quarta-feira, 30 de abril de 2008

Desafio Musical - Nova actualização

Ora bem, temos mais candidatos valiosos e na categoria juvenis :-)
Continuamos à espera dos grandes especialistas das cordas ... :-)

1º - Pianoman 4.136
2º - Tarzan 4.105
3º - João Martins (12 anos): 3.999
4º - Raul Martins 3.889
5º - PºG 3.839
6º - Joana Oliveira (13 anos): 3706
7º - Catarina Martins (8 anos): 3686
8º - Eu (:-)) 3.508

Já sabem o teste está aqui e até ao dia 1º de Maio (inclusivé) aceito os vossos scores.

Será que vamos passar pela "vergonha" de um pianista vencer ao Violoncelo ? Não se esqueçam so têm até ao fim do dia 1º de Maio ...

(A seguir a tocarem música, ouvir música ao vivo esta é a melhor coisa que podem fazer).

terça-feira, 29 de abril de 2008

Nocturnos de Chopin - Quinta Parte

Hoje vamos abordar mais um conjunto de dois nocturnos que compõem o Op. 37.

O primeiro destes nocturnos é o Nocturno nº11 em Sol Menor (Andante sostenuto). Composto entre 1838/39 e publicado em 1840. Também conhecido como "Os suspiros" é dos mais simples execução. Não consegui ainda encontrar uma execução deste nocturno.

O segundo nocturno que faz parte deste Op. 37 é o Nocturno nº 12 em Sol Maior (andantino). Foi composto em 1839 (umas semanas após ter chegado a Nohant). Felizmente em relação a este nocturno encontrei uma gravação histórica do pianista Leopold Godowsky (1870-1938) gravado, imagine-se, em 1928. Oiçam esta gravação aqui. Lindíssimo, não ?

Primavera Musical - XIV Festival Internacional de Música de Castelo Branco

Começa hoje a Primavera Musical em Castelo Branco. Sei que não é quinta-feira e logo não é dia de recomendações mas não queria deixar de vos sugerir que não percam esta ocasião. Para os meus leitores da zona já não será notícia mas os restantes que espalhem palavra. Assim o festival terá as salas cheias que certamente merece.

Hoje Terça-feira, 29 de Abril às 21h30 no Cine-Teatro Avenida de Castelo Branco. Recital a solo pelo pianista Miguel Borges Coelho, que tocará obras de Schumann (Kreisleriana), Stravinsky (Petrouchka) e o primeiro caderno das Images, de Claude Debussy.

Já sabem como eu costumo dizer nas minhas recomendações de Quinta-Feira. Derrotem as pantufas, vençam os sofás que tentam tragar-vos para a preguiça e vão ouvir grande música ao vivo. Porque ao vivo é mesmo outra coisa

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Nocturnos de Chopin - Quarta Parte

No quarto post sobre os nocturnos de Chopin vamos hoje falar dos dois que compõem o Op. 32.

O Nocturno nº9 em Lá Maior (Andantino Sostenuto) é igualmente um dos mais conhecidos. A forma misteriosa como acaba (e polémica de certa forma) fez correr muita tinta. Oiçam aqui uma interpretação de um pianista que confesso não conheço. Chopin compôs esta obra que dedicou à Baronesa de Billing em 1836/37 tendo sido publicada em 1837.

Para o segundo nocturno deste Opus (Nocturno nº 10 em Lá Bemol Maior - Lento) infelizmente ainda não encontrei um post no You Tube. Vou ter de criar um. Lamento mas não será hoje ... Este Nocturno é também dedicado à Baronesa de Billing.

domingo, 27 de abril de 2008

Nocturnos de Chopin - Terceira Parte

Hoje vamos falar e mostrar-vos os dois nocturnos que fazem parte do Op. 27.

O Nocturno nº 7 em Dó Sustenido Menor (Larghetto) começa com um tema de uma tristeza profunda foi composto em 1834/35 tendo sido dedicado à condessa d´Apponyi. A natureza sombria de grande tensão deste nocturno coloca-o na minha lista de favoritos. Reparem no curto momento de "alegria" (por volta do minuto 3.00)para depois se voltar a caír na melancolia sombria do inicio. Oiçam aqui o grande Rubistein numa interpretação fabulosa deste nocturno.

O Nocturno nº8 em Ré bemol Maior (Lento Sostenuto) foi composto na mesma altura e também dedicado à condessa d’Apponyi. composto também em 1834/35 e publicado em 1836. É também profundamente melancólico e nostálgico embora menos sombrio que o anterior. Oiçam aqui Lang Lang numa fantástica interpretação desta peça.

Uma nota adicional aos leitores. Há quem não goste muito do Lang Lang por considerar que há mais teatro do que música nas suas interpretações. Pessoalmente gosto da sua maneira de estar em palco e gosto da maneira como transmite as emoções, mas concordo que existe um perigo ao seguir nessa via. No entanto no período romântico claramente os músico em palco certamente não se comportariam como se estivessem a beber um copo de água transmitindo tudo apenas pela música.

Como em tudo há que encontrar o justo equilíbrio ... e cada instrumentista (ou vocalista - não sei se o termo será o melhor) terá o seu.

E por hoje quanto a posts terminamos por aqui que agora vou partir para outras músicas, verdes e brancas, com uma boa orquestração e um final feliz espero :-) :-)

Desafio Musical - Top Actualizado

Pois é meus amigos o Cisne de Saint-Saens continua a dificultar a vida dos nossos leitores. Até agora no top, aliás sejamos honestos na listagem completa de todas as participações registadas, temos informações de pessoas envergonhadas com a sua prestação que resolveram não a submeter à superior apreciação do juri :-), o ranking está assim estabelecido:

1º - Pianoman 4.136
2º - Tarzan 4.105
3º - PºG 3.839
4º - Raul Martins 3.750
5º - Eu (:-)) 3.508 (*) tentativa agora mesmo só para não ficar tão distante do penúltimo!

Então violinistas e violoncelistas da nossa praça, ireis deixar-vos bater por um Pianoman ?? :-)
Já sabem o teste está aqui e até ao dia 1º de Maio (inclusivé) aceito os vossos scores.

sábado, 26 de abril de 2008

Nocturnos de Chopin - Segunda Parte

No primeiro post que fizemos sobre os nocturnos de Chopin concentramos a nossa atenção sobre os três que compõem o Op. 9. Hoje vamos falar-vos dos três que compõem o Op. 15.

Deste conjunto o mais famoso é sem dúvida o ultimo mas vamos por partes. O Primeiro dos nocturnos do Opus 15 é em Fá maior (andante Cantabile). Este Nocturno começa com uma parte muito calma e serena para depois termos uma parte central tempestuosa que espalha uma série de dúvidas para depois a reexposição nos voltar a acalmar. esta peça foi dedicada a Ferdinand Hiller compositor alemão.

Oiçam aqui o pianista hungaro Sandor Falvay (nascido em 1949 em Ozd e aluno de Mihály Bächer na Academia Liszt em Budapeste 1967).

O segundo nocturno deste opus, o nocturno nº5 em Fá Sustenido Maior é também bastante popular. É um nocturno todo ele bastante doce sem grandes tempestades. Muito calmo. Este nocturno também foi dedicado a Ferdinand Hiller. Oiçam aqui o grande pianista Józef Hofmann numa interpretação notável.

O terceiro nocturno Op. 15 , o nocturno nº6 em Sol Menor (Lento) é provavelmente o mais conhecido. Trata-se de uma composição quase religiosa na sua concepção de uma pureza total. Infelizmente (ou felizmente) é uma peça utilizada no ensino pelo que me foi impossível encontrar um grande pianista a interpretar esta peça. Fiquem assim aqui com um aluno ... (bold devido a anterior erro em género :-))

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Recomendações da Quinta de novo à Sexta (25.04.2008)

Desta vez foi de propósito ... A madrugada de 24 para 25 de Abril ficou destinada a outras músicas. Aqui ficam algumas recomendações para os próximos dois dias (sábado e domingo).

Em primeiro lugar uma recomendação que nos chega do Orfeão da Feira. É outro tipo de música, (Jazz) mas vale com certeza a visita tanto mais que a entrada é livre. Dia 26 de Abril às 22h no Centro de Cultura e Recreio do Orfeão da Feira (Rua Condes de Fijó - Santa Maria da Feira). Tel: 256 363 430. Tlmv: 918 616 400. e-mail: orfeaodafeira@gmail.com.

Depois começando pelo sul tenho de começar por um ENORME pedido de desculpa aos algarvios e a quem poderia ter ido ontem à Igreja Imaculado Coração de Maria em Altura (Castro Marim) (21h30) e hoje à Igreja Matriz de Aljezur (16h00). Perderam dois concertos por Ivan Monighetti que tive a sorte de ouvir há dois anos em Viana do Castelo no concerto para Violoncelo e orquestra de Shostakovich. Não sei como é que é a tocar Bach, mas a interpretação de Shostakovich é fabulosa não fosse ele o ultimo dos alunos de Rostropovich. Desculpem-me mesmo ...

Para que não volte a acontecer em Lagos fica já a recomendação para o próximo dia 3 de Maio. A não perder mesmo o Coral Vértice às 18.30, na Igreja de Santo António. Sob a direcção do maestro Sérgio Fontão, serão interpretadas obras de Palestrina, Victoria e Gaspar Fernandes, entre outros compositores renascentistas. Este concerto integra a programação da Feira Quinhentista do V Festival dos Descobrimentos, que decorre na cidade algarvia entre 24 de Abril e 4 de Maio. Voltarei a lembrar-vos para a semana. Mais informações no blog do coral que vai já para a lista dos nossos preferidos.

Em Portalegre, cidade do Alto Alentejo cercada por montes e vales, oliveiras e sobreiros ( :-)), cidade onde não sofrerão se forem ouvir no dia 26 Abril às 17h30 no Convento de Santa Clara o Concerto pela Orquestra de Cordas do Conservatório Regional de Évora sobre a direcção de Luís Rufo.

Em Lisboa Lara Martins e João Paulo Santos estarão no Auditório Municipal Ruy de Carvalho (Carnaxide) num recital de canto e piano no dia 27 de Abril às 16h.Entrada Livre e com obras do período romântico que começamos a percorrer ... Mendelssohn e Schumann.

No Porto temos um mini-festival apropriadamente intitulado "Música e Revolução" de que nos dá conta o blog Arte no Tempo. Na Casa da Música no dia 25 de Abril às 21:00,Remix Ensemble e a Orquestra Nacional do Porto. No dia 26 às 18h e no dia 27 também às 18h dois outros concertos. Não são propriamente obras "fáceis" mas se puderem o programa é excelente.

Chopin - Estudo "Revolucionário"

Para terminar o dia de hoje, 25 de Abril de 2008 e continuando com Chopin só poderíamos para fechar este dia terminar com o estudo nº 12 Opus 10 "Revolutionaire" com o nosso já conhecido Sviatoslav Richter que poderão ouvir aqui.

"Se tu m'ami, se sospiri" supostamente de Pergolesi

Voltamos por instantes ao Barroco. Na verdade perguntava-me a Agnes, uma nossa leitora, sobre esta obra que se encontra muitas vezes identificada como sendo de Pergolesi.

Na verdade esta obra apesar de ser muitas vezes lhe ser atribuída é mais provável ser da autoria de Alessandro Parisotti (1853-1913) como por exemplo se pode encontrar referido na minha referência para estes casos, a enciclopédia Grove Music. Por vezes também atribuída erradamente a Vivaldi.

Não faz parte de nenhuma ópera e como lhe disse é da autoria de Parisotti apesar de na maioria dos sites ir encontrar a referência a Pergolesi. Como acontecia muitas vezes no século XIX este facto deveu-se a Parisotti ter incluído num livro que publicou (Arie antiche: ad una voce per canto e pianoforte que rapidamente se tornou uma referência no ensino) esta aria atribuindo-a a Pergolesi (quando na verdade lhe pertencia).

Para ouvirem esta aria, belíssima de qualquer forma, recomendo a Cecilia Bartoli aqui.

Houvesse (ou não) Internet em 1974 ...

E estaríamos agora (quase) a começar a festejar o início da Liberdade. Há muitos que se interrogam se terá valido o esforço. Outros que recordam os dias passados e criticam os erros e os excessos cometidos. Não vou argumentar aqui nem a favor de uns nem de outros.

Para mim o 25 de Abril, tinha 9 anos na altura e estava na quarta classe significa a liberdade. Eu tenho família em França e lembro-me como Portugal era visto na altura e garanto-vos que visto de fora a imagem não era propriamente brilhante.

Quando a minha mãe que tinha conhecido o meu pai aqui em Portugal disse ao meu avô que se queria casar com um português a reacção foi a que podem imaginar ... Lembro-me ainda que vagamente dos fragmentos de conversa que apanhava com os meus 6/7 anos e que não percebia na totalidade, conversas sobre a guerra e sobre o que me iria acontecer quando tivesse 18 anos.

Lembro-me também das lágrimas da minha mãe quando o meu pai foi para a Guiné ... Lembro-me do suficiente para vos dizer que tudo isso não quero nunca mais. Não quero para mim, não quero para o meu filho ....

E apesar de todos os erros ouvi o outro dia na rádio uma velha canção do John Lennon e dos Beatles que me recordou que fizemos tudo isto praticamente sem violência ... Fiquem com Revolution dos Beatles no meu ultimo post sobre o 25 de Abril. Estava a escrever este post e o meu filho veio perguntar-me porque escolhia uma música inglesa e não uma portuguesa.

Expliquei-lhe que haveria muitas portuguesas que poderia escolher mas em nenhuma encontro a sintonia perfeita com o mais importante para mim nesta canção dos Beatles. A paz. O desejo de mudança que começa pelo interior de nós. Sem violência.

Numa altura em que, para quem navega pela net como eu por vários quadrantes, porque gosto de ouvir e ler as opiniões de todos, se começa a valorizar a necessidade de confronto é para mim fundamental continuar a dizer que a paz, a não violência deve ser a nossa principal prioridade. Paz.



25 de Abril, Sempre !

Mais música clássica segue dentro de momentos ... (uma das outras frases de que me lembro da RTP ... pedimos desculpa por esta interrupção :-) )

Houvesse Internet em 1974 ...

Ás 04:20, exactamente a esta hora poderíamos ouvir este discurso retirado de um dos blogs que costumo visitar ... O Cheiro da Ilha

"Aqui Posto de Comando das Forças Armadas
As Forças Armadas portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas, nas quais se devem manter com a máxima calma.
Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal, para o que apelamos para o bom senso do Comando das Forças Militares no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas.
Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais, que enlutariam e criariam divisões entre portugueses, o que há que evitar a todo o custo.
Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando a sua acorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual colaboração, que se deseja sinceramente desnecessária."

(Lido por Luís Filipe Costa)
(Rádio Clube Português)

25 de Abril, Sempre !

Houvesse Internet em 1974 ...

E às 00:20 do dia 25 teríamos um outro post como este ... Grândola Vila Morena e José Afonso.



25 de Abril sempre!

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Houvesse internet em 1974 ....

Houvesse internet e blogosfera em 1974 e certamente teríamos um post quase como este às 22h:55 do dia 24 de Abril de 1974.

E depois do adeus ...

Para os nossos amigos brasileiros que eventualmente não saberão esta foi a primeira senha da revolução do 25 de Abril de 1974 transmitida exactamente às 22:55 do dia 24 de Abril.



Quase como este porque não haveria certamente explicações e cravos mas essas foram as liberdades poéticas que me permiti. 25 de Abril sempre.

Desafio Músical

Não se esqueçam do desafio musical colocado aqui ! Por agora o quadro de Honra está assim:

1º Tarzan 4105
2º pºg 3839
3º Eu 2985

Chopin - Nocturnos

Chopin é normalmente considerado ser o criador deste tipo de peça. Porém como vimos John Field já tinha anteriormente ensaiado a composição de peças cujas características estão muito próximas de um Nocturno.

Em todo o caso estas serão as peças mais interpretadas deste compositor. Ouvidas ad-nauseam desde os bancos da escola até às salas de concerto. E como sabemos quando algo é consumido em excesso geralmente acabamos por enjoar.

Por outras palavras as melodias dos nocturnos sofrem do facto de já não conterem o elemento de surpresa necessário. Porém isto só é verdade em parte. Basta que sejam interpretados por uma pianista de eleição como a Maria João Pires para que nos esqueçamos de tudo o que ouvimos ...

Para começar esta nossa viagem pelos nocturnos fiquem assim com o Nocturno Nº1 dedicado a Marie Pleyel esposa do editor e virtuoso pianista Camille Pleyel interpretado por Maria João Pires.

Tal como a maioria dos restantes nocturnos esta obra assume uma forma A-B-A em que A é uma parte mais lírica, mais "cantada" enquanto a parte B encerra o drama da composição.

Este Nocturno faz parte do Op. 9 composto entre 1830/1832 e publicado em 1833 juntamente com dois outros nocturnos. O nº2 em Mi bemol maior e o nº 3 em Si Maior.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Chopin e o concerto para piano nº 2

Face ao que vos dissemos ontem no caso do período romântico é difícil escolher um compositor pelo qual começar a nossa odisseia.

Lembrei-me então que já publicamos aqui um post sobre Chopin. Foi no início deste blog que assim inaugura o flash-back às suas memórias ...

Desta forma começaremos por Chopin que foi durante algum tempo da minha adolescência o meu compositor preferido. Para que não fiquemos apenas com a memória de um post passado juntemos algum conteúdo fresco.

Falemos então do seu concerto para piano nº2 . Na verdade este concerto foi escrito antes do concerto nº1 tendo apenas sido publicado posteriormente donde resultou a numeração actual. Trata-se de um trabalho bastante clássico na sua forma em três andamentos:

1. Maestoso
2. Larghetto
3. Allegro vivace

Para ilustrar este post gostaríamos de ter Maria João Pires mas não encontramos no You Tube. Desta forma resolvemos fazer esta ilustração com um excepcional pianista Brasileiro chamado Nelson Freire.

Podem ouvir este concerto na integra divido em seis partes : Primeira Parte, Segunda Parte, Terceira Parte, Quarta Parte, Quinta Parte, Sexta Parte

Jogo de destreza musical

Estava a ler alguns blogs que costumo consultar com frequência e num deles mais precisamente no Theatrum Ab esse ad posse encontrei uma referência a um jogo online colocado pela Filarmónica de Berlim que pode jogar aqui.

É um jogo muito engraçado e uma oportunidade para conhecer uma composição do período romântico o que vem mesmo a calhar. Tentem que o Cisne de Saint-Saens não esteja muito longe do original acompanhando o movimento do arco do violoncelo ...

Eu consegui 2951 pontos conforme se documenta. Ao leitor com a melhor pontuação até ao próximo dia 1 de Maio reserva-se um prémio surpresa. Podem tentar as vezes que quiserem :-)

.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Concerto para Violino de Brahms

O meu ultimo post sobre os Dias da Música diz respeito ao concerto para Violino de Brahms que assim aproveito para introduzir mais este compositor do período romântico.

Se no período barroco temos um trio de compositores que formam a sua estrutura (Bach, Vivaldi e Handel) e no período clássico um outro trio de compositores (Haydn, Mozart, Beethoven) no período Romântico a escolha é bastante mais complicada senão vejamos.

Teríamos Tchaikovsky, Brahms, Mendelssohn se quiséssemos ficar apenas por um trio só que faltam ainda pelo menos: Chopin, Schubert, Wagner. Na verdade à falta de um trio poderíamos ficar com 3 trios juntando a estes Schumann, Mahler, Bruckner ... E acho que se quiséssemos ainda teríamos ocasião para mais um trio já que nos falta toda a ópera romântica ... Desta forma temos aqui material para vários meses ...

O concerto de que estamos a falar não conheceu sucesso imediato. Na verdade a extraordinária dificuldade da peça escrita para o seu amigo Joachim. este concerto foi estreado em Leipzig a 1 de Janeiro de 1879.

No que diz respeito à interpretação de ontem no CCB pela Orquestra Metropolitana de Lisboa e o seu novo director artístico Augustin Dumay apenas tenho duas coisas para dizer. Em primeiro lugar Dumay é realmente excelente em segundo lugar a OML está de parabéns: Excelente nível.

Sendo esta peça uma das mais exigentes do reportório praticamente todos os grandes solistas tocaram esta peça. Assim sendo temos o embaraço da escolha ...

Primeiro Andamento (Itzak Perlman): Primeira Parte , Segunda Parte .
Segundo Andamento (Henryk Szeryng): Primeira e única parte .
Terceiro Andamento (David Oistrakh): Primeira Parte, Segunda Parte.

domingo, 20 de abril de 2008

O Período Romantico: César Franck

Aproveitando como pretexto os últimos concertos que fui hoje ver ao CCB e sobre o qual queria dizer algumas coisas iniciamos neste post de forma oficial a nossa primeira viagem aos compositores românticos.

Um dos concerto que fui ver hoje escolhi-o muito mais função de uma das obras que ia ser interpretada do que pelos interpretes (conhecia o pianista Filipe Pinto-ribeiro e de que gosto) mas a violinista não conhecia. A obra que me levou a escolher este concerto foi a sonata para piano e violino de César Franck que é uma das minhas preferidas e uma das representativas do período romântico. Vão reconhecer nela toda a expressão não contida de sentimentos ... a antítese do classicismo.

Para ilustrar esta magnifica sonata escolhi um dos meus violinistas preferidos Yehudi Menuhin. Podem ouvir todos os andamentos através destes links: primeiro andamento , segundo andamento, terceiro andamento, quarto andamento .

Já agora e porque este blog se pretende didáctico para pessoas que se iniciam no gosto pela música clássica e também porque muitas vezes vos faço recomendações para concertos para os mais novos queria explicar-vos que um concerto de música clássica pressupõe a observância do mais completo silêncio durante o concerto. Faz parte. E digo-vos isso porque neste concerto foi feito um aviso logo no inicio do mesmo nesse sentido. As coisas até estavam a correr relativamente bem, muito melhor do que de manhã quando no concerto de que vos falei com a Orquestra do Algarve o barulho era por vezes insuportável. Mas basta que uma criança não respeite o silêncio que se impõe para que a situação possa caminhar para o descalabro que foi o que aconteceu.

Algures durante o segundo andamento uma mãe tentou sair com a sua criança à pressa, diga-se de verdade porque esta tinha começado uma fita daquelas que acaba em gritos (e não estou a exagerar) mas com a pressa caiu no chão com a criança. Do ponto de vista do concerto podem imaginar o efeito, nem será necessário explicar neste caso os riscos físicos para a criança e para a mãe (certamente neste caso o mais importante evitar).

É perfeitamente possível que uma criança com 4 anos (basta que consiga entender algumas coisas básicas) assista a um concerto de música clássica desde que seja ensinada a comportar-se adequadamente. Tem o adulto de lhe explicar ANTES do concerto e as vezes necessárias quais as regras e as consequências. É muito importante e desejável que eles comecem desde cedo a apreciar música de vários tipos mas têm de ser capazes de respeitar o silêncio. Obviamente que há também que haver bom senso dos adultos na escolhas das peças (há peças muito mais fáceis do que outras) , da hora, da duração até mesmo das condições da sala. Vou dar um exemplo. No caso de uma sala grande que tenha camarotes é muito mais fácil combinar a partilha de um camarote (com a saída muito mais simples) do que um lugar na plateia. Explique o que vão ouvir antes, encoraje a curiosidade natural para garantir que não existe aborrecimento, ...

Em resumo as crianças são muitíssimo bem vindas o barulho e a má educação é que não ... e garanto-vos que este Domingo teria tido vários clientes para este meu sermão.

Dias da Música - Quatro Estações de Vivaldi, Quatro Estações Portenhas

Comecei o dia de hoje com um concerto pela Orquestra do Algarve com um programa que incluía as quatro estações de Vivaldi e as Quatro Estações Portenhas de Piazolla. A ideia desta junção não sendo propriamente original é interessante.

No que diz respeito à primeira dessas peças tendo em conta o número de vezes que já a ouvi (e por excelentes interpretes) era um desafio difícil para a orquestra e a solista. Porém devo dizer que tanto a orquestra como a solista estiveram muitíssimo bem. Não foi perfeito mas a orquestra está equilibrada, tem excelentes interpretes e sobretudo procura fazer música não se limitando a despejar notas. A solista Patricia Kopatchinska foi uma agradável surpresa. Ao vivo até hoje só me lembro de um concerto em que ouvi umas quatro estações mais marcantes do que estas. David Grimal numa das Festa da Música passadas ...

Mas o melhor ainda estava para vir e as Quatro Estações Portenhas de Piazolla com o solista Gonçalo Pescada no acordeão foram uma perfeita maravilha. Aqui o equilíbrio da quantidade de som do solista e da orquestra talvez necessitasse de ser um pouco repensado mas isso é apenas um pequeno detalhe. Confesso que é raro ouvir este instrumento em concertos de música erudita (apenas por uma questão de falta de oportunidade dado que adoro a sua sonoridade) e logo o que vou dizer vale o que vale, mas nunca tinha ouvido tocar assim ao vivo ... Para terem uma ideia do que ouvi podem consultar o site oficial aqui . Por outro lado no You Tube poderão encontrar precisamente uma das Estações Portenhas a que me referia aqui.

Posso dizer-vos que tenho aqui neste blog recomendado muitas vezes a Orquestra do Algarve e depois do que ouvi hoje vou certamente continuar a fazê-lo ainda com mais entusiasmo. Está a fazer-se um trabalho sério no Algarve, na minha modesta opinião de amador claro está.

sábado, 19 de abril de 2008

Dias da Música 18 e 19 de Abril de 2008

Acabei agora de chegar do CCB onde estive o dia praticamente todo (depois da Cinemateca Júnior, claro). A cinemateca foi uma experiência muito engraçada depois conto-vos tudo. Quanto a este dia no CCB confesso que ainda não assisti a um concerto que me deixasse extasiado. Um daqueles que possa dizer que não me vou esquecer nunca.

O que mais se aproximou foi o do Roby Lakatos na Sexta-Feira às 23:30. É verdadeiramente inacreditável o que aquele homem faz com o Violino. Só não ficou na categoria dos memoráveis porque a selecção dos temas tocados foi pouco variada para meu gosto.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Recomendações da Quinta (Parte 2) 18.04.2008

A segunda parte das minhas recomendações de quinta já estão a ser feitas à sexta-feira ... enfim um misto da nossa tradição. Esta segunda parte das minhas recomendações destina-se exclusivamente aos Dias da Música no CCB.

Obviamente a escolha é muita e variada. Na Sexta já vos falei do Roby Lakatos às 23:30 no Grande Auditório e no Sábado também já recomendei os Violinhos às 15h.

Quanto ao resto das recomendações aqui ficam ... Notem que as recomendações baseiam-se na qualidade das formações mas também no tipo de obras que vão interpretar. Procurei no espírito deste blog não recomendar peças "dificeis". Porque senão muitas outras recomendações teriam de ser feitas, aliás verdade seja dita este ano a programação é muitissimo rica em variedade e qualidade. Não se esqueçam também que existem para além dos concertos uma série de outras actividades como ateliers (para os mais novos, algumas engraçadissimas como o quarto dos sons e dos ecos) e também conferências.

A sério se estiverem em Lisboa ou perto de Lisboa não percam a oportunidade. Sim eu sei, não é como a Festa da Música, eu também fiquei triste na altura mas não serve de nada amuar ... e o programa este ano tem excelentes interpretes.

Se puderem não percam o Quarteto Prazak um dos quartetos mais representativos em actividade. Na sexta-feira às 22h (A7) poderão ouvi-los a tocar Beethoven (quarteto para cordas nº 13 Op. 130) no Sábado às 22h (B31) podem ouvi-los também com um outro quarteto para cordas de Beethoven (nº 15 Op. 132) e ainda no Sábado às 16h (B28) também um outro quarteto para cordas de Beethoven (nº 14 Op. 131). No domingo às 17h (C30) este quarteto continuará com Beethoven (Op. 133 e Op. 135).

Quanto aos quartetos recomendava também o New Helsinki Quartet que podem ouvir no Sábado às 20h B.20 (Schubert) e no Domingo 19h C 21 (Brahms) - pessoalmente escolheria este ultimo.

Recomendaria ainda o Leipziger Streicht Quartett (Quarteto de Cordas de Leipzig) Domingo 17h (C25) ou Domingo 11h (C27) em ambos os casos Beethoven ou o ainda o Tokyo String Quartet C18 ou C31 (atenção que no C18 conta com a participação de Pedro Carneiro na Marimba). Schubert, Webern e Smetana - uma escolha um tudo de nada menos "mainstream" ...

Qualquer um destes agrupamentos são formações de topo na música de câmara, uma garantia de excelentes interpretes e excelente música.

Em termos de orquestras não podem perder o Divino Sospiro nem a English Chamber Orchestra. ou tão pouco a Neue Hofkapelle München. Como os primeiros estão cá sempre e terão outras oportunidades se tiverem de escolher então prefiram as duas ultimas (mas só por isso ... ). Além destas terão ainda a oportunidade de ouvir a Orquestra do Algarve e a Orquestra Metropolitana de Lisboa. Confesso que vou aproveitar para ouvir pela primeira vez a Orquestra do Algarve que já tenho várias vezes recomendado nos seus concertos no sul do país e que provavelmente vou também tentar ouvir a Metropolitana pela primeira vez com Dumay. Aqui desculpem mas já não consigo recomendar especificamente os concertos, talvez tenha tempo amanhã para o fazer para os concertos de Domingo ... mas consultem o programa no CCB. Qualquer um dos concertos da English Chmaber Orchestra, da Neue Hofkapelle München são valores seguros.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Recomendações da Quinta (Parte 1) - 17.04.2008

Começamos as nossas recomendações por Leiria onde poderão ouvir no Teatro José Lúcio da Silva «A Floresta», de Eurico Carrapatoso pela Orquestra Filarmonia das Beiras sobre a direcção do Maestro António Vassalo Lourenço . Baseada num conto de Sofia de Mello Breyner Andersen, "A Floresta", de Eurico Carrapatoso é uma ópera para crianças com libreto da autoria de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. Com um texto descritivo e introspectivo, tem uma mensagem bem clara: Os tesouros só trazem felicidade se forem partilhados. Sábado 19 de Abril às 17h. Entrada: €5 Reservas: 244824600 / 244823600.

Em Évora teremos um concerto na na Sexta-Feira às 19h pelo Coro Polifónico Eborae Mvsica com polifonia da Sé de Évora. Este mesmo grupo volta a cantar umas horas mais tarde em Elvas (22h) agora na Sé de Elvas. Concertos integrados na Comemoração do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. Para informações mais detalhadas consulte o site da EboraeMusica.

Voltamos às recomendações para a Madeira onde o Coro Infantil e Juvenil do GCEA dirigido por Zélia Ferreira Gomes dará um recital na Sé do Funchal no Domingo às 11h. A entrada é livre.

Em Lisboa e se não quiserem ir ao CCB podem ouvir música na Igreja da Madalena. Integrado no Ciclo de Páscoa e Santos - Concertos de Música Sacra da Baixa-Chiado teremos o concerto intitulado «Quaresma e Páscoa no Séc. XIX e XX» pelo Studio Contrapuncti. Obras de Anton Bruckner, Max Reger, Francis Poulenc, entre outros. Domingo 20 de Abril às 16h. Entrada Livre.

Finalmente no Porto na Casa da Música do Porto a Orquestra Nacional do Porto dirigida por Christoph König interpretará a Sinfonia nº 2 de Jean Sibelius. Domingo 20 de Abril às 12h. Entrada: €5.00. Reservas: 220120220.

Um grande spot a partir de uma grande recomendação

No blog do Marco, o Bitaites, há um post fantástico sobre um spot publicitário da Zurich Chamber Orchestra. Recomendo que passem por lá não só para ver esse post mas também porque é um blog excelente. Pessoalmente aprecio bastante o sentido de humor do Marco.

Um agradecimento ainda à Maria João Nogueira do Jonasnut que me recomendou esta visita ao Bitaites para ver aquele vídeo ...

Fantástico ! E a web é mesmo isto (pelo menos para mim é ... ) . Esta partilha de interesses, de ideias.

Ainda hoje teremos as recomendações da Quinta - Sim vamos conseguir !!!! Desta vez divididas em dois por causa dos Dias da Música.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Cinemateca Junior - 1 Ano de existência

Caros Leitores, estamos mesmo em maré de recomendações e pelo menos em Lisboa é um fim de semana cheio de eventos! Não só teremos a Festa da Música no CCB como a Cinemateca Júnior faz um ano e este fim de semana tem um programa especial que podem consultar no site da Cinemateca ou então no ficheiro em baixo.





Serão projectados filmes e contadas histórias em Lanterna Mágica acompanhadas por música ao vivo. Aliás já estão a ver que é precisamente por isso que vos estou a recomendar levar os mais novos à Cinemateca no Sábado!

Os mais curiosos poderão constatar no programa que eu vou contar uma história intitulada "O Elefante, a Tromba e o Alfaiate" sendo acompanhado ao Violino pelo meu filho. Se puderem apareçam porque a história não é má (é péssima :-) estou a brincar), a música também não é má (é óptima! :-) aqui é a sério) e ainda podem assistir a um filme.

Karel Stamic (1745 - 1801)

Karel Stamic é um compositor de origem checa que optou mais tarde pela "nacionalidade" germânica (daí ser conhecido pela forma germânica do seu nome: Karl Stamitz).

Não se conhece exactamente a data de nascimento deste compositor que foi também um virtuoso instrumentista (violino, viola, viola d´amour). Nasceu a 7 de Maio de 1745 em Mannheim tendo começado a estudar música com o seu pai (fundador da famosa escola de Mannhei. Em 1770 mudou-se para Paris onde foi violinista e compositor da corte. Em 1780 mudou-se para a Hague onde também foi violinista na corte do principe de Orange.

Os anos que se seguiram foram de grande movimentação por várias cortes e cidades da Europa. Karl Stamitz foi um compositor muito prolifico tendo composto mais de 50 sinfonias, mais de 30 concertos para dois solistas, 7 concertos para piano, 15 para clarinete isto embora o seu instrumento de predilecção enquanto instrumentista fosse a Viola de Arco.

Para ilustrar a obra deste compositor escolhemos uma interpretação do primeiro andamento de um concerto para clarinete que podem ouvir aqui na interpretação de Sabine Meyer.

Apesar desta intensa actividade enquanto compositor e instrumentista faleceu cheio de dividas em Jena a 9 de Novembro de 1801.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Recomendações antecipadas - Dias da Música - Sexta-Feira 18 de Abril

É claro que o próximo fim de semana vai ser dedicado completamente aos Dias da Música no CCB. Por isso vou fazendo aos poucos algumas recomendações pessoais de concertos de que penso poderão gostar. Confesso que não garanto que ainda hajam bilhetes para todos os que vamos aqui referir quando lerem mas prometo que verifico primeiro online antes de fazer a sugestão.

A primeira recomendação vai para Sexta-Feira às 23:30 em que poderão ver no grande auditório às 23:30 o SEXTETO DE ROBY LAKATOS. Trata-se de um violinista de origem cigana, descendente directo do lendário Janos Bihari que nos irá proporcionar momentos absolutamente únicos. Para terem uma ideia do que poderão ver podem visitar o site oficial.

No Sábado às 15:00 claro não percam os Violinhos da Academia de Música de Lisboa num dos espaço livres desta festa de música. Mas sobre este concerto darei mais informações em breve.

Muzio Clementi (1752 - 1832)

Muzio Clementi nasceu a 23 Janeiro de 1752 em Roma.

Já falámos de Clementi quando traçamos o percurso do seu aluno John Field. Como compositor Clementi é hoje relativamente desconhecido. Não fosse o facto de algumas das suas peças serem frequentemente utilizadas para ensino acrescido do recente esforço do grande pianista Vladimir Horowitz e Clementi teria desaparecido quase completamente da nossa memória.

Isto apesar da sua influência ter sido considerável na sua época nomeadamente por ter sido o editor de algumas das obras de Beethoven (demasiado liberal nas correcções que se permitia de acordo com a opinião de alguns musicólogos), de ter sido um dos alicerces na consolidação da forma actual do piano enquanto instrumento (no seu notável papel de fabricante) e ainda por ter sido autor de um manual de ensino Gradus ad Parnassum do mesmo instrumento que foi notável para época.

Provavelmente de forma inadvertida Mozart contribuiu de forma significativa para este esquecimento ao emitir em algumas cartas opiniões muito pouco favoráveis (e estamos aqui a ser simpáticos) sobre Clementi. Pensa-se que Mozart não teria intenção que essas cartas alguma vez fossem tornadas públicas mas ao sê-lo acabaram por espessar uma profunda e injusta sombra na obra de um homem que se dedicou de corpo e alma ao Piano. Inversamente Beethoven era um profundo admirador da obra de Clementi sendo inclusivamente clara a influência que este exerceu numa parte substancial da obra de Beethoven para este instrumento.

Tendo os seus alunos vindo mais tarde a influenciar toda uma escola de pianistas pensamos ser justo recordar aqui uma das suas peças que continua hoje a ser tocada por milhares de jovens pelo mundo inteiro. Neste caso uma jovem de seis anos que podem ouvir aqui (trata-se da sonata nº3 Op. 36 em Dó Maior). Por curiosidade se quiserem ver essa mesma jovem cinco anos mais tarde a tocar Beethoven podem vê-la aqui. Notável penso, veremos o que o futuro lhe reserva ...

Clementi faleceu em Evesham no dia 10 Março de 1832.

Estamos quase a iniciar o período romântico ...

Não, não estou apaixonado, bem isso também estou há muito tempo (há mais de duas décadas), mas não é o que queria dizer neste post :-)

O que quero dizer é que em breve iremos aqui falar dos compositores deste período que se segue ao período clássico de que temos vindo a falar. Confesso que em termos gerais é o meu período preferido. Na verdade se exceptuarmos Bach e Beethoven muitos dos restantes compositores de quem gosto particularmente estão neste período.

Iremos falar de compositores como Brahms, Tchaikovsky, Mendelssohn, Chopin, Bruck, Paganini, ... até lá nos próximos dias ainda vamos falar de compositores do período clássico (ainda temos bastantes em carteira :-))

Hoje daqui a pouco deixo-vos com Clementi.

domingo, 13 de abril de 2008

Recital comentado de Jorge Moyano

Cheguei à pouco do recital do Jorge Moyano na Culturgest. Como vos tinha dito iriam ser interpretadas obras de Alban Berg, Ravel e Gershwin.

De Alban Berg ouvimos a sonata opus 1 com uma excelente explicação prévia do que é a forma de sonata e das circunstâncias que enquadraram a criação desta composição (um exercicío escolar - Alban Berg foi aluno de Arnold Schoenberg. Podem ouvir esta sonata aqui (primeira parte) e aqui (segunda parte). Os que já me conhecem sabem que esta não é propriamente a minha "chávena de chá" mas não posso dizer que não tenha gostado.

A segunda peça de Ravel intitulava-se "Le Tombeau de Couperin" de que por acaso já tínhamos falado aqui. Também neste caso Jorge Moyano explicou o enquadramento histórico da peça e alguns dos aspectos mais interessantes relativos à sua estrutura. Podem ouvir esta peça aqui (primeira parte), aqui (segunda parte) e finalmente aqui (terceira parte).

Porque se excedeu no tempo das explicações das duas peças anteriores Jorge Moyano não pode fazer a introdução que tinha preparado para a peça de Gershwin o que foi pena. Fiquem aqui com a versão orquestral (desculpem mas não resisti aqui a dar-vos algo diferente do que ouvi - "Bernstein oblige" ... e mais não direi). Encontram aqui a primeira parte e aqui a segunda.

O encore foi uma peça de Ravel penso, pelo menos pareceu-me pelo estilo, mas não posso garantir porque não consegui ouvir o que Jorge Moyano disse.

Foi uma excelente lição de música e um fim de manhã de Domingo muito bem passada.

Um momento de humor musical

Quem costuma ir a recitais já terá com certeza reparado em algumas manias dos artistas em palco. Cada vez mais existe menos sobriedade e mais expansividade. Pessoalmente gosto de um equilíbrio entre as duas coisas embora hoje me pareça que se dê demasiada importância à componente do espectáculo.

Mas esta introdução vem a propósito de um post que li ontem à noite no Meow e que me lembrou de um duo de instrumentistas fabulosos que fazem uma caricatura muito interessante dos recitais. São ambos extraordinários instrumentistas e o humor é por vezes muito subtil ... nem sempre no entanto (e é precisamente isso que tem piada).

Vejam também este outro extracto do espectáculo chamado "A Little Nightmare Music".

sábado, 12 de abril de 2008

Johann Joachim Quantz (1697 - 1773)

Johann Joachim Quantz nasceu perto de Göttingen na Alemanha a 30 de Janeiro de 1697. Filho de um ferreiro Quantz iniciou os seus estudos musicais com o seu tio.
Quantz foi um flautista, compositor e fabricante de flautas.

Para além de ser um notável instrumentista e um compositor prolífico Quantz também ficou célebre pelo seu manual "Versuch einer Anweisung die Flöte traversiere zu spielen" (que significa "Método para tocar a flauta transversal"). Como fabricante de instrumentos, actividade que iniciou em 1739, notabilizou-se por acrescentar "teclas" às flautas para facilitar a afinação (se alguém souber o nome exacto que se deve dar a este elemento por favor diga-me porque me parece que não deve ser exactamente assim que se chamam).

Quantz escreveu mais de 300 concertos e outras peças das quais a maioria são para flauta. Embora muitos o qualifiquem como um músico do período barroco e na realidade muitas das suas composições ainda reflictam esse período as suas ultimas obras são já nitidamente clássicas pelo que resolvemos qualificá-lo como pertencendo a este período.

Quantz era um dos colegas de CPE Bach na música de camâra da corte de Frederico o Grande.

Para exemplificar a sua obra fiquem com este quarteto interpretado por uns alunos durante um recital na sua escola, aqui.

Joahann Joachim Quantz faleceu em Potsdam a 12 de Julho de 1773.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

As Recomendações de Quinta (11.04.2008)

Começando as nossas recomendações já à Sexta-Feira na verdade estas recomendações são de novo as recomendações da Quinta à Sexta ...

No Algarve a Orquestra do Algarve e Ivetta Natzkaya (Viola de Arco) dirigidos por Laurent Wagner irão estar no Sábado 12 de Abril no Centro Cultural de Lagos às 21:30. O programa inclui obras de Haydn, Johann Christian Bach, Sara Claro e Béla Bartok. Não sei preços. Reservas: 282770450

Ainda ao sul de Lisboa durante todo o fim de semana (e também na sexta) promovido pelo Conservatório Regional de Évora – Eborae Mvsica tem o fim da semana aberta que decorre entre 7 e 13 de Abril. Há vários concertos para vários gostos e várias idades por isso a minha recomendação é que consulte o programa aqui. Se estiver perto de Évora não perca mesmo (aliás de Lisboa a Évora é um pulo ... ) ...

Em Lisboa temos «Sonatas para Violoncelo e Piano de Johannes Brahms» por António Rosado e Paulo Gaio Lima no Museu Colecção Berardo - Arte Moderna e Contemporânea hoje Sexta-Feira 11 de Abril às 22h. Entrada €9. Reservas: 213612913. Este concerto integra-se no âmbito da comemoração dos 30 anos de carreira do pianista. Claramente a não perder.

Continuando em Lisboa Jorge Moyano terá um Concerto comentado na Culturgest no Domingo 13 de Abril às 11:00. Os bilhetes são apenas €2. Reservas: 217905155. Este recital não vou perder. Adoro Jorge Moyano e não poderia deixar de ir, claro. Ainda por cima num programa comentado e muito variado: Alban Berg, Gershwin e Ravel.

Ainda quase em Lisboa mais precisamente no Palácio Nacional de Queluz no Domingo 13 de Abril o Grupo Coral de Queluz e o Coro Regina Coeli darão um recital às 17h. A entrada livre.

Retomando as minhas recomendações para os Açores no Sábado dia 12 às 21:30 teremos no Teatro Micaelense - Centro Cultural e de Congressos a «Sinfonia nº 3 e 4 de Beethoven» por António Rosado e Alexei Eremine. Grandes pianistas (aliás esta é a segunda recomendação de hoje com António Rosado outro pianista que adoro). Note-se que fiquei um pouco baralhado com este programa. Na realidade se são as sinfonia nº3 e nº4 de Beethoven - não haveria pianistas. Por outro lado teria de haver orquestra. Portanto penso que se tratará da transcrição para piano (provavelmente de Liszt) das mesmas. Entrada: €15,00 Reservas: 296308340 / 296308350.

Finalmente ao Norte na Invicta cidade do Porto teremos um excelente programa para introduzir os mais novos no gosto pela música clássica. Assim teremos a Orquestra Nacional do Porto e Nelson de Jesus dirigidos por Takuo Yuasa na Casa da Música do Porto no Domingo 13 de Abril às 12h. Entrada: €5,00 Reservas: 220120220. O programa é composto pelo Guia de Orquestra para Jovens (de Benjamin Britten) e Morton Gould - Diversions, para saxofone tenor e orquestra Russa.

Muita música (não se esqueça de outras sugestões em cultura.sapo.pt pelos nossos amigos da Sercultur, ou no gadget aqui mesmo ao lado) este fim de semana. Já sabem não se deixem vencer pelo sofá, pelas pantufas ou pela chuva. Troquem esse descanso pela energia transmitida pela música. Já sabem ao vivo é outra coisa ...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Jacques Brel (1929 -1978)

É imperdoável ! Deixei passar o aniversário do nascimento de Jacques Brel ! Na realidade no passado dia 8 teria feito 79 anos.

Jacques Brel foi (é) um dos grande poetas de expressão francesa que coloco ao lado de nomes como Baudelaire, Rimbaud, Verlaine ou Victor Hugo.

Eu cresci a ouvir Brel primeiro sem entender muito bem as palavras dando-lhes significados adequados à minha idade, depois aos poucos fui entendendo aquele universo e como na canção "un matin le mur du silence se brisa".

É impossível dizer-vos qual a canção de Brel que prefiro. São tantas, tão diferentes. "Quand on a que L´Amour ?", "Amsterdam" ? "Mon Enfance"? , "Le Plat Pays"? . Um dos grandes desgostos que tenho é nunca ter visto Brel ao vivo. Por aquilo que conheço dos vídeos gravados deve ter sido uma experiência inesquecível.

Tinha de escolher uma por isso aqui fica uma das canções incontestavelmente uma verdadeira obra de arte.

Brel faleceu a 9 de Outubro de 1978 perto de Paris mas a sua alma já estava sobre o sol quente das Marquesas onde está convenientemente enterrado a alguns metros de Gauguin. Garanto-vos que nessa data não me esquecerei de vos voltar a falar dele. Porque para mim Jacques Brel é também um clássico.

Ah, e para que não volte a acontecer vou já registar as datas de alguns outros cantores poetas ou poetas cantores a ordem dos factores sendo arbitrária (Brassens, Ferrat, Ferré, Vian, ...)

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Entrevista de Plácido Domingo via Internet

Deparei num dos blogs que costumo ler (e de que recomendo uma leitura regular claro) com uma sequência de perguntas a que Plácido Domingo respondeu, perguntas essas feitas via Intertet e respondidas ao vivo.

Vejam aqui a transcrição vale a pena .... (está em Castelhano mas consegue-se ler e entender sem problema).

Carl Philippe Emanuel Bach (1714 - 1788)

Se há um caso que se poderia utilizar como ilustração das dificuldades que um filho pode passar para se afirmar por causa da fama do pai este seria sem dúvida um excelente exemplo.

Na realidade Carl Philipp Emanuel Bach nascido a 8 de Março de 1714 em Weimar é o segundo filho do já nosso conhecido Johann Sebastian Bach.

Não sabemos se para tentar evitar essa sombra ou se puro e simples gosto (duvidamos) ainda tentou a carreira da advocacia mas após concluir os seus estudos de direito nas universidades de Leipzig e Frankfourt em 1738 desistiu e decidiu dedicar-se inteiramente à música.

Um meses mais tarde ajudado por uma carta de recomendação de Sylvius Leopold Weiss (compositor alemão do fim do período barroco) consegue um lugar ao serviço do principe Frederico Segundo da Prússia. Em 1740 com a ascensão deste ao poder tornou-se membro da orquestra real. CPE Bach era por esta altura um dos maior cravistas da Europa, o que claro o motiva a escrever mais de trinta sonatas e concertos para este instrumento.

A sua reputação como compositor estabeleceu-se com as duas séries de sonatas que dedicou respectivamente a Frederico o Grande e a ao Grande Duque de Würtenberg.

Embora tenha composto um conjunto impressionante de obras de música sacra foi sem dúvida no cravo que manifestou todo o seu talento. Não fosse a comparação com o seu pai seria hoje considerado um dos grandes compositores para este instrumento e certamente muito mais conhecido ... Além do seu inegável talento enquanto compositor não é também de desprezar o seu contributo enquanto teórico no ensino dos instrumentos de teclas. Na verdade o seu método Versuch über die wahre Art das Clavier zu spielen constitui a base os fundamentos nos quais repousam os métodos posteriores de Clementi e Cramer.

Tendo sido considerado e estimado pela geração de que fundou as bases - Haydn, Mozart e Beethoven - todos manifestaram admiração pelo seu génio CPE Bach caiu no esquecimento durante o século XIX. Felizmente hoje estamos aos poucos a recuperar uma imagem um pouco mais correcta do génio deste compositor.

Como raramente colocamos aqui exemplos para flauta a solo (desculpem os fãs deste instrumento é mesmo porque é normalmente mais difícil encontrar exemplos) desta vez vamos exemplificar o trabalho deste compositor com uma peça para este instrumento. Trata-se do segundo andamento da sonata para flauta solo que podem ouvir aqui e de uma parte do concerto para flauta em Sol Maior que podem ouvir aqui . Trata-se aliás neste segundo caso de uma interpretação fantástica de um grupo "Arte dei Suonatori especialistas em música barroca ...

Faleceu em Hamburgo a 14 de Dezembro de 1788.

O que são strings de query ?

O post de ontem sobre a minha curiosidade acerca de uma "string de query" aguçou a curiosidade de alguns leitores. Claro que a culpa foi minha porque por deformação profissional (a minha profissão é um marketing e em particular o marketing na internet) não reparei que estava a utilizar jargão profissional.

Bem uma "string de query" é a expressão que a pessoa utiliza no Google (ou noutro motor de pesquisa, mas neste caso quase 100% vêm do Google) para encontrar o meu site. Ou seja a pessoa vai ao Google coloca a expressão "quem não gosta de farinha ...musica" o Google acha que o meu blog é relevante e apresenta-o na lista de sites a pessoa clica e vem ter ao meu blog.

Utilizando um software de análise como por exemplo o Google Analytics (que é o que eu utilizo) ou o Stat Counter (que confesso também utilizo só para efeitos de comparação :-) - Isto aqui é mesmo deformação profissional, basta utilizarem um :-)) podem saber quais são essas strings através de uma interface web (sem terem de perceber de informática ...). Atenção não identificam a pessoa que as fez claro, não se trata aqui de violar a privacidade dos leitores, apenas se sabe de forma agregada.

Porque razão isto é útil ? Bem dá uma excelente percepção daquilo que os vossos leitores procuram e encontraram e sobretudo daquilo que procuraram e não encontraram (e deveriam ter encontrado :-)) .

Por exemplo ontem alguém procurou por "festival bach na madeira". Ora eu não fazia a minima ideia da existência de semelhante festival (ou pelo menos não estava recordado disso) mas vou claramente investigar do que poderá resultar em breve uma recomendação :-) ...

Outros exemplos, o número de pessoas que chegam ao nosso blog procurando por Monteverdi é muito, muito superior ao que seria de esperar tendo em conta a notoriedade do compositor em causa. Logo isso leva-me a crer que das duas uma: Ou há um défice de informação sobre este compositor em lingua portuguesa (possível) ou então há algo no conteúdo que escrevi sobre Monteverdi que funciona melhor no mecanismo de indexação do Google ... A explicação disto agora seria um novo post (mas aqui já estou a exagerar na "seca" ... )

Espero ter saciado a curiosidade dos meus leitores ... :-) perguntem sempre. O único risco é levarem "secas" deste tipo ...

terça-feira, 8 de abril de 2008

Anton Rejcha (1770 - 1836)

Anton Rejcha (ou Antoine Reicha como é também conhecido) foi um compositor naturalizado francês de origem checa.

Anton Rejcha nasceu a 26 de Fevereiro de 1770 em Praga tendo perdido o pai muito jovem. A sua mãe aparentemente não se interessava muito pela educação da criança tendo Rejcha sido educado por um tio que era um virtuoso Violoncelista e que cuidou desde dessa altura da sua educação musical.

Em 1785 a família mudou-se para Bona onde Reicha se tornou membro da Hofkapelle. Curiosamente o jovem Beethoven era membro dessa mesma orquestra e os dois tornaram-se grandes amigos, amizade essa que se iria prolongar durante toda a vida.

Foi desde essa altura (1785) que Reicha começou a estudar composição aparentemente contra a opinião do seu tio. De 1789 a 1794 estuda em Bona na universidade onde também tocava como forma de assegurar a sua sobrevivência.

Quando as forças de Napoleão atacaram Bona Reicha fugiu para Hamburgo onde jurou não mais tocar um instrumento ganhando a sua vida dando aulas de composição. Em 1799 mudou-se para Paris onde esperava ganhar a sua vida com as suas óperas.

Desta forma em 1801 mudou-se para Viena onde viria a estudar com o nosso já conhecido s Antonio Salieri e Johann Georg Albrechtsberger. Ambos eram como já sabemos excelentes professores e teóricos o que terá sido sem dúvida determinante no gosto que Reicha desenvolveu pela teoria. Em Viena Reicha teve claro oportunidade de voltar a encontrar Beethoven e de completar uma grande parte das suas obras.

Infelizmente este período fecundo foi mais uma vez interrompido por Napoleão em Novembro de 1805. Fugiu para Leipzig mas sem depois conseguir voltar a Viena. Desta forma decide voltar a Paris onde é desta vez muito bem sucedido enquanto professor sendo nomeado professor de contraponto e fuga no Conservatório de Paris em 1818. Foi também nesta altura que escreveu várias obras teóricas relevantes. O "Cours de Composition Musicale" publicado em 1818 tornou-se o texto recomendado no conservatório. Foi também em Paris que compôs os quintetos para sopros e outras peças para instrumentos de sopro que são hoje as suas peças mais conhecidas. Ouçam aqui um quarteto para instrumentos de sopro.

Na ultima década da sua vida Reicha estava completamente integrado na vida Parisiense tendo obtido a cidadania francesa em 1829 passando a fazer parte a partir de 1835 da Academia Francesa. Publicou dois outros tratados que geraram bastante controvérsia. Franz Liszt, Hector Berlioz, Charles Gounod e mesmo Cesar Franck foram seus alunos o que diz bem da reputação de Rejcha como professor.

Rejcha faleceu em Paris a 28 de Maio de 1836.

As pesquisas mais enigmáticas

A exemplo do que alguns colegas da blogosfera fazem tenho por hábito ver as strings de query que trazem as pessoas ao meu site. Fico contente por verificar que na esmagadora maioria dos casos percebo a razão pela qual o Google achou que o meu blog era relevante.

Algumas vezes (poucas) fico perplexo com o algoritmo. Hoje não fiquei surpreendido com o Google. O que eu não percebo neste caso é o que é que este leitor estava à procura ...

"quem não gosta de farinha ...musica"

Alguém faz a mais pequena ideia ? Será uma expressão idiomática que não conheço? Se o autor da pesquisa estiver a ler isto e nos quiser ajudar claro que é bem vindo ... Não tenho nada contra a pesquisa em questão, claro. Apenas despertou a minha curiosidade, que tem sono leve admito.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Uma recomendação virtual - Joost

Hoje como não temos muito tempo para o nosso post diário confesso que vou recorrer a subterfúgio que tinha em reserva para uma destas ocasiões.

Trata-se de um programa chamado Joost (dos criadores do Skype - não sei se conhecem ) e que poderá vir a ser a nova forma de vermos televisão no computador.

Bem mas claro que se recomendo é porque para o tema que nos interessa - a música clássica temos nada menos nada mais do que 3 canais só com este tipo de música ... E sem ser como no Mezzo ou na People and Arts em que temos de esperar.

Aqui podem passar para a frente até encontrarem um programa que lhes agrade. Já sabem apontem o vosso browser para www.joost.com façam download do referido programa e boas horas de escuta musical. Precisam de uma ligação de banda larga. Em Portugal qualquer ligação via cabo ou qualquer adsl serve.

Por exemplo agora estou a ouvir a sinfonia nº2 de Balakiriev mas poderia rapidamente passar para o concerto nº2 para piano e orquestra de Beethoven, ou para o nº5 do mesmo compositor. Aliás é isso mesmo que vou fazer e surpresa tenho direito a Van Cliburn, nada mau mesmo ...

domingo, 6 de abril de 2008

Luigi Cherubini (1760 - 1842)

Luigi Cherubini nasceu em Florença em 1760, não se conhece exactamente a data (8 e 14 de Setembro são algumas das possibilidades). Embora tenha nascido em Itália passou a maioria da sua vida em França. Embora tenha composto em praticamente todos os géneros destacou-se sobretudo na Ópera e na música Sacra.

Começou a aprender música com apenas 6 anos pela mão do seu pai. Considerado uma criança prodígio Cherubini cedo estudou composição (aos nove) e aos treze anos já tinha composto várias obras de música sacra.

Em 1785 viajou para Londres na procura de uma maior liberdade criativa e nesse mesmo ano fez uma viagem a França na companhia do seu amigo Gianbattista Viotti que o apresentou à rainha Maria Antonieta e à sociedade parisiense. Cherubini gostou tanto do que viu que praticamente não voltou a sair de Paris.

Foi já em Paris que compôs a sua ópera mais conhecida Médée(1797) que ainda hoje é interpretada pelas grandes figuras e nos grandes palcos mundiais. A título de exemplo fiquem com a grande Maria Callas aqui.

Curiosamente Luigi Cherubini entrou em conflito com um outro músico de quem já temos aqui falado, Hector Berlioz, possivelmente um desacordo entre gerações diferentes no Conservatório de que Cherubini era director.

Continuando neste registo de curiosidades Cherubini tinha no entanto alguns defensores e amigos entre os quais Beethoven (que o considerava o melhor da sua geração), Rossini e o Pintor Ingres. Aliás Cherubini e Ingres partilhavam gostos já que Cherubini apreciava muito a pintura e Ingres o Violino. Aliás é dessa amizade e do facto de Ingres ter aprendido a tocar violino como Hobby que nasceu a expressão "Violino d´Ingres" para referir um hobby ou passatempo de um artista no qual este ou esta não é muito bom apesar de estar firmemente convencido do contrário.

Cherubini faleceu em Paris no dia 15 de Março de 1842.

sábado, 5 de abril de 2008

Herbert Von Karajan (1908-1989)

Herbert von Karajan se fosse vivo faria hoje 100 anos. Desta forma resolvemos festejar esta ocasião com um post sobre um dos grandes maestros do século XX. Figura bastante controversa como veremos não deixa por isso de ser um génio impar e uma figura incontornável na música.

Karajan nasceu em Salzburgo em 1908 no seio de uma próspera família burguesa. Iniciou os seus estudos musicais no Salzburg Mozarteum, ainda hoje uma das melhores escolas de música da Europa. Nessa escola Bernhard Paumgartner (1887 -1971), ele também um filho de Salzburgo (ainda que adoptivo) e futuro director do festival de Salzburgo e grande director da referida escola recomendou-lhe que seguisse a carreira de Maestro.

Assim entre 1926 e 1929 estuda com Franz Schalk (1863-1931) na Academia de Viena a arte de dirigir uma orquestra. Curiosamente Franz Schalk viria também a ter um papel importante no estabelecimento do Festival de Salzburgo.

A estreia de Karajan como maestro ocorre em Salzburgo em 1929 a 22 de Janeiro de 1929. Entre 1929 e 1934 é maestro da Orquestra de Ulm. Em 1933 estreia-se no Festival de Salzburgo. Em 1934 obtém o primeiro convite para tocar com a Filarmónica de Viena e torna-se Director Musical em Aachen.

Em 1938 estreia-se com a orquestra de que viria a ser o emblema de marca. Depois de uma interpretação hoje lendária de Tristão e Isolda ganhou a simpática alcunha de "Das Wunder Karajan".

Ainda nesse ano assina o seu primeiro contracto de gravação, actividade a que emprestou uma grande parte do seu esforço. Em 1939 faz a sua primeira gravação: A Flauta Mágica de Mozart.

Entre 1941 e 1944 mantém em plena guerra a sua actividade musical em Berlim tendo por isso e pela sua inscrição no partido nazi acusado de colaboracionismo. No entanto, após a guerra a comissão austríaca encarregada de estudar o seu caso considerou-o inocente.

Pode assim em 1947 aceitar o convite da nova Filarmónica de Londres para como maestro convidado dirigir mais de 20 concertos nos Estados Unidos. Em 1951 conduz O Anel do Nibelungo, Tristao e Isolda e Meistersinger no então recriado festival de Bayreuth.

Em 1955 sucede ao grande Furtwängler como maestro da Filarmónica de Berlim de que viria a ser a cara a marca (além de ter durante anos moldado esta orquestra a sua concepção do que deveria ser uma orquestra filarmónica). Na realidade em 1956 obtem uma nomeação vitalícia como regente dessa orquestra.

Entre 1956 e 1960 aceita o cargo de director artístico do Festival de Salzburgo. esta cargo permitiu-lhe ser director artístico da Filarmónica de Viena entre 1957 e 1964. Em 1959 volta a Deutsche Grammophon e desde logo se propõe efectuar a gravação integral das nove sinfonias de Beethoven, projecto que acaba por levar a cabo em 1963. Aliás esse ano seria um ano fantástico já que também marca a inauguração da nova sala de espectáculos de Berlim construída de acordo com as suas especificações. Proponho que vejam dessa época este fantástico vídeo em duas partes com a quinta sinfonia de Beethoven. Parte 1 - Parte 2.

Em 1967 cria o Festival da Páscoa em Salzburgo onde durante várias épocas iria interpretar o Anel de Wagner. Já em 1968 iria fundar a fundação Karajan estabelecendo um prémio bienal para jovens maestros. Em 1977 grava o seu segundo ciclo completo das nove sinfonias de Beethoven. Em 1978, no que alguns consideram ter sido o seu maior erro grava os cinco concertos para violino com a jovem violinista alemã Anne-sophie Mutter que na altura tinha 14 anos.

Em 1980 sempre na vanguarda da inovação grava o primeiro título digital da Deutsche Grammophon que simbolicamente é também a flauta mágica de Mozart.

Em 1984 grava o seu terceiro e ultimo ciclo integral das nove sinfonias de Beethoven. Em 1989 interpreta pela ultima vez em público em Nova Iorque conduzindo muito adequadamente a Orquesta Filarmónica Vienense onde é interpretada a sétima sinfonia de Bruckner, o que também não deixa de ser uma escolha que faz sentido sendo também ele (Bruckner) um mal amado ... Esta mesma composição foi também a ultima gravação efectuada.

Faleceu em Anif, perto de Salzburgo no dia 16 de Julho de 1989.

"Those who have achieved all their aims probably set them too low"
Herbert von Karajan.

Recomendação de Ultima Hora : Mões - Castro Daire

Num dos blogs que leio regularmente fiquei a saber que a Sociedade Filarmónica de Mões (concelho de Castro Daire) vai realizar um concerto hoje (5 de Abril) às 20h30 no salão paroquial de Mões.

O repertório contará com as seguintes peças:

* Clarinera Major - J. Vte Mas Quiles
* Ross Roy - Jacob de Haan
* Brisas d'Aire - António Lourenço
* Viva Itália! - Jack Bullock
* Abba Gold - Abba/arr. Ron Sebregts
* Harmonique - Wim Laseroms

Concerto sobre a direcção do Maestro David Sousa que se estreia.

Já sabem qual é o desafio se estiverem perto desta localidade. Saiam de casa e vão ouvir música ao vivo, porque como sabem Ao Vivo é Outra Coisa!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Jan Ladislav Dussek ( 1760-1812 )

Dussek nasceu a 12 de Fevereiro de 1760 em Čáslav numa família desde há muito ligada à música. Depois de ter estudado na Boémia durante os primeiros anos da sua carreira rapidamente chegou à corte de Catarina a Grande em S. Petersburgo onde se tornou o protegido da rainha. Tinha entretanto passado por Londres onde conheceu e casou com a Harpista Sophia Corri. Teve de sair à pressa da Rússia perseguido pela polícia por razões desconhecidas. Bem não serão totalmente desconhecidas se considerarmos que a vida de Jan Dussek se caracterizou, como dizê-lo, por um forte pendor romântico e conquistador ...

Dussek escreveu um número considerável de peças nomeadamente concertos para piano que pelo virtuosismo que exigem podem ser consideradas percursores do período romântico.

Não querendo menosprezar a importância de Dussek como compositor a maior influência que terá tido na história da música terá sido ao convencer o seu sogro a tornar-se editor de música e ao persuadir o construtor de pianos Broadwood a aumentar a gama dos teclados de piano. Foi num destes pianos que Beethoven compôs algumas das suas composições.

Em 1799 em Hamburgo entre ao serviço do Rei Luis Ferdinand da Prússia cuja morte chorou numa sonata que ficou célebre. Passou os últimos da sua vida sobre a protecção do ministro Talleyrand em Paris onde viria a falecer em 1812.

Dussek escreveu também bastante para música de câmara em particular para Violino, Harpa e Piano. Neste género inovou ao ser o primeiro a utilizar percussão ou pelo menos dos primeiros.

Deixamos-vos aqui com uma parte de uma das obras mais célebres do compositor intitulada "O sofrimento da Raínha de França" Op. 23 em Dó Menor. Podem ouvir aqui a segunda parte.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

As recomendações de quinta-feira (03.04.2008)

Bom hoje estamos de volta ao dia certo !

Começando pelo Sul mais precisamente em Évora no Pavilhão Municipal Multiusos teremos a Orquestra do Algarve acompanhada por Samuel Bastos no oboé e dirigidos por Laurent Wagner. O concerto será no Domingo 6 de Abril às 17h. Obras de Mendelssohn e Mozart.

Em Lisboa integrado no Ciclo de Páscoa e Santos - Concertos de Música Sacra da Baixa-Chiado. No Domingo às 16h na Igreja da Madalena teremos um concerto intitulado «Da Quaresma à Páscoa» pelo Ensemble Mensura com obras de Frei Manuel Cardoso e Estêvão de Brito. A entrada é livre.

No Seixal no dia 5 de Abril (Sábado) no Forum Seixal às 21.30 - Excertos da ópera "Così fan tutte" de W. A. Mozart em versão de concerto com os cantores Elsa Cortez (Fiordiligi), Susana Teixeira (Dorabella), Margarida Marecos (Despina), Fernando Guimarães (Ferrando), Jorge Martins (Guglielmo), Manuel Pedro Santos (Don Alfonso) e o pianista Eduardo Regula.

Agora mais ao Norte, fazemos-vos parte de uma sessão extra em Espinho do espectáculo Café Chinez, Domingo, dia 6 de Abril, às 18:00. O preço dos bilhetes mantém-se: 5 euros para bilhete normal, 3 euros para menores de 25 anos e maiores de 65.

Ainda ao Norte a Orquestra do Norte interpretará um programa composto por obras de Joly Braga Santos (Concerto em Ré para orquestra de cordas Op.17) e Luís de Freitas Branco (Concerto para violino e Orquestra). Será no dia 6 de Abril, Domingo, 18h00 no Grande Auditório da Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão. Entrada: 5 euros. Duração 70 m

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Louis Spohr (1784-1859)

Este post deveria ser escrito no dia 5 de Abril a data de nascimento (em 1784) de Louis Spohr em Kassel na Alemanha. No entanto para o dia 5 temos um outro aniversário para comemorar (podem tentar adivinhar não é muito difícil) e por isso Spohr fica mesmo com o dia hoje ...

A sua formação começou com o Maestro Dufour que reconhecendo a capacidade musical do jovem recomendou à sua família que o enviasse para Braunschweig para que continuasse a sua formação musical. Aí impressionou tanto o duque Herzog Ferdinand que este o contratou para o seu grupo de música de câmara apesar de na altura Spohr ter apenas 15 anos.

Alguns anos mais tarde sobre a influência do Duque tornou-se aluno de Franz Eck que o acompanhou na sua primeira tournée que o levou até São Petersburgo. Datam também desta altura (1802) as suas primeiras composições incluindo o seu primeiro concerto para Violino.

Entre 1813 e 1815 trabalhou como maestro no teatro de Viena onde se tornou amigo de Beethoven. A partir de 1822 e até à sua morte foi director musical na corte de Kassel a sua cidade natal onde faleceu em 1859.

Spohr foi um compositor bastante prolífico tendo composto mais de 150 obras com opus e uma outra centena não numerada. As suas composições situam-se na fronteira entre o clássico e o romantismo.

Para além de compositor Spohr foi também um notável violinista e professor. Como violinista diz-se que apenas teve paralelo em Paganini e como professor o seu método de ensino fez escola.

No que diz respeito à composição das suas noves sinfonias não existe muita memória com a excepção da sexta dita a "Histórica" que é uma paródia a vários géneros musicais. Porém algumas das suas peças nomeadamente o oitavo concerto para violino que se tornou popular através das interpretações de Heifezt e mais recentemente Hilary Hahn. Podem ouvir aqui uma interpretação deste concerto (prometo que um dia colocarei a da Hilary ou do Heufetz)

No que diz respeito às suas obras vocais, aliás curiosamente Spohr escrevia para Violino como se escrevesse para a voz humana que foi o facto que o levou a escrever também canções as suas Seis Canções (Op. 72). Podem ver aqui uma interpretação de uma dessas seis canções.

Além destas obras os concertos para clarinete e orquestra são também ainda hoje em dia bastantes executados sendo inclusivamente regularmente exigidas como provas de admissão. Pode ver aqui uma parte de um destes concertos.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Biografia de John Field (1782-1837)

De John Field pode-se dizer que foi um romântico antes do romantismo. Na verdade o seu estilo é muito semelhante ao de Chopin. É no entanto curiosa esta comparação dado que de facto Field precedeu Chopin.

Aliás na realidade as semelhanças entre ambos não acabam aí dado que Field foi sem dúvida percursor do conceito de Nocturno que hoje se atribui a Chopin de forma um pouco injusta tal como também o é o relativo esquecimento a que foi votado.

Field nasceu em Dublin a 26 de Julho de 1782 no seio de uma família de músicos (o pai tocava violino e tinha uma escola de música) enquanto o avô era organista numa das principais igrejas da cidade. Foram aliás os dois, pai e avô que ensinaram o rapaz os primeiros passos no instrumento.

Cedo no entanto se percebeu que Field tinha capacidades muito para além do ordinário tendo por isso o seu pai contratado o professor Tommaso Giordani. As primeiras apresentações públicas (com oito anos segundo os programas da altura - uma óbvia mentira dada a data dessa estreia 1792) foram verdadeiros sucessos mediáticos.

Nessa altura no entanto a família foi forçada a saír de Dublin indo para Bath onde estiveram cerca de dois meses para se fixarem em Londres onde o pai encontrou trabalho na Haymarket Theatre Orchestra. Na verdade esta mudança acabou por ser muito favorável para Field dado que o seu pai o apresentou a Muzio Clementi que imediatamente reconheceu o talento do jovem e que viria a ser o seu mestre e mentor.

Embora as primeiras composições de Field datem de 1792 (ainda em Dublin e com apenas 10 anos) datam de 1800 as primeiras referências a Field como compositor primeiro nas comunicações entre Clementi e a casa Pleyel e depois pela publicação de três sonatas em 1802 dedicadas ao seu mestre Clementi.

Data também de 1802 a primeira tournée de Field e Clementi que os levou a Paris, Viena e finalmente S. Petersburgo com enorme sucesso. Spohr (outro compositor do período clássico de que falaremos em breve) falou destes concertos de forma muito elogiosa. Dizia ele que apesar da sua timidez do fato datado e obviamente curto e inadequado tudo isso desaparecia assim que jorravam as primeiras notas ...

Field ficou em S. Petersburgo tornando-se professor e adquirindo uma clientela aristocrática. Indolente e boémio casou-se em 1808 com a actriz de origem francesa Mlle. Percheron.

Em 1812 compõe a grande marcha triunfal e sobretudo em 1814 compõe os três primeiros nocturnos. O inicio de um novo género musical.

Entre 1815 e 1819 Field continua a dar numerosos concertos em S. Petersburgo onde a sua reputação como professor é excelente. desta forma Glinka e Mayer (compositores do período romântico e da escola russa de que falaremos em breve) são seus alunos que não lhe poupam elogios. Este período é também o mais proveitoso enquanto compositor dado que datam deste período cinco concertos para piano, uma sinfonia, três nocturnos, dois divertimentos , uma polaca, uma valsa entre outras composições.

Fixou-se então em Moscovo entre 1822 e 1831 onde com Hummel realiza vários concertos. Em 1831 aceita ir tocar a Londres por convite da Sociedade Filarmónica de Londres onde por coincidência se encontra quando do falecimento do seu velho mestre Clementi.

Em 1832 colta a Paris onde mais uma vez é recebido em apoteose e donde parte para uma tournée por vários países da Europa. No entanto o seu estilo de vida pouco regrado (pequeno eufemismo aqui) leva-o a um débil estado de saúde em Nápoles em 1834/1835 onde só não falece pela intervenção de uma familia nobre Russa, os Rachmanoff que insistem em levá-lo de volta a Moscovo.

De passagem em Viena Field faz a sua ultima aparição profissional a pedido de Carl Czerny e compõe mais um concerto para piano e um nocturno mas era evidente já então que a sua saúde era débil. Resistiu ainda até chegar a Moscovo onde faleceu a 11 de Janeiro de 1837 em Moscovo.
Embora os seus concertos para piano sejam obras notáveis sem dúvida o seu contributo principal para a história da música foi a criaão de um género: O Nocturno. Neste sentido aqui fica um exemplo de uma interpretação do Nocturno nº 5.

Brasil versus Portugal

Só para vos dizer, caros amigos Brasileiros que no dia de ontem pela primeira vez na curta história deste blog (faremos 6 meses no próximo dia 6 - era quase um 666 :-)) tivemos mais leitores vindos do Brasil do que de Portugal.

Sim, eu sei que o Brasil é MUITO maior, que há muito mais brasileiros com acesso à net (aliás esta mania das estatisticas é deformação profissional ... ) mas não deixou de ser uma agradável surpresa. E digo surpresa porque não faltam aos meus amigos brasileiros (como aliás também não faltam aos portugueses) excelentes blogs de música clássica no Brasil, dos quais aliás sou atento leitor.

Que vós meus amigos de além mar escolham vir até aqui ler umas coisas sobre a música de que gosto (de que gostamos) foi uma forma muito simpática de começar o dia, voltem sempre digo eu trauteando o vosso lindissimo hino (de que descobri este fim de semana a origem ... leiam este post se ainda não o fizeram ... ).

Fiquem bem!

O Violino Roubado está aqui


Pois sou eu o ladrão virtual e escondi o violino aqui no meu blog ! ... Além disso é 1 de Abril ... Quem chegar aqui recebe como prémio esta imagem de um verdadeiro Guarnieri :-)

Liszt e as transcrições para piano das sinfonias de Beethoven

Ao falarmos de Beethoven deixamos para trás algumas pontas soltas que iremos aos poucos tratando. Uma delas diz respeito às transcrições para piano do conjunto total das nove sinfonias pelo virtuoso do piano e compositor Liszt.

Trata-se de um trabalho notável que transcende em muito uma simples transcrição. Na verdade Liszt em muitos casos mais do que transcrever conseguiu retratar de forma notável o espírito das obras de Beethoven. Se se lembrarem das várias composições que fomos ouvindo ao longo destas ultimas semanas devem estar a pensar que não foi tarefa fácil.

E na verdade não foi. Tratou-se de um trabalho que Liszt foi concretizando ao longo de vários anos de 1838 a 1865 data em que completou o quarto andamento da nona sinfonia. Note-se aliás que durante muito tempo Liszt pensou que não seria possível transcreve-lo. Pensava que não conseguiria transmitir de forma minimamente adequada o ambiente do mesmo.

Fiquem aqui com um exemplo da quinta sinfonia e aqui com um exemplo do segundo andamento da sétima. Dois extractos com características totalmente diferentes para que possam apreciar. Não fiquei totalmente satisfeito com a qualidade das gravações que encontrei por isso talvez vos reserve uma surpresa para um destes dias.

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