terça-feira, 30 de setembro de 2008

Brahms - Ein Deutsches Requiem (Op. 45) - Parte 5

O sexto andamento do Deutsche Requiem intitula-se : Não temos aqui uma casa duradoura. A tradução do inglês é minha. O texto em inglês foi obtido da Wikipédia.

6º Andamento: Não temos aqui uma casa duradoura

Não temos aqui uma casa duradoura, mas estamos a preparar uma para o futuro
Eis que te mostro um mistério: não iremos todos dormir, mas seremos todos mudados em breve, num abrir e fechar de olhos, no último trunfo: A trombeta tocará, e os mortos serão acordarão incorruptíveis, e nós seremos todos mudados.
De seguida, serão chamados para proclamarem o que está escrito, a Morte será engolida na vitória. Ó morte, onde está o teu aguilhão? Ó túmulo, onde está tua vitória?
Tu és digno, ó Senhor, para receber honra, glória e poder: porque criaste todas as coisas, e para teu prazer as coisas são e foram criados.

Para ouvirem este andamento continuamos a recomendar a Filarmónica de Berlim dirigida por Claudio Abbado e o coro da Rádio Sueca, aqui.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Brahms - Ein Deutsches Requiem (Op. 45) - Parte 4

Depois de uns dias de viagens diversas a outros temas musicais clássicos e antes de conhecermos a votação para o especial "maestro" preferido (entre as quatro hipóteses que vos dei) voltamos a Brahms.

5º Andamento :

E, na verdade, por isso, agora tenho tristeza: mas vou vê-lo de novo,
e o seu coração se deve alegrar , e a sua alegria ninguém a tomará .
Olhai com os olhos como com pouco trabalho atingi a paz.
Como uma mãe conforta o seu filho eu vou conforta-lo

Oiçam aqui este quinto andamento pelos interpretes do costume.

domingo, 28 de setembro de 2008

Brel : Voir un ami pleurer

Esta foi uma das pesquisas da semana. Um pedido para uma tradução deste poema de uma das canções de Jacques Brel. Primeiro deixo-vos com a versão original e depois a minha tradução. Recomendo que leiam este texto ouvindo a canção aqui.

Bien sûr il y a les guerres d'Irlande
Et les peuplades sans musique
Bien sûr tout ce manque de tendre
Et il n'y a plus d'Amérique
Bien sûr l'argent n'a pas d'odeur
Mais pas d'odeur vous monte au nez
Bien sûr on marche sur les fleurs
Mais mais voir un ami pleurer

Claro que há a guerra na Irlanda
E povos sem música
Claro que a tudo isto falta ternura
E já não existe a América
Claro que o dinheiro não tem cheiro
Mas a falta de cheiro também tresanda
Claro que também esmagamos as flores
Mas ver um amigo chorar

Bien sûr il y a nos défaites
Et puis la mort qui est tout au bout
Le corps incline déjà la tête
Étonné d'être encore debout
Bien sûr les femmes infidèles
Et les oiseaux assassinés
Bien sûr nos coeurs perdent leurs ailes
Mais mais voir un ami pleurer

Claro que há as nossas derrotas
E depois a morte no fim que advinhamos
O corpo já inclina a cabeça
Espantado de ainda estar de pé
Claro as mulheres infiéis
E os pássaros assassinados
Claro que os nossos corações perdem as asas
Mas ver um amigo chorar

Bien sûr ces villes épuisées
Par ces enfants de cinquante ans
Notre impuissance à les aider
Et nos amours qui ont mal aux dents
Bien sûr le temps qui va trop vite
Ces métros remplis de noyés
La vérité qui nous évite
Mais mais voir un ami pleurer

Claro que há as cidades esgotadas
Por essas crianças de cinquenta anos
Nós que somos impotentes para os ajudar
E os nossos amores que têm dor de dentes
Claro que o tempo anda demasiado depressa
Com o Metro cheio de afogados
A verdade que nos evita
Mas ver um amigo chorar

Bien sûr nos miroirs sont intègres
Ni le courage d'être juif
Ni l'élégance d'être nègre
On se croit mèche on n'est que suif
Et tous ces hommes qui sont nos frères
Tellement qu'on n'est plus étonné
Que par amour ils nous lacèrent
Mais mais voir un ami pleurer.

Claro que todos os nossos espelhos são íntegros
Nem a coragem de ser Judeu
Nem a elegância de ser Preto
Acreditamos que somos a mas somos apenas fuligem
E todos esses homens que são nossos irmãos
Tanto que já não nos espantamos
Que nos desfaçam por amor
Mas, mas ver um amigo chorar.

As pesquisas interessantes da semana (#6)

poema de jacques brel voir un ami pleurer : Bom podem encontrar neste post o poema em francês assim como a minha tradução para português.

pesquisa detalhada sobre a vida e obra de poulenc: Francis Poulenc (1899-1963) foi um compositor francês do século XX (lá chegaremos). Entretanto a título de aperitivo (e que aperitivo) podem ouvir aqui o segundo andamento da Sonata para Piano e Flauta. Ao piano nada menos do que o compositor (ele mesmo) e na flauta o excepcional Jean-Pierre Rampal. A música é fabulosa e os interpretes dificilmente poderiam ser melhores por isso garanto que não perdem o vosso tempo se ouvirem ...

período da musica nel cor più non mi sento : Esta obra de Giovanni Paisiello (1740-1816) pertence à Ópera La Molinara. É uma obra do período Clássico. Pode saber mais sobre este compositor neste outro post.

hrachya avanesyan : Violinista arménio que nasceu em Gumri na Arménia em 1986. Veio recentemente a Portugal para tocar com a Orquestra Metropolitana de Lisboa. É um dos violinistas mais promissores da sua geração tendo já ganho vários prémios internacionais.

für elise é uma musica erudita : Sim claro. Trata-se de uma composição de Beethoven do período clássico. No nosso blog encontra um post sobre esta composição aqui.

"gotan project" : Um grupo que interpreta o Tango de uma forma diferente, muito diferente. Vêm a Lisboa em breve e eu lá estarei. Não é música clássica mas recomendo absolutamente. Oiçam aqui um exemplo.

violinista bruno monteiro: Um dos mais promissores violinistas portugueses. Já tivemos a oportunidade de o ouvir no CCB como referimos nas ultimas recomendações de Quinta-Feira. Para mais informações o melhor é visitarem o site oficial aqui. A propósito disso reparei que está neste momento a lançar um novo disco pelo que o poderemos ouvir dentro em breve

albrechtsberger : Grande organista e professor de Beethoven. Já falámos dele neste outro post.

Faleceu Paul Newman (1925 - 2008)

Eu sei que não tem muito a ver, não tem mesmo nada a ver com Música Clássica. Porém Paul Newman faz parte da minha adolescência é um dos actores que mais admiro não só pelo que fez no ecrã mas sobretudo pela forma como viveu e as causas que subscreveu. Fica aqui um link para um documentário sobre a sua vida com Joanne Woodward.

Recomendações de Ultima Hora

Inadvertidamente nas minhas recomendações de Quinta-Feira escaparam-me os Concertos da Sinfonietta de Lisboa que terão lugar no Domingo e na Segunda Feira:

Domingo, 28 de Setembro de 2008 – 17h00
Auditório principal do Centro Cultural Malaposta, Odivelas
(Rua de Angola – Olival Basto)

Segunda, 29 de Setembro de 2008 – 21h30
Sociedade de Geografia de Lisboa
(R. das Portas de Sto. Antão - junto ao Coliseu dos Recreios)

Para mais informações visitem o blog Ricercare.

sábado, 27 de setembro de 2008

Brahms - Ein Deutsches Requiem (Op. 45) - Parte 3

Vamos hoje continuar na nossa viagem por esta fantástica obra de Brahms ouvindo o quarto andamento do Requiem. A tradução a partir do texto em Inglês é minha, desculpem eventuais erros ... Aceitam-se obviamente sugestões para a melhoria da mesma.

4º Andamento: Como é encantadora a Tua morada

Senhor, Como é belo o teu tabernáculo !
A minha alma anseia, na verdade, pelos tribunais do Senhor
O meu coração e minha carne suplicam para o Deus vivo.
Abençoados sejam os que habitam em tua casa: Eles irão louvar-Te sempre!

Ouçam aqui este quarto andamento pela Berliner Philharmoniker dirigida por Claudio Abbado o coro da Rádio Sueca dirigido por Eric Ericson e o barítono Bryn Terfel e a soprano Barbara Bonney.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Recomendações da Quinta Música Clássica ao Vivo (25.09.2008)

Nas recomendações para esta semana começamos por Loulé onde continua o X Encontro de Música Antiga de Loulé. Assim no dia 26 Sexta-Feira na Igreja de Querença (Loulé) teremos um concerto pelo Consort de Violas de Gamba que apresentará pelas 21:30 o programa "Fantazias - música do século XVII para consort de violas". No Sábado mas agora no Centro Cultural São Lourenço teremos o Delitiae Musicae - Duo de Violas também pelas 21:30 que apresenta o programa Música Espanhola do Renascimento.

Um pouco mais a Norte no Paço Ducal de Vila Viçosa teremos o Quarteto Odeon num concerto integrado na "Temporada de Concertos do Paço Ducal de Vila Viçosa". Serão interpretadas obras de F. Liszt, Rimsky Korsakov, C. Debussy e Mozart. Será na Sexta-Feira às 21:00. A entrada é livre.

Em Évora integrado no IX Ciclo de Concertos «Música nos Claustros/Encontro de Instrumentos e Vozes Ibéricas» teremos Opereta por Maria do Anjo Albuquerque, Vítor Paiva e João Paulo Santos na Sexta-Feira dia 26 às 21:30 no Convento dos Remédios. O programa será composto por excertos de operetas de J. Strauss, F. Lehár, Von Suppé, R. Stoz e E. Kálmánn.

No Centro Cultural de Cascais o Grupo Vocal Olisipo a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras e soprano Angélica Neto dirigidos por Nikolay Lalov apresentará duas obras de compositores portugueses. Será no Sábado dia 27 às 21:30. O programa consta de Abertura em Si bemol, C. Seixas; "Magnificat em Talha Dourada", E. Carrapatoso.

Em Lisboa integrado no XI Festival Internacional de Órgão de Lisboa Hans-Ola Ericsson dará um Recital de Órgão na Sé Patriarcal no Domingo pelas 21:30. A entrada é livre. Serão interpretadas obras de Olivier Messiaen.

Ainda na zona da grande Lisboa mais precisamente em Loures terminam os III Encontros com a Música Clássica – Loures 2008 com um concerto por António Saiote e Quarteto de Cordas na Igreja Matriz de Loures. Será no Sábado 27 de Setembro pelas 17h. Para além de António Saiote o quarteto será constituído por excelentes músicos Paulo Gaio Lima (Violoncelo), Aníbal Lima (1º Violino), Ana Pereira (2º Violino) e Paul Wakabayashi (Viola d' Arco) pelo que se recomenda fortemente este concerto.

Mais ao Norte temos a estreia de Estarreja nestas recomendações (pelo menos não me lembro de nenhuma recomendação para esta localidade) onde a Orquestra do CCDV e Banda Visconde de Saldreu estarão no Cine-Teatro de Estarreja (CTE) no Sábado 27 pelas 21:30 por ocasião da celebração do 34º aniversário do Clube Cultural e Desportivo de Veiros. Bilhetes entre €1.50 e €2.50.

Ao norte e para o interior mais uma estreia agora em Seia. Teremos a Orquestra Filarmonia das Beiras com o violinista Bruno Monteiro e o Acordeonista Gonçalo Pescada dirigidos por António Vassalo Lourenço. Já tive a oportunidade de ouvir Bruno Monteiro num recital no CCB onde tocou a Sonata de Franck. Já pude também ouvir Gonçalo Pescada nos Dias da Música deste ano e por isso posso dizer-vos que vale a pena irem ouvir estes dois músicos de eleição! Será na Casa Municipal da Cultura de Seia no Sábado pelas 21:45 sendo o programa composto pelas 4 estações de Vivaldi. Entrada: €2,5. Não percam mesmo!

Finalmente na Invicta cidade do Porto teremos Nuno Caçote num Recital de Piano no nosso já conhecido Clube Literário do Porto no Sábado pelas 23h (Entrada Livre).

Ainda no Porto e integrado nos «Concertos Promenade 2008/2009» o "Concerto para violino e orquestra", de Tchaikovsky no Coliseu do Porto no Domingo às 11:30. Este concerto será interpretado pelo violinista Alexandre da Costa e pela Orquestra Aproarte dirigida pelo Maestro Ernst Schelle. Entradas entre €5 e €10.

Bom já sabem que ao vivo é outra coisa. Vençam a preguiça e vão ouvir e ver música ao vivo !

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Brahms - Ein Deutsches Requiem (Op. 45) - Parte 2

Na segunda parte que dedicamos a esta obra de Brahms vamos hoje ouvir o terceiro andamento.

3º Movimento: Senhor dá-me a conhecer o meu fim

Senhor, faz-me conhecer o meu fim, e a medida dos meus dias: Faz-me saber que eu sou frágil.
Os meus dias são apenas um palmo; e minha idade é nada face à Tua
Certamente todos os homens em vão se mostram: Certamente eles são impacientes em vão: Guardam riquezas e não sabem quem irá reunir-las.
E agora, Senhor, que espero? A minha esperança está em ti.
As almas dos justos estão nas mãos de Deus e não serão atormentadas.

Ouçam aqui este terceiro andamento pela Berliner Philharmoniker dirigida por Claudio Abbado o coro da Rádio Sueca dirigido por Eric Ericson e o barítono Bryn Terfel e a soprano Barbara Bonney.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Faleceu Maurizio Kagel (1931 - 2008)

Li hoje no blog da WETA FM aqui que faleceu o compositor Argentino Maurizio Kagel (1931 - 2008) no passado dia 18 de Setembro . Autor de música contemporânea como já sabem os leitores mais regulares deste meu blog não é exactamente "my cup of tea". Porém a influência do compositor e o seu trabalho e estatura são inegáveis. Que descanse em paz.

Nas palavras da WETA "Mourned by More Than Will Miss His Music" o que sendo cruel poderá corresponder à verdade.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Brahms - Ein Deutsches Requiem (Op. 45)

Hoje vamos falar de uma outra obra que é considerada como uma obras primas de Brahms. Esta obra foi composta entre 1865 e 1868 e é uma obra sagrada embora não litúrgica. É composto por sete andamentos sendo a letra baseada em textos da Biblia Luterana Alemã escolhidos e adaptados pelo próprio Brahms.

Neste Requiem Brahms que não era especialmente devoto escolheu deixar de fora qualquer referência ao dogma cristão. Aliás Brahms via esta obra mais como "humana" do que sacra. É esse carácter humanista uma das características que tornam este Requiem único. Hoje iremos ouvir os dois primeiros movimentos desta obra. A tradução do Inglês é minha.

1º Movimento : Benditos são os que choram

Benditos são os que choram porque serão reconfortados
Os que se inundam em lágrimas exultarão em Alegria
Os que vão em frente e choram, transportando uma semente preciosa
voltarão sem dúvida de novo com felicidade.

Oiçam aqui o primeiro andamento.

2º Movimento : Porque toda a carne é como erva

Porque toda carne é como erva, e toda a glória do homem como a flor da relva.
A erva e as suas flores caiem da mesma forma .
Sejam pacientes, pois, irmãos, até à vinda do Senhor.
Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, e há muito que o espera, até receber a chuva de manhã e da noite.
Mas a palavra do Senhor persevera eternamente.
E os resgatados do Senhor, devem voltar, e chegar a Sião com cânticos e alegria eterna nas suas suas mentes: eles obterão alegria e alegria, a tristeza será eliminada.

Oiçam aqui o segundo andamento (primeira parte) e aqui (segunda parte).

domingo, 21 de setembro de 2008

As pesquisas interessantes da semana (#5)

zubin meta concerto de final de ano de 1960: Pois não consigo muito bem perceber esta questão. Na verdade Zubin Mehta dirigiu por várias vezes o concerto de fim de ano em Viena (e estamos a supor que é desse concerto que se falava nesta pesquisa) mas não em 1960, aliás bem longe disso (Mehta dirigiu o concerto em 1990, 1995, 1998 e 2007).

zodiac trio sines : Tínhamos falado deles aqui nas nossas recomendações de quinta-feira. Confessamos que não sabemos muito mais deste agrupamento. Algum leitor nos quer ajudar?

qual a primeira musica que Mozart compôs : A primeira música que Mozart compôs é uma curtíssima peça para piano (Andante em Dó, K. 1a). Como sabem K. refere-se ao musicólogo que listou e ordenou de forma cronológica as obras de Mozart ( Ludwig von Köchel) e que como também já vos referi foi já muitas vezes revisto entre as quais por Albert Einstein, o famoso físico - esta é que talvez não soubessem ! Esta peça está registada no livro de peças da irmã de Mozart Nannerl.

pq o nome appassionata: Este nome não foi escolhido por Beethoven mas sim pelo seu editor. Ainda esta semana um dos nossos leitores (obrigado Mikatsuki ) comentou o meu texto sobre esta sonata completando "O Editor Cranz,de Hamburgo,deu-lhe o nome pelo qual é conhecida em virtude de seu clima emocional de extremado romantismo." o que é estritamente verdade.

na infância Telemann recebeu algum tipo de orientação musical ? : Nem por isso. Era comum na época os músicos provirem de famílias de músicos mas isso não aconteceu com Telemann. Antes pelo contrário. Sendo orfão de pai a mãe desaprovava fortemente a escolha da música como profissão ao ponto de confiscar instrumentos e enviar Telemann para uma nova escola. Tudo isto no entanto não impediu de muito cedo revelar grande talento tendo concebido a sua primeira ópera com apenas 12 anos de idade!

partitura p/ violino music by johann pachelbel (1653-1706)
partitura comptine d'un autre été : Pedem-me frequentemente partituras. Neste site não publicamos partituras. A única coisa que posso prometer é colocar aqui em breve uma lista de sites onde poderão obter-las de forma legal, quer comprando quer simplesmente fazendo download no caso de serem gratuitas.

plural de lied: Lied é uma palavra alemã. Em principio não devem formar o plural como se forma em português, ou seja é incorrecto dizer "Lieds". Mas leiam a explicação do nosso leitor Pianoman (obrigado pianoman pela atenção sempre constante) aqui quando cometi esse erro.

Bom seguem-se algumas questões muito interessantes mas que tendo em conta o interesse que despertam carecem de uma resposta um pouco mais desenvolvida que o sono não me permite completar agora ... Ficam na nossa lista de promessas.

objectivos dos concursos de musica clássica

o que é musica erudita, musica clássica?
o que é o período romantismo

melhores violinista da actualidade
qual o maior cantor da musica clássica
aponte alguns autores do período clássico em Portugal
"o violoncelista espanhol"+resumo

sábado, 20 de setembro de 2008

Brahms: Sinfonia nº 4 (Mi menor) Op. 98

A sinfonia nº4 é a ultima das sinfonias de Brahms é a mais claramente romântica das quatro. É geralmente considerada como uma das obras primas do compositor. Composta entre 1884 e 1885 foi estreada em 25 de Outubro de 1885 em Meiningen dirigida pelo próprio Brahms.

O início do primeiro andamento (Allegro non troppo Mi menor) é bastante surpreendente para quem houve a obra pela primeira vez dado que começa logo pelo tema. Não há introdução, o ouvinte é transportado de imediato para o núcleo da peça um pouco como se tivesse apanhado uma conversa a meio. De resto este andamento é uma demonstração de total domínio da forma de Sonata. Para este andamento escolhemos o maestro Takashi Asahina e a Osaka Philharmonic que pode ouvir aqui (primeira parte) e aqui (segunda parte).

O segundo andamento (Andante moderato: Mi Menor - Mi Maior) lembra pela sua forma um Requiem. Termina dando a sensação que as sombras tomaram de vez a terra. Felizmente o terceiro andamento vai demonstrar que essa percepção está completamente errada. Para este segundo andamento como aliás para todos os restantes escolhemos Carlos Kleiber e a Bavarian State orchestra. Pode ouvir este segundo andamento aqui (primeira parte) e aqui (segunda parte).

O terceiro andamento (Allegro giocoso: Dó Maior) é de uma energia fantástica e um exemplo quase único de humor por parte de Brahms. Não só pela repetida utilização dos triângulos mas também pelo facto de existirem respostas feitas por pequenos sopros ao forte de uma orquestra.
Pode ouvir este terceiro andamento aqui.

O quarto andamento (Allegro energico e passionato Mi Menor) para os estudantes de composição é simplesmente fantástico. Na verdade trata-se de um andamento baseado numa "passacaglia" (forma de composição típica do barroco). Porém este andamento é muito mais do que um simples exercício académico. É o ponto final na arte de orquestração de Brahms mas ao mesmo tempo e talvez paradoxalmente um dos pontos onde Brahms abriu uma porta. Na verdade Brahms pode ser visto para o classicismo um pouco como Bach para o Barroco levando a forma às suas ultimas consequências mas não deixando novos caminhos por explorar. Neste caso porém fê-lo. Como dizia curiosamente parece também a sua ultima palavra, como se depois disto nada mais tivesse a dizer. Pode ouvir este quarto andamento aqui.

Quis também o destino que esta fosse a ultima obra a que Brahms assistiu quando a ouviu a 7 de Maio de 1897 num concerto por ocasião do seu 64º aniversário. Brahms já profundamente doente de cancro no fígado ainda conseguiu levantar-se no seu camarote para agradecer o efusivo aplauso da plateia.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Brahms: Sinfonia nº 3 em Fá Maior (Op. 90)

Esta sinfonia foi composta no verão de 1883 cerca de seis depois da segunda sinfonia. Hans Richter que também a estreou a 2 de Dezembro de 1883 disse que esta era a "Eroica" de Brahms. Se se lembram do que dissemos aqui e aqui sobre a necessidade que Brahms sentia de se afastar de Beethoven (embora o admirasse imenso) o compositor não deve ter deixado de se sentir ao mesmo tempo elogiado e frustrado.

A recepção a esta sinfonia foi extraordinária merecendo rapidamente várias interpretações até ao ponto que Brahms já se lhe referia como a "infelizmente muito célebre" sinfonia.

Tal como as duas que já ouvimos esta sinfonia foi escrita em quatro andamentos numa estrutura bastante clássica.

Podem ouvir o primeiro andamento (Allegro con brio - Fá maior) aqui dirigido por Felix Weingartner (1863-1942). Também poderão ouvir o segundo andamento Andante (C major) dirigido pelo mesmo maestro aqui.

O terceiro andamento sem dúvida o mais conhecido e um dos meus andamentos preferidos pode ser ouvido aqui e finalmente o quarto aqui.

Recomendação de Ultima Hora em Aveiro

Não percam em Aveiro hoje mais uma proposta musical. Detalhes no blogue da Moira Aveirense aqui.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Recomendações da Quinta (18.09.2008)

Quinta-Feira é dia de recomendações musicais como sabem. Por essa razão podem saborear propostas para todo o país. Recomendamos também uma visita a cultura.sapo.pt onde os nossos amigos da Sercultur nos dão muitas outras recomendações de música clássica. A maioria destas recomendações foi aliás retirada dessa lista.

Começamos como de costume pelo sul mais precisamente Loulé onde decorre o X Encontro de Música Antiga de Loulé. Assim no dia 20 Sábado teremos um concerto pelo agrupamento Alta Capella na Igreja Matriz de Alte pelas 21:30. No dia 21 pelas 21:30 na Igreja Matriz de Salir o agrupamento La Nave Va apresenta um concerto barroco encenado.

Ainda no Algarve mas agora na Igreja de São José (Albufeira) a Orquestra do Algarve dará um concerto acompanhada pela Soprano Ana Quintans e dirigida por Cesário Costa. Será às 21:30 de Sexta-Feira sendo o programa composto por obras de Félix Mendelssohn, Luís Tinoco e Franz Schubert.

Em Évora integrado no IX Ciclo de Concertos «Música nos Claustros/Encontro de Instrumentos e Vozes Ibéricas» Vladimir Pavtchinskii (clarinete) e Ian Mikirtoumov (piano) darão um Recital de Clarinete e Piano no Convento dos Remédios na Sexta-Feira pelas 21:30. Serão interpretadas obras de Weber, M Arnold, Donatoni, Debussy e Poulenc. Integrado no mesmo ciclo de concertos no Sábado 20 à mesma hora e mesmo local (21:30) teremos um concerto por Paulo Carrilho (tenor), Inês Madeira (mezzo soprano) Sofia de Castro (Soprano), Diogo Oliveira (barítono) e Abel Chaves (piano) intitulado "Ópera e Musicais" composto por excertos de óperas e composições de Mozart, Offenbach, Donizetti, Massenet, Delibes, John Kander, Mitch Leigh, A. Lloyd Webber, M. Schonberg, Leonel Bart e S. Schwartz.

Em Lisboa integrado no Festival Música Viva 2008 a Orquestra Metropolitana de Lisboa estará no Mosteiro dos Jerónimos dia 19 Sexta-Feira pelas 22h dirigida pelo Maestro Pedro Amaral. Será interpretado Mixtur 2003 nas duas versões (original e retrogradada). Neste concerto é também apresentada a histórica obra Gesang der Jünglinge, seguindo uma proposta programática definida pelo próprio compositor. A entrada é livre.

Ainda em Lisboa e estamos nitidamente na época dos ciclos e festivais de música clássica, integrado no XI Festival Internacional de Órgão de Lisboa propomos na Sexta-Feira 19 às 21:30 na Sé Patriarcal de Lisboa um recital de Orgão por Paolo Crivellaro que apresenta um programa baseado no conceito "J. S. Bach e os seus antecessores". Integrado no mesmo estival poderemos ver no dia seguinte (Sábado 20) na Igreja de Nossa Senhora do Cabo (Linda-a-Velha) pelas 21:30 António Esteireiro (Orgão) e o Coro de Câmara e Gregoriano do Instituto Gregoriano de Lisboa sobre a direcção do Maestro Armando Possante. Continuando com este festival de novo na Sé Patriarcal de Lisboa teremos no Domingo um recital de Orgão por Harald Vogel às 21:30. A entrada para estes três concertos é livre.

Passando agora para locais perto de Lisboa teremos em Cascais no Domingo no Centro Cultural de Cascais um concerto intitulado «Três mais três igual a quatro (3+3=4)» pelo Moscow Piano Quartet. Será no Domingo às 17h. Serão interpretadas obras de J. Haydn, S. Taneiev e J. Brahms.

Em Loures (penso que uma estreia nestas recomendações) teremos integrado nos III Encontros com a Música Clássica – Loures 2008 o Coro de Câmara In Honoria Música, formado por Filipa Lopes (soprano), Myriam Madzalik (soprano), Inês Khan (mezzo-soprano), João Tiago (tenor), Nuno Fonseca (barítono), João Oliveira (baixo) e Lilian Kopke (organista) na Igreja Matriz de Loures Sábado pelas 17h.

Passando agora à Invicta cidade do Porto teremos no Clube Literário do Porto Alberto Bastos e Marlene Fernandes num recital de clarinete e piano. Será na Sexta-Feira às 21:30 e a entrada é livre.

Finalmente voltamos à Madeira, mais precisamente a Porto Santo (que saudades) com o Ensemble Vocal Regina Pacis do GCEA dirigido por Zélia Ferreira Gomes. Será no Sábado às 21:30 no Centro Cultural e de Congressos de Porto Santo.

E é tudo ! Fiquem bem e já sabem, saiam de casa para ir ver música clássica . Já sabem que Ao Vivo é outra coisa !

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Brahms: Sinfonia nº 2 em Ré (Op. 73)

Se a primeira sinfonia de Brahms é essencialmente uma obra angustiante, poderosa e forte a segunda sinfonia composta apenas um ano depois (comparar com os 21 anos que a primeira levou a compor pode ser interessante), a segunda sinfonia é essencialmente uma obra de paz interior.

Também nesta sinfonia Brahms não conseguiu evitar as comparações sendo esta composição comparada com a sexta de Beethoven. Curiosamente Brahms manteve com os amigos uma espécie de piada musical. Dizia ele que "nunca tinha composto nada tão triste" e acrescentava "é tão triste que não conseguir ouvir até ao fim". É claro que isto é apenas uma piada que Brahms manteve mesmo depois da estreia. Na verdade com excepção do Adagio toda esta obra está repleta de felicidade, mesmo que contida, pacifica, pastoral se quisermos.

A obra foi estreada em a 30 de Dezembro de 1877 em Viena dirigida por Hans Richter mantendo a estrutura normal da sinfonia clássica em quatro andamentos.

O primeiro andamento (Allegro non troppo em Ré Maior) começa com uma sombria sequência de quatro notas para depois acabar por ser desenvolvida por três melodias relativamente tranquilas. Oiça aqui a Orquestra de Viena dirigida por Kleiber (segunda parte deste movimento aqui).

O segundo andamento (Adagio non troppo em si maior) é na realidade bastante sombrio (eu prefiro qualificá-lo como melancólico) embora com um breve momento em que esse tom é abandonado. Mas é apenas um breve momento antes das sombras voltarem a cair. Oiça aqui a orquestra do Royal Conservatory de Den-Haag dirigida por Roy Shapira.

No terceiro andamento (Allegretto grazioso - quasi andantino - em Sol Maior) voltamos ao ambiente calmo e gracioso da obra, quase dançante segundo Brahms. Oiça aqui a Orchestra Royal Conservatory The Hague dirigida por Hernan Schvartzman interpretar este andamento.

Finalmente o quarto andamento (Allegro con spirito em Ré Maior) é provavelmente o mais claro, o mais abertamente feliz desta obra que termina de forma bastante assertiva. Voltamos para este andamento à Filarmónica de Viena e a Kleiber, aqui.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Brahms: Sinfonia nº 1 em Dó Menor Op. 68

Brahms não é conhecido por ser um compositor especialmente rápido e esta sinfonia reflecte bem essa fama. Na verdade Brahms parece ter levado mais de vinte e um anos entre os primeiros esquissos que datam de 1855 até 1876 ano em que ocorreu a estreia da sinfonia que teve lugar em Karlsruhe a 4 de Novembro de 1876 dirigida por um amigo de Brahms, Felix Otto Dessoff.

A estreia da obra foi um triunfo relativo porque tanto Brahms como uma parte substancial da critica admirava tanto Beethoven que face ao mestre tudo o resto parecia menor para já não dizer uma cópia. Na verdade dizemos que foi um triunfo relativo porque o grande crítico Hans von Bulow disse como mensagem de felicitação que parecia a "décima", uma alusão óbvia a poder ser considerada uma sucessão do trabalho de Beethoven.

Note-se que a própria estrutura clássica desta obra seguindo os canons clássicos, quatro andamentos e um desenvolvimento muito na linha da evolução do período clássico ajudava a fazer-se essa assimilação.

O primeiro andamento em Dó menor está dividido em três partes : Un poco sostenuto – Allegro – Meno allegro . Este primeiro andamento tem como característica principal a impaciência um certo tom de desafio que apenas é resolvido muito perto do final do mesmo. Podem ouvir aqui e aqui Karajan a dirigir este andamento.

O segundo andamento em Mi maior é como mandam as regras um Andante, Sostenuto neste caso. Um andamento que surge com a paz que resolve toda angustia e ansiedade trazida pelo primeiro andamento. Podem ouvir aqui Karajan a dirigir este andamento.

O terceiro andamento Un poco allegretto e grazioso em Lá bemol maior é profundamente característico de Brahms. Não é bem um scherzo como seria de esperar numa estrutura puramente clássica ... é qualquer de dificilmente caracterizável, algo profundamente brilhante. Oiçam aqui este andamento dirigido por Karajan.

O ultimo andamento agora em Dó Maior está "dividido" em três partes tal como o primeiro (Adagio – Più andante – Allegro non troppo, ma con brio – Più allegro). Podem ouvir aqui este ultimo andamento, majestoso, digno, marcial quase. Sim terão razão se vos parecer "parecido" com a nona sinfonia de Beethoven. Oiçam aqui Karajan (e aqui a segunda parte desse andamento).

O próximo compositor será: Brahms

Está terminado o acto eleitoral e embora por uma curta margem Brahms venceu. 15 votos contra 13 de Tchaikovsky e 10 de Schumann. Desta forma a partir de hoje iremos falar deste compositor germânico o mais clássico dos românticos ou se preferirem o mais romântico dos clássicos.

Confesso que gosto muito de algumas obras de Brahms - estão possivelmente na minha lista das 100 preferidas - e por isso será com grande prazer que vos irei falar deste compositor. Penso aliás que está naquela lista (certo eu sei que tenho a mania das listas) dos compositores subavaliados.

Enquanto estamos a falar de Brahms vou colocar no ar uma outra votação. Não para escolher os compositores que se seguem (esses serão Tchaikovsky e depois Schumann) mas antes para escolher para qual dos grandes maestros gostariam que fizéssemos um pequeno especial.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Violoncelo : Um som profundamente humano (parte 2)

Esta é a segunda parte do post sobre o Violoncelo. Pode encontrar a primeira parte aqui.

Ainda no período romântico não podemos deixar de falar do concerto para Violoncelo de Schumann que pode ouvir aqui numa interpretação de Rostropovich.

No período das grandes escolas nacionalistas teremos certamente de falar dos concertos para Violoncelo de Dvorak de que propomos uma interpretação do primeiro destes por Yo-Yo Ma , aqui.

Mais tarde o Concerto de Elgar para Violoncelo tornou-se uma peça importantíssima no reportório deste instrumento. Claramente apenas poderíamos escolher uma interprete para esta peça: Jacqueline du Pré.

No século XX o concerto de Shostakovich aqui interpretado por Rostropovich e a sinfonia concertante de Prokofiev aqui igualmente interpretada por Rostropovich têm um papel de relevo.

Para terminar gostaria de vos propor Jacqueline du Pré neste Kol Nidrei de Max Bruch.

domingo, 14 de setembro de 2008

Violoncelo : Um som profundamente humano

Não vamos fazer neste post uma história detalhada do instrumento. Basta referir que este evoluiu a partir da "viola da braccio" (viola de braços se quisermos traduzir literalmente) que era na prática um violino maior com um braço maior com um som mais grave. Este instrumento era na prática um pouco maior que o actual violoncelo.

O seu formato e dimensão foram evoluindo ao longo do século XVI e XVII apenas se fixando por volta de meados do século XVIII.

Durante bastante tempo as obras para violoncelo solo ou como instrumento solista foram relativamente escassas dado que este era essencialmente tido como um instrumento de acompanhamento, isto não obstante os muitos concertos de Vivaldi e Bocherinni para este instrumento. Claro que havia as suites para violoncelo solo de Bach mas estas eram raramente tocadas. Aliás foram recuperadas por Casals no inicio do século XX, Casals que podemos ouvir aqui precisamente a interpretar estas peças verdadeiramente fantásticas (pode também ouvir a segunda parte aqui).

Do período clássico poderíamos destacar os dois concertos de Haydn de que escolhemos o segundo aqui interpretado e dirigido por Rostropovich e claro o triplo concerto de Beethoven para Violino, Violoncelo e Piano. Para o ouvir temos a dificuldade da escolha em dois trios fantásticos Itzhak Perlman, Yo-Yo Ma e Daniel Barenboim ou David Oistrakh, Mstislav Rostropovich, Sviatoslav Richter.

Do período romântico podemos reter o concerto para Violoncelo de Saint-Saëns aqui interpretado por Pierre Fournier, o Duplo Concerto para Violino e Violoncelo de Brahms de que escolhemos uma interpretação de
David Oistrakh and Mstislav Rostropovich.

Amanhã continuaremos com uma segunda parte com mais obras de referência para este instrumento. Leia aqui a segunda parte deste post.

As pesquisas interessantes da semana

Numa altura em que faltam 10 horas para a votação acabar a escolha neste momento recai sobre Brahms mas pela mais curta das margens. Apenas um voto ! 14-13 ! Mesmo Schumann não está longe com 10 votos ... Ainda vão a tempo de fazer lobby.

vídeos de músicas de andamentos lento : A escolha é dificil dado que existiriam milhares de possibilidades ... A escolher um andamento lento vou dar a hipótese entre a Marcha Fúnebre da terceira de Beethoven e o Adágio da Sétima de Beethoven.

violoncelo disse : Sim tinha prometido. Ainda hoje vai haver um post só sobre o instrumento e algumas das minhas peças preferidas para o mesmo.

telemann principais obras : Podem começar por aqui . Depois podem utilizar a caixa de pesquisa para encontrar todos os posts que fizemos sobre este compositor.

o que e "strings" na musica : A palavra inglesa strings significa cordas e diz normalmente respeito aos instrumentos de corda friccionada (violino, viola, violoncelo, contrabaixo, ...)

o que significa musica erudita ? : É um sinónimo de "Música Clássica". Utiliza-se por se pensar erradamente que apenas quem possui erudição pode entender e gostar de música clássica
musicas de leonard bernstein : Bem este tema fica para um post posterior. Uma das nossas promessas ...

como comportar concerto de música clássica: Bem, fazer silêncio, não se mexer na cadeira mais do que o razoável, não aplaudir entre os andamentos de uma peça (ter um programa é uma boa ideia), de uma forma geral evitar perturbar o ambiente criado pela música, se tiver MESMO que tossir o meu conselho é esperar por uma parte mais "forte" da música

caixa de musica do filme lagoa azul : Já tinha respondido a esta questão aqui . Assim segundo este site a composição em causa é o Nocturno Op.9 nº2 de Chopin que podem ouvir aqui.

"há qualquer coisa certa neste mundo"
"fim da música clássica" : Há sempre algumas pesquisas que me deixam intrigado. Esta semana foram estas duas ... Sim há qualquer coisa certa neste mundo e quanto ao fim da música clássica como dizia o outro "as noticias da sua morte foram grandemente exageradas.

sábado, 13 de setembro de 2008

Jacques Brel - As canções, a Poesia

Este tema estava também prometido. Conforme perceberam estamos hoje a cumprir algumas promessas antigas, muitas têm a ver com temas que não estando directamente dentro do tópico deste blog, fazem parte das minhas referências culturais e por isso faço aqui um parênteses para eles (elas).

Jacques Brel é para mim um dos maiores poetas de sempre. O que ele escreveu, como escreveu e como cantou, a forma como interpretava fazem dele uma figura única na história da literatura e da música. Dirão alguns que estou a exagerar, que manifestem e fundamentem a sua opinião ...

É dificil escolher apenas algumas canções de Brel por isso vou tentar fazer isto de uma outra forma ...

A minha infância passou como a do Poeta, embora com poucos nevoeiros e muitas batalhas. Era sempre indío e sempre certo que os meus tios me haviam roubado o far west (Mon Enfance). E se contrariamente a Brel o meu país tem montanhas não deixa de ser verdade que também nós sofremos com o vento Norte (Le Plat Pays) como rapidamente aprendemos na escola e em comum o amor da terra que nos viu nascer. Do tango da Rosa tive uma breve introdução, um ano de Latim chegou para perceber que essa não era a minha vocação (Rosa).

Do amor diria que se nunca conheci nenhuma Marieke conheci com toda a certeza a mesma estúpida (e adorável) esperança de conquistar uma Madeleine e de sofrer com o regresso de uma tal de Mathilde. Porém como todos em algum momento da nossa vida pedimos ou desejamos pedir que não nos deixem (Ne me quitte pas).

E se no amor somos irmãos na contestação somos soldados no mesmo exército sem armas (Quand on n´a que l´amour). Dificilmente pode haver canção mais subversiva que Au Suivant .

Posso nunca ter estado em Bruxelas nem agora nem no inicio do século mas é como se lá estivesse estado Au temps ou Bruxelles Bruxellait. Tão pouco estive em Amsterdão mas não é dificil imaginar o porto e os marinheiros, mesmo sem imagens (Amsterdam) e também não nos é difícil imaginar assim o gosto da aventura, da liberdade.

Se Brel exprimiu de forma brilhante a aventura também o fez relativamente à amizade. Quem não gostaria de ter um amigo como Brel em Jeff , quem não sentiu que na verdade haverá poucas coisas piores que ver um amigo chorar (Voir un ami pleurer).

Os compositores de Edith Piaf

Não é bem música clássica, eu sei. Mas esta é uma das vozes, uma das interpretes, para as quais sempre disse que abriria aqui tantas excepções quantas as necessárias. Só não é clássico por definição porque de resto. Oiçam estas canções e digam-me se não é impossível não sentir que é arte, que transcendem a natureza humana, que exprimem o indizível ... Perguntava um dos nossos leitores quais os compositores de Edith Piaf.

Teríamos de começar por Marguerite Monnot (1903-1961) que teve a mais longa relação com Edith Piaf . Mais de 22 anos de associação e algumas das mais famosas canções de Edith Piaf entre as quais Milord por exemplo (Letra de Moustaki). Vejam aqui Edith Piaf a interpretar esta canção. La Vie en Rose também é desta autora embora os créditos não lhe sejam normalmente atribuídos.

As duas mulheres acabam por se zangar por causa de um dos outros grandes sucessos de Edith Piaf. Na verdade "Non Je ne regrette rien" tem música de Charles Dumont (1929-). Depois desta colaboração Charles Dumont torna-se o compositor preferido de Piaf tendo composto para ela dezenas de outras canções entre as quais podemos destacar Mon Dieu (que devo confessar é uma das minhas canções preferidas, uma intensidade dramática verdadeiramente notável).

Sem ser destes dois compositores que foram sem dúvida aqueles que foram estruturantes da sua interpretação Edith Piaf cantou algumas canções de outros compositores algumas das quais fazem parte da lista de canções inesqueciveis da "môme". Entre esses compositores não podemos deixar de destacar Norbert Glanzberg (1910-2001) a quem devemos Padam, Padam (extraordinário não?) e Mon Manège à Moi , Hubert Giraud (1920-) a quem se deve Sous le ciel de Paris (do filme com o mesmo nome), Michel Emer (1906-1984) que compôs A Quoi ça sert l´amour (nesta interpretação podem vê-la em duo com o seu ultimo marido Théo Sarapo em 1962 cerca de um ano antes do seu falecimento).

Finalmente o compositor da sua ultima canção "L´homme de Berlin" Francis Lai (1932-) e o ultimo compositor com quem Edith Piaf trabalhou e a quem se deve para além da canção já referida por exemplo Emporte-moi.

Claro que não poderíamos também esquecer as canções de Charles Aznavour Plus Bleu que Tes Yeux e Jezzbel escritas, dedicadas e inspiradas pela relação entre os dois. Aliás também nesse particular Edith Piaf foi um autêntico vendaval na música de expressão françesa dado que para além de Aznavour lhe devemos Yves Montand e Moustaki por exemplo.

Nova Actualização da Lista de Maestros

Adicionamos mais alguns links para interpretações históricas na lista dos grandes maestros do século XX. Leia aqui a lista actualizada.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mais recomendações para o fim de semana (música ao vivo)

A nossa leitora Moura Aveirense fez-nos chegar através de comentário no último post esta recomendação para Aveiro. Assim no Domingo 14 set às 18:00 no Auditório da Reitoria teremos o Concerto de final de Verão pela Central - Coro e Orquestra.

A Universidade de Aveiro despede-se assim do Verão com a realização de um concerto clássico pela Central – Coro e Orquestra, uma secção da Associação Recreativa e Musical Amigos da Branca (ARMAB). O espectáculo, com direcção artística do maestro e aluno do Departamento de Comunicação e Arte da UA, Bruno Martins.

A entrada é gratuita.

Para mais informação clique aqui.

Como nota de rodapé em Aveiro também no Domingo no Teatro Aveirense (desculpem a concorrência UA) estará o famoso Guitarista de Jazz Al Di Meola. Não é o tipo de jazz que faça propriamente o meu género mas o músico é mesmo um virtuoso. Como é às 21:30 se correrem ainda pode dar para ir aos dois :-).

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Recomenções da Quinta-Feira (música clássica ao vivo)

Como de costume hoje nas recomendações para ouvirem música clássica ao vivo começamos pelo Sul. Assim no Algarve a Orquestra do Algarve dirigida por Laurent Wagner dará um concerto no Cine-Teatro de São Brás de Alportel no dia 13 (Sábado) às 21:30. Não sei preços. Serão interpretadas obras de W. A. Mozart e F. J. Haydn.

Em Évora integrado no IX Ciclo de Concertos «Música nos Claustros/Encontro de Instrumentos e Vozes Ibéricas» poderemos ouvir Ópera em versão de concerto no Convento dos Remédios com Ana Ester Neves, Manuel Pedro Nunes e Kodo Yamagishi. Será no Sábado às 21:30. Não sei preços.

Em Oeiras no Museu da Música Portuguesa - Casa Verdades de Faria os solistas da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras interpretarão "Grandes obras da música de câmara" num programa composto pelas seguintes obras: Quinteto para trompa e cordas K407, W. A. Mozart; Sinfonia n.º 104 em Ré Maior "Londres", J. Haydn. Será também no Sábado dia 13 às 18h. Não sei preços.

Em Lisboa integrado no XI Festival Internacional de Órgão de Lisboa o Coro Lisboa Cantat com João Vaz e António Duarte no orgão e dirigidos por Jorge Alves. O programa será composto por música vitoriana. O concerto terá lugar na Sé Patriarcal de Lisboa na Sexta-Feira 12 de Setembro, às 21h30. A entrada é livre.

Em Lamego no Teatro Ribeiro Conceição a Orquestra Metropolitana de Lisboa e o solista Hrachya Avanesyan (violino) dirigidos pelo Maestro Pedro Neves interpretarão obras de Mozart, Ravel e Beethoven. O concerto terá lugar na Sexta-Feira 12 às 22h. Os preços variam entre os acessíveis €5 aos menos acessíveis €24. Reservas: 254612656. Uma chamada de atenção MUITO ESPECIAL a este violinista que é uma das promessas da sua geração. Aliás para quem gosta de violino em termos gerais este ano recomenda-se uma especialíssima atenção ao programa da Metropolitana de Lisboa que este ano graças ao seu director artístico vai trazer excelentes violinistas. Aliás este é (foi) aluno de Dumay desde de 2006 além de ter já coleccionado alguns prémios internacionais e de ter actuado com algumas excelentes orquestras ... Definitivamente a não perder.

Finalmente em Guimarães integrado nos Encontros Internacionais de Música de Guimarães 2008 poderão ouvir António Rosado e Alexei Eremine num Recital de Piano no Centro Cultural Vila Flor (centro de Guimarães, ver o post da semana anterior para a morada completa). Será um concerto para piano a quatro mãos, baseado nas transcrições do italiano Alfredo Casella (1883-1947). Alexei Eremine e António Rosado interpretam a emblemática 3ª Sinfonia de Beethoven, Eroica. O recital será comentado pelo compositor, violetista e divulgador musical Alexandre Delgado. O concerto terá lugar Sábado dia 13 às 22h. As entradas custam €5. Reservas: 253424700.

E assim já sabem neste (quase) inicio de Outono não comecem a ganhar raízes em casa. Vençam o sofá (os chinelos que ainda não é tempo de pantufas) e vão ouvir música ao vivo porque, Ao Vivo é outra coisa.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Marcos Portugal (1762-1830)

Dizia-nos o Flaustista num comentário a este nosso post que este ano teria de aparecer por este blog Marcos Portugal. Como estamos num período de reflexão para a escolha do próximo compositor romântico é uma boa ocasião para falar dele já.

Marcos Portugal nasceu em Lisboa a 24 de Março de 1762. Foi aluno de composição de João de Sousa Carvalho. Sendo bastante precoce realizou a sua primeira composição com 14 anos e rapidamente ganhou popularidade entre a corte tendo sido nomeado mestro do Teatro do Salitre para o qual escreveu várias obras.

A fama obtida permitiu-lhe obter uma bolsa para se deslocar a Itália onde permaneceu embora não de forma ininterrupta até 1800. Nesse período compôs mais de duas dezenas de obras a maioria óperas bufas e farsas, obras essas que foram geralmente muito bem recebidas.

De volta a Lisboa é nomeado maestro do Teatro de São Carlos de Lisboa para o qual compôs várias óperas. Com a chegada das tropas napoleónicas em 1807 e a fuga da família real para o Brasil Marcos Portugal permanece em Lisboa só se deslocando para o Rio de Janeiro em 1811 sendo nomeado compositor oficial da corte. Tínhamos falado deste episódio aqui quando abordamos a obra do compositor brasileiro Padre José Maurício Garcia.

Gozou no Brasil de intenso prestigio sendo inadvertidamente responsável pela perda de importância do padre José Maurício Garcia. Escreveu obras para estreia do teatro Real de São João. A saúde no entanto declinou rapidamente não permitindo sequer que regressasse a Portugal quando a corte voltou para Lisboa tendo falecido no Rio de Janeiro 17 de Fevereiro de 1830.

Pode ler uma biografia mais completa deste grande compositor português aqui.

Do ponto de vista artístico a importância de Marcos Portugal tem sido largamente subestimada. Não nos apercebemos por exemplo que de seu tempo as suas óperas eram consideradas iguais às de Mozart e que o compositor recebia elogios e gratificações semelhantes aos de Paisiello por exemplo.

Não nos apercebemos também que as obras de Marco Portugal são das poucas obras portuguesas que continuam a ser interpretadas ainda hoje fora do nosso país, como por exemplo Le Donne Cambiate de 1794 (do seu período "Italiano").

Voltarei com toda a certeza a este compositor. Por hoje fiquem como exemplo do seu talento com precisamente uma ária da ópera que acabamos de citar. Oiçam aqui. Fiquem também com um outro exemplo de uma obra de Marcos Portugal sendo executada no Kennedy Center em Washington aqui. Ou ainda este outro de uma outra ópera Semiramide.

Por fim proponho esta linda modinha ...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Completei a lista dos grandes maestros do século

Actualização!
Graças à contribuição do Pianoman, nosso leitor atento temos agora mais de 100 maestros do século XX !

Bom hoje terminei a compilação dos grandes maestros do século que podem ver aqui, espero não me ter esquecido de nenhum.

Fica no entanto aqui o passatempo e o desafio de encontrarem mais nomes para a lista que entretanto vou completando com alguns vídeos ou outras informações para que os possam ficar a conhecer um pouco melhor.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Lista dos grandes maestros (versão 4)

Admito que não estou a fazer isto metodicamente por isso esta lista vai sendo completada à medida que vou encontrando nas minhas referências maestros que acredito deverem fazer parte da lista.

Se por acaso passarem por aqui e quiserem acrescentar nomes ou dizer algumas palavras sobre algum dos já presentes sintam-se à vontade para comentar. A ordem é cronológica pela data de nascimento. A primeira lista já tem os anos de nascimento e de falecimento quando é o caso. A segunda lista ainda está a ser revista (pode haver repetições). Quando este post estiver completo para cada um dos maestros teremos um parágrafo e algumas referências a gravações no YouTube (se possível , poderão existir alguns maestros para os quais isso se revele ...).
  1. Hans von Bülow (1830 – 1894) : Claro que gravações deste período vai ser difícil mas encontrei uma peça tocada pelo nosso Vianna da Mota um dos alunos do grande maestro. Podem ouvir aqui.
  2. Ludwig von Brenner (1833 – 1902)
  3. Frederic Archer (1838 – 1901)
  4. Hans Richter (1843-1916)
  5. Wilhelm Gericke (1845-1925)
  6. George Henschel (1850-1934)
  7. Wassily Safonoff (1852-1918)
  8. Arthur Nikisch (1855 – 1922)
  9. Emil Paur (1855-1932)
  10. Edward Elgar ( 1857 – 1934)
  11. Karl Muck (1859-1940)
  12. Max Fiedler (1859-1939)
  13. Victor Herbert (1859 –1924)
  14. Gustav Mahler (1860 – 1911)
  15. Felix von Weingartner (1863 – 1942)
  16. Toscanini, Arturo (1867 – 1957)
  17. Willem Mengelberg (1871 – 1951)
  18. Josef Stransky (1872- 1936)
  19. Henri Rabaud (1873-1949)
  20. Koussevitzky, Serge (1874-1951) : Oiçam aqui Jascha Heifetz (1901-1987) a interpretar o concerto nº 2 para violino de Prokofiev. A Centennial Symphony Orchestra é dirigida pelo maestro Serge Koussevitzky. Este concerto foi gravado em Paris em 1935.
  21. Pierre Monteux (1875-1964)
  22. Walter, Bruno (1876-1962): Oiçam aqui Kathleen Ferrier na canção de Mahler "Um Mitternach", a orquestra sendo dirigida por Bruno Walter. Foi Bruno Walter que introduziu Kathleen Ferrier no gosto por mahler e responsável pelo reconhecimento que este compositor ganhou depois da segunda guerra mundial. Nesta canção o maestro e a cantora apercebem-se que muito provavelmente nunca mais gravarão juntos (Ferrier estava já doente) o que dá uma dimensão extraordinária a esta canção. Oiçam também aqui o maestro explicando a sua opinião sobre música atonal e jazz.
  23. Beecham, Sir Thomas (1879-1961)
  24. Hamilton Harty (1879 – 1941)
  25. Stokowski, Leopold (1882 - 1977)
  26. Albert Coates ( 1882 – 1953)
  27. Ernest Ansermet ( 1883 – 1969)
  28. Klemperer, Otto (1885-1973) : Oiçam aqui o maestro a dirigir a New Philharmonia Orchestra na sinfonia nº 3 de Beethoven no Royal Festival Hall em Londres.
  29. Furtwangler, Wilhelm (1886-1954)
  30. Boulanger, Nadia (1887-1979) :
  31. Fritz Reiner ( 1888 – 1963) : Maestro Norte-Americano de origem Hungara nascido em Budapeste. Faleceu em Nova Iorque. Professor de Leonard Bernstein e famoso por ter dirigido a Orquesta Sinfónica de Chicago entre 1953 e 1963. Oiçam aqui o maestro dirigindo a Valsa das Flores de Tchaikovsky. Consultem aqui uma curta biografia.
  32. Sergej Prokofiev (1891 - 1953)
  33. Charles Münch (1891-1968)
  34. Hermann Scherche (1891 – 1966)
  35. Artur Rodzinski (1892 - 1958)
  36. Sir Eugène Aynsley Goossens (1893 – 1962)
  37. Böhm, Karl (1894-1981) : Oiçam aqui o maestro dirigir a Orquestra de Viena no Japão interpretando o primeiro andamento da quinta sinfonia de Beethoven.
  38. Fiedler, Arthur (1894-1979)
  39. Paul Hindemith (1895 - 1963)
  40. Dimitri Mitropoulos (1896 -1960)
  41. George Szell (1897 – 1970)
  42. Chávez, Carlos (1899-1978) : Nasceu na Cidade do México a 13 de Junho de 1899. Essencialmente um autodidacta o seu crescimento enquanto autor coincidiu com o aparecimento do nacionalismo Mexicano. Desta forma as suas composições caracterizam-se por incorporarem elementos da cultura mexicana nativa especialmente pré-colonização. Carlos Chávez foi o primeiro maestro e director da Sinfónica Mexicana e presidente do Conservatório Nacional. Dirigiu várias orquestras sobretudo nos Estados Unidos da América onde foi geralmente bem recebido, tendo nomeadamente estabelecido uma ligação com Copland. Não conseguimos encontrar no You Tube nenhum exemplo da direcção deste maestro no entanto encontramos várias interpretações da sua obra entre as quais esta da Filarmónica de Berlim dirigida por Dudamel. Faleceu na Cidade do México a 2 de Agosto de 1978.
  43. Ormandy, Eugene (1899-1985) : Eugene Ormandy nasceu em Budapeste a 18 de Novembro de 1899. Estudou violino na Real Academia Hungara. Deslocou-se para os Estados Unidos tendo adquirido nacionalidade americana em 1927. A sua carreira enquanto maestro tomou proporções inesperadas quando foi convidado a substituir o grande Toscanini em 1931. Viria a tornar-se celebre como maestro da Sinfónica de Filadelfia da qual seria maestro durante 42 anos e criando o famoso "Filadelfia Sound". No entanto alguns criticos consideraram as suas interpretações vazias de sentimento o que será possivelmente uma injustiça. Para vos demonstrar o estilo deste maestro escolhi uma interpretação do concerto para violino de Tchaikovsky com Perlman como solista. Eugene Ormandy faleceu a 12 de Março de 1985 em Filadelfia.
  44. Leo Borchard (1899 – 1945)
  45. William Steinberg (1899-1978)
  46. John Barbirolli (1899 - 1970)
  47. Antonio Modarelli (?-1954)
  48. Aaron Copland (1900-1990) : Um dos grandes compositores americanos do século XX mas também um excelente maestro. Oiça aqui um extracto de um documentário sobre a sua vida.
  49. Paul Kletzki ( 1900 – 1973)
  50. Josef Krips (1902 – 1974)
  51. Eugen Jochum (1902 – 1987) : Podemos vê-lo aqui a dirigir a Orquestra da RTL numa ária de Mozart "Alma grande e nobil core" (K578) interpretada por Teresa Berganza gravado em Paris na Sala Pleyel em 1964.
  52. Evgeny Mravinsky (1903 – 1988)
  53. Sir Michael Tippett (1905 - 1998)
  54. Andre Cluytens, ( 1905 - 1967)
  55. Karel Ancerl (1908 – 1973)
  56. Carlo Maria Giulini (1914-2005)
  57. Lopes-Graça, Fernando (1906-1994)
  58. Karajan, Herbert von (1908-1989) : Oiçam aqui uma parte daquele que é considerado o ultimo concerto de Herbert von Karajan. Podem também ler aqui o artigo que escrevemos por ocasião do que seria o seu centésimo aniversário.
  59. Rudolf Kempe (1910 – 1976)
  60. Erich Leinsdorf (1912-1993)
  61. Solti, Georg (1912-1997)
  62. Celibidache, Sergiu (1912-1988)
  63. Igor Markevitch ( 1912 – 1983)
  64. Gould, Morton (1913-1996)
  65. Rafael Kubelík ( 1914 – 1996)
  66. Ferenc Fricsay ( 1914 – 1963)
  67. Menuhin, Yehudi (1916-1999) : Essencialmente um violinista mas também dirigiu com sucesso.
  68. Bernstein, Leonard (1918-1990)
  69. Wolfgang Sawallisch (1923-)
  70. Marriner, Sir Neville (1924)
  71. Georges Prêtre (1924-)
  72. Boulez, Pierre (1925)
  73. Masur, Kurt (1927-)
  74. Davis, Sir Colin (1927-)
  75. André Previn (1929-)
  76. Bernard Haitink (1929 -)
  77. Nikolaus Harnoncourt (1929-)
  78. István Kertész (1929-1973)
  79. Carlos Kleiber (1930-2004)
  80. Lorin Maazel (1930)
  81. Claudio Abbado (1933-)
  82. Ozawa, Seiji (1935-)
  83. Mehta, Zubin (1936)
  84. Charles Dutoit (1936-)
  85. Ashkenazy, Vladimir (1937-)
  86. Christoph Eschenbach (1940-)
  87. Riccardo Muti (1941-)
  88. Barenboim, Daniel (1942-)
  89. Levine, James (1943-)
  90. Mariss Jansons (1943-)
  91. Koopman, Ton (1944 -)
  92. Michael Tilson Thomas (1944 -) : Podem-no ver aqui dirigindo a "sua" Orquestra Sinfónica de São Francisco no concerto para piano de Schumann com Martha Argerich ao piano.
  93. Andrew Davis (1944-) : Podem-no ver aqui dirigindo Pompa e Circunstância de Elgar na ultima noite das proms. O público canta acompanhando a orquestra. Meu Deus como Elgar deveria odiar ver isto ! Elgar na verdade ficou a detestar esta composição por se ter tornado uma espécie de canção ligeira.
  94. Rene Jacobs (1946)
  95. Gergiev, Valery (1953)
  96. Rattle, Simon (1955-)
  97. Pletnev, Mikhail (1957-)
  98. Salonen, Esa-Pekka (1958-)
  99. Jarvi, Paavo (1962-)
  100. Alan Gilbert (1967-)
  101. Gustavo Dudamel (1981-)

Escolham o próximo compositor de que falaremos

Imbuído de um verdadeiro espírito democrático e indeciso quanto ao próximo compositor romântico de quem iremos por aqui falar resolvi deixar este assunto à vossa consideração. Assim e até ao próximo domingo estará a votação o próximo compositor.

Para já vou propor três nomes, mas aceito mais sugestões (serão acrescentadas à lista assim que possível). Assim e por ordem absolutamente alfabética os nomeados são:

  • Johannes Brahms (1833 - 1897)
  • Pyotr Il'yich Tchaikovsky (1840 - 1893)
  • Robert Schumann (1810 – 1856)

Boa escolha ! Para votar utilizem o inquérito no topo da coluna do meio. Podem escolher mais do que um mas não será muito inteligente escolherem os três :-) ...

Até domingo teremos as nossas escolhas da quinta-feira para música ao vivo e também a consequência de uma vossa pesquisa na semana passada: Uma lista comentada dos maiores maestros.

domingo, 7 de setembro de 2008

As pesquisas interessantes da semana (#4)

quem é o pai da musica clássica: Penso que já respondemos em tempos a esta questão. Na verdade não se pode falar de "um pai" embora se definirmos melhor o que se entende por pai talvez se possa dar uma resposta. Para já supondo que nos estamos aqui a referir à música clássica como um todo e não ao período clássico apenas e se quisermos identificar o músico mais relevante que esteve na charneira entre a música Renascentista e o período Barroco então teríamos de identificar como "pai" Claudio Monteverdi. Se por outro lado este leitor se estiver a referir apenas ao período clássico então esse título cabe pela mesma razão a Haydn.

purcell recebeu algum tipo de orientação musical na infância: Sim Purcell começou muito cedo a sua educação musical. O pai tendo falecido quando tinha apenas 6 anos foi colocado à guarda do seu tio que conseguiu encontrar um lugar no coro da Capela do Rei. Estudou também nessa altura composição. Quando compôs a sua primeira obra conhecida Purcell tinha apenas 11 anos.

sonda espacial bach: Suponho que o nosso leitor se está a referir à sonda espacial Voyager 1 e Voyager 2 lançadas em 1977 e que depois de explorarem os confins do nosso sistema solar irão saír dele (neste momento já saíram). Nessas sondas está incluído um disco dourado com músicas representantes das várias culturas da terra para o caso destas sondas virem a ser encontradas por outras formas de vida inteligentes. A comissão que decidiu quais as músicas a serem incluídas for presidida por Carl Sagan. Além da musica o disco inclui sons da terra uma mensagem de paz nas várias línguas da terra, várias imagens e simbologia matemática. No que nos diz respeito, a música clássica os trechos escolhidos foram:
  • Bach, Brandenburg Concerto No. 2 in F. First Movement, Munich Bach Orchestra, Karl Richter, conductor. 4:40
  • Bach, "Gavotte en rondeaux" from the Partita No. 3 in E major for Violin, performed by Arthur Grumiaux. 2:55
  • Mozart, The Magic Flute, Queen of the Night aria, no. 14. Edda Moser, soprano. Bavarian State Opera, Munich, Wolfgang Sawallisch, conductor. 2:55
  • Stravinsky, Rite of Spring, Sacrificial Dance, Columbia Symphony Orchestra, Igor Stravinsky, conductor. 4:35
  • Bach, The Well-Tempered Clavier, Book 2, Prelude and Fugue in C, No.1. Glenn Gould, piano. 4:48
  • Beethoven, Fifth Symphony, First Movement, the Philharmonia Orchestra, Otto Klemperer, conductor. 7:20
  • Beethoven, String Quartet No. 13 in B flat, Opus 130, Cavatina, performed by Budapest String Quartet. 6:37
Existe um livro e um CD chamados "Murmúrios da Terra" que são uma réplica exacta do disco da Voyager mas pelo que sei estão esgotados (podem tentar no Ebay eventualmente). Vou ver se existe forma de obter este conteúdo online. Confesso que tenho uma grande admiração por esta atitude da espécie humana. É tão profundamente romântica ! As probabilidades destas sondas virem a ser encontradas é inferior ao totoloto, no entanto foi colocado um grande esforço na escolha.

rudolf nureyev - músicas que gostam de ouvir: Bem suponho que a pergunta seria: Que músicas Rudolf Nureyev gostava de dançar . Bem confesso que não faço a mínima ideia mas recomendo a visita ao site oficial da fundação Nureyev aqui. Se prefirem podem também ver no YouTube alguns dos meus bailados preferidos ... Romeo e Julieta (Prokofiev) aqui ou o Lago dos Cisnes (Tchaikovsky) aqui ou ainda Nureyev e Margot Fontaine no seu primeiro Giselle aqui.

quando nasceu o pianista dong-min lin? Dong-Min Lin tem um irmão Dong-hyek que é quatro anos mais novo e que neste momento tem 23 anos. Por isso Dong-Min Lin terá neste momento 28 anos e assim deverá ter nascido em 1980.

lista de maestros musica clássica: Bem esta questão merece um post só por e por essa razão convidamos a ver a lista num segundo post ainda hoje ou talvez já só amanhã.

Berlioz - Uma visão rápida sobre outras obras

Vamos terminar este ciclo sobre Berlioz com uma visão rápida sobre algumas das restantes obras de Berlioz. Possivelmente mais tarde iremos vê-las em maior detalhe mas por agora fica aqui uma menção breve porque sinceramente valem a pena ser conhecidas.

Em primeiro lugar a obra-prima de Berlioz no que diz respeito à Opera. Esta obra nunca foi estreada na sua totalidade em vida de Berlioz (o autor teve de a separar em dois para conseguir que a segunda parte fosse executada). A ópera chama-se "Les Troyens" e foi composta entre 1856 e 1858. Oiçam aqui "Gloire à Didon" pela New York Metropolitan Opera gravada em 1983.

Berlioz apreciava imenso Shakeaspeare. Lembram-se certamente de vos ter contado que conheceu a inspiradora da sua sinfonia fantástica precisamente numa interpretação de uma peça deste autor ? Esse amor transparece em várias das suas obras. Por exemplo na abertura Kink Lear, composta em 1831 em Nice quando voltava de Itália depois de ter ganho o Grande Prémio de Roma e que podem ouvir aqui (primeira parte) e aqui (segunda parte).

Mas talvez a peça onde esse gosto seja mais evidente é na sinfonia Romeo and Juliet onde literalmente como diz Bernstein Berlioz escreveu musicalmente a paixão dos dois adolescentes linha a linha. Proponho que oiçam aqui Carlos Kalmar maestro da orquestra sinfónica de Lahti explicar a sinfonia. De certa forma como diz o maestro esta peça é inspirada no esquema fixado pela nona de Beethoven embora Berlioz tenha levado a ideia de Beethoven muito mais longe. Como diz Carlos Kalmar Berlioz escreveu 50 anos antes do seu tempo ...

Ainda sobre esta obra não posso deixar de vos recomendar que oiçam Leonard Bernstein ensaiar esta peça com os jovens da Schleswig Holstein Festival Orchestra. Como ele diz numa das partes do vídeo primeiro terão de ler Shakeaspeare e depois a peça vai parecer-vos diferente. São cinco partes mas garanto-vos que vale a pena cada minuto. Parte 1, Parte 2, Parte 3, Parte 4, Parte 5. Podem ouvir também o final desta sinfonia aqui. Algumas semelhanças com o final da nona de Beethoven certamente.

Não poderiamos terminar esta visita relampago a outras obras de Berlioz sem falar da "Damnation de Faust" sobre o texto de Goethe, traduzido por Gérard de Nerval. Podem ouvir aqui um extracto pelo Nikikai Chorus group e pela Orquestra de Tóquio dirigida por Charles Dutoit, ou se preferirem a Callas também podem ouvir aqui. Mas também seria injustificável esquecer L´Enfance du Christ de que podem ouvir uma explicação aqui por Sir Collin Davis e um extracto da obra aqui.

E o que dizer das dezenas e dezenas de canções que Berlioz compôs como por exemplo Zaide aqui interpretada por Cecilia Bartoli.

Por fim o que dizer de Berlioz como escritor ? Como se devem recordar utilizamos muitos dos textos dele para vos apresentar as sinfonias de Beethoven (por exemplo aqui). Sem dúvida que a sua obra "Grand Traité d’Instrumentation et d’Orchestration Modernes" é um marco importantíssimo na história da música. Felizmente graças a net é possível hoje encontrar facilmente extractos desta obra e mesmo o texto completo da mesma (por exemplo aqui).

Em resumo Berlioz era conhecido por ser particularmente dado aos queixumes dizendo frequentemente que lhe amputavam a hipótese de glória e reconhecimento pela pequenez das vaidades ou outros defeitos humanos. Porém num ponto tem razão : O seu génio incontestável, suficiente para o colocar ao nível dos grandes mestres da música clássica é muitas vezes ignorado ou pelo menos subalternizado.

sábado, 6 de setembro de 2008

Sugestão de Ultima Hora

Lemos agora mesmo no calendário do Belogue de Notas, um blog que costumamos ler sempre (e claro recomendamos) a seguinte proposta musical:

6 de Setembro - 17.30 - Jardim da Cascata - Caxias. Modinhas ...

Não sei mais detalhes mas aqui fica a sugestão !

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Berlioz - Requiem (Grande Messe des Morts)

Esta obra é uma das mais conhecidas de Berlioz tendo sido composta em 1837 por encomenda do então ministro do interior de França o Conde Adrien de Gasparin. A estreia desta composição foi bastante acidentada. Berlioz conta mesmo nas suas memórias que na estreia dirigida por François-Antoine Habeneck este maestro na parte mais complicada da peça teria tirado do bolso a sua caixa de rapé para consumir um pouco ... Berlioz teria saltado nessa altura para o palco dirigindo o resto da obra.

A peça acabaria por ser dedicada ao Conde Adrien de Gasparin por todo o apoio que deu a Berlioz na concretização da obra e sobretudo no financiamento da mesma. Esta peça acabaria por ser a obra que lançou Berlioz enquanto compositor.

Do ponto de vista orquestral a peça é simplesmente monumental tendo sido escrito para uma forte secção de Sopro, Percussão, cordas e Voz. Pessoalmente esta é uma das minhas peças preferidas de música sacra. Na minha modesta opinião tem a marca das obras de génio. Diz-se que na estreia pessoas houve que não conseguiram conter as emoções ... Berlioz em todo o caso dizia que se apenas se pudesse salvar uma das suas obras então que essa fosse o Requiem.

A composição baseia-se no texto em Latim e é composto por 10 movimentos. Para vos mostrar este Requiem descobri no You Tube uma versão interpretada em 2000 nas Proms em Londres. A orquestra é constituída por alunos de conservatórios de Paris e de Londres numa verdadeira comunhão. São dirigidos por Sir Colin Davis que confere a esta interpretação a verdadeira paixão da comunhão entre os homens. Já agora recomendo-vos que oiçam também a introdução da BBC a esta interpretação aqui.

1. Introit – Kyrie e também uma parte aqui.

Sequência
2. Dies irae
3. Quid sum miser
4. Rex tremendae
5. Quaerens me
6. Lacrimosa e também aqui.

Ofertório
7. Domine Jesu Christe e também aqui.
8. Hostias e também aqui

9. Sanctus e também aqui
10. Agnus Dei – Comunhão e também aqui

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Recomendações da Quinta (04.09.2008)

Aos poucos as férias vão acabando e assim hoje já teremos mais propostas musicais para o fim de semana.

Começando no sul do país em Lagos no Centro Cultural de Lagos a Orquestra do Algarve interpretará no dia 5 Setembro Sexta-feira às 21:30 obras de Arthur Honegger (1892-1955), J.S. Bach (1685-1750) e Benjamin Britten (1913-1976). A orquestra será dirigida por Laurent Wagner. Solista: Elena Tsouranova (Piano). Preço: €8.50.

Terá também um concerto semelhante em Tavira no Sábado às 21:30 na Igreja do Carmo.

Em Cascais Tatiana Pavlova dará Recitais de Piano mais precisamente no Centro Cultural de Cascais entre os dias 6 e 13 às 18:30. Obras de Beethoven; Prelúdios e S. Rachmaninoff. Não sei preços.

No palácio Marquês de Pombal (Oeiras) a OCCO estará em concerto no Palácio Marquês de Pombal dirigida por Nikolay Lalov no dia 6 Sábado às 21:30. A entrada é livre.

Finalmente em Guimarães integrado nos Encontros Internacionais de Música de Guimarães 2008 Gerardo Ribeiro e Xavier Gagnepain darão um Recital de Violino e Violoncelo no Centro Cultural Vila Flor (Av. D. Afonso Henriques, Guimarães) no Sábado 6 às 22h. Preço: €5. Gerardo Ribeiro interpreta a famosa sonata Kreutzer de Beethoven acompanhado pela pianista Elsa Silva. Se puderem não percam. Gerardo Ribeiro é um dos maiores (senão o maior) violinista português.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Berlioz - Les Nuits d´été (Op. 7) - Sexta Parte (L'île inconnue)

Vamos ouvir hoje a ultima das canções do ciclo "Les Nuits d´été" intitulada "L'île inconnue". Prometo a tradução para português desta canção para breve.

Oiçam aqui esta canção interpretada por Marilyn Horne e pela Orchestre Symphonique de Montreal dirigida por Pierre Hetu.

L'île inconnue

L'aviron est d’ivoire,
Le pavillon de moire,
Le gouvernail d’or fin.
J’ai pour lest une orange,
Pour voile une aile d’ange,
Pour mousse un séraphin.
J’ai pour lest une orange,
Pour voile une aile d’ange,
Pour mousse un séraphin.

Dites, la jeune belle,
Où voulez-vous aller?
La voile enfle son aile,
La brise va souffler.
La voile enfle son aile,
La brise va souffler.

Est-ce dans la Baltique?
Dans la mer Pacifique?
Dans l’ile de Java?
Où bien est-ce en Norvège,
Cuellir la fleur de neige,
Où la fleur d’Angsoka?
Dites, dites, la jeune belle, dites,
Où voulez-vous aller?

“Menez-moi” dit la belle
“À la rive fidèle
Où l’on aime toujours!”
“Cette rive, ma chère,
On ne la connâit guère,
“Cette rive, ma chère,
On ne la connâit guère
Au pays des amours,
On ne la connâit guère,
On ne la connâit guère
Au pays des amours.
Où voulez-vous aller?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Berlioz - Les Nuits d´été (Op. 7) - Quinta Parte (Au cimetière)

Continuando o nosso percurso nesta obra de Berlioz hoje vamos ouvir a canção "Au cimetière". Tal como nas anteriores deixo aqui a versão original do texto em francês e uma tradução para português (minha).

Para esta canção, que podem ouvir aqui escolhi a interpretação de Marilyn Horne com a Orquestra Nacional de França dirigida por Charles Munch. Gravação de 1964.

No cemitério

Conhecem o branco túmulo
onde flutua com um som de queixume
a sombra de um teixo?
No teixo uma pálida pomba,
triste e só no sol poente
canta o seu canto:

Uma canção doentiamente terna,
Ão mesmo tempo encantadora e fatal,
Que vos fará mal
E que gostaríamos de ouvir sempre
Uma canção na forma de suspiro aos céus
O anjo apaixonado

Dir-se-ia que a alma acordada
chora debaixo da terra em uníssono
com a canção,
E da infelicidade do esquecimento
queixa-se num murmúrio
Muito ternamente.

Nas asas da música
sentimos lentamente voltar
uma recordação
uma sombra, uma forma angélica,
passa num raio trémulo,
num véu branco.

As "belles de nuit" meio-fechadas
espalham o seu perfume fraco e doce
à nossa volta
E o fantasma
murmura esticando os braços:
Tu voltarás

Nunca mais perto do túmulo,
eu irei, quando desce a noite
no seu manto negro,
ouvir a pomba pálida
cantar no topo do freixo
o seu canto de lamento.

Au cimetière

Connaissez-vous la blanche tombe,
Où flotte avec un son plaintif
L'ombre d'un if?
Sur l'if une pâle colombe,
Triste et seule au soleil couchant,
Chante son chant:

Un air maladivement tendre,
À la fois charmant et fatal,
Qui vous fait mal
Et qu'on voudrait toujours entendre;
Un air comme en soupire aux cieux
L'ange amoureux.

On dirait que l'âme éveillée
Pleure sous terre à l'unisson
De la chanson,
Et du malheur d'être oubliée
Se plaint dans un roucoulement
Bien doucement.

Sur les ailes de la musique
On sent lentement revenir
Un souvenir.
Une ombre, une forme angélique,
Passe dans un rayon tremblant,
En voile blanc.

Les belles de nuit demicloses
Jettent leur parfum faible et doux
Autour de vous,
Et le fantôme aux molles poses
Murmure en vous tendant les bras:
Tu reviendras!

Oh! jamais plus près de la tombe,
Je n'irai, quand descend le soir
Au manteau noir,
Écouter la pâle colombe
Chanter sur la pointe de l'if
Son chant plaintif.

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