordio.

Tem uma discografia notável de que se salienta a gravação completa das cantatas de Bach que decorreu entre 1971 e 1990.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Sugestões Musicais para o Fim de Semana

Por causa do post de memória a Maurice Béjart as sugestões para o próximo fim de semana ficaram escondidas ... Aqui está o link ...

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Faleceu Maurice Béjart

Estava a percorrer alguns canais entre os quais o Mezzo para ver se teria alguma companhia enquanto escrevia as linhas do post de hoje quando vejo em rodapé: Faleceu Maurice Béjart.

Um dos grandes coreógrafos de sempre, o pai da dança contemporânea. Podemos dizer que trabalhou até morrer mantendo sempre o mesmo espírito de inovação que o caracterizou. Está o mundo mais pobre. Tive a ilusão que o seu desaparecimento iria provocar uma onda no Google Trends mas infelizmente estamos perto do Thanksgiving e os temas relacionados com a temperatura ideal do peru são mais relevantes para a maioria.

Confesso que nem sei muito bem por onde começar por falar de Maurice Béjart, eu que até nem gosto especialmente de bailado.

Talvez tenha de começar pela coreografia que Maurice Béjart fez para a canção de Jacques Brel Quand on a que L´amour. Se não lerem mais nada, se quiserem ficar por aqui, vejam esta coreografia .... A propósito um destes dias quando chegarmos à data de aniversário de Jacques Brel acho que não vou resistir a falar deste poeta e cantor.



De seguida de que me lembro mais ... claro que do Bolero de Ravel. Este bailado (aliás todo o filme) marcou a minha adolescência. Lembro-me que o fui ver ao Star - cinema que havia na rua que vai da Praça de Londres para a Alameda. Esta coreografia é de cortar a respiração. Este filme confesso é também um dos meus preferidos. Um daqueles que não pus no meu perfil mas pronto hoje aqui fica a confissão.



Apesar de não ser um fã de bailado é impossível resistir à beleza plástica destes momentos. E a verdade é que não sendo eu grande seguidor desta forma de arte lembrar-me de tantas e tantas coisas que vi de Béjart é certamente a prova que foi um Homem que soube viver sempre à frente, muito à frente do seu tempo.

Para além disto há três bailados de que vi coreografias de Béjart de que não me consigo esquecer. Em primeiro lugar o Quebra Nozes ...



Depois Romeu e Julieta um belíssimo bailado sobre música de Berlioz.



Finalmente a Sagração da Primavera de Stravinsky ...



Para terminar esta pequena homenagem pensei que o mais apropriado seria sem dúvida o bailado que compôs em homenagem a Fred Mercury e Jorge Donn. The Show Must Go On do bailado Dança para a Vida. Béjart pela sua arte estará sempre vivo dentro de nós. Ainda o outro dia estava a comentar um texto do blog portalivros com um texto do Eça de Queiróz sobre o tema. Béjart ficará sem dúvida na nossa memória.

Sugestões para o fim de semana

Hoje as sugestões para o fim de semana ficaram para o segundo post do dia por causa do falecimento de Maurice Béjart (se não teve oportunidade de ler não perca a nossa singela memória aqui).

Em Lisboa amanhã Sexta-Feira (para si será provavelmente já hoje), não perca se puder:

Orquestra Gulbenkian, Pinchas Zuckerman e Amanda Forsyth - Lawrence Foster dirige
Fundação Calouste Gulbenkian 22-11-2007 a 23-11-2007 5ª: 21h00; 6ª: 19h00 Entrada: EUR 20,00 / ... / EUR 10,00 Reservas: 217823000
Pinchas Zuckerman virá deste vez tocar Viola de Arco mas tratando-se de um dos maiores solistas de violino da actualidade se puder é absolutamente a não perder.

Em Évora
Música no Inverno Quarteto Lopes-Graça
Convento dos Remédios 18h00 Preços: Não consegui apurar.

Em Figueiró dos Vinhos não perca englobado no Festival de Música de Coimbra 2007:
Orquestra ADARTE e Joana Neto - Augusto Mesquita dirige.
Igreja do Convento de N. Sra. do Carmo (Figueiró dos Vinhos) 24-11-2007 21h00
Não sei quais os preços.

Em Vila Real experimente ir ouvir a École Normale de Musique de Paris (Alfred Cortot) no teatro de Vila real Sábado 24-11-2007 às 22h00 Entrada: EUR 7,00 Reservas: 259320000

Para sugestões para o Porto, Algarve e outras localidades do país não se esqueça de consultar cultura.sapo.pt.

Bach - Quinto Concerto de Brandenburgo

O quinto concerto de Brandenburgo tem três andamentos: Allegro, Affectuoso, Allegro. O harpsicórdio é o principal instrumento solista (juntamente com um violino e uma flauta).



Para ilustrar este concerto começamos por vos mostrar uma interpretação de um especialista de época Gustav Leonhardt (não é o andamento inteiro mas vale apena ouvir esta interpretação).



quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Bach - Quarto Concerto de Brandenburgo

Continuando a nossa saga pelos concertos de Brandenburgo iremos hoje falar do quarto concerto. Como já devem imaginar este mantém a forma "normal" (alegro, andante, presto).

Trata-se de um concerto muito interpretado já que tanto o primeiro como o terceiro andamento são extraordinariamente difíceis na parte de violino solo.

Vamos utilizar como exemplo a Orquestra Barroca de Friburgo (de novo).

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Bach - Terceiro Concerto de Brandenburg

O terceiro concerto de Brandenburg também segue a disposição "normal" começando com um Allegro, seguindo-se um Adágio para depois terminar num novo Allegro.

É um concerto em que não existe solista propriamente dito tendo sido escrito para três violinos, três violas e três violoncelos para além de um baixo continuo e um hapsicordio. Pelo que sabemos esta coincidência em torno do número 3 é apenas isso mesmo.

Para ilustrar este concerto escolhemos de novo a orquestra barroca de Friburgo (chamo a vossa atenção para os arcos e para a forma como algumas violinistas pegam nos arcos).
Já agora a titulo de curiosidade esta peça foi gravada em Cothen, precisamente onde se pensa que estes concertos tenham sido concebidos. Imaginem portanto o nosso José Hermano Saraiva dizer ... "Foi aqui. Foi precisamente aqui ... ".


segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Bach - Segundo concerto de Brandenburg (F major, BWV 1047)

O segundo concerto de Brandenburg é o tal que foi incluído no disco da Voyager (aliás é o primeiro o que não é honra menor). Aliás Bach é o compositor mais representado com três composições - mais tarde digo-vos quais e também os restantes compositores clássicos representados - alguém sabe ou quer adivinhar? (não é difícil)

Mas voltando ao nosso concerto este é composto na forma "normal" de três andamentos (ia dizer clássica mas Deus sabe a confusão que isso iria gerar mais tarde), um primeiro rápido (alegro), um segundo lento (adagio) e um terceiro rápido (alegro).

É um concerto que quase certamente foi escrito especificamente para um instrumentista - o trompetista da corte de Cothen quando Bach este ao serviço do príncipe Leopoldo como director musical (perdoem a tradução livre mas penso ser isso que a palavra Kappelmeister significa). Aliás datam também desse períodos as suites orquestrais.

O trompetista como era comum na época não toca no segundo andamento para que possa recuperar o fôlego. Escolhemos para ilustrar o tema uma interpretação de Maurice André (que também já tínhamos ouvido a tocar Teleman neste outro post.

Aliás Maurice Andre é uma das referências para este instrumento sendo aceite que este concerto é dos mais difíceis senão o mais difícil no que toca à trompete.

domingo, 18 de novembro de 2007

Bach - Concertos de Brandenburg

Vamos hoje iniciar uma série de posts sobre os concertos de Brandenburg de Bach. Na verdade tratando-se de uma das obras mais representativas do Barroco pareceu-nos que seria injusto não ter um destaque equivalente às Quatro Estações de Vivaldi. Não que esta justiça importe muito ...

Pronto confesso. Apeteceu-me. Ontem estive a ouvir um destes concertos e reparei que tinha falado muito pouco deles. Claro que vou manter o mesmo critério na escolha dos andamentos ... não vai ser "Easy Listening" mas vou seleccionar primeiro os andamentos que me parecerem mais fáceis de serem apreciados por todos, mesmo aqueles que ouvem menos música clássica ou que pensam não gosta deste tipo de música.

Começando por uma explicação global sobre o conjunto destes concertos sabe-se que foram um presente ao Príncipe de Brandenburg em 1721 (daí o seu nome) embora seja geralmente aceite que foram escritos antes disso (possivelmente a partir de 1708 quando ainda estava em Weimar).

São seis concertos todos eles verdadeiras obras primas. Como nota de "petite histoire" que fique o registo que o primeiro andamento do segundo concerto foi uma das obras incluída na sonda espacial Voyager como representativa do povo da terra ...

O primeiro concerto é o unico com 4 andamentos sendo como aliás todos os restantes fortemente influenciado pelo barroco Italiano em particular por Vivaldi. Há interpretações diferentes que apontam 5 andamentos para todos estes concertos mas já falaremos disso.

Por agora e como a conversa já vai longa deixo-vos com o primeiro andamento do primeiro concerto de brandenburg (Brandenburg Concerto No.1 in F major, BWV 1046) pela Orquestra Barroca de Freiburg.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Biografia de Johann Sebastian Bach

VIDA

Johann Sebastian Bach nasceu a 21 de Março de 1685 em Eisenach em território que faz hoje parte da Alemanha. Inserido numa família de músicos cedo começou a aprender violino com o seu pai.

Orfão aos 10 anos foi entregue aos cuidados do seu tio e depois do seu irmão mais velho. Tendo ganho uma bolsa teve possibilidade de terminar os seus estudos na prestigiada escola St. Michael’s School em Luneburg. Nesta cidade perto de Hamburgo terá tido a oportunidade de contactar com os melhores instrumentos da época e com vastissima literatura músical.

O restante da vida de Bach, uma vez terminados os estudos foi caracterizado pelos sucessivos cargos que ocupou sempre na tentativa de providenciar a máxima estabilidade à sua familia.

Esteve em Arnstad de 1703 a 1708 em Weimar de 1708 a 1717, Cöthen 1717 a 1723 e Leipzig de 1723 a 1750 onde faleceu a 28 de Julho de 1750.

OBRA

A obra de Bach é extraodinariamente extensa constando de mais de 1000 obras. Para facilitar a apreensão da sua riqueza vamos caracteriza-la por tipos.

Nas obras para teclas (excluindo o orgão) são especialmente relevantes "O Cravo bem Temperado" de que falámos aqui e ainda as variações Goldberg.

No que diz respeito a trabalhos orquestrais e de música de camera os mais relevantes são sem dúvida os concertos de Brandenburgo de que falamos aqui. Neste tipo de trabalho estão também incluídas as suites orquestrais de que faz parte a "Área na corda G" de que falámos aqui.

Das obras vocais teremos de realçar obviamente a paixão segundo S. Mateus, a obra a que deve provavelmente o reaparecimento de Bach (graças à interpretação em 1829 em Berlim desta obra). Mostramos um pouco desta obra neste post. Obviamente não podemos também deixar de falar da Avé Maria de Bach uma peça que na verdade é composta por um prelúdio de Bach e uma peça de Gounod. Desta obra ouvimos uma excelente e orginal versão aqui.

Finalmente Bach compôs uma quantidade notável de peças para Órgão de que vos demos a ouvir um exemplo absolutamente notável aqui.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Sugestões Musicais para o Fim de Semana

Vamos tentar fazer deste post um hábito dando sugestões musicais para o fim de semana em todo o país (os leitores brasileiros que me desculpem mas por agora ainda não para o Brasil - embora se quiserem enviar-me sugestões enviem um email para aqui).

Damos apenas algumas sugestões mais adequadas ao espírito de iniciação deste blog. Para uma listagem mais completa doutras sugestões músicais visitem cultura.sapo.pt ou dêm uma vista de olhos nas sugestões que vão passando à vossa direita ... Parabéns à Sercultur por este serviço fantástico !

Em Lisboa no Palácio Nacional de Queluz recomendo (e lá estarei) o concerto no Palácio de Queluz para ouvir os Violinhos no seu concerto do dia de St. Cecília. Não se esqueçam Sábado às 17h, a entrada é livre. Para quem não sabe os Violinhos são uma orquestra de jovens músicos entre os 6 e 17 anos de idade. Para mais informações sobre os Violinhos podem consultar o site www.violinhos.net . É um espectaculo adequado para crianças a partir dos 4 anos de idade.

No Porto, mais concretamente em Espinho (Auditório de Espinho), não percam a Orquestra Barroca Europeia ela também uma orquestra de jovens músicos dirigidos por Margaret Faultless . No Domingo18 às 18h30 Entrada: EUR 5,00 / EUR 3,00 (>65 e <25 )

Em Évora podem ouvir no dia 17 o Coro Ricercare no lindissimo convento dos remédios pelas 18h. Não consegui descobrir o preço dos bilhetes. O programa inclui canções de autores portugueses e franceses do século XX.

No Algarve Concerto pela Orquestra do Algarve, acompanhada de Stefania Bernardi na flauta, ambos sob a direcção do maestro Stuart Stratford. Dia 17 Sábado às 21.30. Não consegui descobrir o preço dos ingressos.

Finalmente na Madeira na sexta-feira 16 às 21h na Igreja Inglesa do Funchal poderão ouvir a orquestra de bandolins da Madeira dirigida por Eurico Martins. Este espetáculo repete no dia 23 e 30 deste mês. Eu se estivesse na Madeira não perdia (não consegui descobrir o preço dos ingressos).

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Arte dei suonatori : Uma orquestra de época polaca

Um dos interpretes que escolhi para vos dar a conhecer o concerto Outono de Vivaldi (leiam os poemas ao mesmo tempo que ouvem a música aqui) é uma Orquestra de Época chamada Arte dei Suonatori.

Apesar do nome é uma orquestra polaca que tem um site muito interessante prejudicado pelo facto de ... estar apenas em polaco. Bem uma boa ocasião para experimentar as ferramentas de tradução automática existentes. Em todo o caso não deixem de visitar o site até porque podem fazer o download de algumas peças barrocas muito interessantes. E se o site está em polaco as músicas essas são universais :-) . Poderão encontrar obras de Teleman, Bach (Johann e o filho Carl) por exemplo.

Segundo um dos nossos sites de referência - critico músical - trata-se de um grupo que consegue uma qualidade de interpretação notável.

Ciclo Grandes Orquestras Mundiais: Filarmónica de Los Angeles

Pois é o post de hoje ficou mesmo para tarde e será certamente "off topic" relativo ao barroco. Acabo de chegar agora do Coliseu dos Recreios em Lisboa onde ouvi a Filarmónica de Los Angeles dirigida por Esa-Peka Salonen. Interpretaram a 4ª em Lá menor de Sibelius, Radical Light de Steven Stucky (1ª audição em Portugal) e finalmente a 7ª em dó maior também de Sibelius.

Dois encores Finlandia e Valse Triste do mesmo compositor fecharam a noite.
Confesso que estas duas ultimas obras fazem parte do tipo de composições de Sibelius que aprecio (juntamente com o concerto para Violino) enquanto as duas sinfonias sinceramente não são a minha chavena de chá, passe a tradução literal da expressão anglo-saxónica.

Gostei mais da obra do Steven Stucky do que estava á espera. Quanto à orquestra o maestro nitidamente é já uma referência actual. O resto enfim não posso dizer que me tenha enchido as medidas.

Não fiz pirataria no espectaculo e por isso não posso deixar-vos aqui imagens do mesmo (já agora a Filarmónica de Los Angeles inovou nesse aspecto colocando à venda gravações dos seus concertos uma semana depois de terem decorrido no Itunes) mas para partilhar convosco uma parte do que ouvi hoje fiquem com Valse Triste pela orquestra Deutsche Kammerphilharmonie Bremen conduzida por Paavo Järvi.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Pinchas Zuckerman

Nascido a 16 de Julho de 1948 é um dos grandes violonistas da actualidade. Veja-o a tocar o primeiro andamento do concerto Verão de Vivaldi.
Nomeado para 21 Grammys já venceu dois.

domingo, 11 de novembro de 2007

Vivaldi: As quatro estações (Inverno)

Inverno

Começamos a selecção para a ilustração do quarto concerto das quatro estações com uma brincadeira que mostra que na verdade a música é mesmo eterna. Aqui podem ver a Tuna da UBI (Universidade da Beira Interior) com uma interpretação muito própria do primeiro andamento ... letra deles claro está !



Allegro non molto

Shivering, frozen mid the frosty snow in biting,
stinging winds;running to and fro to stamp one's icy feet,
teeth chattering in the bitter chill.

Para ilustrar este andamento escolhemos a violinista Maki Itoi com a Orquestra Feminina de Viena. Não sabia que existia uma Orquestra Feminina? Pois eu também não, aliás foi por essa razão que escolhi esta interpretação. Não pode ser "embeded" porque essa forma não foi autorizada pelo poster do video no YouTube mas aqui fica o link: Vivaldi - Inverno : 1º Andamento

Largo

To rest contentedly beside the hearth,
while those outside are drenched by pouring rain.

Para este andamento reservamos a interpretação de um dos maiores violinistas de sempre: Itzhakl Perlman.



Allegro

We tread the icy path slowly and cautiously, for fear of tripping and falling.
Then turn abruptly, slip, crash on the ground and, rising,
hasten on across the ice lest it cracks up.
We feel the chill north winds course through the home despite the locked and bolted doors...
this is winter, which nonetheless brings its own delights.

Para este terceiro andamento voltamos aos The Montpellier Strings. O solista é Raymond Cohen.

Vivaldi: As quatro estações (Outono)

O Outono

Allegro

Celebrates the peasant, with songs and dances,
The pleasure of a bountiful harvest.
And fired up by Bacchus' liquor,
many end their revelry in sleep.

Para este primeiro andamento escolhemos uma violinista turca (?), Pelin Halkacı Akın.




Adagio molto

Everyone is made to forget their cares and to sing and dance
By the air which is tempered with pleasure
And (by) the season that invites so many, many
Out of their sweetest slumber to fine enjoyment

Allegro

The hunters emerge at the new dawn,
And with horns and dogs and guns depart upon their hunting
The beast flees and they follow its trail;
Terrified and tired of the great noise
Of guns and dogs, the beast, wounded, threatensLanguidly to flee, but harried, dies.

Para o segundo e terceiro andamento escolhemos Julia Fischer (seria mais adequada a Primavera tendo em consideração a idade da solista mas permitam esta pequena liberdade poética) - O concerto está completo. Se desejarem ouvir apenas o segundo e terceiro andamento comecem perto do minuto 4:30 (um pouco depois).

Vivaldi: As quatro estações (Verão)

Verão

Allegro non molto
Under a hard Season,
fired up by the SunLanguishes man,
languishes the flock and burns the pine
We hear the cuckoo's voice;
then sweet songs of the turtledove and finch are heard.
Soft breezes stir the air...
but threatening north wind sweeps them suddenly aside.
The shepherd trembles, fearing violent storms and his fate.

Para ilustrar este andamento escolhemos um dos maiores violinistas da actualidade, Pinchas Zukerman com a Orquestra Filarmónica de Israel.



Adagio e piano - Presto e forte
The fear of lightning and fierce thunder
Robs his tired limbs of rest
As gnats and flies buzz furiously around.

Para este segundo andamento escolhemos Nigel Kennedy e a Oruqestra de Camâra Polaca


Presto
Alas, his fears were justified
The Heavens thunders and roar and majestically
Cuts the head off the wheat and damages the grain.

Para este terceiro andamento escolhemos a Orquestra de Camera de Inglaterra dirigida pelo solista Gidon Kremer.

Vivaldi: As quatro estações (Primavera)

Deixamos para o fim a mais conhecida das obras de Vivaldi: As Quatro Estações. Trata-se de uma obra que se pode considerar um exemplo de poema sinfónico já que juntamente com os concertos Vivaldi terá escrito sonetos para os acompanhar.

Sugiro assim que oiçam as quatro estações mas agora lendo em simultaneo os quatro sonetos que a música ilustra ou complementa (por agora em inglês na tradução da Wikipedia, prometo uma tradução minha para português um destes dias ...).

Há muitas colecções de divulgação de música e muitas interpretações que chegam ao ponto de indicar que determinada passagem representa o canto de um passáro uma outra o suave brotar da água numa nascente. Pessoalmente penso que para cada um de nós estes sons poderão ter significados concretos diferentes dependendo da nossa experiência de vida. Para alguns o som do vento será o som das ruas desertas para outros o som do vento será o do trigo ou do milho ondulando numa brisa. Acho que a interpretação a evocação faz parte da experiência. Os sonetos são "apenas" um contextualizador, colocam a obra num determinado cenário o resto é nosso ... tal como na poesia. A primavera podem ouvi-la já neste post. Os restantes concertos oiçam-nos aqui:


PrimaveraAllegro - 1º Andamento
Springtime is upon us.
The birds celebrate her return with festive song,
and murmuring streams are softly caressed by the breezes.
Thunderstorms, those heralds of Spring,
roar, casting their dark mantle over heaven,
Then they die away to silence,
and the birds take up their charming songs once more.

Oiçam a interpetração deste andamento por Isaac Stern e a orquestra filarmónica de Israel.



Largo - 2º Andamento
On the flower-strewn meadow, with leafy branches rustling overhead,
the goat-herd sleeps, his faithful dog beside him.

Para o segundo andamento propomos  Raymond Cohen (Solista) com a Orquestra Montpelier Strings .

Allegro - 3º Andamento

Led by the festive sound of rustic bagpipes,
nymphs and shepherds lightly dance beneath the brilliant canopy of spring.

Finalmente para o terceiro andamento propomos a orquestra de Montpellier (solista Raymond Cohen).

sábado, 10 de novembro de 2007

As operas de Vivaldi

Embora os estudos divirjam quanto ao número exacto (alguns falam em 46 outros em 90 das quais apenas 19 estariam completas - na Wikipedia é utilizado o número mágico 46) o certo é que Vivaldi escreveu um número considerável de operas.

Confesso que o género não é o meu preferido dentro da música clássica (ninguém é perfeito). Considera-se geralmente que as operas de Vivaldi são fracas não pela parte musical (em que existem algumas pérolas) mas sobretudo pelo facto dos libretos serem normalmente menores e com áreas muitas vezes desconectadas mais parecendo mantas de retalho ...

De todas as óperas de Vivaldi a minha preferida (e na opinião de alguns especialistas a melhor) é Orlando Furioso. Esta opera é baseada num poema épico de Ludovico Ariosto. Supostamente Luís de Camões terá encontrado neste poema tanto quanto na Eneida inspiração para o seu Lusíadas.

Para vos ilustrar esta ópera seleccionei uma área cantada por Kathleen Kulhman "Vorresti amor da me".

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Descubra Bach no Centro Cultural Olga Cadaval

Especialmente dedicado aos mais novos este concerto didático é uma optima forma de se iniciar na música clássica ao vivo.

«Um Encontro com Bach» - Orquestra de Câmara de Sintra
Centro Cultural Olga Cadaval 10-11-2007 16h00 Entrada: EUR 10,00 / EUR 7,50 Reservas: 219107118.

Para mais informações consulte o site Sapo Cultura .

Aproveite e faça uma coisa diferente este fim de semana. Não se preocupe que os Centros Comerciais estarão no mesmo local para a semana que vem. Pronto, pronto, não se zanguem eu estava a brincar ...

Se estiver no Porto não perca - absolutamente não perca - pelo agrupamento italiano Europa Galante no Domingo às 18h na Casa da Música peças de Domenico Scarlatti (sim o Scarlatti de que falamos ontem a propósito de Carlos Seixas). Mais informações no site anteriormente mencionado.

Para uma cobertura de Norte a Sul, não percam em Tavira na Igreja da Misericórdia no Sábado um recital de piano e canto (Luís Conceição e Pedro Louzeiro) às 18h00. A entrada é livre. Mais informações uteis em Sapo Cultura .

Por fim em Évora não deixe de ver "Pedro e o Lobo" que marca o inicio dos concertos promenade pela Orquestra do Algarve . Ás 17h no pavilhão multiusos. Destaque-se o texto retirado do site oficial da orquestra do algarve . Um grande abraço de parabéns a todos os que levam música ao vivo a qualquer ponto ponto do país ... Bem hajam.

"No mês de Novembro a Orquestra do Algarve dá início à sua primeira residência fora da região algarvia, resultado de uma colaboração com a Câmara Municipal de Évora e a Caixa Geral de Depósitos que culminará num Ciclo de Concertos Promenade a ser apresentado neste município ao longo de vários meses. Neste âmbito, o primeiro destes concertos, dirigido pelo maestro Osvaldo Ferreira, terá lugar no Pavilhão Multiusos no dia 11, onde será interpretada a célebre obra de Prokofiev, “Pedro e o Lobo”. As apresentações deste ciclo contarão com os comentários de Jorge Castro Ribeiro, musicólogo convidado pela OA para este efeito. O Ciclo de Concertos Promenade é um projecto que, no Algarve, tem facultado o gosto pela música de um número crescente de famílias portuguesas e que chega agora à cidade alentejana."




quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Carlos Seixas

Hoje ao ler num post no blog PortaLivros um poema do Miguel Torga cheguei à conclusão que era altura de falarmos de um compositor português. Tínhamos evocado Adriano Correia de Oliveira (aliás assumidamente completamente fora do tópico) mas de resto pouco mais.

Escolhemos falar do compositor português mais conhecido deste período que aliás tem uma composição que todos nós já devemos ter ouvido um bom milhar de vezes, possivelmente ignorando que se trata de música portuguesa aqui na interpretação da orquestra barroca norueguesa (interpretação que se recomenda).



Carlos Seixas nasceu em Coimbra a 11 de Junho de 1704. Filho do organista da Catedral cedo viajou para Lisboa onde conheceu (aqui mais uma coincidência com o nick do autor do já referido blog Portalivros ... Scarlatti) Domenico Scarlatti. Reza a história que Scarlatti terá dito ao Rei que não era Seixas que precisava de lições dele, mas sim o inverso.

Infelizmente a maioria da obra de Carlos Seixas perdeu-se no terramoto de 1755. Carlos Seixas já havia falecido uns anos antes a 25 de Agosto de 1742.

Apesar da sua curta existência Carlos Seixas deixou um legado - sobretudo de obras para teclas - que o coloca sem duvida como o maior compositor deste período em Portugal e um dos mais representativos da época.

Na pesquisa que efectuamos encontramos no You Tube alguns outros vídeos a que vale a pena dar uma vista de olhos. Veja por exemplo uma fuga interpretada no Órgão da Sé Patriarcal de Lisboa.



Ou ainda a Orquestra de São João da Madeira a interpretar a obra que há pouco ouvimos uma parte pela Orquestra Barroca Norueguesa. Não vale fazerem comparações - estes músicos são todos muito jovens - menos de 15 anos e não deixam de ter um excelente conjunto.

Acreditem que só para chegar a este nível estão investidas muitas horas de trabalho. Numa sociedade que nos quer fazer acreditar que tudo se consegue fazer sem esforço, estilo farinha amparo, é uma delicia ver jovens investir tanto na música. Aqui fica a Orquestra de São João da Madeira de jovens músicos portugueses a tocar uma obra portuguesa do período barroco com os meus sinceros parabéns.

Vivaldi : L´Estro Armonico

Como deverão ter reparado os nossos leitores mais atentos voltamos a falar de Vivaldi. A razão para ser sincero é que achamos que tinhamos deixado algumas coisas para dizer e para vos dar a ouvir.

Este concerto que se segue faz parte da colecção de doze concertos "L´Estro Armónico" (em italiano significa inspiração harmónica) que contribuiu em grande parte para o sucesso de António Vivaldi como compositor. É também um concerto que faz parte do curriculo de aprendizagem da maioria dos métodos de ensino de violino.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

A obra sacra de Vivaldi

Quando falamos de Vivaldi não exemplificamos a razão pela qual a sua obra deste género é considerada genial.

Para um primeiro contacto podemos recomendar por exemplo Cecilia Bartoli e a orquestra de época "Giardino Armónico" com Domine Deus (Glória).

Telemann: Uma peça para flauta

Hoje como prometido resolvemos mostrar-vos uma das muitas peças que Telemann escreveu para instrumentos de sopro. Neste caso poderemos outra das mais famosas orquestras de época "Il Giardino Armonico" a executar a Suite em A minor, TWV 55:a2 para flauta e baixo continuo.

A possibilidade de colocar o video embebido foi desinibida pelo utilizador do You Tube por isso para ouvirem basta clicar aqui.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Telemann: Concerto para Viola

Telemann foi sem duvida um inovador na música. A ele se deve o primeiro concerto publicado para Viola de Arco. Por acaso conseguimos encontrar no You Tube uma interpretação com alguns músicos portugueses. Uma estreia também neste Blog.

Aqui fica então o primeiro andamento do concerto para Viola de Telemann dirigido pelo maestro José Atalaya e a Orquestra das Raízes Ibéricas.



Antes que alguém me questione, antecipo a questão. Então e não houve barroco em Portugal que mereça menção ? Houve sim senhor e lá iremos ...

Se tiver alguma sugestão de algum concerto ou alguma outra sugestão que queira partilhar para além de comentar também pode enviar um email para: fernando.vasconcelos@gmail.com

Fim do Inquérito e uma curiosidade

Bom, o nosso primeiro inquérito chegou ao fim com a vitória de Bach. Vitória esperada sem dúvida. Aproveito para vos introduzir a uma curiosidade chamada Google Trends que vos permite conhecer o volume de pesquisa relativo de determinadas palavras.

Como podem ver ligeira supremacia de interesse por Bach sobre Vivaldi. Quanto a Handel, bem nem aparece. Claro que tudo depende das palavras exactas por isso o melhor é darem uma vista de olhos e experimentarem em www.google.com/trends .

domingo, 4 de novembro de 2007

Jean Baptiste Lully

Temos falado até agora neste período barroco de compositores Alemães e Italianos. Ainda não terminamos Telemann mas hoje vamos fazer uma pausa porque reparei que na realidade ainda não falamos (vergonha) dos franceses.

Dos três compositores franceses do barroco de que iremos falar (Couperin, Lully e Rameau) vamos começar precisamente por aquele que mais apreciaria ser chamado françês.

Na realidade Lully nasceu em Florença a 28 de Novembro de 1632. Filho do povo, sem grande educação musical cedo mostrou talento para tocar Violino e dançar. Foi por isso trazido por um nobre francês para a corte de Luís XIV onde acabou por ganhar os favores do rei, sobretudo através da dança (em que ele próprio e o rei dançavam).

Lully foi extremamente inovador não só na música como na sua ligação com outras formas de arte (não é que não se fizesse até aí mas a forma em que Lully as uniu foi na verdade única). Oiçam aqui uma peça que fazia parte da comédia "Bourgeois Gentilhomme" de Moliére com quem Lully criou um novo formato de entretenimento que perdurou até aos nossos dias: A Comédia Musical.



Na época obviamente a música enquadrada nas peças de Molière seria ouvida de forma diferente abafada pelas gargalhadas do público como reacção ao resto do entretenimento um pouco como o mostra o filme sobre a vida de Lully (mas note-se fazia parte deste novo género criado por dois génios - um no teatro e um na música e bailado).



E note-se quando falamos em génio estamos a medir bem o que dizemos. Lully para além das peças para teatro criou a ópera francesa e se dúvidas existissem sobre a sua genialidade a obra Miserere (criada para o funeral do ministro Seguier) removeriam todas as dúvidas.

Felizmente a inclusão de uma composição de Lully no método de ensino Suzuki contribuiu para minorar o esquecimento do compositor.



A morte de Lully, um pouco à imagem da sua vida teatral e sempre intensa (e diz-se moralmente pouco recomendável) foi também ela dramática. Lully morreu de gangrena por se ter recusado a amputar um pé depois de um dedo ter infectado na sequência de um acidente com um bastão quando marcava o tempo do "Te deum" do rei. Na altura não havia vídeo mas o filme sobre a vida de Lully de que já vos falamos encena o que terá acontecido.



Por tudo isto Lully é possivelmente um dos compositores mais injustamente ignorados ou menosprezados de toda a história da música. Faleceu a 22 de Março de 1687.

sábado, 3 de novembro de 2007

Telemann: Tafelmusik

Um dos conjuntos de obras mais tocados de Telemann é sem duvida o conjunto de obras intitulado "Tafelmusik" que literalmente significa música para se ouvir á mesa. Telemann não inventou este tipo de música mas sem dúvida ajudou a consolidar as suas regras especificas.

A popularidade deste conjunto é tanta que deu nome a uma das orquestras de época mais famosas da actualidade: a orquestra Canadiana "Tafelmusik" (recomendamos aliás a visita ao seu site oficial (www.tafelmusik.org) onde poderão encontrar muita informação sobre o período barroco. Se bem se lembram já vos tinha dito que uma orquestra de época é uma orquestra que procurar reproduzir as peças o mais próximo possível do que era costume na época.

Fiquem agora com alguns exemplos desta Tafelmusik de Telemann ... não pela orquestra de que vos acabei de falar ...

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Telemann: As cantatas

Começamos a falar hoje deste compositor injustamente pouco conhecido neste artigo. Para além do concerto para trompete que podem ouvir nesse primeiro artigo (está fora de ordem porque já o tinha começado há muito e ainda não descobri como mudar a data - desculpem) a obra de Telemann inclui muitas outras peças para sopro de que vos irei mostrar alguns outros exemplos.

Mas por agora gostava que ouvissem esta cantata (Machet die Tore Weit) cantada por Teresa Sticht-Randall (área :"Jesu, komm in meiner Seele").

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Sugestões musicais ao vivo

Do blog (que recomendamos) Belogue de Notas retiramos as seguintes notas de agenda:

2 de Novembro - Santarém Sé Catedral (21h:30) - Requiem de Fauré com Coro Ricercare e Sinfonietta de Lisboa (informação complementada pelo site da cm-santarém). Entrada livre sugerindo-se fato escuro.
3 de Novembro (21:30h) - Alcochete - Igreja da Mesericordia - Requiem de Fauré com Coro Ricercare e Sinfonietta de Lisboa
10 de Novembro - Igreja de S. Roque (21h) - Leiam o comentário dum nosso visitante para obterem o link para o programa completo - Missa de Glória de Puccini com Coro Ricercare e Sinfonietta de Lisboa

Como não há nada melhor do que ouvir música ao vivo recomendamos fortemente que encontrem disponibilidade para irem ouvir. Vão ver que não se arrependerão.

PS: Eu sei que faltam as horas no primeiro e no ultimo ... terão de investigar ... vou tentar descobrir (se entretanto alguém souber sinta-se à vontade para comentar).
PPS: Agora já só falta do ultimo. Como só é daqui a mais de uma semana ainda vai dar tempo para descobrir ...
PPPS: Já está. Graças a um visitante ficou apurada a ultima informação em falta. Agora já não há desculpas.

Bruno Walter

Bruno Walter nasceu na Alemanha (Berlim) no dia 15 de Setembro de 1876. De origem judaica quando os Nazis tomaram o poder Bruno Walter foi primeiro obrigado a ir para a Áustria e depois com o anchluss para França e finalmente para os estados Unidos onde veio a fixar-se definitivamente.

Bruno Walter é sobretudo conhecido pelas suas interpretações de Mahler (de quem era discípulo) tendo-lhe cabido a honra de ter sido o maestro escolhido para a primeira interpretação pública da nona sinfonia de Mahler (que o compositor já não pode dirigir por ter entretanto falecido).

Uma das suas interpretações mais notáveis data de 1951 e consiste na gravação de uma das outras obras que Mahler também não pode estrear (Das Liede von den Erde - A canção da terra) com Kathleen Ferrier, Julius Patzak e a Filarmónica de Viena.

Não conseguimos encontrar essa obra de referência no entanto aqui fica uma outra interpretação de Kathleen Ferrier (ela também uma grande especialista de Mahler) e grande amiga de Bruno Walter (aliás esta gravação faz parte das ultima sequência de gravações que a grande cantora fez antes de sucumbir a doença prolongada). Fiquem então com Mahler 'Um Mitternacht' (Á meia-noite). Pessoalmente gosto de perceber a letra (embora a música e a interpretação da artista transmitam grande parte da emoção) e por isso proponho que leiam o poema - aliás lindíssimo aqui.



Bruno Walter faleceu em Los Angeles a 17 de fevereiro de 1962.

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